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Obesidade e Nutrição Clínica

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACID WYDEN
CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO
Estagiárias: Ana Virginia Batista da Silva
 Darliene Souza Feitoza Novais
 Haga Santana Costa dos Santos
 Maria Carolina dos Santos Vieira
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA
TERESINA – PI
2023
Preceptora: Maiara Jaianne Bezerra Leal 
 INTRODUÇÃO
Em geral, a obesidade é definida como uma condição resultante de um desequilíbrio no balanço energético que leva ao acúmulo excessivo de gordura corporal, caracterizado por valores de índice de massa corporal (IMC) iguais ou acima de 30 kg/m2. (ROSSI, 2019).
 INTRODUÇÃO
 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, países em desenvolvimento passaram por grandes modificações nos padrões de consumo alimentar, o que agravou o cenário epidemiológico de aumento na incidência de DCNT (MANCINI, 2020). 
O aumento do consumo de alimentos processados, com alta densidade energética e baixa densidade de nutrientes, em paralelo ao baixo consumo de frutas, verduras e legumes, associados à inatividade física, têm colaborado para a mudança do quadro epidemiológico nesses países, os quais incluem o Brasil, em que o percentual de indivíduos com excesso de peso supera o daqueles com déficit de peso (MANCINI, 2020). 
 INTRODUÇÃO
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS
Figura 1 – Histórico e projeção até 2025 da obesidade nos Estados Unidos, Inglaterra, Ilhas Maurício, Austrália e Brasil
Fonte: (CUPPARI, 2009)
 INTRODUÇÃO
FATORES 
AMBIENTAIS
SEDENTARISMO
PREDISPOSIÇÃO
GENÉTICA
HÁBITOS ALIMENTARES INADEQUADOS
ALTERAÇÃO NO CICLO
CIRCADIANO
DESREGULAÇÃO HORMONAL E METABÓLICA
PROGRESSO
TECNOLÓGICO
FATORES 
PSICOLÓGICOS
ESTRESSE CRÔNICO
 INTRODUÇÃO
Na obesidade, observa-se predomínio da via de hipertrofia dos adipócitos, o que está diretamente relacionado com um estado patológico do tecido adiposo branco. Essa hipertrofia torna o tecido adiposo visceral mais lipolítico e resistente à ação da insulina quando comparado ao subcutâneo (ROSSI, 2019).
Pré-adipócitos
Adipócito maduro
Angiogênese
Limite de expansão
Hipóxia e Inflamação
Hipertrofia
 INTRODUÇÃO
A produção excessiva de ácidos graxos não esterificados compromete o metabolismo hepático desse substrato, o que favorece a produção exacerbada de glicose, hiperinsulinemia e perfil lipídico aterogênico (ROSSI, 2019).
Associado a isso, o tecido adiposo visceral em obesos expressa e secreta adipocinas e citocinas com ação predominantemente inflamatória (ROSSI, 2019). 
 INTRODUÇÃO
O tratamento da obesidade exige, além da disciplina e motivação do indivíduo, para se adequar e se manter ao tratamento, o suporte de uma equipe multidisciplinar composta por educador físico, médico, nutricionista e psicólogo (SILVA; MURA, 2011).
O tratamento farmacológico pode ser usado para auxiliar a terapia nutricional a prevenir a progressão da doença para um estágio mais grave, devendo ser individualizado e realizado sob supervisão médica contínua e associado a modificações no estilo de vida (SILVA; MURA, 2011).
 INTRODUÇÃO
O plano alimentar adequado tem um importante papel na adesão do indivíduo ao tratamento. 
Os planos com restrições calóricas moderadas são os mais aconselhados, pois eles são capazes de suprir as necessidades calóricas mínimas fornecendo as quantidades adequadas de vitaminas e minerais. 
Aconselha-se reduzir, progressivamente, de 500 kcal a 1.000 kcal por dia. 
Neste plano, a energia da dieta prescrita não deve ser inferior a 1.200 kcal.
Fonte: (CUPPARI, 2009). 
 DESENVOLVIMENTO
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE E QUEIXA PRINCIPAL 
	Iniciais do nome	E.G.C.M
	Sexo	Masculino
	Idade	20 anos
	Ocupação	Estudante
	Procedência	Teresina – Piauí
	Religião	Católico
	Estado civil	Solteiro
	Grau de instrução	Nível técnico
	Tipo de consulta	Primeira consulta
	Diagnóstico clínico	Obesidade grau III
	Patologias associadas	Hipertensão e Cálculo Renal
	Queixa principal	Baixa auto estima e indisposição, por isso quer perder peso
 DESENVOLVIMENTO
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL 
O paciente relata que desde os 15 anos sente-se insatisfeito com o seu peso e que já chegou até a sofrer bullying na rua. No ano de 2019 chegou a pesar 123 kg e, por conta disso, tentou fazer dieta por conta própria. Começou reduzindo a quantidade dos alimentos e cortando o arroz, logo obteve uma perda de peso, mas ele não soube informar a quantidade. No ano de 2021 ele procurou tratamento com endócrino para conseguir perder peso e na ocasião o médico prescreveu um medicamento para ansiedade, porém não obteve sucesso no tratamento. 
 
