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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Conceituar pedagogia, educação e didática. 
 > Identificar os principais momentos históricos que constituíram os modelos 
didáticos contemporâneos. 
 > Relacionar os modelos didáticos com a práxis cotidiana e suas aplicações. 
Introdução
Nas sociedades letradas, a escola é a instituição responsável por realizar ações 
educativas que visam oportunizar aos educandos acesso aos conhecimentos 
construídos pela humanidade. Porém, a educação escolar não ocorre da mesma 
maneira em todos os contextos. Para que ela seja efetiva nas diferentes realidades 
em que as ações educativas são desenvolvidas, é preciso que se tenha clareza 
quanto às finalidades da educação e ao tipo de indivíduo que se pretende formar. 
Pois a investigação acerca das finalidades da educação em diferentes contextos 
cabe à pedagogia.
Uma vez identificadas essas finalidades, é papel da escola promover a apren-
dizagem de todos os alunos. É à didática, um dos ramos de estudo da pedagogia, 
a responsável por encontrar as metodologias mais adequadas para que apren-
dizagem ocorra. 
Neste capítulo, você verá as definições de pedagogia, educação e didática, 
percebendo como esses três conceitos se interrelacionam. Identificará os principais 
momentos históricos que constituíram os modelos didáticos contemporâneos e 
acompanhará como eles são implementados nas práticas pedagógicas cotidianas. 
Didática e
aprendizagem
Maria Elena Roman de Oliveira Toledo
Pedagogia, educação e didática
Quando pensamos em educação, é bem provável que a primeira ideia que nos 
venha à cabeça seja da educação oferecida na escola. Contudo, o conceito 
de educação é bem mais amplo e abrange outras instâncias que não apenas 
a escolar. 
Educação é um conceito amplo que se refere ao processo de desenvolvimento 
unilateral da personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas — 
físicas, morais, intelectuais, estéticas — tendo em vista a orientação da atividade 
humana na sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações 
sociais (LIBÂNEO, 2006, p. 22).
Sendo assim, a educação ocorre em espaços variados, como no interior 
da família, nas instituições religiosas, nos sindicatos, nas ações de bairro, 
nas empresas, etc. 
Nas sociedades letradas (usuárias da leitura e da escrita), cabe à escola o 
papel de possibilitar aos indivíduos o acesso às experiências já vivenciadas 
e aos conhecimentos já construídos pela humanidade. O que diferencia a 
educação escolar dos outros tipos de educação é sua intencionalidade e 
o fato de adotar práticas sistematizadas e com alto grau de organização. A 
escola assume diferentes características e arranjos para atender aos inte-
resses decorrentes das formas de organização social. As práticas educativas 
desenvolvidas na escola são determinadas pelos fatores políticos, históricos 
e econômicos da sociedade na qual são desenvolvidas (LIBÂNEO, 2006).
A influência desses fatores nas práticas educativas pode ser percebida ao 
percorremos diferentes momentos históricos de nosso país. No período que 
precedeu a industrialização brasileira, a maioria da polução era constituída 
por analfabetos. Quando a indústria começou a demandar uma mão de obra 
mais qualificada, a educação passou a ser mais valorizada e as oportunidades 
educativas ampliadas. 
Outro exemplo diz respeito à década de 1960. Os primeiros anos da 
década foram caracterizados pela efervescência das ideias de Paulo Freire 
e sua pedagogia libertadora, que via a educação como instrumento de 
conscientização dos indivíduos e, por consequência, de transformação 
social. Em 1964, ocorreu o golpe que marcou o início da Ditadura Militar. 
Para um governo ditatorial, não interessava a conscientização dos indiví-
duos. Nesse período, o governo passou a controlar as ações educativas no 
país, impedindo a disseminação de qualquer modelo didático dotado de 
criticidade (RIBEIRO, 1997).
Didática e aprendizagem2
Em diferentes momentos, a efetividade das práticas educativas requer 
clareza sobre as finalidades e os meios para a realização do processo edu-
cativo, de acordo com o tipo de ser humano que se deseja formar e o tipo 
de sociedade almejadas. Essa orientação cabe à pedagogia, como teoria e 
prática dos processos educativos. 
O papel da pedagogia nos processos educativos
A pedagogia é a ciência que estuda o fenômeno educativo em toda a sua com-
plexidade, visando orientar a realização de práticas educativas coerentes com a 
formação cidadã e a sociedade desejadas. A palavra “pedagogia” tem sua origem no 
grego antigo e signica “direção ou educação de crianças” (CORDEIRO, 2007, p. 18). 
