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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACID WYDEN CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO Estagiárias: Ana Virginia Batista da Silva Darliene Souza Feitoza Novais Haga Santana Costa dos Santos Maria Carolina dos Santos Vieira TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA TERESINA – PI 2023 Preceptora: Maiara Jaianne Bezerra Leal INTRODUÇÃO Em geral, a obesidade é definida como uma condição resultante de um desequilíbrio no balanço energético que leva ao acúmulo excessivo de gordura corporal, caracterizado por valores de índice de massa corporal (IMC) iguais ou acima de 30 kg/m2. (ROSSI, 2019). INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, países em desenvolvimento passaram por grandes modificações nos padrões de consumo alimentar, o que agravou o cenário epidemiológico de aumento na incidência de DCNT (MANCINI, 2020). O aumento do consumo de alimentos processados, com alta densidade energética e baixa densidade de nutrientes, em paralelo ao baixo consumo de frutas, verduras e legumes, associados à inatividade física, têm colaborado para a mudança do quadro epidemiológico nesses países, os quais incluem o Brasil, em que o percentual de indivíduos com excesso de peso supera o daqueles com déficit de peso (MANCINI, 2020). INTRODUÇÃO DADOS EPIDEMIOLÓGICOS Figura 1 – Histórico e projeção até 2025 da obesidade nos Estados Unidos, Inglaterra, Ilhas Maurício, Austrália e Brasil Fonte: (CUPPARI, 2009) INTRODUÇÃO FATORES AMBIENTAIS SEDENTARISMO PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA HÁBITOS ALIMENTARES INADEQUADOS ALTERAÇÃO NO CICLO CIRCADIANO DESREGULAÇÃO HORMONAL E METABÓLICA PROGRESSO TECNOLÓGICO FATORES PSICOLÓGICOS ESTRESSE CRÔNICO INTRODUÇÃO Na obesidade, observa-se predomínio da via de hipertrofia dos adipócitos, o que está diretamente relacionado com um estado patológico do tecido adiposo branco. Essa hipertrofia torna o tecido adiposo visceral mais lipolítico e resistente à ação da insulina quando comparado ao subcutâneo (ROSSI, 2019). Pré-adipócitos Adipócito maduro Angiogênese Limite de expansão Hipóxia e Inflamação Hipertrofia INTRODUÇÃO A produção excessiva de ácidos graxos não esterificados compromete o metabolismo hepático desse substrato, o que favorece a produção exacerbada de glicose, hiperinsulinemia e perfil lipídico aterogênico (ROSSI, 2019). Associado a isso, o tecido adiposo visceral em obesos expressa e secreta adipocinas e citocinas com ação predominantemente inflamatória (ROSSI, 2019). INTRODUÇÃO O tratamento da obesidade exige, além da disciplina e motivação do indivíduo, para se adequar e se manter ao tratamento, o suporte de uma equipe multidisciplinar composta por educador físico, médico, nutricionista e psicólogo (SILVA; MURA, 2011). O tratamento farmacológico pode ser usado para auxiliar a terapia nutricional a prevenir a progressão da doença para um estágio mais grave, devendo ser individualizado e realizado sob supervisão médica contínua e associado a modificações no estilo de vida (SILVA; MURA, 2011). INTRODUÇÃO O plano alimentar adequado tem um importante papel na adesão do indivíduo ao tratamento. Os planos com restrições calóricas moderadas são os mais aconselhados, pois eles são capazes de suprir as necessidades calóricas mínimas fornecendo as quantidades adequadas de vitaminas e minerais. Aconselha-se reduzir, progressivamente, de 500 kcal a 1.000 kcal por dia. Neste plano, a energia da dieta prescrita não deve ser inferior a 1.200 kcal. Fonte: (CUPPARI, 2009). DESENVOLVIMENTO IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE E QUEIXA PRINCIPAL Iniciais do nome E.G.C.M Sexo Masculino Idade 20 anos Ocupação Estudante Procedência Teresina – Piauí Religião Católico Estado civil Solteiro Grau de instrução Nível técnico Tipo de consulta Primeira consulta Diagnóstico clínico Obesidade grau III Patologias associadas Hipertensão e Cálculo Renal