 DESENVOLVIMENTO
HISTÓRIA FAMILIAR
Possui casos de alcoolismo, câncer, obesidade e hipertensão na família;
A sua tia é obesa e hipertensa; 
a sua avó é hipertensa;
o seu tio era alcoólatra e faleceu de câncer no esôfago;
 Todos os parentescos de 1° grau
 DESENVOLVIMENTO
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA
O paciente nasceu de parto normal, e não soube informar se teve alguma dificuldade para falar no primeiro ano de vida. Na infância ele teve síndrome nefrite, não soube informar sobre suas vacinas e hospitalizações. Não fez nenhuma cirurgia e diariamente faz uso do medicamento losartana de 10 mg. Não fuma e só faz uso de álcool uma vez ao mês, optando por ingerir vodka.
 
 DESENVOLVIMENTO
HISTÓRIA SOCIOECONÔMICA
O paciente reside com 04 pessoas em uma casa própria que é de alvenaria, possui piso de cerâmica e teto de telha;
Contém água encanada e a coleta de lixo no bairro se dá por 3 dias na semana;
A renda familiar provém do pai, que ganha até um salário, e da cunhada, que também ganha até um salário;
Tem como tabu alimentar a ingestão de café antes do banho.
 DESENVOLVIMENTO
EXAME FÍSICO/CLÍNICO
Paciente encontra-se em estado geral regular, afebril, orientado e eupneico. 
Figura 2 – Acantose Nigricans no paciente 
Fonte: Arquivo Pessoal 
Pele: Paciente possui acantose nigricans (resistência a insulina), que são manchas escuras na pele com textura grossa e aveludada, sem unhas quebradiças, não apresenta prurido e não possui queda de cabelos
 DESENVOLVIMENTO
EXAME FÍSICO/CLÍNICO
Boca e garganta: Paciente relata sangramento na gengiva, não sente dificuldade para deglutir, seu paladar é inalterado e possui todos os dentes da sua arcádia dentária.
Músculo esquelético: Paciente relata sentir cansaço nos músculos das pernas, não possui inchaço nas articulações e não tem limitações dos movimentos. 
Endócrino: Paciente diz sentir muita fome, sede mediana, muita sudorese e tem intolerância ao calor. 
Respiratório: Paciente eupneico, não apresenta problemas respiratórios.
 DESENVOLVIMENTO
EXAME FÍSICO/CLÍNICO
Cardiovascular: Paciente com pressão arterial 13/8 há 3 semanas atrás, não possui dor torácica.
Neurológico: Paciente tem o sistema nervoso inalterado, nunca teve paralisia, fraqueza, convulsões ou síncope.
Geniturinário: Paciente relata sentir dores ao urinar, urina de forma mediana ao longo do dia, não tem infecções.
 DESENVOLVIMENTO
EXAME FÍSICO/CLÍNICO
Hematológico: Paciente não possui anemia, não precisou receber sangue e nem tem contusões com facilidade.
Trato Gastrointestinal: Paciente com fezes tipo 3 de acordo com a escala de Bristol, não apresenta constipação, não tem náuseas, sem a presença de vômitos.
Figura 3 – Escala de Bristol
 DESENVOLVIMENTO
MEDICAMENTOS UTILIZADOS: INTERAÇÃO DROGA - NUTRIENTE 
	DROGA	CLASSE	DOSE	INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE	REFERÊNCIAS
	LOSARTANA	ANTI - HIPERTENSIVO	10 mg
1x/ DIA	Com suco de toranja tem aumento da meia vida do medicamento 	ARAÚJO et al., 2013
				Com alimentos que contêm potássio há risco de hipercalemia. 	SANTOS, 2018
 DESENVOLVIMENTO
ANAMNESE
	Preferência alimentar	Doces, frituras e salgados
	Aversão alimentar	Às frutas Mamão e Pêra
	Alergia ou intolerância	Possui suspeita de intolerância alimentar
	Horário de maior disposição alimentar	No turno da noite
	Consumo de líquidos	Menos de 500 ml/dia de água
	Funcionamento urinário	FrequenteFuncionamento intestinal	Não apresenta constipação
	Escala de Bristol	Tipo 03
	Etilismo	Uma vez ao mês, preferencialmente Vodka
 DESENVOLVIMENTO
ANAMNESE
	Tabagismo	Não fuma e não é ex-fumante 
	Consumo de sal	Um pacote de sal de 1kg dura cerca de um mês na casa para quatro pessoas, de acordo com o paciente.
	Consumo de óleo	Costumam utilizar até quatro litros de óleo por mês.
De acordo com a OMS, a quantidade de 8,33 g de sal consumida por pessoa está maior do que o recomendado, uma vez que pode ser até de 5,0 g/dia;
Segundo o Guia Alimentar Brasileiro, o consumo de óleo está bem acima do que é recomendado que é 8 ml/dia e nesse contexto o consumo está de 30 ml p/dia por pessoa.
 DESENVOLVIMENTO
INQUÉRITO ALIMENTAR
	DIETA HABITUAL			
	REFEIÇÃO/HORÁRIO	ALIMENTO	DESCRIÇÃO	QUANTIDADE
	Desjejum/Almoço
14 horas	Arroz
Frango	Branco
Frito/ Coxa
	5 colheres de servir
2 pedaços
	Lanche da Tarde
17 horas
	Arroz
Frango	Branco
Frito/ Peito	4 colheres de servir
1 pedaço
	Jantar 
20:30/ 21 horas	Arroz
Frango ou
Ovo	Branco
Cozido/ Peito
Frito	4 colheres de servir
1 pedaço
1 unidade
 DESENVOLVIMENTO
INQUÉRITO ALIMENTAR
	VET	MACRONUTRIENTE	KCAL	G/DIA	%
	 
2033,67
kcal
 	CHO	609,08	152,27	29,95
		PTN	739,24	184,81	36,35
		LIP	685,35	76,15	33,7
 DESENVOLVIMENTO
INQUÉRITO ALIMENTAR
	 	DIETA HABITUAL 	DIETA PRESCRITA	% ADEQ. E CLASSIF. DIETA HABITUAL
	VET (kcal)	2033,67 kcal	2027,44 kcal	 
	CHO (kcal)	609,08 kcal	1104,8 kcal	54,45% - Muito baixo padrão alimentar
	PTN (kcal)	739,24 kcal	445,08 kcal	181,75% - Excessivo padrão alimentar
	LIP (kcal)	685,35 kcal	477,63 kcal	134,8% - Excessivo padrão alimentar
	
