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GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII ABDOME AGUDO AULA DIA 28/02/2023 DEFINIÇÃO • Afecção abdominal caracterizada por dor aguda, de intensidade variável. • Não traumático. • Dor Visceral o Fibras C (vísceras intra-abdominais) → Dor vaga e mal localizada • Dor parietal o Fibras A (peritônio parietal) → Dor intensa e bem localizada • Dor Referida o Convergência de nervos aferentes viscerais e aferentes somáticos. HISTÓRIA CLÍNICA • Localização → Dividido em 9 quadrantes • Característica da dor → Ex: em pontada, cólica, queimação. • Início dos sintomas → Ex: Súbita • Sintomas associados → Ex: Naúsea, vômitos, febre, características da evacuação. • Fatores de melhora ou piora • Cirurgias prévias • Comorbidades • Uso de medicamentos → Medicações podem causar pancreatite aguda, por exemplo. • Antecedentes ginecológicos EXAME FÍSICO • Aspecto do paciente • Sinais vitais • Inspeção • Palpação → Iniciar onde ele não refere a dor • Percussão • Ausculta • Exame proctológico e ginecológico quando pertinente. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII ✓ Diagnóstico diferencial de apendicite: Doença inflamatória pélvica. EXAMES LABORATORIAIS • Hemograma • Eletrólito • Função renal (U, Cr) • Marcadores inflamatórios (PCR) • Enzimas hepáticas (TGO, TGP) → Hepatite aguda, canaliculares (FA, GGT) → Colecistite. • Bilirrubinas → Colangite, icterícia. • Enzimas pancreáticas (Lipase, Amilase) → Pancreatite. • Enzimas cardíacas. • Urina tipo I, Gasometria, B-HCG. EXAMES DE IMAGEM • Raio X de abdome agudo → 3 incidências → Ortostática, Decúbito dorsal horizontal e tórax PA). • Ultrassonografia de abdome: o Vantagens → Barato, sem radiação, sem sedação, ótimo exame para identificar cálculo na vesícula. o Desvantagem → Operador-dependente, não é um bom exame para verificar distensões. Cálculo na vesícula. • Tomografia computadorizada: o Vantagem → Rápido, bom exame para um panorama geral do abdome. o Desvantagem → Não é disponível em todo lugar e tem radiação. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII CLASSIFICAÇÃO • Inflamatório → Mais prevalente, necessário maior atenção na história clínica. • Obstrutivo. • Perfurativo. • Vascular. • Hemorrágico. INFLAMATÓRIO • Apendicite aguda o Diagnóstico diferencial em qualquer quadro de dor abdominal aguda. o Dor periumbilical, difusa e mal delimitada → Dor visceral, depois acaba se localizando normalmente na Fossa Ilíaca Direita → Dor parietal. o Náuseas, hiporexia (redução da vontade de comer). o Exame físico ▪ Sinal de Blumberg → Dor a descompressão brusca no ponto de McBurney. ▪ Sinal de Psoas → Dor a extensão da coxa sobre o quadril direito. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII ▪ Sinal de Rovsing → Dor no quadrante inferior direito a palpação do quadrante inferior esquerdo. o Diagnóstico ▪ Escala modificada de Alvarado. ▪ Clínico ▪ USG de abdome • Borramento de gordura adjacente. • Fecalito. • Parede espessada. ▪ Tomografia computadorizada de abdome. o Tratamento ▪ Cirurgia (Apendicectomia). • Colecistite aguda o Colelitíase = presença de cálculos na vesícula biliar o Colecistite = inflamação da vesícula biliar o Cálculo vai causar distensão, gerar dor que vai ocasionar uma cólica biliar e em seguida inflamação. o 4 Fs → Female (mulher), Fat (obesa), Fertility (fertilidade), Fourty (40 anos pra cima). o Quadro clínico ▪ Dor em Hipocôndrio direito. o Exame físico ▪ Sinal de Murphy → Interrupção da inspiração durante a compressão do ponto cístico. o Exames complementares ▪ USG de abdome ▪ Cálculo impactado no infundíbulo. ▪ Líquido perivesicular. o Tratamento o Cirurgia (colecistectomia) → Padrão ouro é por vídeo. • Diverticulite aguda o Diverticulose = presença de diverticulos o Doença diverticular = sintomas GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII o Diverticulite aguda = inflamação o Quadro clínico ▪ Mais comum dor em fossa