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Aula 9. Avaliação Exames Bioquímicos P1

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Avaliação de 
Exames 
Bioquímicos 
(Parte 1)
PROFA. CAMILA MUNAFÓ SERPA
Competência
▪ Compreender e interpretar corretamente dados do hemograma 
completo, perfil glicêmico e risco para doenças cardiovasculares. 
Conhecimentos
•Detalhamento sobre os 
elementos celulares do 
sangue;
•Características dos 
exames relacionados à 
diabetes e hopoglicemia
•Características dos 
exames relacionados às 
doenças 
cardiovasculares.
Habilidades
•Interpretação 
hemograma;
•Interpretação dos 
exames relacionados ao 
diagnóstico e controle do 
diabetes e hipoglicemia
•Interpretação dos 
exames relacionados às 
doenças 
cardiovasculares
Atitudes
•Atenção;
•Compreensão;
•Aplicação.
Parâmetros bioquímicos indicativos do 
estado nutricional
▪ EXAMES BIOQUÍMICOS: Auxiliares na avaliação do estado nutricional
▪ Medidas objetivas de avaliação do estado nutricional – possibilitam
seguimento, intervenções – acompanhamento da evolução do estado
nutricional do indivíduo.
▪ Fatores que podem limitar a interpretação dos dados obtidos:
▪ testes isolados; preparação do exame
▪ idade, sexo, estado fisiológico;
▪ drogas, estresse, injúria, inflamação;
▪ Valores de referência utilizados pelo laboratório.
▪ Tipos de amostras: sangue, urina, fezes, biópsia de amostras, saliva, suor,
cabelo, etc.
Sumário
▪ Abordaremos as características gerais do sangue e os seguintes
indicadores:
•Série 
vermelha
•Anemias
•Série 
branca
Hemograma 
completo
•Glicemia de jejum e causal;
•Curva glicêmica;
•Hemoglobina glicada;
•Frutosamina;
•Hipoglicemia.
Diabetes 
Mellitus
•Colesterol total e frações
•Triglicerídeos
•Homocisteína
•Apo A1
•Apo B
Função 
Cardiovascular
Sangue
Sangue
Características gerais:
▪ Sangue é composto pelas seguintes células 
em suspensão: 
▪ Glóbulos brancos: leucócitos;
▪ Glóbulos vermelhos: eritrócitos (hemácias);
▪ Plaquetas (trombócitos)
▪ Plasma: água, sais minerais, vitaminas, 
proteínas, glicídios e lipídios (forma gel e 
coagula fora do organismo humano);
▪ Soro: mesmo conteúdo do plasma sem o 
fibrinogênio (não coagula fora do organismo 
humano).
Glóbulos 
vermelhos 
(hemácias)
Glóbulo 
branco 
(leucócito)
Diferenciação de 
elementos celulares 
do sangue a partir da 
medula óssea
Hematopoiese
Resumo!!!
Detalhamento hematopoiese
Diferenciação dos 
linfócitos B e T
Sangue
(nos tecidos →
macrófagos) 
englobam material 
estranho, 
fragmentam-no e 
exibem-no em sua 
superfície para 
reconhecimento e 
ação pelos linfócitos
Tipos de linfócitos:
- Linfócito B (produzido na medula
óssea): produção de anticorpos
(plasmócito) e diferenciação em
células de memória B (ativadas
no encontro com um antígeno)
- Linfócito T (produzido na medula
(B e NK) e diferenciado no timo);
há 5 tipos principais, com funções
diferentes:
* CD4 (auxiliar – coordena a função
da defesa imunológica),
* CD8 (citotóxico – elimina células
infectadas);
* NKT (natural killers - preparadas
para destruir células prejudiciais ao
organismo);
* CD45 (memória – aprendem a
responder a um invasor específico);
* FOXP3 (reguladora – suprimem a
ativação, proliferação e funções de
diversas células imunitárias).
Segregam 
substâncias com 
propriedades anti-
coagulantes
(heparina) e 
histamina (promove 
dilatação do vaso 
sanguíneo)
Fagocitam ou 
destroem micro-
organismos e outras 
substâncias →
realizam diapedese 
(saem do sangue e 
penetram nos 
tecidos)
Liberam mediadores 
químicos que 
reduzem inflamação; 
atacam vermes / 
parasitas 
(aumentam seu 
número sob estas 
condições)
Sangue
▪ São termos sinônimos, no entanto, em farmacologia podem
diferenciar-se pelo ponto de vista da análise:
Nível sérico
•Medida de uma 
certa substância 
(g/dL; mg/dL; 
mcg/dL) analisada 
em laboratório. 