ZINCO	12,81 mg	6,03 mg	116,45% - Adequado padrão alimentar
	MAGNÉSIO	170,95 mg	261,35 mg	42,73% - Muito baixo padrão alimentar
	CÁLCIO	143,02 mg	1183,56 mg	14,30% Muito baixo padrão alimentar
	SELÊNIO	111,06 mcg	51,2 mcg	201,92% - Excessivo padrão alimentar
	FIBRAS	3,63 g	31,72 g	18,15% - Muito baixo padrão alimentar
 DESENVOLVIMENTO
CARACTERIZAÇÃO DA DIETA HABITUAL
Nota-se que o paciente tem um consumo alimentar bem restrito, não tendo nenhuma variedade alimentar na sua dieta habitual. Os alimentos consumidos são basicamente os mesmos nas três refeições que o paciente faz durante o dia. Percebe-se um déficit no consumo de frutas, vegetais e fibras, podendo ser classificada como uma dieta monótona. Com relação às suas preferencias alimentares, ele relatou gostar de doces, frituras e gorduras. O consumo de sal e de óleo estão fora do recomendado, fator esse que pode estar agravando sua HAS. Observa-se também um excesso no consumo de lipídios e proteínas, que provavelmente estão sobrecarregando o rim do paciente e contribuindo para os cálculos renais, além da ingestão inadequada de água.
 DESENVOLVIMENTO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
O paciente não apresentou os exames bioquímicos, mas como ele encontra-se obeso, os exames solicitados seriam: hemoglobina; hematócrito; hemoglobina glicada; glicemia em jejum; colesterol total; triglicerídeos; lipídios totais; ureia; creatinina; TGO e TGP; TSH/T4; sódio; potássio e CPK.
EXAMES BIOQUÍMICOS
 DESENVOLVIMENTO
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
	AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA	VALOR	CLASSIFICAÇÃO	REFERÊNCIA
	PARÂMETROS	VALOR	CLASSIFICAÇÃO	REFERÊNCIA
	ALTURA	171 cm	-	-
	PESO ATUAL	119 kg	-	-
	PESO IDEAL	64,33 kg	-	-
	PESO AJUSTADO	73,37 kg	-	-
	IMC	40,75 kg/m²	Obesidade grau III	OMS, 2005
	C. PESCOÇO	44,5 cm	Obesidade grau III	-
	CB (cm e %)	38 cm e 123%	Obesidade	-
Balanço Energético (IN-1.2)
Ingestão de Líquidos (IN-3.1)
Balanço de Nutrientes (IN-5.5)
Ingestão de Lipídios e de Colesterol (IN-5.6.2)
Ingestão de Proteínas (IN-5.7.2)
Ingestão de Carboidratos e Fibras (IN-5.8.1 E IN-5.8.5)
Condição do Peso Corporal (NC-3.3.5)
Atividade Física e Função (CN-2.1)
 DESENVOLVIMENTO
DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL - ASBRAN
 TRATAMENTO DIETÉTICO
VIA, CONSISTÊNCIA E CARACTERISTICAS DA DIETA
	NUTRIENTES	RECOMENDAÇÃO	PRESCRIÇÃO		ADEQUAÇÃO
	Kcal	2035,25 kcal (FAO,2004)	2027,44 kcal		-
	CHO	55%	1104,8 kcal	276,2 g/dia	54,49 %
	PTN	20%	445,08 kcal	111,27 g/dia	21,95 %
	LIP	25%	477,63 kcal	53,07 g/dia	23,56 %
O paciente não possui problemas de deglutição e mastigação dos alimentos, sendo assim a dieta será por via oral e com consistência livre.
	% Adequação do CHO	99,07%	Adequado Padrão Alimentar
	% Adequação do PTN	109,75%	Adequado Padrão Alimentar
	% Adequação do LIP	94,24%	Adequado Padrão Alimentar
 TRATAMENTO DIETÉTICO
MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO
A hipomagnesemia presente em indivíduos obesos pode contribuir para a resistência à insulina nesses pacientes. O magnésio intracelular atua como cofator essencial de várias enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos, regulando a atividade daquelas que catalisam reações de fosforilação e atuando como parte do complexo Mg2+ - ATP (adenosina trifosfato), necessário para a ação de enzimas que participam da glicólise (COZZOLINO, 2016).
Assim, a concentração adequada de magnésio é relevante para a atividade da tirosina quinase do receptor de insulina e, consequentemente, para a autofosforilação da subunidade beta desse receptor e fosforilação dos seus substratos. (COZZOLINO, 2016)
 TRATAMENTO DIETÉTICO
MICRONUTRIENTE ANALISADO - MAGNÉSIO
	 	QUANTIDADE DE MAGNÉSIO (mg)	% ADEQUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
	DIETA HABITUAL	170,95 mg	42,73% - Muito baixo padrão alimentar
	DIETA PRESCRITA	261,35 mg	65,33%- Baixo padrão alimentar
Já que a RDA de magnésio para homens é de 400 a 420 mg/dia, foi orientado ao paciente a suplementação de 140 mg de Magnésio, pois por meio da dieta prescrita ele só conseguirá atingir 261,35 mg.
 TRATAMENTO DIETÉTICO
FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS
FIBRAS
ÁGUA
A quantidade adequada de fibras alimentares tem importante função na dieta para redução de obesidade (GOMES, 2020). 
Na dieta prescrita para o paciente foi adotado 31,72g/dia de fibras.
As recomendações informam que a ingestão hídrica é de 35 ml por kg de peso. 
De acordo com essa recomendação, o paciente necessita de 4,16 Litros/dia. 
 TRATAMENTO DIETÉTICO
FIBRAS, ÁGUA E ÁCIDOS GRAXOS
ÁCIDOS GRAXOS
O consumo verificado em estudos epidemiológicos é bastante variável (0,6 a 11,6G/dia de AAL) e entre os estudos de intervenção as dosagens de EPA e DHA variam de 0,47 a 4,2 g/dia. Em geral, esses estudos sugerem que a suplementação com ácidos graxos poli-insaturados da série n-3 exerce efeitos positivos apenas sobre os marcadores inflamatórios. 
Não obstante, a utilização desses lipídios para o tratamento da obesidade é interessante devido à intrínseca relação que há entre esses marcadores e o desenvolvimento da obesidade (SILVA; MURA, 2011). 
 TRATAMENTO DIETÉTICO
OBJETIVO DA DIETA
A dieta prescrita tem por objetivo principal a reeducação alimentar do paciente, para tirá-lo da rotina de uma dieta monótona e sem nutrientes, além da perda de peso, pois ele possui Obesidade Grau III. 
Ela foi montada de forma bem simples, com alimentos acessíveis considerando o grau socioeconômico e a seletividade alimentar do paciente. 
É uma dieta hipocalórica, normoglicidica, hiperproteica e normolipidica. 
O intuito de uma dieta hiperproteica é para que seja preservado a massa muscular do paciente nesse processo inicial de perda de peso.
 TRATAMENTO DIETÉTICO
 CARDÁPIO QUALITATIVO E QUANTITATIVO
	HORÁRIO/
REFEIÇÃO	PREPARAÇÃO	ALIMENTO	QUANTIDADE
	(7:30) Desjejum	Cuscuz de milho com chia
Ovos cozidos
Café preto adoçado com adoçante	-Cuscuz de milho
-Semente de chia
-Ovos
-Café preto	-200 g (1 pedaço médio)
-3g (1 colher de chá)
-90 g (2 unidades médias)
-50 ml (1 copo de cafezinho)
	(09:30) Lanche
da manhã	 
Maçã	 
-Maçã	 
-130g (1 unidade média)
 TRATAMENTO DIETÉTICO
	HORÁRIO/
REFEIÇÃO	PREPARAÇÃO	ALIMENTO	QUANTIDADE
	 
