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LIÇÃO DE NÚMERO 5 PROMESSA E REALIZAÇÃO (Extraída da Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense – Ano 20 – nº 81 – 2T2024, com diversos Comentários Bíblicos e Notas Pessoais) APRESENTAÇÃO E ABERTURA Olá! Graça e paz da parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Amém! Você que nos assiste e nos acompanha seja muito bem-vindo, você está no Canal Beit Sêfer Escola Bíblica à distância. E eu estou muito feliz pela sua audiência e grato a Deus por todos que nos assistem e nos acompanham. Nós estamos estudando a Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense cujo tema central neste trimestre é: Atos da Igreja Primitiva – Estudando atos e os relatos da Igreja Primitiva. Hoje na Lição de número 5 o tema será: Promessa e Realização. INTRODUÇÃO Lucas, em Atos dos Apóstolos, registra uma experiência duradoura e impactante. O livro descreve a descida do Espírito Santo durante a festa de Pentecostes, marcando um novo capítulo poucos dias após a ascensão de Jesus ao céu. Depois de terminarem os dias de espera, o Espírito Santo veio sobre o grupo reunido dos discípulos de modo inédito, acompanhado de sinais sobrenaturais e fazendo com que irrompessem em louvores a Deus em línguas diferentes das suas próprias. Na medida em que os discípulos saíam para as ruas, a sua atividade estranha atraía a atenção das pessoas que ficaram atônitas com aquilo que ouviram. Muitas ficaram assombradas, mas algumas estavam dispostas a buscar uma explicação racionalista e algo desonrosa daquilo que acontecia1. Para dar início ao nosso estudo eu convido você a abrir e acompanhar com a sua Bíblia a leitura em vamos ler a Bíblia em Atos 2.1-2 (VIVA) – “SETE SEMANAS já se haviam passado desde a morte e a ressurreição de Jesus, e com isto chegou o Dia de Pentecoste. Quando os crentes se reuniram naquele dia, 2 de repente apareceu um som semelhante ao rugido de um poderoso vendaval no céu por cima deles, e aquilo encheu a casa onde estavam reunidos” DESENVOLVIMENTO A descida do Espírito Santo é vital para a realização da obra de salvação na história, pois Ele quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo; assim como na missão que a igreja tem, de fazer discípulos de todas as nações. Sem o Espírito Santo não há arrependimento. Sem o Espírito Santo não há entendimento das Escrituras, a Palavra de Deus. Se não há arrependimento e entendimento da Palavra, então não há fé no Senhor. Dependemos totalmente do Espírito Santo, tanto como servos, individualmente neste mundo com as nossas lutas contra o pecado e o inimigo das nossas almas e para consolo e conforto nas nossas necessidades; quanto como Igreja no cumprir a missão de fazer discípulos. 1. A PROMESSA A vida e obra de Jesus Cristo, junto à poderosa manifestação do Espírito, são temas centrais no Novo Testamento. A descida do Espírito Santo marca o início da Igreja cristã e inaugura um novo período, em que Jesus não está mais fisicamente presente com os discípulos. Agora, eles contam com a intervenção divina, por meio do Espírito, nas direções e decisões da Igreja. Em Lucas 24.49, a promessa de serem revestidos do poder do alto e João 14.15-27, sobre o envio do Consolador pelo Pai, são cumpridas na vida da Igreja, conforme Atos 2. Reconhecemos o Espírito Santo como Deus, o que é fundamental para nossa teologia trinitária. A descida do Espírito não é Sua criação, pois Ele é Deus. A promessa de Jesus não era para a Sua criação, mas para a Sua manifestação, atuação e habitação de maneira permanente na vida de pessoas, da Igreja, na história. Em Lucas 4.1, nota-se que o Espírito Santo acompanhou Jesus em Seu ministério, guiando-O ao deserto após o batismo. Para compreender Sua atuação na história, é vital reconhecer Sua presença e atuação nos atributos, não apenas nos dias atuais, mas também no Antigo Testamento. Por exemplo, podemos ler 2 Crônicas 20.14-18. Nesse texto do AT, o Espírito Santo estava ali, revelando e capacitando, mesmo que sua habitação não fosse permanente no AT. Neste sentido, a promessa do Espírito Santo tanto é feita no Antigo Testamento como no Novo. Veja Isaías 44.3, Ezequiel 39.29, Joel 2.28-32 e Zacarias 12.10. Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Atos 2.2 (NVI) – “De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados” Em resposta à ordem de Jesus, os apóstolos esperaram em Jerusalém, com paciência e em oração, pelo dom do Espírito Santo. Quando se cumpriu a promessa, o apóstolo Pedro ao ver a presença da multidão e como ficaram espantados com o acontecimento, vê a oportunidade para explicar o significado daquilo que ocorria. Seu discurso começa com uma alusão ao derramamento do Espírito como cumprimento da profecia. Segundo Atos - Introdução e Comentário por I. Howard Marshall... a explicação correta achava-se num nível diferente de entendimento. Aquilo que acontecia devia ser encarado como cumprimento de uma profecia de Joel, e aqui Pedro passou a citar a relevante passagem, Joel 2.28-32. [...] Pedro considera que a profecia de Joel se aplica aos últimos dias, e declara que seus ouvintes agora estão vivendo nos últimos dias. Já começou o ato final da salvação divina. [...] O primeiro tema da profecia, e o principal, é que Deus está para derramar o Seu Espírito sobre todos os povos, i.é, sobre todos os tipos de pessoas, e não apenas sobre os profetas, reis e sacerdotes, como tinha sido o caso nos tempos do Antigo Testamento. 2. A REALIZAÇÃO Jesus já havia anunciado o Consolador antes da Sua partida. Junto a esta promessa, havia o plano divino em capacitar a Igreja para a missão, o consolo do Senhor para as nossas necessidades, o convencimento dos nossos pecados para o nosso arrependimento, a nossa transformação de vida e santificação. Deus escolheu um momento significativo, durante a Festa de Pentecostes, para cumprir Sua promessa, reunindo judeus de aproximadamente 15 nações em Jerusalém. Essa festa, também chamada de “Festa da Colheita”, era uma das três festas fixas no calendário da cultura judaica (cf. Êxodo 23.14-17; 34.18-23). O termo “Festa de Pentecostes” se refere ao período de cinquenta dias após a Páscoa judaica. Durante esse evento, uma evidência da atuação do Espírito Santo foi a compreensão mútua das vozes, superando a barreira linguística. Em contraste com a dispersão de idiomas em Babel (Gênesis 11.1-9), o Pentecostes revela a comunhão estabelecida pelo Espírito Santo, proporcionando unidade mesmo na diversidade linguística. Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Atos 2.3-5 (NVI) – “E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. 4 Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo. 5 Ouvindo-se este som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua” Segundo o Comentário do Novo Testamento – Exposição de Atos dos Apóstolos – Volume 1 por Simon J. Kistemaker… os crentes não apenas ouvem a vinda do Espírito Santo, como também o veem aparecendo no que parecem ser línguas de fogo. Esse fogo, símbolo da presença divina, toma a forma de línguas que não saem da boca dos crentes, porém pousam sobre a cabeça deles. Por conseguinte, não devemos confundir essas línguas com “outras línguas” mencionadas no versículo subsequente (v.4), onde Lucas introduz o milagre de falar em línguas. O Espírito Santo aparece nesse sinal externo e pousa sobre cada um dos crentes. Não se trata de algo ilusório, pois Lucas indica claramente que eles viram línguas de fogo. A descida do Espírito cumpre a profecia de João Batista de que os discípulos seriam batizados com o Espírito e com fogo. Logo, a vinda do Espírito Santo prenuncia uma nova era, pois ele faz sua habitação entre os homens, não de forma temporária, mas para sempre. [Comopode se observar] Deus utiliza a linguagem para se comunicar universalmente, como evidenciado no relato de Lucas sobre o evento de glossolalia. A palavra grega “glossolalia” (Glossa = Língua + Lalia = o ato de falar) se traduz como “o ato de falar línguas”. João Filson Soren, autor de “A doutrina do Espírito Santo”, descreve o dom de línguas como um milagre divino em que o Espírito Santo concede a alguns crentes a capacidade de falar em idiomas não aprendidos naturalmente, visando testemunhar de Jesus Cristo aos descrentes. Esse dom é evidente em Atos 2, onde pessoas de diferentes lugares creem nas Boas Novas de Jesus. Outro exemplo ocorre em Atos 10.46, na casa de Cornélio, onde Pedro e seus companheiros entendem e são edificados ao ouvir aqueles que glorificam a Deus. 3. O ESPÍRITO SANTO É DEUS A Pneumatologia, ramo da Teologia Sistemática, estuda a doutrina do Espírito Santo (Pneuma = Espírito + Logia = Estudo). Conforme a Declaração Batista Doutrinária, que guia nossa teologia, reconhecemos o Espírito Santo como Deus. Além de Sua manifestação em Pentecostes, Ele é cocriador, junto com o Pai e o Filho, de todas as coisas, incluindo o homem (Gênesis 1.2; 1.26). Quando a própria Bíblia afirma que a Palavra revelada está pronta de forma que não podemos acrescentar nada dela (Apocalipse 22.18-19), precisamos entender que esta obra foi feita pelo Espírito Santo usando homens ao longo dos séculos, em três línguas diferentes: hebraico, aramaico, grego. Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Atos 2.16-18 (NVI) – “Pelo contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel: 17 ‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. 18 Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão” Segundo o Comentário NT Barclay diz que… é possivelmente muito infeliz falarmos tantas vezes do que aconteceu no Pentecostes como a vinda do Espírito Santo. O perigo reside em que pensemos que o Espírito começou a existir nesse momento. Não é assim; Deus é eternamente Pai, Filho e Espírito Santo. Em realidade Atos esclarece isto muito bem. O Espírito Santo falava em Davi (Atos 1.16); falou através de Isaías (Atos 28.25); Estêvão em seu discurso acusa os judeus de terem-se oposto ao Espírito através de toda sua história (Atos 7.51). Nesse sentido o Espírito é Deus revelando sua verdade e sua vontade aos homens em toda era e em toda geração. Mas, ao mesmo tempo, algo especial aconteceu no dia de Pentecostes. [Desta forma podemos ver que] o Espírito Santo habita no homem, iluminando-o para compreender a Palavra revelada, conforme narrado em Atos 2. Sua obra inclui convencer o homem de sua natureza pecaminosa (João 16.7-11) e regenerá-lo, tornando-o consciente da obra de Cristo por meio da Palavra (João 15.26). O Espírito atua para efetivar o caráter de Cristo na vida diária do homem, consolando-o permanentemente (João 14.16). Na edificação da igreja (Hebreus 3.4), Ele concede dons espirituais para servir a Deus, cumprindo o chamado de Jesus para todos os que creem nele (Mateus 28.19-20). tw://bible.*/?id=44.1.16|_AUTODETECT_| tw://bible.*/?id=44.28.25|_AUTODETECT_| tw://bible.*/?id=44.7.51|_AUTODETECT_| Ele nos chama para a santidade, assim como Ele foi na terra e ainda é, e o Espírito Santo nos mostra aquilo que deve ser feito diariamente para a nossa santificação (1 Pedro 1.15- 16). CONCLUSÃO (PARA PENSAR E AGIR) A descida do Espírito Santo não é apenas um evento que aconteceu na história. A atuação constante do Espírito nos filhos de Deus é a forma pela qual Deus designou para estar conosco nos últimos dias, após a ressurreição e ascensão de Cristo. Segundo Barclay nunca saberemos o que aconteceu precisamente no dia de Pentecostes, mas sabemos que foi um dos grandes dias da Igreja cristã, devido a que nele o Espírito Santo veio à Igreja de forma muito especial. O livro de Atos foi chamado o Evangelho do Espírito Santo; se alguma vez uma doutrina precisou ser redescoberta é a do Espírito Santo. Já para o Comentário Hagnos... o Pentecostes não foi um acontecimento casual, mas uma agenda estabelecida por Deus desde a eternidade. Como o Calvário, o Pentecostes foi um acontecimento único e irrepetível. O Espírito Santo foi enviado a fim de estar para sempre com a igreja. Podemos ver que Deus está em missão de resgate da Sua criação e o Espírito Santo tem atuado no convencimento de muitas e muitas vidas, assim como tem usado muitas vidas para esta missão. A missão é de Deus e Ele nos convida a participar. Sem dúvida podemos afirmar que é um grande privilégio nosso poder participar! Para tanto Deus nos reveste com o poder vindo do céu para, em nome d’Ele, sermos suas testemunhas na nossa família, vizinhança, bairro, cidade, estado, país, até os confins da terra. Em você habita o Espírito Santo do Senhor, já parou para pensar nesta verdade? Gosto de pensar que Deus em sua revelação na história já falou por meio de homens e pela sua própria criação, também esteve conosco através do seu Filho Jesus, e agora habita em nós e nos usa para a glória do Seu nome. Eu finalizo perguntando: 1. Qual a importância que você dá ao Espírito Santo e a sua relação diária com Ele? 2. Você consegue numerar, pelo menos, 5 pontos da sua vida que Deus já mudou, e 5 que o Espírito Santo ainda vai te ajudar a mudar? 3. Sobre dons espirituais, você conhece as listas de dons espirituais narradas no Novo Testamento. Você consegue identificar pelo menos um dom que Deus já lhe concedeu? Objetivo – Ao final desta lição teremos aprendido o que foi e como foi o processo entre a promessa e a realização do tempo da habitação do Espírito Santo na vida da Igreja registrado em Atos dos Apóstolos. 1 Marshall, I. Howard. Atos - Introdução e Comentário. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1982. p. 67.