De acordo com Libâneo (2006), a pedagogia é um campo de conhecimentos 
que investiga a natureza das finalidades da educação em determinado con-
texto social e os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo 
em vista sua inserção efetiva na vida social. Em outras palavras, é papel da 
pedagogia assegurar aos indivíduos de determinada sociedade a aquisição 
dos conhecimentos e das experiências acumuladas pela humanidade, de 
maneira que se vejam aptos a satisfazer as exigências impostas pelo contexto 
no qual estão inseridos. Já segundo Franco (2003), mais do que atender às 
demandas impostas pela sociedade, a pedagogia é uma ciência que deve ter 
por finalidade a mediação da práxis educacional, visando a humanização e a 
emancipação dos sujeitos, para que possam apreender e reconstruir a cultura, 
exercendo efetivamente a cidadania. 
As investigações realizadas pela pedagogia contam com o auxílio de ramos 
próprios de estudo (teoria da educação, didática, organização escolar, histó-
ria da educação e história da pedagogia, por exemplo) e de outras ciências 
(filosofia da educação, sociologia da educação, psicologia da educação, entre 
outras) para a melhor compreensão dos objetos de estudo. 
Para compreender o papel da didática na formação inicial de profes-
sores, consulte o artigo “Didática na formação inicial de professores: 
concepções e práticas de professores formadores na visão de estudantes” 
(CRUZ et al., 2017).
Os estudos em pedagogia têm um papel fundamental na formação docente, 
na medida em que oportunizam a compreensão dos fenômenos educativos, 
sobretudo no ambiente escolar. Essa formação deve ser crítica e reflexiva, 
Didática e aprendizagem 3
permitindo que os futuros professores compreendam a complexa pluralidade 
do âmbito educacional e a necessidade de promover a aprendizagem dos 
alunos para uma leitura crítica do mundo (FRANCO, 2003).
A compreensão dos fenômenos educativos em sua totalidade demanda, por 
parte dos futuros pedagogos, a identificação dos fatores sociais e políticos que 
influenciam as práticas educativas e a percepção do papel desempenhado pela 
escola em um contexto social, histórico e cultural determinado. Demanda tam-
bém o conhecimento dos processos cognitivos que determinam os percursos de 
aprendizagem, facilitando a organização de conteúdos, tempos e espaços escolares 
para que os alunos possam efetivamente construir novos saberes (LIBÂNEO, 2006). 
Nas sociedades letradas, o papel da escola é promover a aprendizagem 
de todos os alunos. Para que isso aconteça, os conhecimentos pedagógicos 
são fundamentais. Ao compreenderem os fatores sociais e políticos que 
interferem nas práticas educativas e como se dá a aprendizagem humana, 
os professores podem propor situações educativas adequadas às diferentes 
realidades e às diferentes demandas dos alunos. 
A didática como o principal ramo de estudos
da pedagogia
A didática é o ramo de estudos mais importante da pedagogia, constituindo 
um campo do conhecimento pedagógico que contempla os conteúdos do 
ensino e os processos próprios para a construção do conhecimento. De acordo 
com Cordeiro (2007), a palavra “didática” vem do grego didasko, que signica 
ensinar ou instruir. Para o autor, a didática constitui um conjunto de preceitos 
cientícos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la eciente.Ela está intimamente relacionada aos outros ramos de estudo da pedagogia 
e às ciências que a auxiliam na compreensão do seu objeto de estudo, como a 
teoria da educação, a teoria da organização escolar, a teoria do conhecimento 
e a psicologia da educação. Enquanto a pedagogia pode ser conceituada a 
ciência e a arte da educação, a didática pode ser definida como a ciência e a 
arte do ensino (HAYDT, 2011). Como pontos em comum, a didática e a pedagogia 
têm, sob o ponto de vista etimológico, o sentido de transmissão, orientação, 
condução, guia, direção e transporte (CORDEIRO, 2007). 
O objeto de estudo da didática é o ensino, ou seja, as atividades educativas 
caracterizadas por seu objetivo ou propósito de promover a aprendizagem. 
Os conhecimentos didáticos partem do pressuposto de que, entre diferentes 
maneiras de ensinar, é possível escolher aquelas capazes de promover uma 
aprendizagem mais efetiva e significativa. Sendo assim, “[...] tem cabido à 
Didática e aprendizagem4
didática a função de propor os melhores meios para tornar possíveis, efetivos 
e eficientes esse ensino e essa aprendizagem” (CORDEIRO, 2007, p. 33). 