Queixa principal Baixa auto estima e indisposição, por isso quer perder peso DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL O paciente relata que desde os 15 anos sente-se insatisfeito com o seu peso e que já chegou até a sofrer bullying na rua. No ano de 2019 chegou a pesar 123 kg e, por conta disso, tentou fazer dieta por conta própria. Começou reduzindo a quantidade dos alimentos e cortando o arroz, logo obteve uma perda de peso, mas ele não soube informar a quantidade. No ano de 2021 ele procurou tratamento com endócrino para conseguir perder peso e na ocasião o médico prescreveu um medicamento para ansiedade, porém não obteve sucesso no tratamento. DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA FAMILIAR Possui casos de alcoolismo, câncer, obesidade e hipertensão na família; A sua tia é obesa e hipertensa; a sua avó é hipertensa; o seu tio era alcoólatra e faleceu de câncer no esôfago; Todos os parentescos de 1° grau DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA O paciente nasceu de parto normal, e não soube informar se teve alguma dificuldade para falar no primeiro ano de vida. Na infância ele teve síndrome nefrite, não soube informar sobre suas vacinas e hospitalizações. Não fez nenhuma cirurgia e diariamente faz uso do medicamento losartana de 10 mg. Não fuma e só faz uso de álcool uma vez ao mês, optando por ingerir vodka. DESENVOLVIMENTO HISTÓRIA SOCIOECONÔMICA O paciente reside com 04 pessoas em uma casa própria que é de alvenaria, possui piso de cerâmica e teto de telha; Contém água encanada e a coleta de lixo no bairro se dá por 3 dias na semana; A renda familiar provém do pai, que ganha até um salário, e da cunhada, que também ganha até um salário; Tem como tabu alimentar a ingestão de café antes do banho. DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO Paciente encontra-se em estado geral regular, afebril, orientado e eupneico. Figura 2 – Acantose Nigricans no paciente Fonte: Arquivo Pessoal Pele: Paciente possui acantose nigricans (resistência a insulina), que são manchas escuras na pele com textura grossa e aveludada, sem unhas quebradiças, não apresenta prurido e não possui queda de cabelos DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO Boca e garganta: Paciente relata sangramento na gengiva, não sente dificuldade para deglutir, seu paladar é inalterado e possui todos os dentes da sua arcádia dentária. Músculo esquelético: Paciente relata sentir cansaço nos músculos das pernas, não possui inchaço nas articulações e não tem limitações dos movimentos. Endócrino: Paciente diz sentir muita fome, sede mediana, muita sudorese e tem intolerância ao calor. Respiratório: Paciente eupneico, não apresenta problemas respiratórios. DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO Cardiovascular: Paciente com pressão arterial 13/8 há 3 semanas atrás, não possui dor torácica. Neurológico: Paciente tem o sistema nervoso inalterado, nunca teve paralisia, fraqueza, convulsões ou síncope. Geniturinário: Paciente relata sentir dores ao urinar, urina de forma mediana ao longo do dia, não tem infecções. DESENVOLVIMENTO EXAME FÍSICO/CLÍNICO Hematológico: Paciente não possui anemia, não precisou receber sangue e nem tem contusões com facilidade. Trato Gastrointestinal: Paciente com fezes tipo 3 de acordo com a escala de Bristol, não apresenta constipação, não tem náuseas, sem a presença de vômitos. Figura 3 – Escala de Bristol DESENVOLVIMENTO MEDICAMENTOS UTILIZADOS: INTERAÇÃO DROGA - NUTRIENTE DROGA CLASSE DOSE INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE REFERÊNCIAS LOSARTANA ANTI - HIPERTENSIVO 10 mg 1x/ DIA Com suco de toranja tem aumento da meia vida do medicamento ARAÚJO et al., 2013 Com alimentos que contêm potássio há risco de hipercalemia. SANTOS, 2018 DESENVOLVIMENTO ANAMNESE Preferência alimentar Doces, frituras e salgados Aversão alimentar Às frutas Mamão e Pêra Alergia ou intolerância Possui suspeita de intolerância alimentar