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Diabetes Mellitus: Definição e Controle

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Diabetes Mellitus 1
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Diabetes Mellitus 
Definição 
Síndrome metabólica caracterizada por uma deficiência de insulina 
absoluta ou relativa decorrente de:
Secreção deficiente de insulina pelo pâncreas e/ou ação deficiente da 
insulina nos tecidos (resistência à insulina)
Caracteriza-se por glicemia cronicamente elevada com distúrbio do 
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas.
Tipos
Tipo 1
Predomínio em idade  20 anos 
Deficiência absoluta de insulina (destruição das células Beta)
Indivíduo magro
Sintomas: polidipsia, poliúria, polifagia e emagrecimento 
Descompensação tipo cetoacidose 
Herança associada ao sist. HLA 
Diabetes Mellitus 2
Tipo 2
Predomínio em idade  40 anos 
Deficiência relativa + resistência à insulina 
Indivíduo geralmente obeso, sedentário e hipertenso 
Início insidioso, às vezes assintomático ou por complicações crônicas 
Descompensação tipo coma hiperosmolar 
Herança poligênica 
Terceira categoria: 
Lesões no pâncreas, endocrinopatias
Caracterizadas por excessos de hormônios que antagonizam a 
ação da insulina, diabetes induzido por medicamentos ou produtos 
químicos e infecções que destroem as células B GRH, cortisol, 
epinefrina, glucagon)
Avaliação Clínica de Idosos com Diabetes
Avaliar fatores de risco para doença aterosclerótica e presença de 
comorbidades 
Faça um histórico completo de medicação
Avalie o status funcional 
Triagem para síndromes geriátricas: uso de múltiplos medicamentos, 
depressão, comprometimento cognitivo, incontinência urinária, quedas , 
prejudiciais e dor crônica 
Avaliar a necessidade de educação sobre diabetes e apoio para 
autogestão, e se deve envolver um cuidador.
Monitorar risco macro e microvascular
Manter o peso adequado ( + atividade física)
Parar de fumar
Limitar a ingestão de gordura e carboidratos 
Tratar a hipertensão 
Diabetes Mellitus 3
Prevenir IM (ou seja, aspirina)
Tratar dislipidemia 
Avaliação oftalmológica no diagnóstico e 1x/ano 
Exame dos pés 1x/ano 
Teste para microalbuminúria no momento do diagnóstico e pelo menos 
anualmente a partir de então 
Saúde bucal
Esquema de vacinação 
Critérios diagnóstico de DM 
A1C / 6,5%
O teste deve ser realizado por meio de método rastreável ao método do 
DCCT e devidamente certificado pelo National Glycohemoglobin 
Standardization Program  NGSP
Glicemia de jejum >/ 126 mg/dL 
O período de jejum deve ser definido como ausência de ingestão 
calórica por pelo menos 8 horas. Na ausência de hiperglicemia 
comprovada, os resultados devem ser confirmados com a repetição 
dos testes.
Glicemia 2h após sobrecarga com 75g de glicose >/ 200 mg/dL 
Em teste oral de tolerância à glicose. Esse teste deverá ser conduzido 
com a ingestão de sobrecarga de 75 g de glicose anidra dissolvida em 
água em todos os indivíduos com glicemia de jejum entre 100 mg/dL e 
125 mg/dL 
Glicemia ao acaso >/ 200 mg/dL. 