Nível plasmático
•Medida de uma 
certa substância 
(g/dL; mg/dL; 
mcg/dL) no 
organismo do 
paciente
Unidades de medidas importantes
▪ Para interpretar os exames bioquímicos é preciso conhecer as unidades de
medida que podem ser utilizadas:
Unidades de medida (Kg):
Decigrama (dg) = 10−1 g (0,1 g)
Centigrama (cg) = 10−2 g (0,01 g)
Miligrama (mg) = 10-3 g (0,001 g)
Micrograma (mcg ou μg) = 10-6 g (0,000001 g ...)
Nanograma (ng) = 10-9 g
Picograma (pg) = 10-12 g
Femtograma (fg) = 10-15 g
Unidades de medida (L):
Decilitro (dL) = 10−1 L
Centilitro (cL) = 10−2 L
Mililitro (mL ou cm³) = 10-3 L
Microlitro (mcL ou μL) = 10-6 L
Nanolitro (nL) = 10-9 L
Picolitro (pL) = 10-12 g
Femtolitro (fL) = 10-15 g
Hemograma Completo
Hemograma Completo
▪ “O hemograma completo fornece a contagem das células sanguíneas e a
descrição dos glóbulos vermelhos. O hemograma é uma contagem de células
sanguíneas com contagem diferencial dos glóbulos brancos (geralmente chamado
de diferencial)”. (Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
▪ O hemograma constitui um importante exame laboratorial que permite avaliar o
estado de saúde geral de um indivíduo.
▪ Os dados fornecidos pelo hemograma são essenciais na investigação das doenças
hematológicas. As alterações observadas nesse exame permitem ao médico
avaliar doenças relacionadas à
▪ série vermelha (anemias, policitemia, malária),
▪ Série branca (leucemias, infecções diversas) e
▪ plaquetas (púrpuras, trombocitopenias)
e relacioná-las aos achados clínicos observados no paciente.
Hemograma Completo – Série Vermelha
▪ Avaliação qualitativa dos eritrócitos (termos mais comuns):
Tamanho
•Termo geral: 
Anisocitose
•Microcítica 
(tamanho 
pequeno)
•Normocítica: 
normal
•Macrocítica
(tamanho grande)
Forma
•Alteração na forma 
da hemácia;
•Termo geral: 
poiquilocitose
•Tipos de formas 
encontradas: forma 
de foice, esfera, 
lágrima, entre 
outras.
Coloração
•Hipocromia
(descorada) →
deficiência de 
ferro; a microcitose
ou poiquilocitose
pode levar à 
hipocromia
•Normocromia
(coloração normal)
•Hipercromia
(hipercorada) →
termo pouco 
utilizado
Hemograma Completo – Série Vermelha
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Hemograma Completo – Série Vermelha
▪ Avaliação quantitativa:
Item do hemograma Valor de referência Interpretação
Eritrócitos (glóbulos vermelhos) 4,5 - 5,5 mcg/mm3 (homem > 
12 anos)
3,8 - 4,8 mcg/mm3 (mulher > 
12 anos)
Além dos déficits nutricionais, podem apresentar-
se maior em pacientes com hemorragia, hemólise 
(destruição das hemácias com liberação da 
hemoglobina), aberrações genéticas, falência da 
medula óssea ou doença renal e naqueles que 
estão fazendo uso de determinados 
medicamentos; não são sensíveis para deficiência 
de ferro, vitamina B12 ou folato
Hemoglobina (Hg) (pigmento 
respiratório das hemácias →
transporta O² e recolhe CO²)
13,0 – 17,0 g/dL (homem > 12 
anos)
12,0 – 15,0 g/dL (mulher > 12 
anos)
Idem à interpretação dos eritrócitos
Hematócrito (% do volume de 
eritrócitos no sangue)
40,0 - 50,0% (homem > 12 anos)
35,0 - 46,0% (mulher > 12 anos)
Idem à interpretação dos eritrócitos e hemoglobina. 
Também pode estar reduzido na desidratação.