Para o cumprimento do seu papel, cabe à didática três papeis básicos 
(LIBÂNEO, 2006):
 � converter os objetivos sociais, políticos e pedagógicos em objetivos 
de ensino; 
 � selecionar os conteúdos e as metodologias mais adequados para que 
os objetivos pedagógicos sejam cumpridos;
 � estabelecer relações entre ensino e aprendizagem visando o desen-
volvimento pleno de todos os alunos.
A didática trata da teoria geral do ensino, independentemente da área de 
conhecimento que está sendo trabalhada. As especificidades dos diferentes 
componentes curriculares são contempladas pelas metodologias específicas, 
que abordam os conteúdos próprios de cada disciplina curricular. Ainda assim, 
a didática busca generalizar para todos os componentes curriculares, sem 
prejuízo das especificidades metodológicas de cada um, o que é comum e 
fundamental no processo educativo escolar. 
Evolução histórica da didática
A história da didática está intimamente relacionada ao aparecimento do ensino 
como a atividade intencional e planejada dedicada à instrução. Há indícios 
de que desde os tempos mais remotos formas elementares de instrução e 
de aprendizagem estiveram presentes na história da humanidade. Como 
exemplo, podemos citar os rituais de iniciação dos jovens para ingresso no 
mundo adulto, praticados em sociedades primitivas, que podem ser consi-
derados um tipo de ação pedagógica, embora desprovida de qualquer tipo 
de preocupação didática (LIBÂNEO, 2006).
Na Antiguidade Clássica e no período medieval, também foram desenvolvidas 
formas de ação pedagógica em diferentes espaços, como escolas, mosteiros, 
igrejas e universidades. Contudo, até meados do século XVII não se pode falar em 
didática como teoria do ensino, pela inexistência até então de estudos científicos 
sobre as formas mais adequadas. O termo “didática” começou a ser delineado 
quando adultos começaram a intervir nos processos de aprendizagem de crianças 
e jovens, mediante a proposição de ações planejadas de ensino (LIBÂNEO, 2006).
A formação da teoria didática como modo de investigação das relações 
entre o ensino e a aprendizagem ocorreu no século XVII, quando João Amós 
Didática e aprendizagem 5
Comênio (1592–1670) escreveu a primeira obra clássica sobre o tema: sua 
Didactica Magna foi considerada a referência fundacional da reflexão siste-
mática sobre as questões da didática (CANDAU; KOFF, 2015).
Comênio é considerado o primeiro grande nome da moderna história 
da educação. Ele foi um pastor protestante checo que dedicou boa 
parte de sua vida à escrita da Didactica Magna, obra que marcou o início da 
sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. 
Em sua obra, Comênio buscou realizar uma racionalização de todas as ações 
educativas, indo da teoria à prática da sala de aula. Na perspectiva do autor, 
as práticas escolares deveriam imitar os processos da natureza e, assim, os 
interesses das crianças deveriam ser contemplados no estabelecimento de 
relações entre o professor e os alunos. Suas ideias foram extremamente inova-
doras para a época, sobretudo por defenderem a profissionalização docente e 
a organização do currículo e dos turnos escolares levando em conta os limites 
do corpo e as necessidades tanto dos professores quanto dos alunos.
Figura 1. Baixo-relevo na fachada de uma escola na cidade de Dolany, República Checa, 
retratando Comênio, à esquerda.
Fonte: Relief... (2005, documento on-line).
Em sua obra, Comênio demonstrou a pretensão de criar um método uni-
versal e invariável, capaz de orientar o professor no seu trabalho. A ideia era 
criar um método capaz de fazer os professores ensinarem menos e os alunos 
aprenderem mais. Desse modo, na obra de Comênio o professor é visto:
[...] como um profissional especializado que, por meio do seu longo aprendizado e 
da sua experiência, seria capaz de dominar seu ofício e de realizá-lo com compe-
tência. Assim, o professor é visto como alguém que conhece e domina a profissão 
(CORDEIRO, 2007, p. 17).
À profissão docente, na perspectiva adotada, era atribuída uma natureza 
muito diferente das demais, na medida em que seu exercício envolvia um 
Didática e aprendizagem6
conjunto de objetivos e de atributos dos seus praticantes que a levariam a se 
aproximar do status de “missão”. A atribuição do caráter de missão à profissão 
docente decorre, de um lado, da religiosidade de Comênio e, de outro, da própria 
origem da escola no mundo ocidental, ligada a estabelecimentos religiosos. 