Em pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, ou em crise 
hiperglicêmica 
OBS A positividade de qualquer um dos parâmetros diagnósticos descritos 
confirma o diagnóstico de diabetes. Na ausência de hiperglicemia comprovada, 
os resultados devem ser confirmados com a repetição dos testes, exceto no 
TTG e na hiperglicemia comprovada 
Diabetes Mellitus 4
Hemoglobina A1c
Reação não enzimática da glicose com hemoglobina que ocorre quando os 
níveis de glicose estão elevados 
Reflete a glicemia média do indivíduo no período de 2 a 3 meses que 
antecederam o exame 
Padrão - ouro no controle metabólico 
Metas Glicêmicas
Metas Adultos Crianças Idosos
Idosos com
algum
comprometido
Hemoglobina
glicada
Abaixo de 7% Abaixo de 7% Abaixo de 7,5% Abaixo de 8,5%
Glicemia de
jejum
70 a 130 mg/dL 80 a 130 mg/dL 90 a 150 mg/dL 90 a 150 mg/dL
Meta glicêmica 70 a 180 mg/dL 70 a 180 mg/dL 70 a 180 mg/dL 70 a 180 mg/dL
Pós-prandial Abaixo de 180
mg/dL
Abaixo de 180
mg/dL
Abaixo de 180
mg/dL
Abaixo de 180
mg/dL
Tempo no alvo Acima de 70% Acima de 70% Acima de 70% Acima de 70%
Hipoglicemias
No máximo 4%
de glicemias
abaixo de 70
mg/dL
No máximo 4%
de glicemias
abaixo de 70
mg/dL
No máximo 4%
de glicemias
abaixo de 70
mg/dL
No máximo 1%
de glicemias
abaixo de 70
mg/dL
O que é tempo no alvo?
Durante o Congresso Internacional de Tecnologias Avançadas para 
Tratar o Diabetes ATTD, em inglês), realizado em 2019, na Alemanha, 
os especialistas discutiram amplamente o Tempo no Alvo e chegaram a 
um novo conceito que visa avaliar o controle do diabetes. 
O tempo no alvo é o período que a pessoa fica dentro dos valores de 70 
a 180mg/dL de glicemia.
O recomendado é a pessoa com diabetes ficar acima de 70% do tempo 
dentro da faixa alvo (meta glicêmica).Com isso, o risco de desenvolver 
doenças cardiovasculares, retinopatia, doença renal, entre outras 
complicações, diminui.
Diabetes Mellitus 5
Controle de Glicemia 
Glicosímetros 
Medem o nível da glicemia atual 
Os digitais possuem memória de testes e arquivam as últimas medições 
que podem ser acessadas posteriormente 
Alguns tem recurso que possibilita programar alarmes para lembrar o 
horário da medição 
OBS atenção com medições desnecessárias - são desconfortáveis 
Sensor de glicose: 
O sensor de glicose não necessita de picadas constantes.
No centro do sensor, existe um filamento que atravessa a pele e entra 
em contato direto com o líquido do tecido subcutâneo, realizando em 
tempo real as medidas de glicose 
É possível conectar o sensor ao smartphone 
Tanto o sensor de glicose quanto o glicosímetro servem para identificar 
uma hiperglicemia ou hipoglicemia.
Abordagem não farmacológica
Terapia nutricional:
Aspectos quantitativos - quota calórica- e qualitativos - distribuição de 
macro e micronutrientes, devem ser levados em consideração 
Avaliar o IMC, a composição corporal, o grau de controle da glicose e a 
presença de comorbidades 
Avaliar o estado nutricional do paciente , se eutrófico, baixo peso ou 
excesso de peso, determinar a quota calórica → dietas normocalóricas, 
hipercalóricas ou hipocalóricas, respectivamente.
Recomenda-se dieta rica em fibras, com carboidratos complexos e de 
baixo índice glicêmico, com predominância de gorduras poli e 
monoinsaturadas, além de proteínas de alto valor biológico, na 
proporção 45% a 50% de carboidratos, de 25% a 30% de gorduras e 
15% a 25% de proteínas.
Diabetes Mellitus 6
Considerar as preferências alimentares ,os hábitos alimentares e o 
paladar da pessoa idosa
Tratamento Medicamentoso Ideal 
Simples (única tomada/ injeção)
Não aumente o peso
Pouca hipoglicemia 
Poucos efeitos colaterais 
Ajustável a função renal 
Ajustável na presença de ICC / DAC
Avaliar capacidade funcional sempre 
Grupos de Antidiabéticos Orais 
Secretagogos: estimulam o pâncreas a produzir insulina sulfonilureias, 
representadas pela gliclazida, glimepirida, glibenclamida e 
clorpropramida(as últimas em desuso ); e as glinidas, compostas pela 
repaglinida.
Sensibilizadores de insulina: melhoram a ação da insulina e têm como 
principais representantes a metformina e a pioglitazona.
