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1 DISCIPLINA DE NUTRIÇÃO PROFESSORA: ANDRÉIA ZILIO DINON UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO EDUCACIONAL DO OESTE CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS AULA 2: MACRONUTRIENTES Desenvolvimento dos Macronutrientes � Os organismos vivos obtêm energia do sol, e através da fotossíntese as plantas transmitem a energia da luz para as ligações químicas, onde a energia química é armazenada dentro da molécula recém formada pela união do dióxido de carbono ao hidrogênio e outros carbonos. � O primeiro macronutriente formado nesse processo é um carboidrato, depois dois monossacarídeos unem-se formando o dissacarídeo sacarose, que é utilizado para transportar energia para os tecidos, raízes, tubérculos e sementes não fotossintetizantes, para uso e armazenamento como grânulos de polissacarídeo amido. � A partir desse processo os vegetais utilizam os precursores de carboidratos para sintetizar gorduras e aminoácidos . � Dessa forma, as plantas são a fonte primária de todos os macronutrientes necessários para animais e seres humanos. Macronutrientes - Definição � Os macronutrientes são definidos como: � Macromoléculas nas estruturas vegetais e animais que podem ser digeridas, absorvidas e utilizadas por um outro organismo como fonte de energia e como substrato para síntese de carboidratos, gorduras e proteínas necessárias para manter a integridade celular e do sistema. Características � Substâncias de grande tamanho molecular. � Encontrados em grandes quantidades nos alimentos. � São requeridos em grandes quantidades pelo organismo. � Fornecem energia. � Os macronutrientes são: carboidratos, proteínas e lipídios. CARBOIDRATOS- Definição � Compostos orgânicos formados por Carbono, Hidrogênio e Oxigênio cuja fórmula genérica é Cm(H2O)n, onde nos açúcares mais simples m=n � Variam de açúcares simples até polímeros de estrutura bastante complexa. � Podem ser classificados como: � 1. Monossacarídeos � 2. Dissacarídeos e Oligossacarídeos � 3. Polissacarídeos CARBOIDRATOS- FUNÇÕES � ENERGÉTICA: Principal fonte de energia do organismo (no mínimo 50% das calorias ingeridas diariamente provém dos CHO). � ESTRUTURAL/SUSTENTAÇÃO: parede celular dos vegetais (celulose, hemicelulose) e animais (quitina) � RESERVA ENERGÉTICA: amido (raízes, tubérculos e sementes) e glicogênio (diversos órgãos animais) Classificação � MONOSSACARÍDEOS: Forma pela qual são absorvidos pelo organismo C6H12O6 � Frutose : frutas, mel, vegetais � Glicose: milho, batata, uva, frutas secas � Galactose: Leite � DISSACARÍDEOS: possuem duas unidades de monossacarídeos. � Sacarose (glicose+frutose): cana e beterraba � Lactose (glicose+galactose): leite � Maltose (glicose+glicose): malte e cevada � POLISSACARÍDEOS: hidratos de carbono complexos, compostos por vários monossacarídeos (>12 unidades de mono). � Celulose :sementes, raízes, caules e folhas) � pectina � amido � dextrina CARBOIDRATOS-DIGESTÃO � Os dissacarídeos são hidrolisados por dissacaridases (sacarase, maltase e lactase), na mucosa intestinal produzindo monossacarídeos (glicose, frutose e galactose). � O amido é hidrolisado pelas amilases (salivar e pancreática). Maltose e glicose são os produtos dessa digestão 2 CARBOIDRATOS EM NUTRIÇÃO � Os carboidratos são fontes importantes de energia, fornecendo 4 kcal/g. � O baixo custo dos alimentos ricos em carboidratos torna-os mais acessíveis às pessoas de baixo poder aquisitivo. � Salienta-se que a glicose é a maior fonte de energia para o neurônio, portanto, um suprimento adequado de glicose é fundamental para o funcionamento adequado do SNC. CARBOIDRATOS X LÍPIDIOS � Os carboidratos são importantes na regulação do metabolismo dos lipídios. � Se o carboidrato for excluído da dieta (jejum, dietas ou diabetes), o indivíduo entra em cetose, isto é, há maior produção e maior excreção de corpos cetônicos (resulta do acúmulo de acetil CoA na célula- ciclo de krebs), que são produtos do metabolismo incompleto de ácidos graxos. � Esse processo chamado cetose leva a acidose metabólica que tem como uma de