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
Hemograma Completo – Série Vermelha
Item do hemograma Valor de referência Interpretação
VCM (Volume corpuscular 
médio →mede o tamanho 
da hemácia)
80,0 - 100,0 fl -Reduzido (microcítica): na presença de deficiência de ferro, traço 
talassêmico e insuficiência renal crônica, anemia de doença crônica; 
- Elevado (macrocítica): na presença de deficiência de vitamina B12 ou 
folato e defeitos genéticos na síntese de DNA; 
- Não tem sensibilidade microcítica nem macrocítica quanto às deficiências 
marginais de nutrientes
HCM (Hg Corpuscular média 
→ peso da Hg nas hemácias)
27,0 - 32,0 pg Causas dos valores anormais semelhantes aos do VCM
CHCM (concentração de HCM 
→ concentração de Hg nas 
hemácias)
31,5 - 36,0 g/dL Reduzida nos pacientes com deficiência de ferro e traço talassêmico
(anemia do mediterrâneo → ↓ [ ] de Hg nas hemácias; não é sensível às 
deficiências marginais de nutrientes
RDW (red cell distribution
width→ analisa a variação 
de tamanho entre hemácias)
11,9 - 15,4% Aumentado na anisocitose
▪ Avaliação quantitativa: Índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM, RDW)
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
Hemograma Completo – Plaquetas 
✓Ou trombócitos, são fragmentos de citoplasma, sem núcleo celular.
✓Participam do processo de coagulação do sangue (formação de coágulos);
✓Podem ser modificadas pela ingestão adequada ou não de:
▪ Eicosanoides (derivados de ω-6 e ω-3);
▪ Cálcio → cálcio ionizado (estimula a liberação de tromboplastina pelas
plaquetas (início da formação do coágulo).
✓Podem alterar-se na presença de anemia megaloblástica (def. de B12 ou
ác. Fólico).
✓São analisadas de forma quantitativa (10³/mm³ ou mil/mm³).
Anemias
▪ A anemia é uma deficiência no 
tamanho ou número de glóbulos 
vermelhos ou a quantidade de 
hemoglobina que eles contêm. 
▪ Essa deficiência limita a troca de 
oxigênio e dióxido de carbono entre 
o sangue e as células dos tecidos. 
▪ A classificação da anemia baseia-se 
na avaliação quali e quantitativa dos 
eritrócitos.
▪ A maioria das anemias é causada 
pela falta de nutrientes necessários 
para a síntese normal dos 
eritrócitos, principalmente ferro, 
vitamina B12 e ácido fólico. 
▪ As anemias que resultam da 
ingestão inadequada de ferro, 
proteínas e determinadas vitaminas 
(vitamina B12, ácido fólico, 
piridoxina e ácido ascórbico), cobre 
e outros metais pesados são 
frequentemente denominadas 
anemias nutricionais. 
▪ Outras anemias resultam de várias 
condições como hemorragia, 
anormalidades genéticas, doenças 
crônicas ou toxicidade por fármacos, 
e têm graus variados de 
consequência nutricional.
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
Anemias
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012, pg. 1281)
Anemias
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012, pg. 1281)
Anemia por deficiência de ferro
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012, pg. 1285)
Anemia por deficiência de ferro
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012, pg. 1287)
Anemias
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012, pg. 1281)
Hemograma Completo – Plaquetas 
Valor de referência:
▪ Plaquetas 150 – 400 mil/mm³
▪ Aumento do seu número: trombocitose→ Alta resposta de coagulação; 
favorece formação de coágulos (trombose);
▪ Diminuição do seu número: trombocitopenia → Baixa resposta de 
coagulação; favorece hemorragias internas. → presente em doenças que 
afetam a medula óssea.
Item do
hemograma
Valor de referência Interpretação
Leucócitos
(granulares e
agranulares)
4,5 - 11 mil/mm3 Elevados (leucocitose) nos pacientes com infecção, neoplasia e estresse
reduzido (leucopenia) nos pacientes com DPC, doenças autoimunes ou
infecções graves, e naqueles que estão passando por quimioterapia ou
radioterapia
Neutrófilos 1,80 - 7,70 Mil/mm3
55 a 70 %
Neutrofilia: cetoacidose, trauma, estresse, infecções formadoras de pus,
leucemia;
Neutropenia: DPC, anemia aplástica, quimioterapia, infecção grave
Linfócito Totais 1,0 - 4,0 Mil/mm3
20 a 40%
Típicos: 1,0 - 3,8 Mil/mm3
Atipicos: 0,0 - 0,20 Mil/mm3
Linfocitose: infecção, leucemia, mieloma, mononucleose
Linfocitopenia: leucemia, quimioterapia, sepse, AIDS
Linfócitos típicos (todos os normalmente produzidos: CD4, CD8, NKT, FOXP3,
CD45
Linfócitos atípicos acompanham freqüentemente as linfocitoses secundárias a
processos infecciosos.