 
(13:30)
Almoço	Salada crua
Arroz branco
Feijão carioca (50% caldo/ 50% grão)
-eito de frango grelhado
Laranja
Azeite de oliva extravirgem (para a salada)	-Alface;
-Tomate;
- Cenoura ralada
-Pepino;
-Arroz branco;
-Feijão carioca;
-Peito de frango grelhado.
- Laranja- Azeite	-15g (1 unidade G)
-50g (1 fatia P)
-30g
- 30g
-120g (1 concha G cheia)
-90g (1 concha M cheia)
- 100 g(1 pedaço M)
- 90g (1 unidade P)
-2 g(1 colher de chá)
 
	HORÁRIO/
REFEIÇÃO	PREPARAÇÃO	ALIMENTO	QUANTIDADE
	(15:30) Lanche	 
Iogurte natural desnatado com castanha de caju e banana picada	- Iogurte Natural Desnatado
- Castanha de caju
- Banana	- 185 g (1 unidade)
- 15 g
- 55 g (1 unidade M)
	 
(19:00) Jantar	Salada verde
Macaxeira cozida
Omelete de Sardinha	- Alface
- Pepino
- Tomate
- Macaxeira
- Ovo
- Sardinha sem o óleo
 	- 15 g ( 1 folha G)
- 30g
- 30g
- 250 g ( 2 unidades G)
- 45 g ( 1 unidade M)
- 130 g ( 1 lata)
 TRATAMENTO DIETÉTICO
	HORÁRIO/
REFEIÇÃO	PREPARAÇÃO	ALIMENTO	QUANTIDADE
	(22:00)
Ceia	Vitamina de banana com aveia, linhaça e canela	- Leite em pó desnatado
- Banana
- Aveia
- Canela
- Linhaça	- 20g (2 colheres de sopa rasas)
- 55 g ( 1 unidade M)
- 15 g (1 colher de sopa)
- 4g ( 1 colher de sobremesa rasa)
- 3 g ( 1 colher de chá)
 
 
 TRATAMENTO DIETÉTICO
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA
Mastigar bem os alimentos para ajudar na saciedade;
Não assistir televisão ou usar o celular quando estiver se alimentando;
Consumir 4,16 litros de água por dia;
Evitar tomar café mais de duas vezes ao dia, pois é um estimulante e o excesso irá provocar ansiedade;
Consumir frutas e hortaliças;
Evitar o consumo de alimentos ultra processados;
As bebidas podem ser adoçadas com adoçante Stevia 100% (adoçante mais natural dentre os adoçantes, ao comprar verifique se na composição tem realmente apenas stevia, pois existem alguns que apresentam outras substâncias) ou açúcar do tipo demerara (1 col. de sobremesa). Mas se conseguir não usar adoçante e nem açúcar, apenas o sabor natural dos alimentos, melhor! Como estratégia você pode aos poucos ir reduzindo a ingestão de adoçante, até não sentir mais necessidade.
 TRATAMENTO DIETÉTICO
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA
Evitar consumo de margarinas e manteigas em excesso;
Optar por iogurte natural desnatado de apenas 2 ingredientes: leite e fermento;
Frango, peixe e carne devem ser assados no forno ou na grelha, não devem ser fritados com uso de óleo e no caso de serem cozidos, deve-se evitar usar óleo no preparo, ou usar o mínimo possível. Se não tiver como assar no forno ou grelha podem ser assados em frigideira antiaderente usando um pouco de água e azeite de oliva. Para obter um melhor sabor, pode-se fazer uso de temperos naturais como cebola, coentro, salsa, alho, dentre outros de preferência;
Sardinha geralmente é obtida enlatada, então quando for consumi-la descarte a conserva líquida e lave-a em água corrente de maneira cuidadosa para retirar o excesso do líquido da conserva. Porém se for possível consumi-los in natura, melhor ainda;
 TRATAMENTO DIETÉTICO
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA
As saladas devem ser regadas com azeite de oliva extravirgem;