suas consequências a espoliação de eletrólitos. CARBOIDRATOS X PROTEÍNAS � Carboidratos exercem função importante na economia de proteínas. � Na falta de carboidratos, os aminoácidos serão utilizados para síntese de glicose em um processo conhecido como gliconeogênese. CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS � Os carboidratos dividem-se em simples e complexos. � Os simples são substâncias de baixo peso molecular, tais como monossacarídeos, dissacarídeos ou trissacarídeos. � Carboidratos complexos são polímeros de peso molecular elevado, seu representante mais importante é o amido. Estrutura Química AMIDO GLICOSE FRUTOSE Função � Essencialmente energética ( 1g = 4 Kcal) � Parte dessa energia é utilizada como glicose para preencher as necessidades imediatas e quando em excesso na alimentação: - se deposita como glicogênio no fígado e músculos; - convertido em gordura armazenada como tecido adiposo; � Efeito anticetogênico; � Poupa a queima de proteínas com finalidade energética; � Como açúcar, produz energia rapidamente; � Como amido, fornece uma fonte abundante e econômica de energia após ser transformada em glicose; � Como lactose, possui uma certa ação laxativa e auxilia na absorção do cálcio; � Como fibra dietética (insolúvel), auxilia no funcionamento do intestino; Fontes � Vegetais � Frutas � Raízes e tubérculos � Cereais � Leguminosas � Mel e açúcares � Produtos lácteos Impactos da Omissão de Nutrientes Carboidratos: � Déficits de substrato energético; � Constipação; � Diarréia; � Dieta deficiente: magreza; � Dieta com excesso: obesidade Digestão/Absorção � Devem ser reduzidos à forma de glicose antes de serem utilizados pelo organismo. � Enzimas envolvidas: amilase saliva (boca e estômago); amilase pancreática, lactase (pâncreas e intestino) � Absorção: � Local: mucosa intestinal � Forma: monossacarídeo � Mecanismo: transporte ativo : glicose-galactose � Transporte passivo: frutose � Caminho: capilares – veia porta- fígado 3 CARBOIDRATOS - MONOSSACARÍDEOS � São açúcares que não podem ser hidrolisados em uma forma mais simples � São raramente encontrados livres na natureza � São chamados açúcares simples � A menor unidade de carboidrato possui a fórmula (CH2O)n onde n pode ser qualquer número inteiro de 3-7 � Apenas três hexoses (6 carbonos) podem ser absorvidos pelos seres humanos – glicose, galactose e frutose � As hexoses diferem entre si pelo comportamento químico, paladar, doçura e fonte dietética. Metabolismo � Chegam ao fígado pela circulação portal, são armazenados na forma de glicogênio, entram por processo ativo e passivo, logo chegam à corrente sangüínea. � Glicogênio hepático → glicose para conservar a concentração sangüínea normal. MONOSSACARÍDEOS – CARACTERÍSTICAS � A glicose é o açúcar mais amplamente distribuído na natureza. É encontrada em todos os dissacarídeos comestíveis. � A frutose é o mais doce de todos os monossacarídeos. As frutas contém de 1-7% de frutose (amadurecimento das frutas). Também é o açúcar encontrado no mel. � Galactose: monossacarídeo produzido pela hidrólise da lactose por enzimas digestivas. DISSACARÍDEOS � São os açúcares que podem ser hidrolisados em duas moléculas de monossacarídeos � Sacarose: É o açúcar da cana-de-açúcar. Formado pela união entre glicose + frutose, compondo a chamada seiva elaborada dos vegetais. � Lactose: É o açúcar do leite, formado pela união entre glicose + galactose. � Maltose: É açúcar típico dos vegetais usado na fabricação de cerveja, é formada pela união entre duas moléculas de glicose. POLISSACARÍDEOS � Um carboidrato que na hidrólise produz mais de dez unidades de monossacarídeo. � São classificados de acordo com a sua função, estrutura e digestão: � Polissacarídeos de reserva: São substâncias que são armazenadas como fonte de energia pelos seres vivos. São exemplos de polissacarídeos de reserva: � Amido: Presente em grande quantidade em sementes, no caule enas raízes: o amido é a substância de reserva dos vegetais. � Glicogênio: Presente em grande quantidade no fígado e nos músculos; o glicogênio é a substância de reserva dos animais. POLISSACARÍDEOS � Polissacarídeos de estrutura: São substâncias importantes na construção dos organismos vivos. São exemplos de polissacarídeos com função estrutural. � Celulose: É o principal componente da parede celular dos vegetais, por isso, é o polissacarídeo mais abundante na natureza. � Quitina: Contém nitrogênio na sua composição. É encontrado na parede celular dos fungos e na carapaça de artrópodes como: insetos, aranhas e crustáceos. POLISSACARÍDEOS-DIGESTÃO � Polissacarídeos indigeríveis: Celulose, hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens. � Polissacarídeos parcialmente digeríveis: Inulina, rafinose, estaquiose. � Polissacarídeos digeríveis: Amido e glicogênio. FIBRAS � São carboidratos não digeríveis � As plantas contém múltiplos tipos de fibras: parede celular dos vegetais � Podem ser solúveis ou insolúveis Solúveis Insolúveis Aveia, leguminosas Maçã, pêra Frutas cítricas Farinha integral Grãos integrais Farelo Funções � Fibras solúveis: � Retardam o esvaziamento gástrico � Retardam a absorção da glicose, diminuem a glicemia pós-prandial � Diminuem o colesterol sangüíneo (total e LDL), reduzem os níveis de triglicerídeos � Fixam os ácidos biliares e aumentam sua excreção � Aumentam o tempo de trânsito intestinal 4 Funções Fibras Insolúveis � Favorece o peristaltismo do cólon; � Aumentam a velocidade do trânsito intestinal; � Aumentam o volume das fezes e o número das evacuações; � Reduzem a pressão intraluminal do cólon; � Retardam a hidrólise do amido, a absorção da glicose; � Diminuição da velocidade da digestão e absorção; � Aumentam a excreção dos sais biliares; ÍNDICE GLICÊMICO � É um indicador baseado na habilidade da ingestão do CHO de um dado alimento elevar os níveis da glicemia comparado com um alimento referência (glicose ou pão branco) � Índice glicêmico é definido como aumento da área sob a curva da glicemia em resposta a uma dose, de carboidrato, isto é, resposta da curva de glicemia acima do nível de glicose sanguínea em jejum. � Alimentos ricos em carboidratos diferem em sua capacidade de elevar a glicemia, o que se explica pela diferença na velocidade da digestão e absorção. � Cada alimentos tem, portanto, um valor de índice glicêmico. ÍNDICE GLICÊMICO - Exemplos: � Pão francês: 95 � Pão de trigo integral: 69 � Maçã: 36 � Melancia: 72 � Suco de laranja: 57 � Arroz: 56 � Soja: 18 � Leite integral: 27 � Amendoim: 14 � Macarrão: 45 � Batata: 83 � Feijão: 27 PROTEÍNAS � Proteína é um polímero composto por hidrogênio, nitrogênio, carbono, oxigênio e algumas vezes enxofre, fósforo, ferro e cobalto. � É constituída de aminoácidos que estão ligados através de ligações peptídicas. � O que permite que as proteínas sejam diferentes umas das outras é a ordem dos aminoácidos e a frequência de sua ocorrência. Existem 20 tipos de aminoácidos na natureza. PROTEÍNAS-FUNÇÕES � As proteínas são os compostos orgânicos mais abundantes do corpo. Algumas funções: � Constituem o esqueleto das células � Fazem parte de enzimas e alguns hormônios; � Massa muscular é rica em proteínas; � Existem no sangue(albumina, globulina), � Fazem parte das defesas imunológicas; � Fazem parte do sistema de coagulação do sangue; � São fontes de energia; � Entre outras. AMINOÁCIDOS � São substâncias que contêm carbono, hidrogênio,oxigênio e nitrogênio. Alguns também contém enxofre. � Dispostos em sequência específica, os aminoácidos (Aa) dão identidade e caráter às proteínas � Os organismos vivos são formados por 20 tipos de Aa. AMINOÁCIDOS � Dos 20 aminoácidos que constituem as proteínas, nove são essenciais, isto é, não são sintetizadas pelas células animais, são eles: � Valina Leucina Isoleucina � Fenilalanina Triptofano Treonina Metionina Lisina Histidina AMINOÁCIDOS � Os outros aminoácidos podem ser sintetizados pelo organismo, por isso são chamados não-essenciais. CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS � Dividem-se em simples e conjugadas; � As simples constituem-se apenas de aminoácidos formando a cadeia polipeptídica; � As conjugadas têm um grupo prostético, isto é, um grupo que não é de natureza proteica. � Ex: glicoproteínas, lipoproteínas, nucleoproteínas. 