Horário de maior disposição alimentar No turno da noite Consumo de líquidos Menos de 500 ml/dia de água Funcionamento urinário FrequenteFuncionamento intestinal Não apresenta constipação Escala de Bristol Tipo 03 Etilismo Uma vez ao mês, preferencialmente Vodka DESENVOLVIMENTO ANAMNESE Tabagismo Não fuma e não é ex-fumante Consumo de sal Um pacote de sal de 1kg dura cerca de um mês na casa para quatro pessoas, de acordo com o paciente. Consumo de óleo Costumam utilizar até quatro litros de óleo por mês. De acordo com a OMS, a quantidade de 8,33 g de sal consumida por pessoa está maior do que o recomendado, uma vez que pode ser até de 5,0 g/dia; Segundo o Guia Alimentar Brasileiro, o consumo de óleo está bem acima do que é recomendado que é 8 ml/dia e nesse contexto o consumo está de 30 ml p/dia por pessoa. DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR DIETA HABITUAL REFEIÇÃO/HORÁRIO ALIMENTO DESCRIÇÃO QUANTIDADE Desjejum/Almoço 14 horas Arroz Frango Branco Frito/ Coxa 5 colheres de servir 2 pedaços Lanche da Tarde 17 horas Arroz Frango Branco Frito/ Peito 4 colheres de servir 1 pedaço Jantar 20:30/ 21 horas Arroz Frango ou Ovo Branco Cozido/ Peito Frito 4 colheres de servir 1 pedaço 1 unidade DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR VET MACRONUTRIENTE KCAL G/DIA % 2033,67 kcal CHO 609,08 152,27 29,95 PTN 739,24 184,81 36,35 LIP 685,35 76,15 33,7 DESENVOLVIMENTO INQUÉRITO ALIMENTAR DIETA HABITUAL DIETA PRESCRITA % ADEQ. E CLASSIF. DIETA HABITUAL VET (kcal) 2033,67 kcal 2027,44 kcal CHO (kcal) 609,08 kcal 1104,8 kcal 54,45% - Muito baixo padrão alimentar PTN (kcal) 739,24 kcal 445,08 kcal 181,75% - Excessivo padrão alimentar LIP (kcal) 685,35 kcal 477,63 kcal 134,8% - Excessivo padrão alimentar ZINCO 12,81 mg 6,03 mg 116,45% - Adequado padrão alimentar MAGNÉSIO 170,95 mg 261,35 mg 42,73% - Muito baixo padrão alimentar CÁLCIO 143,02 mg 1183,56 mg 14,30% Muito baixo padrão alimentar SELÊNIO 111,06 mcg 51,2 mcg 201,92% - Excessivo padrão alimentar FIBRAS 3,63 g 31,72 g 18,15% - Muito baixo padrão alimentar DESENVOLVIMENTO CARACTERIZAÇÃO DA DIETA HABITUAL Nota-se que o paciente tem um consumo alimentar bem restrito, não tendo nenhuma variedade alimentar na sua dieta habitual. Os alimentos consumidos são basicamente os mesmos nas três refeições que o paciente faz durante o dia. Percebe-se um déficit no consumo de frutas, vegetais e fibras, podendo ser classificada como uma dieta monótona. Com relação às suas preferencias alimentares, ele relatou gostar de doces, frituras e gorduras. O consumo de sal e de óleo estão fora do recomendado, fator esse que pode estar agravando sua HAS. Observa-se também um excesso no consumo de lipídios e proteínas, que provavelmente estão sobrecarregando o rim do paciente e contribuindo para os cálculos renais, além da ingestão inadequada de água. DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL O paciente não apresentou os exames bioquímicos, mas como ele encontra-se obeso, os exames solicitados seriam: hemoglobina; hematócrito; hemoglobina glicada; glicemia em jejum; colesterol total; triglicerídeos; lipídios totais; ureia; creatinina; TGO e TGP; TSH/T4; sódio; potássio e CPK. EXAMES BIOQUÍMICOS DESENVOLVIMENTO AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA VALOR CLASSIFICAÇÃO REFERÊNCIA PARÂMETROS VALOR CLASSIFICAÇÃO REFERÊNCIA ALTURA 171 cm - - PESO ATUAL 119 kg - - PESO IDEAL 64,33 kg - - PESO AJUSTADO 73,37 kg - - IMC 40,75 kg/m² Obesidade grau III OMS, 2005 C. PESCOÇO 44,5 cm Obesidade grau III - CB (cm e %) 38 cm e 123% Obesidade - Balanço Energético (IN-1.2) Ingestão de Líquidos (IN-3.1) Balanço de Nutrientes (IN-5.5) Ingestão de Lipídios e de Colesterol (IN-5.6.2) Ingestão de Proteínas (IN-5.7.2) Ingestão de Carboidratos e Fibras (IN-5.8.1 E IN-5.8.5) Condição do Peso Corporal (NC-3.3.5) Atividade Física e Função (CN-2.1) DESENVOLVIMENTO DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL - ASBRAN TRATAMENTO DIETÉTICO