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TEAM BASED LEARNING 3 TEXTO 1 No último Congresso Europeu de Obesidade em Glasgow, na Escócia, especialistas do mundo inteiro debateram sobre os novos cursos da doença e estratégias para seu controle. Infelizmente, números alarmantes e poucas novidades na prática diária! Para uma doença que atinge 19% dos brasileiros (54% estão acima do peso) e 700 milhões de indivíduos no mundo inteiro, existem poucos medicamentos disponíveis e ainda o agravante de ser uma doença causada pela interação de inúmeros fatores, o que dificulta o surgimento de uma “medicação ideal”. O ganho de peso se inicia a partir de um desequilíbrio dos estímulos ambientais (alimentação inadequada ou hipercalórica, baixa atividade física, stress, poucas horas de sono), fatores hormonais produzidos pelas células do trato gastrointestinal, fatores hormonais cerebrais (serotonina, dopamina, noradrenalina, gabapentina), influências genéticas e psicológicas. Todos esses sistemas se intercomunicam para regular os mecanismos da fome, da saciedade, da compulsão alimentar, as preferências individuais, o metabolismo, a queima calórica e o armazenamento de gordura. As pesquisas mais recentes ainda mostram mais um novo vilão que vem se associando aos fatores já conhecidos: as substâncias obesogênicas. Esses compostos químicos estão envolvidos no ganho de peso por estimular o acúmulo de gordura corporal (lipogênese) e alterar a homeostase apetite/saciedade. Os obesogênicos são encontrados no parabeno (usado para conservação de produtos), bifenóis (usados como resina, selante dentários, forro interno dos enlatados), organóides (desinfetantes). Especula-se que o contato frequente com essas substâncias gera tanto um desbalanço da flora intestinal como da sinalização hormonal para os centros da fome e saciedade, levando a uma alteração metabólica no “set point” do indivíduo e favorecendo o ganho de peso. A modificação de estilo de vida, baseada numa dieta saudável e equilibrada, pouco industrializada e processada, uma atividade física regular, boas horas de sono, diminuição ou controle do stress e diminuição do uso de medicamentos que estimulam o apetite, continuam sendo a base fundamental do sucesso do tratamento a curto e a longo prazo. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/obesidade-e-doenca-o- que-temos-de-novo/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/obesidade-e-doenca-o-que-temos-de-novo/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/obesidade-e-doenca-o-que-temos-de-novo/ TEXTO 2 Quando você está saboreando um alimento especialmente gostoso, tende a comer além do que seria necessário para repor suas necessidades energéticas. Antes que você se sinta culpado pela falta de controle, saiba que está apenas obedecendo ordens emanadas do seu cérebro, por meio de um circuito recentemente descoberto. Cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram no ser humano e em outros mamíferos a existência de um circuito cerebral que conecta a área onde as emoções são processadas à região que controla o apetite. Acredita-se que o sentido evolutivo desta conexão seja exatamente o de garantir que, uma vez diante de um alimento altamente palatável, você tenha estímulo para comer o máximo possível, acumulando calorias preciosas num ambiente onde você nunca tem certeza de quando vai encontrar sua próxima refeição. Desnecessário dizer que, num ambiente abundante de alimentos processados e ricos em calorias, o funcionamento desta via cerebral é um facilitador do desenvolvimento da obesidade e de suas consequências, tais como hipertensão, diabetes e alguns tipos de câncer. ... A descoberta do circuito cerebral que regula a alimentação hedônica (motivada pelo prazer) e de seu neurotransmissor, a nociceptina, abre a possibilidade de um combate mais eficaz contra a obesidade. Estudos em animais de experimentação nos quais a nociceptina é inibida revelam que estes perdem peso mesmo quando têm acesso a alimentos saborosos e hipercalóricos. A alimentação de ração normal (alimentação homeostática) destes animais não é afetada. Outros cientistas estudam o efeito da inibição da nociceptina na dependência química às drogas e em outros distúrbios do comportamento mediados em parte pelas mesmas vias envolvidas na alimentação hedônica. Os estudos em seres humanos ainda estão no início, mas trazem a esperança de que resultem em tratamentos mais eficazes que os disponíveis atualmente. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/nociceptina-a-nova- fronteira-no-combate-a-obesidade/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/nociceptina-a-nova-fronteira-no-combate-a-obesidade/ https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/nociceptina-a-nova-fronteira-no-combate-a-obesidade/ ATIVIDADES 1- Sobre a obesidade, assinale V para afirmativas verdadeiras e F para afirmativas falsas. ( ) A obesidade é uma doença poligênica e o aumento expressivo de sua prevalência nas últimas décadas é resultado principalmente de mudanças no “ambiente”, ou seja, aumento do consumo de alimentos altamente calóricos e diminuição do gasto energético pela atividade física. ( ) A chance de um indivíduo se tornar obeso na vida adulta é influenciada tanto pelo fato de ter sido uma criança obesa quanto pelo