5 DESNATURAÇÃO DAS PROTEÍNAS � Agentes desnaturantes como por exemplo o calor, destrõem as estruturas secundárias, terciárias e quaternárias das proteínas. � A sequência de Aa não é afetada. � A proteína desnaturada perde suas propriedades fisiológicas. � A coagulação da clara de ovo pelo calor é um exemplo de desnaturação. � Uréia, metais pesados, ácidos fortes, bases fortes são outros exemplos de agentes desnaturantes. PROTEÍNAS EM NUTRIÇÃO � Proteínas são importantes em nutrição porque: � 1) fornecem Aa essenciais � 2) fornecem nitrogênio para a síntese de Aa não essenciais e todas as outras substâncias nitrogenadas do organismo � Para cada aminoácido degradado pelo organismo, um outro é incorporado! � 3) fornecem energia (4kcal/g) - devido a isso, a ingestão de proteína implica ingestão de energia! BALANÇO NITROGENADO � Um adulto mantém sua quantidade de proteína constante, não havendo armazenamento. Quando a quantidade de nitrogênio ingerida corresponde a quantidade excretada diz-se que o indivíduo está em balanço nitrogenado equilibrado. � Se a quantidade ingerida de nitrogênio é maior que a quantidade excretada, diz-se que o balanço nitrogenado é positivo, o que ocorre se o indivíduo está em fase de crescimento. � Se a quantidade de nitrogênio ingerida é menor que a excretada, diz-se que há um balanço nitrogenado negativo. Ex: em casos de baixo consumo proteíco, anorexia, ingestão de proteínas de má qualidade. VALOR BIOLÓGICO DAS PROTEÍNAS PROTEÍNA DE ALTO VALOR BIOLÓGICO: � Possui todos os aminoácidos essenciais em proporções apropriadas. Produtos animais (carne, leite e ovos) são fontes de proteínas de alto valor biológico. PROTEÍNAS DE BAIXO VALOR BIOLÓGICO � São proteínas deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais. Os produtos vegetais, em geral, contém proteínas de baixo valor biológico (misturando-se dois tipos de proteínas de origem vegetal obtém-se alto valor biológico). NECESSIDADES DE PROTEÍNAS � Para adultos estima-se 0,8 g/kg de peso corporal ideal. � Aproximandamente 10-15% do total dos macronutrientes da dieta. � Sugere-se que 1/3 das proteínas ingeridas seja de alto valor biológico. � Exemplo: um indivíduo de 70kg necessitará de 56 g de proteína por dia. Se 1/3 for de alto valor biológico isso sugere um total de 19g de proteína animal, e outros 37g serão fornecidos por produtos vegetais. FONTES DE PROTEÍNAS NA DIETA � Quase todos os alimentos contém proteínas, pois elas estão presentes em todas as células animais ou vegetais � Alimentos mais ricos em proteínas são de origem animal: carnes, leite e derivados e ovos � Dentre os vegetais, leguminosas, castanhas e nozes são particularmente ricas em proteínas. DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNAS NA DIETA � Produz emagrecimento, anemia, hipoproteinemia, letargia, edema, etc. � Em crianças identifica-se o kwashiorkor, que é a desnutrição proteica. � Caracteriza-se por parada de crescimento, edema, distúrbios mentais, dermatite, diarréia, mudança na coloração dos cabelos, hepatomegalia, etc EXCESSO DE PROTEÍNAS NA DIETA � Estudos sugerem menor longevidade, doenças renais e cardiovasculares, pois implica também no aumento de gordura saturada e colesterol (pois os alimentos ricos em proteínas são os animais). LIPÍDIOS � São compostos insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, isto é, acetona, éter e clorofórmio. � De interesse nutricional são os triacilgliceróis, esteróis e fosfolipídios; � As fontes alimentares de lipídios são tanto de origem animal como vegetal; � Os ácidos graxos podem ser saturados(apenas ligações simples entre os carbonos) ou insaturados (com uma ou mais duplas ligações). 