VIA, CONSISTÊNCIA E CARACTERISTICAS DA DIETA NUTRIENTES RECOMENDAÇÃO PRESCRIÇÃO ADEQUAÇÃO Kcal 2035,25 kcal (FAO,2004) 2027,44 kcal - CHO 55% 1104,8 kcal 276,2 g/dia 54,49 % PTN 20% 445,08 kcal 111,27 g/dia 21,95 % LIP 25% 477,63 kcal 53,07 g/dia 23,56 % O paciente não possui problemas de deglutição e mastigação dos alimentos, sendo assim a dieta será por via oral e com consistência livre. % Adequação do CHO 99,07% Adequado Padrão Alimentar % Adequação do PTN 109,75% Adequado Padrão Alimentar % Adequação do LIP 94,24% Adequado Padrão Alimentar TRATAMENTO DIETÉTICO MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO A hipomagnesemia presente em indivíduos obesos pode contribuir para a resistência à insulina nesses pacientes. O magnésio intracelular atua como cofator essencial de várias enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos, regulando a atividade daquelas que catalisam reações de fosforilação e atuando como parte do complexo Mg2+ - ATP (adenosina trifosfato), necessário para a ação de enzimas que participam da glicólise (COZZOLINO, 2016). Assim, a concentração adequada de magnésio é relevante para a atividade da tirosina quinase do receptor de insulina e, consequentemente, para a autofosforilação da subunidade beta desse receptor e fosforilação dos seus substratos. (COZZOLINO, 2016) TRATAMENTO DIETÉTICO MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO QUANTIDADE DE MAGNÉSIO (mg) % ADEQUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DIETA HABITUAL 170,95 mg 42,73% - Muito baixo padrão alimentar DIETA PRESCRITA 261,35 mg 65,33%- Baixo padrão alimentar Já que a RDA de magnésio para homens é de 400 a 420 mg/dia, foi orientado ao paciente a suplementação de 140 mg de Magnésio, pois por meio da dieta prescrita ele só conseguirá atingir 261,35 mg. TRATAMENTO DIETÉTICO FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS FIBRAS ÁGUA A quantidade adequada de fibras alimentares tem importante função na dieta para redução de obesidade (GOMES, 2020). Na dieta prescrita para o paciente foi adotado 31,72g/dia de fibras. As recomendações informam que a ingestão hídrica é de 35 ml por kg de peso. De acordo com essa recomendação, o paciente necessita de 4,16 Litros/dia. TRATAMENTO DIETÉTICO FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS ÁCIDOS GRAXOS O consumo verificado em estudos epidemiológicos é bastante variável (0,6 a 11,6G/dia de AAL) e entre os estudos de intervenção as dosagens de EPA e DHA variam de 0,47 a 4,2 g/dia. Em geral, esses estudos sugerem que a suplementação com ácidos graxos poli-insaturados da série n-3 exerce efeitos positivos apenas sobre os marcadores inflamatórios. Não obstante, a utilização desses lipídios para o tratamento da obesidade é interessante devido à intrínseca relação que há entre esses marcadores e o desenvolvimento da obesidade (SILVA; MURA, 2011). TRATAMENTO DIETÉTICO OBJETIVO DA DIETA A dieta prescrita tem por objetivo principal a reeducação alimentar do paciente, para tirá-lo da rotina de uma dieta monótona e sem nutrientes, além da perda de peso, pois ele possui Obesidade Grau III. Ela foi montada de forma bem simples, com alimentos acessíveis considerando o grau socioeconômico e a seletividade alimentar do paciente. É uma dieta hipocalórica, normoglicidica, hiperproteica e normolipidica. O intuito de uma dieta hiperproteica é para que seja preservado a massa muscular do paciente nesse processo inicial de perda de peso. TRATAMENTO DIETÉTICO CARDÁPIO QUALITATIVO E QUANTITATIVO HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE (7:30) Desjejum Cuscuz de milho com chia Ovos cozidos Café preto adoçado com adoçante -Cuscuz de milho -Semente de chia -Ovos -Café preto -200 g (1 pedaço médio) -3g (1 colher de chá) -90 g (2 unidades médias) -50 ml (1 copo de cafezinho) (09:30) Lanche da manhã Maçã -Maçã -130g (1 unidade média) TRATAMENTO DIETÉTICO HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE (13:30) Almoço Salada