Não ingerir líquidos durante as refeições, mas sim entre elas;
Tentar respeitar os horários ao máximo, mas não criar neuroses quanto a isso e evitar períodos longos de jejum;
Evitar alimentos gordurosos, doces, refrigerantes, salgadinhos e industrializados em geral, ou seja, alimentos que não estejam no plano alimentar;
Não exagerar na ingestão de sal, sempre controlar a quantidade e eliminar os temperos prontos ao preparar os alimentos. Use temperos naturais, como hortelã, cebolinha, cebola, alho, orégano, manjericão, coentro, limão, dentre outros de sua preferência. São opções saudáveis de temperos e são muito saborosos;
 TRATAMENTO DIETÉTICO
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA
Dormir bem;
Praticar exercícios físicos diariamente.
Temperar o frango, carne, peixe, ovos ou omelete com temperos naturais, deixando as preparações muito mais saborosas e apetitosas! Sugestões de temperos naturais: alho (em pó ou desidratado), cebola (fresca ou desidratada), cominho, curry, orégano, páprica, pimentas, coentro, cheiro verde, dentre outros. Pode usar os temperos de sua maior preferência!
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 CORRELAÇÃO DA PATOLOGIA COM O ESTILO DE VIDA
O paciente encontra-se muito acima do peso com diagnóstico de obesidade grau III. Observa-se que é uma pessoa sedentária, com um alto consumo de ultra processados, além de ter preferência alimentar por doces e gorduras. 
A sua dieta habitual é muito rica em gorduras, pobre em nutrientes, e com um baixo consumo de água, fatores que provocam o agravamento do seu quadro de obesidade, hipertensão e cálculo renal. 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 IMPORTÂNCIA DA DIETA PRESCRITA
A dieta prescrita tem por objetivo suprir as necessidades nutricionais do paciente e melhorar o seu estado nutricional. No que diz respeito à aderência, estratégias como a inclusão de alimentos de baixa densidade energética que possibilite o consumo de maior volume de alimentos (ricos em água e fibras e menos calóricos) pode contribuir para emagrecimento e manutenção da perda do peso, à medida que comer pequenos volumes resulta em insatisfação, menor sensação de saciedade e abandono do tratamento.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 CONTRIBUIÇAO DO ESTUDO PARA FUNDAMENTAÇAO DO EXERCICIO PROFISSIONAL
O presente caso clínico fez com que eu aprofundasse o meu conhecimento sobre a patologia e entendesse que até os menores fatores podem contribuir para a melhora do quadro de um paciente. Consegui compreender a importância não só dos macronutrientes e de um balanço energético negativo, como também dos micronutrientes e da devida atenção que deve ser dada a eles. Isso me ajudará no futuro exercício da profissão, pois terei um olhar mais criterioso para os futuros pacientes que se encontrarem em situações parecidas.
 REFERÊNCIAS
ARAÚJO, R. Q. et al. Análise das interações fármacos x nutrientes dentre os medicamentos mais prescritos em uma clínica geriátrica. Rev Bras Nutr Clin, v. 28, n. 4, p. 306-10, 2013.
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes Brasileiras de Obesidade. ABESO, 4ª edição. São Paulo, 2016
 