fato de ter pelo menos um dos pais obeso. ( ) Existem diferenças importantes entre os estoques de carboidrato, proteína e gordura no organismo. A primeira significativa e importante diferença é em relação à quantidade: o corpo humano é capaz de armazenar até 300 vezes mais calorias sob a forma de carboidrato (glicogênio) do que gordura. ( ) Os mecanismos fisiológicos de regulação da ingestão alimentar envolvem a sensação de fome, a sensação de prazer na ingestão de alimentos, a sensação de saciação e de saciedade. ( ) O desequilíbrio energético é determinado por um ou mais dos seguintes fatores, que atuam de forma conjugada ou alternada: aumento da ingestão alimentar, diminuição do gasto energético, aumento da capacidade de estocar gordura, diminuição da capacidade de oxidação das gorduras. A regulação normal dos mecanismos de fome e saciedade é feita sobretudo pela hipófise. Assinale a alternativa correta: a- F-F-V-F-V b- V-V-F-V-F c- V-F-F-F-V d- V-V-V-F-V 2- No núcleo arqueado, duas subpopulações de neurônios agem como sensores de primeira ordem para os sinais oriundos da periferia. Neurônios são ativados durante períodos de jejum ou quando os estoques periféricos de energia estão baixos, enquanto outros estão ativos em períodos pós- prandiais ou quando existem grandes estoques periféricos de energia. Qual alternativa explica de maneira correta a relação dos neurônios com os períodos de jejum ou pós prandiais? a- O manejo dos grupos de neurônios é feito predominantemente pela integração dos sinais produzidos pelos hormônios leptina e insulina, pelos hormônios do trato digestório e pela própria disponibilidade de nutrientes. b- Em períodos de jejum ou de carência de nutrientes, os níveis sanguíneos relativos de leptina e catecolaminas estão aumentados de modo que os receptores desses hormônios nos grupos de neurônios permanecem ocupados. c- Com a ingestão de alimentos, o estômago produz o hormônio peptídico ghrelina. Níveis crescentes de ghrelina no sangue atuam no hipotálamo e potencializam os efeitos orexígenos. d- Os baixos níveis de nutrientes promovem a inibição dos neurônios NPY e ativação dos neurônios POMC pela redução da liberação de grelina no estômago e diminuição de leptina e insulina no sangue. 3- O GLP-1 é secretado pelas células intestinais e liberado na circulação em resposta ao contato dos macronutrientes com a mucosa intestinal e aos reflexos neurais originados na parte superior do intestino. Com relação a função desse peptídeo, assinalea alternativa correta: a- O GLP-1 é um peptídio que tem meia-vida curta. Seus níveis na circulação se elevam no jejum e reduzem após as refeições. b- Indivíduos obesos e diabéticos têm maiores níveis séricos e elevações pós-prandiais de GLP-1, que melhoram com perda de peso. c- Receptores de GLP-1 são encontrados apenas no intestino, não possuindo ação no sistema nervoso. d- GLP-1 interfere no esvaziamento gástrico e na motilidade intestinal, aumentam a secreção de insulina, inibem a secreção de glucagon, e influenciam a homeostase de glicose. 4- Diversos hormônios participam da regulação, da formação e da distribuição do tecido adiposo. Eles interagem uns com os outros de diferentes maneiras e desse modo, podemos ter tanto hormônios com ações que levam a lipogênese como a lipólise. Sabendo disso, qual dos hormônios abaixo não está associado com a indução da lipólise? a- Insulina b- Hormônio GH c- Catecolaminas d- Cortisol 5- A busca pela homeostasia da ingestão alimentar ocorre a partir de um conjunto de reações químicas, hormonais e centrais no organismo vivo. Estas reações promovem o crescimento e o desenvolvimento do organismo através da ingestão de macronutrientes, do gasto energético, da termogênese dos alimentos e do balanço entre a síntese de hormônios que aumentam a atividade dos neurônios orexígenos e anorexígenos. MAIOR, Alex Souto. Regulação hormonal na ingestão alimentar: um breve relato. Medicina (Ribeirão Preto. Online), v. 45, n. 3, p. 303-309, 2012. Dos neurônios citados a seguir, qual não é classificado como anorexígeno: a- CART b- NPY c- POMC d- CCK 6- A obesidade pode ser definida como uma doença caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo consequência do balanço energético positivo e que acarreta repercussões à saúde, com perda importante na qualidade e no tempo de vida. Com relação a obesidade, analise as afirmativas abaixo: I- A Organização Mundial de Saúde classifica a obesidade baseando- se no índice de massa corporal definido pelo cálculo do peso corporal, em quilogramas, dividido pelo quadrado da altura, em metros quadrado e pelo risco de mortalidade associado. II- A OMS define a gravidade da obesidade em: grau I (moderado excesso de peso) quando o IMC entre 30 e 34,9 kg/m2), grau II (obesidade leve ou moderada) com IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 e obesidade grau III (obesidade mórbida) na qual IMC ultrapassa 40 kg/m². III- A distribuição da gordura corporal considera a sua localização. Há a obesidade central chamada de androide, em que o tecido adiposo localiza-se principalmente na parte superior do corpo, e a periférica chamada ginecoide, que predomina na parte inferior do corpo, quadril, nádega e coxa. Estão corretas as assinaladas em: a- II e III b- I e II c- I e III d- I, II e III 7- A obesidade