Hemograma Completo – Série Branca
▪ Avaliação quantitativa: Sufixo “penia” = redução (leucopenia, neutropenia, etc); sufixo
“ose” ou “filia” = aumento (leucocitose, neutrofilia, etc)
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
Item do hemograma Valor de referência Interpretação
Eosinófilos 0,0 - 0,45 Mil/mm3 
1 a 4%
Eosinofilia: infestação parasítica, alergia, eczema, leucemia, doença autoimune
Eosinopenia: aumento na produção de esteroides
Basófilos 0,0 - 0,20 - Mil/mm3
0,5 a 1%
Basofilia: leucemia
Basopenia: alergia
Monócitos 
(macrófagos nos 
tecidos → células de 
Kupffer (fígado), 
micróglia (SN), e 
células de Langerhans
(epiderme)
0,0 – 0,8 Mil/mm
2 a 8%
Monocitose: infecções crônicas, como tuberculose, colite ulcerativa, infecção por 
protozoários, doença de Hodgkin, leucemia mielomonocítica, mieloma múltiplo 
e doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide
Monocitopenia: infecções no sangue, tratamentos de quimioterapia e problemas 
na medula óssea, como anemia aplástica e leucemia; infecções na pele, uso de 
corticoides e infecção pelo HPV.
Hemograma Completo – Série Branca
▪ Avaliação quantitativa: Sufixo “penia” ➔ redução (leucopenia, neutropenia, etc);
sufixo “ose” ou “filia” ➔ aumento (leucocitose, neutrofilia, etc)
(Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2012)
Diabetes Mellitus
Diagnóstico e Controle Diabetes - Glicemia
✓Glicemia (Diretrizes - Sociedade Brasileira de Diabetes, 2016 / ADA 2016). 
Exame de sangue:
Estágio Glicemia de jejum 
(mg/dL)
Glicemia causal 
(mg/dL)
Normal < 100 < 140
Intolerância à glicose (pré-
diabetes)
≥ 100 e < 126 ≥ 140 e < 200
Diabetes ≥ 126 ≥ 200
Diagnóstico e Controle Diabetes – Curva glicêmica
✓Curva Glicêmica ou Teste de tolerância oral à 
glicose (TTOG) (Diretrizes - Sociedade Brasileira 
de Diabetes, 2016 / ADA 2016). Avaliação da 
glicemia a cada 30 minutos após a oferta em
jejum de 75g de glicose diluída em
aproximadamente 300ml de água:
Tempo Normal Intolerância à glicose 
(mg/dL)
Diabetes (mg/dL)
30, 60 e 90 minutos < 200 ≥ 200 ao menos 1 vez ≥ 200 todas as vezes
2 horas < 140 ≥ 140 e < 200 ≥ 200 
Diagnóstico e Controle Diabetes – A1C
Hemoglobina Glicada (A1C)
✓A hemoglobina glicada, também denominada hemoglobina glicosilada ou
glicohemoglobina, é conhecida ainda como HbA1C e, mais recentemente,
apenas como A1C.
✓O termo genérico “hemoglobina glicada” refere-se a um conjunto de substâncias
formadas com base em reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns
açúcares.
✓A glicação da hemoglobina ocorre ao longo de todo o período de vida do glóbulo
vermelho, que é de, aproximadamente, 120 dias. Porém, dentro destes 120
dias, a glicemia recente é a que mais influencia o valor da A1C.