ilíaca esquerda → Cólon sigmoide. ▪ Massa palpável. ▪ Leucocitose e Febre. ▪ Mais comum em idosos. o Exames complementares ▪ Colonoscopia → NUNCA ▪ Tomografia computadorizada de abdome. o Classificação de Hinchey ▪ I, II, III, IV → Vai definir a conduta do médico. o Tratamento ▪ Antibiótico (I), antibiótico + drenagem (II), cirurgia (III), cirurgia (IV). ▪ Cirúrgico ▪ Cirurgia de Hartmann. OBSTRUTIVO • Alta x Baixa → Divisor → Válvula ileocecal. • Simples X Complicada (quando paciente já tem sofrimento de alça). • Mecânica (tumor ou corpo estranho) X Funcional (sepse, íleo paralítico). • Etiologias o Bridas ou aderências → Alta. o Câncer colorretal → Baixa. • Quadro clínico o Dor abdominal em cólica → difusa. o Distensão abdominal. o Vômitos fecalóides. • Exame físico o Dor abdominal leve/ moderada → Peritonite → Sofrimento de alça → Complicada. o RHA de alta frequência (timbre metálico) → Ausência de RHA → Estágio mais avançada. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII o Timpanismo. o Toque retal. o Avaliação da parede abdominal. • Exames complementares o Hemograma, eletrólitos, função renal. o Raio X de abdome. ▪ Sinais típicos → Empilhamento de moedas → Obstrução gástrica intestinal alta. ▪ Níveis hidroaéreos. ▪ Sinal do grão de café → Sigmoide torce nele próprio. o Tomografia de abdome → Vai mostrar a etiologia da obstrução. • Tratamento o Conservador ou cirurgia de emergência. o Obstrução em alça fechada → Em dois pontos. o Peritonite → Obstrução complicada. o Suspeita de bridas → Aderências → Comum em cirurgias prévias → Hidratação, SNG, analgesia e reavaliações seriadas. o Cirurgia (Laparotomia exploradora). PERFURATIVO • Etiologias o Úlcera péptica perfurada. o Divertículo perfurado. o Corpo estranho. o Doença inflamatória intestinal (Chron). • Quadro clínico o Dor intensa, súbita e difusa. o Uso de AINEs. • Exame físico o Taquicardia, sudorese, palidez. o Peritonite. o Descompressão brusca positivo → Sinal de Blumberg. o Sinal de Joberg → Percussão timpânica em região hepática → Provável Pneumoperitônio. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII • Exames complementares o Raio X de abdome ▪ Pneumoperitôneo. o Tomografia de abdome o Pneumoperitoneo. o Extravazamento de contraste via oral. • Tratamento o Cirurgia (Videolaparoscopia → 1° escolha ou laparotomia exploradora). VASCULAR • Ausência ou diminuição do fluxo intestinal levando ao sofrimento tissular. • Etiologia o Embolia da artéria mesentérica superior. o Isquemia não oclusiva. o Trombose da artéria mesentérica superior. o Trombose da veia mesentérica superior. • Fatores de risco o Cardiopatias, arritmia. o Uso de drogas vasoativas. o Tromboses. o Pacientes idosos. • Quadro clínico o Paciente vai chegar clinicamente ruim. o Dor abdominal intensa, súbito e difusa → Devido a interrupção do fluxo sanguíneo. o Quadro prévio → Angina mesentérica. • Exame físico o Desproporção entre clínica e exame físico. o Distensão abdominal. o Toque retal → Entupimento da vascularização → Sangue escurecido → “Geleia de framboesa”. • Exames complementares o Exames laboratoriais inespecíficos ▪ Leucocitose com desvio a esquerda. ▪ Amilase elevada. ▪ Acidose metabólica com lactato aumentado. o Angiotomografia de abdome. GABRIEL TRENTIM GOMES FARIA TXXII • Tratamento o Suporte hemodinâmico. o Anticoagulação plena. o Revascularização em casos onde não tiver sofrimento de alça. o Ressecção de segmentos inviáveis. o Peritoneostomia → Barriga do paciente aberta para reavaliar e ressecar o mínimo possível. HEMORRÁGICO • Presença de sangue livre na cavidade abdominal. • Diferente de hemorragia digestiva. • Etiologias o Gravidez ectópica rota o Aneurismas. o Adenomahepático. o Cisto de ovário roto. • Quadro clínico o Dor abdominal aguda, difusa e intensa. o Choque hipovolêmico. • Exames complementares o Hemograma. o USG abdominal. o B-HCG. • Tratamento o Cirurgia (Videolaparoscopia ou Laparotomia exploradora).