Inibidores de SLGT2 ajudam a eliminar o excesso da glicose pelos rins, ao 
mesmo tempo que os protege. Nesse grupo estão a canaglifozina,a 
dapaglifozina e a empaglizozina.
GLP1 aumenta a produção de insulina e reduz a do glucagon -inibidores 
de DPP4, a linagliptina, a sitagliptina, a alogliptina e a evogliptina.
Temos substâncias que funcionam como GLP1 artificiais, a exemplo da 
semaglutida, única representante oral
Acarbose: retardam a absorção da glicose no intestino
Medicamentos híbridos: nos quais se encontram mais de um produto em 
um mesmo comprimido.
 
Tratamento Farmacológico 
Diabetes Mellitus 7
Metformina: primeira escolha em pacientes idosos funcionalmente 
independentes, com peso normal.
Na DRC leve a moderada  TFGe entre 30 e 60 mL/min/1,73 m2
TFGe igual ou inferior a 45 mL/min/1,73 m2  máximo de 1 g/ dia na 
forma de liberação lenta
TFG inferiores a 30 mL/min/1,73 m2, a droga deve ser suspensa.
Pode serprescrita para pacientes com insuficiência cardíaca IC ou 
hepática leve a moderada.
A droga pode causar diminuição dos níveis séricos de vitamina B12, por 
isso a dosagem de vitamina B12 periódica (pelo menos uma a duas 
vezes por ano) e imperiosa em uso continuo de metformina.
Sulfonilureias: 
Aumentam o risco de hipoglicemia, como a glibenclamida, 
principalmente nos pacientes com insuficiência renal e com baixa 
ingestão de alimentos e não deveriam ser prescritas para essa 
população.
 Podem causar ganho de peso e existem questionamentos sobre 
aumento no risco cardiovascular.
Glitazonas (pioglitazona): 
Podem ser utilizadas em idosos, especialmente naqueles com 
obesidade central, síndrome metabólica e dislipidemia aterogênica. 
Parecem diminuir o risco de DACV, especialmente o risco de 
recorrência de acidente vascular cerebral AVC isquêmico, mas 
aumentaram o risco de descompensação de IC grave; podem aumentar 
o risco de fraturas osteoporóticas 
Inibidores da dipeptidil peptidase-4 DPP4 Baixo risco de hipoglicemia e 
baixo potencial de interação medicamentosa e não causam ganho de peso.
 Não aumentam o risco de DACV, embora exista um questionamento em 
relação ao risco de IC com a saxagliptina.
Considera-se uma boa opção terapêutica nessa população, 
especialmente no subgrupo mais frágil. Vildagliptina ,Sitagliptina)
Agonistas do receptor de GLP1 (aGLP1
Diabetes Mellitus 8
Úteis no subgrupo de pacientes com sobrepeso e obesidade
Devem ser evitados nos idosos frágeis e com baixo peso. Baixo risco 
de hipoglicemia e diminuição da mortalidade por DACV geral e de AVC.
O custo elevado e eventos adversos (náuseas e vômitos) são fatores 
limitantes.
Apresentações injetáveis podem ser de uso diário ou semanal, 
favorecendo a aderência.
A formulação oral diária está aprovada
Inibidores de cotransportador de sódio/glicose 2 SGLT2: 
Baixo risco de hipoglicemia, uso VO.
Ajudam a diminuir o peso corporal, a PA e o acido úrico. Diminuem a 
progressão da doença renal, do DM, hospitalização por IC e a 
mortalidade por DACV geral, especialmente a custa da diminuição de 
morte por IC, o que os torna drogas de primeira escolha em pacientes 
com esse perfil clinico.
Aumento do risco de infecções urogenitais 
Insulina:
Hormônio fundamental para a vida. Produzida pelo pâncreas, a insulina 
permite que a glicose presente na circulação seja utilizada pelas células 
do corpo. Ao entrar na célula, a glicose pode ser usada como energia 
ou armazenada para uso posterior 
A combinação de resistência à insulina com a menor produção desse 
hormônio é o principal problema que leva à hiperglicemia 
A menor produção ou menor efeito dos hormônios intestinais, maior 
reabsorção de glicose pelos rins e maior produção de glicose pelo 
fígado contribuem para a condição
Insulinoterapia: requer boa acuidade visual, motora e cognitiva, ou que 
haja disponibilidade de familiares ou cuidadores bem treinados, o que 
pode ser um fator limitante se não ha disponibilidade.