crua Arroz branco Feijão carioca (50% caldo/ 50% grão) -eito de frango grelhado Laranja Azeite de oliva extravirgem (para a salada) -Alface; -Tomate; - Cenoura ralada -Pepino; -Arroz branco; -Feijão carioca; -Peito de frango grelhado. - Laranja- Azeite -15g (1 unidade G) -50g (1 fatia P) -30g - 30g -120g (1 concha G cheia) -90g (1 concha M cheia) - 100 g(1 pedaço M) - 90g (1 unidade P) -2 g(1 colher de chá) HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE (15:30) Lanche Iogurte natural desnatado com castanha de caju e banana picada - Iogurte Natural Desnatado - Castanha de caju - Banana - 185 g (1 unidade) - 15 g - 55 g (1 unidade M) (19:00) Jantar Salada verde Macaxeira cozida Omelete de Sardinha - Alface - Pepino - Tomate - Macaxeira - Ovo - Sardinha sem o óleo - 15 g ( 1 folha G) - 30g - 30g - 250 g ( 2 unidades G) - 45 g ( 1 unidade M) - 130 g ( 1 lata) TRATAMENTO DIETÉTICO HORÁRIO/ REFEIÇÃO PREPARAÇÃO ALIMENTO QUANTIDADE (22:00) Ceia Vitamina de banana com aveia, linhaça e canela - Leite em pó desnatado - Banana - Aveia - Canela - Linhaça - 20g (2 colheres de sopa rasas) - 55 g ( 1 unidade M) - 15 g (1 colher de sopa) - 4g ( 1 colher de sobremesa rasa) - 3 g ( 1 colher de chá) TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA Mastigar bem os alimentos para ajudar na saciedade; Não assistir televisão ou usar o celular quando estiver se alimentando; Consumir 4,16 litros de água por dia; Evitar tomar café mais de duas vezes ao dia, pois é um estimulante e o excesso irá provocar ansiedade; Consumir frutas e hortaliças; Evitar o consumo de alimentos ultra processados; As bebidas podem ser adoçadas com adoçante Stevia 100% (adoçante mais natural dentre os adoçantes, ao comprar verifique se na composição tem realmente apenas stevia, pois existem alguns que apresentam outras substâncias) ou açúcar do tipo demerara (1 col. de sobremesa). Mas se conseguir não usar adoçante e nem açúcar, apenas o sabor natural dos alimentos, melhor! Como estratégia você pode aos poucos ir reduzindo a ingestão de adoçante, até não sentir mais necessidade. TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA Evitar consumo de margarinas e manteigas em excesso; Optar por iogurte natural desnatado de apenas 2 ingredientes: leite e fermento; Frango, peixe e carne devem ser assados no forno ou na grelha, não devem ser fritados com uso de óleo e no caso de serem cozidos, deve-se evitar usar óleo no preparo, ou usar o mínimo possível. Se não tiver como assar no forno ou grelha podem ser assados em frigideira antiaderente usando um pouco de água e azeite de oliva. Para obter um melhor sabor, pode-se fazer uso de temperos naturais como cebola, coentro, salsa, alho, dentre outros de preferência; Sardinha geralmente é obtida enlatada, então quando for consumi-la descarte a conserva líquida e lave-a em água corrente de maneira cuidadosa para retirar o excesso do líquido da conserva. Porém se for possível consumi-los in natura, melhor ainda; TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA As saladas devem ser regadas com azeite de oliva extravirgem; Não ingerir líquidos durante as refeições, mas sim entre elas; Tentar respeitar os horários ao máximo, mas não criar neuroses quanto a isso e evitar períodos longos de jejum; Evitar alimentos gordurosos, doces, refrigerantes, salgadinhos e industrializados em geral, ou seja, alimentos que não estejam no plano alimentar; Não exagerar na ingestão de sal, sempre controlar a quantidade e eliminar os temperos prontos ao preparar os alimentos. Use temperos naturais, como hortelã, cebolinha, cebola, alho, orégano, manjericão, coentro, limão, dentre outros de sua preferência. São opções saudáveis de temperos e são muito saborosos; TRATAMENTO DIETÉTICO ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA Dormir bem; Praticar exercícios físicos diariamente. Temperar o frango, carne, peixe, ovos ou omelete com temperos naturais, deixando as preparações muito mais saborosas