6Estrutura Química Funções dos lipídios � Energética (9 kcal/g) � Proteção contra choques e isolante térmico � Membranas celulares (fosfolipídios). � Transporte de substâncias. � Bainha de mielina (esfingomielina). � Tecido Nervoso. � Precursores de hormônios (esteróis). � Sais biliares (esteróis). LIPÍDIOS � Os lipídios mais importantes e abundantes na natureza são os triacilgliceróis. � Os triacilgliceróis dietéticos são importantes, porque fornecem ácidos graxos essenciais, energia para o organismo e melhoram o paladar dos alimentos. CLASSIFICAÇÃO � Os ácidos graxos podem ser classificados quanto ao comprimento da cadeia ou ao grau de saturação. � De acordo com o comprimento da cadeia, os ácidos graxos podem ser classificados em: � 1) cadeia curta (até 6 carbonos na sua estrutura) � 2) cadeia média (8-14 carbonos) � 3) cadeia longa (de 16 em diante) CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A SATURAÇÃO � De acordo com a saturação, os ácidos graxos podem ser: � saturados (não conter duplas ligações) ou; � insaturados (quando possuem 1 ou mais duplas ligações). � As insaturações são sempre em configuração cis (os hidrogênios voltados para o mesmo lado). Classificação 1 LIPÍDIOS SIMPLES, lipídios neutros ou GLICERÍDIOS predominantes das gorduras naturais. Nos vegetais � nas sementes e na superfície das folhas. Nos animais � em todas as células, especialmente no tecido adiposo. São sub divididos em: A) GLICERÍDEOS OU GORDURAS NEUTRAS MONO GLICERÍDIO DI GLICERÍDIO TRI GLICERÍDIO B) CERÍDEOS CERAS VERDADEIRAS (abelha, espermacete) ÉSTERES DO COLESTEROL ÉSTERES DA VITAMINA A (retinol) 2 LIPÍDIOS COMPOSTOS – Os lipídios compostos são as substâncias que, além de liberarem por hidrólise, os produtos do item 1, liberam também outros compostos. Ex: Fosfolipídios, lipoproteínas; 3 Ácidos Graxos – é um composto orgânico de carbono, oxigênio, e hidrogênio que ao se combinar com o glicerol forma uma gordura. Classificam-se como: � Ácidos Graxos Saturados: apresentam ligação simples. Formam gordura sólida à temperatura ambiente.Ex.: LÁURICO, PALMÍTICO e ESTEÁRICO � Ácidos Graxos Insaturados: apresentam uma ou mais duplas ligações entre os carbonos.Estado líquido em temperatura ambiente Ex.: OLÉICO, LINOLÉICO e LINOLÊNICO � Ácidos Graxos Essenciais: São os ácidos graxos que o organismo não consegue sintetizar. Por isso eles têm que ser ingeridos na dieta. SÃO IMPRESCINDÍVEIS. Os mais importantes ácidos graxos essenciais são: Ex.:ÁCIDO LINOLÉICO e ÁCIDO LINOLÊNICO SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS � Uma grande parte dos ácidos graxos usados pelo corpo é fornecida pela dieta. � O excesso de energia vinda de carboidratos e proteínas será transformado em ácido graxo e depois armazenado como triacilglicerol. � Na formação dos ácidos graxos, originalmente forma-se o ácido palmítico (16:0), e após sua síntese ele pode sofrer elongações e dessaturações para formar ácidos graxos com maior número de carbonos ou insaturações. 7 SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS � Esse processo ocorre por meio de enzimas localizadas nas mitocôndrias das células, porém essas enzimas só conseguem introduzir duplas ligações até 9 carbonos de distância da extremidade carboxil, por isso, ácidos graxos como o linoleico e o linolênico, que tem duplas além desses carbonos, são essenciais. SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS � Portanto, dois ácidos graxos são essenciais aos seres humanos: � ácido linoléico (18:2 ω-6) � alfa linolênico (18:3 ω-3). � Assim, todos os ácidos graxos das famílias ω-6 e ω-3 são essenciais. � Esse é o caso do ácido araquidônico, que não pode ser sintetizado por animais, porém se houver suprimento adequado de ácido linoléico, o organismo é capaz de elongar-se e dessaturar-se e por esse motivo o ácido araquidônico é classificado como semi- essencial � Obs: ω refere-se à extremidade metílica Ácidos graxos saturados e insaturados de ocorrência natural Ácidos graxos Nº de carbono Fórmula geral Nome Láurico 12 CH3(CH2)10CO2H Dodecanóico Mirístico 14 CH3(CH2)12CO2H tetradecanóico Palmítico 16 CH3(CH2)14CO2H Hexadecanóico Esteárico 18 CH3(CH2)16CO2H octadecanóico Araquídico 20 CH3(CH2)18CO2H eicosanóico Palmitoléico 16 CH3(CH2)5CH=CH(CH2)7CO2H hexadecaenóico Oléico ω9 18 CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7CO2H octadecaenóico Linoléico-ω 6 18 CH3(CH2)4CH=CH(CH2)CH=CH( CH2)7CO2H octadecadienóico Linolênico-ω3 18 CH3(CH2CH=CH)3(CH2)7CO2H octadecatrienóico Araquidônico Família ω 6 20 CH3(CH2)4(CH=CHCH2)4(CH2)2 CO2H eicosatetraenóico ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS � Não possuem duplas ligações. � São as gorduras predominantes nos alimentos de origem animal, resistentes à oxidação pelo oxigênio, luz ultravioleta e temperatura. � As gorduras saturadas da alimentação, quando não controlada a ingestão, elevam os níveis sanguíneos de colesterol, o que impede a atividade dos receptores das LDL, dificultando assim, a eliminação destas. ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS � Quando as ligações duplas estão presentes no ácido graxo, são quase sempre na configuração cis, ou seja, os átomos de hidrogênio dispõe-se do mesmo lado da dupla ligação. � Os ácidos graxos trans (os átomos de hidrogênio estão do lado oposto na dupla ligação, não ocorrem naturalmente nos vegetais, e somente em pequenas quantidades nos animais, porém os ácidos graxos trans são formados durante a hidrogenação de óleos vegetais líquidos (ex: fabricação de margarina).Esses ácidos graxos trans elevam o colesterol. � Os ácidos graxos monoinsaturados contém apenas uma dupla ligação INGESTÃO DE LIPÍDIOS � O guia de recomendação da Associação Americana do Coração recomenda uma dieta que provê uma quantidade menor que 10% de calorias de ácidos graxos saturados, até 10 % de poliinsaturados e 15% de monoinsaturados � A recomendação limite é de até 30% de calorias de gorduras da dieta. ÁCIDOS GRAXOS ω-3 E ω-6- polinsaturados � Descobertos na década de 1970, os ácidos graxos da família ômega tornaram-se um diferencial comercial para a indústria de alimentos, pois oferecem benefícios ao organismo humano. ÁCIDOS GRAXOS ω-3 � Os ácidos graxos ω-3 (linolênico e derivados) são potentes protetores cardíacos, através da redução dos níveis de triacilgliceróis e colesterol; � Tem propriedades anticoagulantes e antitrombogênicas (em quantidade de 10 g/dia); � O ácido linolênico é encontrado principalmente em óleos de origem vegetal, outros ácidos graxos da famíliaω-3 são encontrados em óleos de peixe. ÁCIDOS GRAXOS ω-6 � O consumo de gorduras contendo ácido graxo poliinsaturado ω-6 (principalmente ácido linoléico reduz o colesterol plasmático em substituição as gorduras saturadas. � Os ácidos graxos ω-6 são encontrados em vários óleos vegetais, incluindo os óleos vegetais de milho, açafrão, soja e girassol. 8 ÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOS � Os ácidos graxos monoinsataurados contém apenas 1 dupla ligação, o principal é o ácido oléico (18:1- ω9). � São oriundos de fontes vegetais (óleo de oliva, canola,açafrão e amendoim, e se associam a redução de doenças cardíacas. Impactos da Omissão de Nutrientes Lipídios: � Má absorção de vitaminas lipossolúveis (Vit A, D, E, K); � Prejuízo na síntese de hormônios esteróides (estrogênio); � Prejuízo na síntese de sais biliares; � Falta de estimulo a secreção biliar e pancreática; � Reserva energética para situações de privação alimentar; � Componente dos neurônios e importante nos impulsos elétricos; Digestão/Absorção � São emulsionadas no intestino delgado pela bile a qual contém sais biliares.Enzimas envolvidas: lipase gástrica (estômago), lipase pancreática (pâncreas); � TG cadeia curta e média: mucosa intestinal, veia porta, fígado. � TG cadeia longa: mucosa intestinal, formação de quilomícrons, vasos linfáticos, circulação sangüínea. � As gorduras armazenam-se de modo contínuo nas células do tecido adiposo e depois são usadas segundo as necessidades do organismo. Colesterol � É o álcool esterol das gorduras animais. � Constituinte essencial das células e líquidos corporais e nervosos.� É sintetizado pelo organismo � Taxa de dieta: 200 a 250mg � Principais fontes: gema de ovo, produtos lácteos e carnes FUNÇÕES � Precursor dos sais biliares; � Protegem as bainhas nervosas; � Tem papel essencial na estrutura dos hormônios adrenal e sexual; Referências � TEIXEIRA NETO, Faustino. Nutrição clínica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. � MAHAN, L.K. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 8.ed. São Paulo: Rocca, 2005.