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Geovana Sanches, TXXIV NOMENCLATURA CIRÚRGICA A nomenclatura cirúrgica é composta por prefixo, radical e sufixo. Os radicais normalmente são provenientes do latim ou do grego. O prefixo mais comum é o “hemi”, o qual significa metade, meio. Os radicais indicam o local em que o procedimento está sendo realizado e os sufixos, qual o procedimento em questão. Os principais sufixos são: • Ectomia= excisão de; remoção cirúrgica de; estripação... o Gastrectomia: retirada cirúrgica do estômago; o Ooforectomia: retirada cirúrgica do ovário; o Histerectomia: retirada cirúrgica do útero. • Ostomia= é a comunicação entre um órgão e o meio externo ou de um órgão com outro órgão, desde que essa comunicação não exista naturalmente. Pode ser usado para se referir a anastomoses de duas regiões do trato gastrointestinal que não são contíguas, como o jejuno e o estômago por exemplo. o Traqueostomia: traqueia em contato direto com o ambiente; o Gastrostomia: contato do estômago com o ambiente, como por colocação de sonda. o Gastrojejunostomia o Não existe realizar anustomia ou estomatostomia por exemplo, tendo em vista que o ânus e a boca têm um orifício que promove contato fisiológico com o meio externo. • Plastia= provém de plástica, que consiste em refazer o órgão; pode ser redutora ou ampliadora. o Piloroplastia: realizada em casos de estenose hipertrófica do piloro; o Pieloplastia: realizada quando a pelve renal está estenosada devido a presença de cálculos; o Mamoplastia: colocação ou remoção de próteses mamárias. • Tomia= secção cirúrgica; corte. o Tenotomia: alngamento do tendão; o Episiotomia: corte da região peritoneal para saída do bebê. PECULIARIDADES DA CIRURGIA GÁSTRICA Gastrectomia é o nome genérico para as incisões no estômago, mas a partir disso há outras nomenclaturas. Normalmente, faz-se incisão na direção piloro à cardia. A retirada do antro gástrico recebe o nome de antrectomia (foto 1), enquanto a retirada da metade do estômago, hemigastrectomia (foto 2). A gastrectomia subtotal (foto 1) é aquele em que há retirada de quase todo o estômago (piloro + corpo), ficando apenas a porção do fundo gástrico. Já a gastrectomia total (foto 2) refere-se a retirada do piloro, corpo, até porção final do fundo gástrico. Quando realizamos a remoção de uma porção do estômago, é necessário fazer uma conexão para reconstrução do trânsito gastrointestinal. Pode-se conectar o duodeno – antrectomia com reconstrução do trânsito intestinal por meio de gastroduodenoanastomose (Billroth 1 ou B1); ou com o jejuno – gastrojejunostomia ou gastrojejunoanastomose (Billroth 2 ou B2). Cirurgias para o tratamento da obesidade mórbida Há duas opções de cirurgias para o tratamento da obesidade mórbida (IMC > 40): Geovana Sanches, TXXIV • Gastroplastia vertical ou Sleeve gástrico: consiste na retirada da porção lateral do estômago, deixando-o como um tubo. É indicada para IMCs até 50. • Gastroplastia redutora ou Bypass gástrico: há corte do estômago e conexão do jejuno na parte superior. A porção do estomago desconexa não é retirada pois ainda há secreção gástrica e escoamento para o duodeno. É indicada para IMCs altos, pois leva a perda de muito peso. o Parte do estômago torna-se disfuncional, o que pode dificultar o diagnóstico de um câncer gástrico. PECULIARIDADES DA CIRURGIA COLÔNICA A retossigmoidectomia é a remoção cirúrgica do reto e do cólon sigmoide. Trata-se da cirurgia mais realizada no intestino grosso, tendo em vista que cerca de 70% das afecções intestinais ocorrem nessa região. O intestino grosso cirúrgico tem em torno de 1,20 – 1,40m de comprimento e se divide nas porções direita e esquerda. O direito é irrigado pela artéria mesentérica superior, enquanto a esquerda é irrigada pela artéria mesentérica inferior. A hemicolectomia direita é a remoção cirúrgica da porção direita do intestino. Para este lado, existe apenas essa cirurgia, tendo em vista que não há remoção apenas do ceco ou do cólon ascendente devido a frágil irrigação. Em casos de tumores, traumas ou apendicite complicada com necrose, por exemplo, realiza-se essa cirurgia. Já na hemicolectomia esquerda, pode-se retirar apenas o cólon transverso, porém as doenças que o acometem são raras. É mais comum a retirada do retossigmóide e cólon descendente. Ao realizar uma hemicolectomia, pode-se anastomosar as regiões. Todavia, dependendo da situação, isso não é possível, sendo necessária a colostomia. Dependendo da afecção, as colostomias podem ser provisórias, reconstruindo o trânsito em cerca de 2 ou 3 meses, ou definitiva (como nos tumores de cólon em que não temos certeza da possibilidade de metástase). Colostomia A colostomia em alça é o tipo de colostomia realizada quando há uma lesão na parede do cólon, tendo em vista que não é possível deixá-lo para dentro devido a chance de fístulas e vazamento de fezes. Sendo assim, faz-se um corte no cólon, exteriorizando a alça; não é retirada nenhuma porção do intestino, de forma que quando for reconstruir o trânsito, basta unir as duas bocas. Normalmente passa-se uma sonda para sustentar a colostomia. A colostomia mikulicz consiste na retirada de pequena porção do intestino e exteriorização das duas bocas com anastomose na parede Geovana Sanches, TXXIV posterior (as duas bocas do intestino devem estar unidas). É utilizada, por exemplo, nos casos em que não é possível recanalizar o intestino devido a possibilidade de infecção. A colostomia em fístula mucosa consiste numa retirada de porção maior do intestino, de forma que a parte da alça que está próxima a pelve não consegue alcançar a outra ponta cortada, exteriorizando ambas de modo separado (há pele entre a colostomia). Apesar de ser necessário abrir a barriga para reconstruir o trânsito, sabemos onde está o local de junção. A Colostomia Hartmann normalmente é feita em casos de colostomias definitivas. Retira- se uma grande porção do intestino, de forma que não é possível a exteriorização – possui apenas um orifício, mas o abdome em si fica fechado. Para correção, além de ser necessário abrir a barriga, deve-se encontrar o corpo distal.