COZZOLINO, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de nutrientes. Editora Manole, 2016.
 
CUPPARI, Lílian. Nutrição clínica no adulto: Guias de medicina ambulatorial e hospitalar, UNIFESP-escola paulista de medicina. Rev Bras Nutr Clin, 2019.
 
 REFERÊNCIAS
CUPPARI, Lilian. Nutrição: nas doenças crônicas não-transmissíveis. In: Nutrição: nas doenças crônicas não-transmissíveis. 2009. p. 515-515.
 
 DE PAIVA SOUSA, Mickael et al. Influência do Magnésio e Cálcio sobre o Estresse Oxidativo na Obesidade. Research, Society and Development, v. 9, n. 1, p. e124911776-e124911776, 2020.
GOMES, Ana Karolyne Alves; MORAES, Rafael de Oliveira. O consumo das fibras no tratamento da obesidade. 2020.
 
MAGNO, Fernanda Cristina Carvalho Mattos et al. Macro e micronutrientes na orientação nutricional para obesidade. HU rev, p. 251-259, 2018.
MANCINI, Marcio C. Tratado de Obesidade.Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788527737142
 REFERÊNCIAS
Martin, Clayton Antunes et al. Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Revista de Nutrição [online]. 2006, v. 19, n. 6.
OLIVEIRA, A. R. S.; CRUZ, K. J. C.; FONTENELLE, L. C. et al. Obesidade. In: ROSSI, L.;
POLTRONIERI, F. (org.). Tratado de Nutrição e Dietoterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. p. 831-841
 
SANTOS, Ariane Silva. Interação fármaco-nutriente: uma revisão sistemática. 2018.
SMCSD, Silva; MURA, J. D. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2ª edição. São Paulo (BR): Roca, 2011.
WANDERLEY, EN.; FERREIRA, VA. Obesity: a plural perspective. Ciência & Saúde Coletiva, Diamantina-MG 15(1):185-194, 2010, Diamantina-MG
OBRIGADO!
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