Apesar do caráter inovador de sua obra, Comênio não conseguiu romper 
com algumas ideias sobre o ensino bastante enraizadas em sua época. O 
caráter transmissor e único das práticas educativas foi mantido, embora ele 
tenha proposto a observação e as experiências sensoriais como elementos 
fundamentais para a aprendizagem, bem como o respeito às diferentes etapas 
do desenvolvimento infantil (LIBÂNEO, 2006).
Entre os fatores que contribuíram para a necessidade de revisão das prá-
ticas educativas, estavam as mudanças ocorridas nas formas de produção, o 
desenvolvimento da ciência e da cultura, bem como a diminuição do poder da 
nobreza e do clero e o consequente aumento do poder da burguesia. Tudo isso 
levou a um ensino mais adequado às exigências práticas da produção e dos 
negócios, que ao mesmo tempo pudesse contemplar o livre desenvolvimento 
das capacidades e interesses individuais. 
De acordo com Castro (1991), o suíço Jean-Jacques Rousseau (1712–1778) 
foi responsável por uma grande revolução didática. Embora não tenha sido 
um sistematizador da educação, sua obra deu origem a um novo conceito 
de infância. Rousseau colocou em evidência a natureza infantil e propôs 
um método de ensino natural adequado às especificidades desse período, 
exercido sem pressa e sem livros. 
As ideias de Rousseau foram empreendidas por outros pensadores, tal 
como seu conterrâneo Johann Heinrich Pestalozzi (1746–1827), que atribuiu 
ao ensino um papel fundamental na promoção do desenvolvimento humano 
e dedicou-se à educação de crianças pobres em instituições dirigidas por ele 
próprio (FRANCO, 2003). 
Na visão de Pestalozzi, o método intuitivo assumia grande importância. 
Nesse método, os alunos aprendem observando e analisando os fenômenos da 
natureza e utilizando suas capacidades de linguagem como instrumento para 
a expressão dos resultados obtidos (LIBÂNEO, 2006).
Muitos outros pedagogos foram influenciados pelas ideias de Comênio, Rousseau 
e Pestalozzi, dentre os quais podemos destacar Johann Friedrich Herbart (1776–1841). 
Herbart, desejava criar uma pedagogia científica, fortemente influenciada por seus 
conhecimentos de filosofia e psicologia. Ele defendia a ideia da educação como 
instrução e destacava a importância dos aspectos metodológicos em sua obra 
(FRANCO, 2003). Herbart foi e continua sendo fonte de inspiração para as pedagogias 
conservadoras,que veem a moralidade como fim da educação (LIBÂNEO, 2006).
Didática e aprendizagem 7
As ideias de Comênio, Rousseau, Pestalozzi e Herbart, dentre outros teó-
ricos da didática, constituíram as bases do pensamento pedagógico europeu, 
que foi difundido por todo o mundo e que demarcou as concepções pedagó-
gicas hoje conhecidas sob os rótulos de pedagogia tradicional e pedagogia 
renovada (LIBÂNEO, 2006).
Na pedagogia tradicional, há a preponderância da ação de agentes externos 
na formação dos indivíduos. O primado recai sobre o objeto de conhecimento 
que deve ser transmitido pelo professor aos alunos. O ensino consiste na 
impressão de imagens na mente dos alunos, ora propiciada pelas palavras 
do professor, ora pelas experiências sensoriais (HAYDT, 2011).
Por sua vez, o movimento de renovação da educação, inspirado, sobretudo, 
pelas ideias de Rousseau, desenvolveu-se como tendência pedagógica no 
início do século XX. A pedagogia renovada valoriza a criança como agente 
da aprendizagem e como sujeito do seu próprio desenvolvimento. Como tal, 
a liberdade, a iniciativa e os interesses infantis são valorizados. O processo 
educacional, nessa perspectiva, recebe tratamento científico, para que possa 
ser adequado às diferentes etapas do desenvolvimento psicológico e biológico 
dos educandos. O ensino passa a ser pensado de maneira individualizada, para 
que possa respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem (LIBÂNEO, 2006).
Modelos didáticos e práxis cotidiana
Estudos dedicados à história da didática no Brasil, a seu campo de conhe-
cimentos e às suas relações com as tendências pedagógicas revelaram a 
existência de dois grupos de tendências pedagógicas no país, sendo um deles 
de cunho liberal (formado pela pedagogia tradicional, pedagogia renovada-
-progressista, renovada não diretiva e tecnicista) e o outro de cunho progres-
sista (pedagogia libertadora, pedagogia libertária e pedagogia crítico-social 
dos conteúdos) (LIBÂNEO, 2006). 