e apetitosas! Sugestões de temperos naturais: alho (em pó ou desidratado), cebola (fresca ou desidratada), cominho, curry, orégano, páprica, pimentas, coentro, cheiro verde, dentre outros. Pode usar os temperos de sua maior preferência! CONSIDERAÇÕES FINAIS CORRELAÇÃO DA PATOLOGIA COM O ESTILO DE VIDA O paciente encontra-se muito acima do peso com diagnóstico de obesidade grau III. Observa-se que é uma pessoa sedentária, com um alto consumo de ultra processados, além de ter preferência alimentar por doces e gorduras. A sua dieta habitual é muito rica em gorduras, pobre em nutrientes, e com um baixo consumo de água, fatores que provocam o agravamento do seu quadro de obesidade, hipertensão e cálculo renal. CONSIDERAÇÕES FINAIS IMPORTÂNCIA DA DIETA PRESCRITA A dieta prescrita tem por objetivo suprir as necessidades nutricionais do paciente e melhorar o seu estado nutricional. No que diz respeito à aderência, estratégias como a inclusão de alimentos de baixa densidade energética que possibilite o consumo de maior volume de alimentos (ricos em água e fibras e menos calóricos) pode contribuir para emagrecimento e manutenção da perda do peso, à medida que comer pequenos volumes resulta em insatisfação, menor sensação de saciedade e abandono do tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS CONTRIBUIÇAO DO ESTUDO PARA FUNDAMENTAÇAO DO EXERCICIO PROFISSIONAL O presente caso clínico fez com que eu aprofundasse o meu conhecimento sobre a patologia e entendesse que até os menores fatores podem contribuir para a melhora do quadro de um paciente. Consegui compreender a importância não só dos macronutrientes e de um balanço energético negativo, como também dos micronutrientes e da devida atenção que deve ser dada a eles. Isso me ajudará no futuro exercício da profissão, pois terei um olhar mais criterioso para os futuros pacientes que se encontrarem em situações parecidas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, R. Q. et al. Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica. Rev Bras Nutr Clin, v. 28, n. 4, p. 306-10, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. ABESO, 4ª edição. São Paulo, 2016 COZZOLINO, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. Editora Manole, 2016. CUPPARI, Lílian. Nutrição clínica no adulto: Guias de medicina ambulatorial e hospitalar, UNIFESP-escola paulista de medicina. Rev Bras Nutr Clin, 2019. REFERÊNCIAS CUPPARI, Lilian. Nutrição: nas doenças crônicas não-transmissíveis. In: Nutrição: nas doenças crônicas não-transmissíveis. 2009. p. 515-515. DE PAIVA SOUSA, Mickael et al. Influência do Magnésio e Cálcio sobre o Estresse Oxidativo na Obesidade. Research, Society and Development, v. 9, n. 1, p. e124911776-e124911776, 2020. GOMES, Ana Karolyne Alves; MORAES, Rafael de Oliveira. O consumo das fibras no tratamento da obesidade. 2020. MAGNO, Fernanda Cristina Carvalho Mattos et al. Macro e micronutrientes na orientação nutricional para obesidade. HU rev, p. 251-259, 2018. MANCINI, Marcio C. Tratado de Obesidade.Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788527737142 REFERÊNCIAS Martin, Clayton Antunes et al. Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Revista de Nutrição [online]. 2006, v. 19, n. 6. OLIVEIRA, A. R. S.; CRUZ, K. J. C.; FONTENELLE, L. C. et al. Obesidade. In: ROSSI, L.; POLTRONIERI, F. (org.). Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. p. 831-841 SANTOS, Ariane Silva. Interação fármaco-nutriente: uma revisão sistemática. 2018. SMCSD, Silva; MURA, J. D. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2ª edição. São Paulo (BR): Roca, 2011. WANDERLEY, EN.; FERREIRA, VA. Obesity: a plural perspective. Ciência & Saúde Coletiva, Diamantina-MG 15(1):185-194, 2010, Diamantina-MG OBRIGADO! image1.png image2.png image3.png image4.jpg image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.jpg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.png image18.jpeg image19.jpg image20.jpg image21.png