é uma condição clínica crônica, de etiologia multifatorial, cujo tratamento envolve várias abordagens, tais como nutricional, medicamentosa e prática de exercícios físicos. No entanto, vários pacientes não respondem às manobras clínicas e terapêuticas, necessitando de uma intervenção mais eficaz, a cirúrgica. A intervenção cirúrgica no tratamento da obesidade teve seus primeiros estudos na década de 50. As primeiras técnicas consistiam em criar um grande efeito disabsortivo, efetuando a exclusão de grande parte do intestino delgado. Nos dias de hoje, novas técnicas surgiram e é imprescindível que a seleção dos pacientes seja cuidadosa e embasada em critérios que avaliem os riscos e benefícios da intervenção cirúrgica. DE MATTOS ZEVE, Jorge Luiz; NOVAIS, Poliana Oliveira; DE OLIVEIRA JÚNIOR, Nilvan. Técnicas em cirurgia bariátrica: uma revisão da literatura. Ciência Saúde, v. 5, n. 2, p. 132-40, 2012. Sobre a cirurgia bariátrica, assinale a alternativa correta: a- As cirurgias bariátricas restritivas são aquelas onde o órgão modificado é o estômago e visam provocar a redução do espaço para o alimento dentro da cavidade gástrica proporcionando ao paciente a sensação de saciedade e a diminuição da absorção de nutrientes devido à redução intestinal. b- A colocação do balão intragástrico é um procedimento endoscópico, e tem utilização reconhecida como método terapêutico restritivo, utilizado como auxiliar no preparo pré-operatório para outros procedimentos bariátricos. c- As cirurgias bariátricas mistas, são aquelas em que além do estômago, o intestino do paciente também é alterado. Provocam a diminuição da saciedade mas a não altera a extensão de absorção intestinal. d- As cirurgias bariátricas estão indicadas para as pessoas com índice de massa corporal >35 kg/m2, independentemente da presença de comorbidades ou com 25 a 35 kg/m2 com alguma comorbidade. 8- Considera-se sucesso no tratamento da obesidade a habilidade de atingir e manter uma perda de peso clinicamente útil, que resulte em efeitos benéficos sobre doenças associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão e dislipidemia. No tratamento da obesidade, uma meta de perda de peso considerada realista, segundo as diretrizes da Associação Brasileira de Obesidade (2016), seria: a- 5% a 10% do peso em 6 meses. b- 5% a 10% do peso em 2 meses. c- 2% a 5% do peso em 6 meses. d- 2% a 5% do peso em 10 meses. 9- O conhecimento do binômio saúde/ doença na perspectiva epidemiológica revela-se em condição necessária para entendermos a cadeia de causalidades, em que os agentes agressores interagem com nossa capacidade de reação para manter nossa homeostase ou instalar um processo infeccioso. Apenas a minoria das pessoas expostas a um microrganismo com potencial patogênico desenvolve infecção, principalmente quando consideramos a microbiota residente em nossos tecidos, e também, que as doenças infecciosas dependem tanto da resposta do hospedeiro quanto das características específicas dos microrganismos. PEREIRA, Milca Severino et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 250-257, 2005. Com base no texto acima, a alternativa que melhor explica a infecção hospitalar é: a- Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o nascimento como a herpes simples. b- Infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão do paciente ou que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção. c- Constada no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital. d- Adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando relacionada com a internação ou com procedimentos hospitalares. 10- Há muitos esforços das autoridades públicas visando a regulamentação das atividades de controle, a disseminação de informações por meio de cursos e manuais, como também esforços de associações de profissionais de saúde e outras entidades privadas que tem contribuído na formação, atualização e motivação do pessoal da área da saúde. Entretanto, é forçoso reconhecer que, embora necessário e valoroso esse esforço, seria tolo considerar que a atividade de controle de infecção hospitalar, produto do conjunto de aspectos técnico gerenciais e políticos envolvidos, poderia ser facilmente solucionável como uma ilha de excelência técnica em meio às condições contextuais e apesar da natureza total e interdependente do funcionamento de uma unidade hospitalar. PUCCINI, Paulo de Tarso. Perspectivas do controle da infecção hospitalar e as novas forças sociais em defesa da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 16, n. 7, p. 3043-3049, 2011. Sobre o controle das infecções no hospital, podemos afirmar que: a- Precauções de contato são, isoladamente, as ações mais importantespara a prevenção e controle das infecções hospitalares. b- Uma das principais medidas para controle das infecções hospitalares, que são um dos maiores problemas enfrentados por hospitais, é a higienização das mãos. c- A infecção hospitalar é considerada um grave problema para a saúde dos pacientes e para evita-la deve-se intensificar as medidas de limpeza e sanitização do ambiente, sendo essa a melhor solução para o controle das infecções. d- O uso de luvas dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam mucosas, sangue outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções. GABARITO