As pedagogias liberais constituem manifestações da doutrina liberal, tendo 
como pressuposto básico a predominância da liberdade e dos interesses 
individuais na sociedade. Já as pedagogias de cunho progressista partem de 
uma análise crítica das realidades sociais e sustentam de forma implícita as 
finalidades sociopolíticas da educação (HAYDT, 2011).
José Carlos Libâneo (1985), um dos mais importantes estudiosos da didática, 
analisou e caracterizou as diferentes tendências pedagógicas a partir do enfoque 
de seis aspectos: papel da escola, conteúdos de ensino, métodos, relacionamento 
professor–aluno, pressupostos de aprendizagem e manifestações na prática 
escolar (HAYDT, 2011). O resultado dessa análise está sintetizado no Quadro 1.
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Didática e aprendizagem12
Para ampliar seus conhecimentos sobre as diferentes tendências 
pedagógicas na história da educação brasileira, consulte o artigo 
“Tendências pedagógicas: perspectivas históricas e reflexões para a educação 
brasileira” (SILVA, 2018). 
Como é possível perceber, as práticas educativas não se reduzem apenas 
aos aspectos pedagógicos, estando submetidas também às funções que 
lhe são dadas pela sociedade em que estão sendo desenvolvidas. Diferen-
tes funções atribuídas à escola determinam distintas visões sobre o papel 
dessa instituição, sobre a própria aprendizagem, a relação professor–aluno, 
as metodologias de ensino e, consequentemente, a adoção de diferentes 
configurações nas práticas educativas. 
Cabe ao professor ter muita clareza quanto ao tipo de ser humano e cidadão 
que deseja formar e quanto ao desenvolvimento de qual tipo de sociedade 
quer contribuir, para que possa organizar suas práticas educativas de modo 
a agir de maneira coerente com o que é pretendido. Assim, um professor que 
almeja formar um sujeito crítico e participante, capaz de contribuir para uma 
sociedade mais justa e igualitária, por exemplo, não pode ocupar o papel de 
transmissor de conhecimentos, nem exigir de seus educandos a passividade 
na recepção dos conteúdos e a reprodução literal do que foi ensinado nos 
momentos de avaliação. 
Referências
CANDAU, V. M. F.; KOFF, A. M. N. S. e. A didática hoje: reinventando caminhos. Edu-
cação & Realidade, v. 40, n. 2, p. 329–348, abr./jun. 2015. Disponível em: https://doi.
org/10.1590/2175-623646058. Acesso em: 23 mar. 2021. 
CASTRO, A. D. A trajetória histórica da didática. São Paulo: FDE, 1991. (Série Ideias, 11).
CORDEIRO, J. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.
CRUZ, G. B. da et al. Didática na formação inicial de professores: concepções e práticas 
de professores formadores na visão de estudantes. Revista Internacional de Formação 
de Professores, p. 3–17, dez. 2017. 
FRANCO, M. A. S. Pedagogia como ciência da educação. Campinas: Papirus, 2003. 
HAYDT, R. C. C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2011. 
LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos con-
teúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2006.
RELIEF Komensky. In: WIKIMEDIA Commons. [S. l.: s. n.], 2005. Disponível em: https://
commons.wikimedia.org/wiki/File:Relief_Komensky.jpg. Acesso em: 23 mar. 2021.
Didática e aprendizagem 13
RIBEIRO, V. M. M. (coord.). Educação de jovens e adultos: proposta curricular para o 
1º segmento do ensino fundamental. São Paulo: Ação Educativa; Brasília: MEC, 1997. 
SILVA, A. G. Tendências pedagógicas: perspectivas históricas e reflexões para a edu-
cação brasileira. Unoesc & Ciência, v. 9, n. 1, p. 97–106, jan./jun. 2018. Disponível em: 
https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/achs/article/download/14257/pdf. Acesso 
em: 23 mar. 2021.
Leituras recomendadas
CANDAU, V. M. (org.). A didática em questão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
QUEIROZ, C. T. A. P. de; MOITA, F. M. G. da S. C. Fundamentos sócio-filosóficos da educação. 
Campina Grande: UEPB; Natal: UFRN, 2017. 
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantementemudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Didática e aprendizagem14

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