Diabetes Mellitus 9
Aplicação da insulina:
Bomba de insulina: 
Programa a liberação das doses de insulina ao longo do dia, 
sempre de acordo com as necessidades do paciente
A bomba de insulina fica conectada ao corpo do paciente o 
tempo todo, podendo ser tirada em situações específicas, como 
um banho de mar (dependendo do modelo)
É importante a troca do cateter com regularidade, além de fazer 
a contagem de carboidratos para programar a quantidade de 
insulina adequada com base nas refeições 
Diabetes Mellitus 10
Canetas de aplicação:
As canetas permitem administrar doses menores de insulina 
com mais segurança. Alguns modelos contam com avisos 
sonoros quando a dose é aplicada. Interessante para quem tem 
baixa visão.
As canetas inteligentes se conectam ao smartphone e 
armazenam dados.
Elas podem se comunicar com os aparelhos que medem a 
glicose e, assim, gerar mais informações para o usuário e o 
médico.
Insulina em dose semanal: 
O próximo passo do tratamento diabetes será a insulina em dose 
semanal. 
Em estudo clínico, comparada à insulina de gludeca Tresiba®) em 
dose diária, a icodec mostrou superioridade no controle da 
hemoglobina glicada sem aumento da frequência de hipoglicemias. 
Outros benefícios são a redução do número de aplicações de 365 
para 52 ao ano e a maior satisfação das pessoas com o tratamento.
Pâncreas biônico:
NEJM anunciou o Bionic Pâncreas (iLet), um sistema de 
administração de insulina totalmente automático 
Tecnologia e saúde dos olhos:
O Phelcom Eyer é um retinógrafo portátil, desenvolvido e produzido 
no e Brasil que, integrado ao smartphone, faz imagens de retina de 
alta qualidade em poucos minutos, sem necessidade de dilatação 
da pupila. Simultaneamente, disponibiliza as imagens em um 
sistema na nuvem, permitindo o diagnóstico remoto e o resultado 
imediato.
Hipoglicemia 
Alterações metabólicas, fisiológicas e psicossociais relacionadas à idade 
colocam os idosos em maior risco de hipoglicemia 
Diabetes Mellitus 11
Os hormônios contrarreguladores, o melhor sistema de defesa do corpo 
contra a hipoglicemia, diminuem com a idade
Os sintomas autonômicos de hipoglicemia (sudorese, fome, taquicardia, 
etc.) sinais de alerta de perigo iminente também são diminuídos e podem 
levar ao desconhecimento da hipoglicemia .
O declínio cognitivo e psicomotor e a ausência de estímulos psicossociais 
podem sugerir a presença de demência em vez de hipoglicemia 
A polifarmácia e a má nutrição também exarcebam o risco de hipoglicemia 
dos idosos
Leve: glicemia entre 55 mg/dL e 70 mg/dL 
Moderada: glicemia abaixo de 55 mg/dL 
Grave: (independentemente do valor) caracterizada por alterações mentais 
ou estado físico que exijam assistência para reverter.
Conclusões 
A maneira mais eficaz de prevenção do DM2 é por meio da mudança do 
estilo de vida.
A dieta adequada, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo, o 
aumento na atividade física e a perda de peso nos pacientes com 
obesidade são imprescindíveis 
No estudo Diabetes Prevention Program DPP, principal estudo de 
prevenção do
DM2, 20% dos pacientes tinham 60 anos de idade ou mais. Nesse 
subgrupo, a mudança intensiva de estilo de vida, com 30 minutos de 
exercício físico aeróbico cinco vezes por semana, restrição calórica de 500 
kcal por dia e perda de 5% a 7% do peso corporal, foi muito superior ao 
tratamento com metformina 71% vs. 11%.

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