Fonte: http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/320110603170201.pdf
Diagnóstico e Controle Diabetes – A1C
✓Hemoglobina Glicada (A1C) (WHO, 2011 / ADA 2016). Exame de sangue:
Nível de A1C % Nível equivalente de 
glicemia média 
estimada (*)
Glicemia causal (mg/dL)
< 5,7% 117 mg/dL Ausência de diabetes
Entre 5,7 e 6,4% 117 a 137 mg/dL Pré-diabetes
≥ 6,5% 140 mg/dL Presença de diabetes
(*) Nathan, DM et AL. “Translating the A1C Assay into Estimated Average Glucose Values” (ADAG Study). Diabetes Care 31:1-6, 2008
Diagnóstico e Controle Diabetes – A1C
✓Hemoglobina Glicada (A1C) (SBD, 2018). Exame de sangue:
Diagnóstico e Controle Diabetes – Tratamento 
Diagnóstico e Controle Diabetes – Frutosamina
Frutosamina:
✓Proteína glicada, constituída principalmente dealbumina;
✓Reflete o controle glicêmico em 1 a 2 semanas anteriores;
✓Alternativa à A1C
✓Útil no início do tratamento do DM, para avaliar a sua adesão ao tratamento;
✓Por conter albumina, seus valores podem variar na presença de doenças 
hepáticas e sistêmicas agudas.
Referência no sangue:
1,8 a 2,8 mmol/L
Diagnóstico - Hipoglicemia
▪ Queda dos níveis de glicose no sangue → pode levar ao coma e óbito se não
corrigida, sendo, portanto, uma condição mais agressiva do que a
hiperglicemia e deve ter acompanhamento eficaz.
▪ Hipoglicemia pós-prandial (reativa): causada principalmente por
hiperinsulinismo, tipo mais comum de hipoglicemia pós-prandial
documentada e é observada em pacientes que se submeteram à gastrectomia
ou a algum outro tipo de cirurgia gástrica. Esses procedimentos estão
associados à rápida liberação do alimento ao intestino delgado, rápida
absorção de glicose e resposta exagerada à insulina.
▪ Hipoglicemia do jejum (ou pós absorvente): pode ocorrer em resposta a se ter
passado oito ou mais horas sem ingerir alimentos. As causas da hipoglicemia
incluem estados de deficiência hormonal (por ex. glucagon), doença hepática
adquirida, tumores pancreáticos ou não pancreáticos.
▪ Diagnóstico de hipoglicemia: valores abaixo de 60 mg de glicose/dL.
Função cardiovascular
Lipídios
▪ Aproximadamente, 97% 
dos lipídios dietéticos 
estão na forma de 
triglicerídeos, e o 
restante, na forma de 
fosfolipídios e colesterol.
▪ Transportadores de 
lipídios na corrente 
sanguínea: Quilomicrons,
VLDL, LDL, HDL.
Lipídios
Triglicérides
▪ Maior porção dos lipídios dietéticos;
▪ As lipoproteínas ricas em triglicerídeos incluem os quilomícrons, o
VLDL e quaisquer remanescentes ou produtos intermediários
formados no metabolismo;
▪ No fígado, os triglicerídeos dos quilomícrons são reagrupados em
VLDL e transportados principalmente para o tecido adiposo, no
qual são metabolizados e armazenados;
▪ Dessas lipoproteínas ricas em triglicerídeos, os quilomícrons e os
remanescentes de VLDL são conhecidos por serem aterogênicos,
porque ativam as plaquetas, a cascata de coagulação e a
formação de coágulos. Todos contêm lipoproteína apo B.
Colesterol total e frações
▪ A mensuração do colesterol total capta o colesterol contido em
todas as frações de lipoproteínas:
▪ 60% a 70% são transportados no LDL (lipoproteína de baixa
densidade),
▪ 20% a 30% no HDL (lipoproteína de alta densidade) e
▪ 10% a 15% no VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade).
▪ Estudos têm mostrado consistentemente que uma alta
concentração sérica de colesterol (especificamente o colesterol
LDL alto) é uma das principais causas de doença das coronárias,
acidente vascular encefálico e mortalidade.
Colesterol total e frações
▪ Figura 1 – Ciclos de transporte de lípides no plasma. As lipoproteínas 
participam de três ciclos básicos de transporte de lípides no plasma: 
▪ (1) ciclo exógeno, no qual as gorduras são absorvidas no intestino e 
chegam ao plasma, sob a forma de quilomícrons, e, após degradação 
pela lipase lipoproteica (LPL), ao fígado ou a tecidos periféricos; 
▪ (2) ciclo endógeno, em que as gorduras do fígado se direcionam aos 
tecidos periféricos; a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) é 
secretada pelo fígado e, por ação da LPL, transforma-se em 
lipoproteína de densidade intermediária e, posteriormente, em LDL, a 
qual carrega os lípides, principalmente o colesterol, para os tecidos 
periféricos; 
▪ (3) transporte reverso do colesterol, em que as gorduras, 
principalmente o colesterol dos tecidos, retorna para o fígado; as HDL 
nascentes captam colesterol não esterificado dos tecidos periféricos 
pela ação da lecitina-colesterol aciltransferase (LCAT), formando as 
HDL maduras; por meio da CETP, ocorre também a transferência de 
ésteres de colesterol da HDL para outras lipoproteínas, como as VLDL. 
AGL: ácidos graxos livres; HPL: lipase hepática.
Fonte: ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017, pg 3
Valores de referência e de alvo terapêutico para 
Colesterol total e frações e Triglicérides
Fonte: ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017, pg 8
Homocisteína
▪ Homocisteína (He): Produto intermediário do metabolismo, envolvendo ácido
fólico, vitamina B12, metionina e vitamina B6
▪ Deficiências de folato ou de vitamina B12 podem resultar no aumento das
concentrações plasmáticas de homocisteína = hiperhomocisteinemia (HH).
▪ A HH tem sido associada a maior risco de eventos aterotrombóticos, e a
literatura sugere associação causal, independente de outros fatores de risco
para doença arterial.
▪ Diminuição da homocisteína plasmática para valores normais é seguida de
redução significante na incidência de doença aterotrombótica. (Neves, Macedo e
Lopes, 2004).
▪ Outros estudos sugerem um papel para a redução da homocisteína na doença
de Alzheimer, doença de Parkinson, esclerose lateral amiotrófica (ALS) e outros
distúrbios neuropsiquiátricos (Mahan, Escott-Stump e Raymond, 2013.
Valor de referência para He 
plasmática:
Até 16mmol/l (6-12mmol/l 
para mulheres e 8-
14mmol/l para homens). 
A HH é considerada 
moderada para valores 
entre 16-30mmol/l, 
intermediária para valores 
entre 30-100mmol/l e 
severa para valores maiores 
que 100mmol/l
Metabolismo da He
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Apolipoproteínas B e A1
▪ A ApoB encontra-se nas lipoproteínas aterogênicas VLDL, IDL, LDL e Lp(a) originadas do fígado e
nos remanescentes da via exógena do metabolismo, na proporção de uma partícula de ApoB por
cada partícula de lipoproteína.
▪ Assim, a dosagem da ApoB constitui uma medida indireta de todas as partículas aterogênicas
presentes na corrente sanguínea, correspondendo à fração do não HDL-c.
▪ Grandes estudos comprovaram a superioridade do não HDL-c e da ApoB em relação à LDL-c na
predição do risco cardiovascular;
▪ Considerando a falta de um consenso na atualidade sobre a relevância clínica do uso da ApoB
como preditor de risco cardiovascular e o custo adicional que representa em relação à fração não
HDL-c (gratuitamente implícita no perfil lipidico de rotina), surge uma natural limitação de seu uso
na prática clínica.
▪ Em conclusão, a dosagem de rotina da ApoB não é recomendada na avaliação ou estratificação do
risco cardiovascular (Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: A).
▪ Concentrações de ApoB de 120 mg/dL equivalem ao não HDL-c de 160 mg/dL e de ApoB
Fonte: ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017, pg 8
Apolipoproteínas B e A1
▪ A ApoA-I é a principal apoproteína da HDL e fornece uma boa estimativa da
concentração de HDL-c.
▪ Cada partícula de HDL pode transportar várias moléculas de ApoA-I.
▪ Concentrações plasmáticas de ApoA-I < 120 mg/dL para homens e < 140 mg/dL
para mulheres correspondem aproximadamente às que são consideradas baixas
concentrações de HDL-c.
▪ De modo semelhante ao desempenho da ApoB, a utilização da dosagem da ApoA-I
não mostrou superioridade à dosagem do HDL-c na previsão do risco
cardiovascular.
▪ Diversos estudos prospectivos analisaram a relação entre a ApoB e ApoA-I
(indicadora do balanço aterogênico no plasma), mas não se mostraram efetivas na
melhora da estratificação do risco.
Fonte: ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017, pg 8 e 9
Fatores de Risco de Doença cardiovascular 
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ReferênciasBibliográficas
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