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Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Aula 05 Curso: Contabilidade p/ AFRFB Professor: Feliphe Araújo Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 2 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 2 – Passivo .......................................................................................... 3 2.1 – Critérios de avaliação do Passivo .......................................................................................... 6 2.1.1 –Ajuste a Valor Presente ................................................................................................... 6 2.2 – Principais contas do Passivo .................................................................................................. 8 3 - Debêntures ................................................................................... 17 3.1 – Reconhecimento inicial ....................................................................................................... 18 3.2 – Prêmio na Emissão de Debêntures ..................................................................................... 20 3.3 – Deságio na Emissão de Debêntures .................................................................................... 22 3.4 – Conversão de Debêntures em Ações .................................................................................. 23 4 – Passivo Atuarial ........................................................................... 24 4.1 – Definições ............................................................................................................................ 24 4.2 – Planos de Contribuição Definida ......................................................................................... 26 4.3 – Planos de Benefícios Definidos ........................................................................................... 27 4.3.1 – Reconhecimento e Mensuração ................................................................................... 29 5 – Depósitos Judiciais ...................................................................... 30 6 – Resumo da Aula ........................................................................... 31 7 – Questões comentadas .................................................................. 36 8 – Lista de exercícios ....................................................................... 54 9 - GABARITO .................................................................................... 62 10 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .................................................. 62 Aula 05 – 9. Passivos: conceitos, estrutura e classificação, conteúdo das contas, processos de avaliação, registros contábeis e evidenciações. 18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil. 24. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo e forma de contabilização. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 3 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Olá queridos alunos e alunas, tudo bem? Sejam bem-vindos a quinta aula do curso de Contabilidade Geral e Avançada para os futuros Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil. Hoje, vamos abordar os seguintes assuntos: Passivo, Debêntures, Depósitos Judiciais e Passivo Atuarial. Essa aula é bem mais tranquila. Continue estudando FIRME, porque vale muito a pena todo o seu esforço. Já passei por isso e sei como você está se sentindo. Vocês serão recompensados. Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o nosso curso. Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. Treinar é preciso. Cheios de alegria e bem motivados, vamos começar a nossa aula! Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! Um forte abraço, Feliphe Araújo. Segundo a Lei 6.404/76, no passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: a) passivo circulante; b) passivo não circulante; c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Vejamos que, nesse ponto, a Lei trata o passivo como passivo total. Porém, pela análise do edital, a banca quer que analisemos o passivo exigível. Isto está subtendido porque existe um item exclusivo no edital para o Patrimônio Líquido. Assim, vamos estudar o passivo exigível que, nesse tópico, está sendo utilizado como sinônimo de passivo. Segundo o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, o passivo é composto apenas pelas obrigações. Assim, o passivo exigível ou 1 - INTRODUÇÃO 2 – Passivo Passivo Exigível Valores realizáveis em 2012 (200,00 + 150,00) Valores realizáveis em 2012 (200,00 + 150,00) Valores realizáveis em 2012 (200,00 + 150,00) Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 4 de 62 www.exponencialconcursos.com.br apenas passivo representam as obrigações (exigibilidades ou dívidas) da entidade com terceiros. De acordo com Estrutura Conceitual Básica (CPC 00), Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos. Em outras palavras, o passivo exigível da entidade se refere a obrigações existentes no presente, cujos fatos geradores ocorreram no passado e, no momento da liquidação, se espera que ocorra a saída de recursos. Por exemplo, a obrigação por uma conta a pagar é decorrente da aquisição de algum bem a prazo, no passado. O mesmo pode-se dizer em relação às dívidas contraídas (a entidade contrata o empréstimo e, só então, registra a obrigação). A saída de recursos para a liquidação das obrigações pode dar-se na forma de saída de dinheiro, de bens ou de direitos. O passivo exigível divide-se em passivo circulante (obrigações de curto prazo) e passivo não circulante (obrigações de longo prazo), conforme determinação legal da Lei nº 6.404/76, artigo 180: Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta Lei. Vimos na aula passada que, segundo o parágrafo único do artigo 179 da Lei 6.404/76: “Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo”. O disposto no parágrafo único do artigo 179 vale tanto para o passivo quanto para o ativo. O ciclo operacional de uma empresa industrial é o prazo que a empresa leva para comprar matéria-prima, produzir, vender e receber. Para uma empresa comercial, é o prazo médio entre a aquisição de mercadorias, venda e recebimento dos clientes. Exemplo: Se a empresa possui um ciclo operacional de 2 anos, serão classificadas no passivo circulante (curto prazo) as obrigações com vencimento em até 2 anos e serão classificadas no passivo não circulante (longo prazo)as obrigações com vencimento após 2 anos. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 5 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Complementando a Lei das S/A, o CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis, no item 69, apresenta a distinção clara entre passivo circulante e passivo não circulante: O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: (a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; (b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; (c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou (d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Portanto, as regras para classificação em passivo circulante (curto prazo) e não circulante (longo prazo) são as mesmas adotadas para o ativo circulante e ativo não circulante: Passivo Circulante: obrigações com vencimento até o término do exercício seguinte ou até 12 meses. Passivo Não Circulante: obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte ou após 12 meses. Explicando de forma gráfica: Exercício seguinte Após o exercício seguinte 31/12/2013 31/12/2014 Passivo Não Circulante Passivo Circulante Data do balanço patrimonial No exemplo da figura, o balanço foi elaborado em 31/12/2013. Portanto, todas as obrigações que esperamos liquidar até 31/12/2014 são débitos (ou Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 6 de 62 www.exponencialconcursos.com.br dívidas) de curto prazo. A partir de 01/01/2015, as obrigações a pagar são de longo prazo. Exemplo de obrigações: Impostos a pagar, dividendos a pagar, provisão para contingências, salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a recolher, duplicatas a pagar, adiantamento de clientes, fornecedores, etc. De acordo com a Lei das S/A, art. 184: As obrigações do passivo não circulante devem ser ajustadas a valor presente. As obrigações do passivo circulante só serão ajustadas a valor presente se houver efeito relevante. Vimos na aula anterior que o Ajuste a valor presente deve ser aplicado no reconhecimento inicial de ativos e passivos. Ajuste a valor presente significa trazer para data atual um valor referente a uma série de pagamentos futuros somados a um custo inicial. Para isso, é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita os juros compatíveis com a natureza, prazo e riscos da operação, ajustando o valor contábil da obrigação ao seu valor presente. O ajuste a valor presente se aplica já no momento do registro original da transação. Exemplo: A empresa Aprovados S/A, em 31 de dezembro de 2010, comprou mercadorias a prazo, da empresa Dedicados Ltda., com as seguintes informações: Critérios de Avaliação dos elementos do Passivo as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. 2.1 – Critérios de avaliação do Passivo 2.1.1 –Ajuste a Valor Presente Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 7 de 62 www.exponencialconcursos.com.br - Preço à vista: R$ 50.000,00. - Preço a prazo de venda: R$ 60.000,00. - Taxa de Juros simples implícita: 10% ao ano. - Data do pagamento: 31/12/2012. - Desconsidere os impostos incidentes. Visão do comprador: Empresa Aprovados S/A 1) Registro da compra a prazo em 31/12/10: D – Mercadorias (Ativo Circulante) 50.000,00 D – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 10.000,00 C – Fornecedores (Passivo) 60.000,00 - O Balanço Patrimonial, em 31/12/2010, tem a seguinte estrutura no Passivo: PASSIVO Passivo Circulante 50.000,00 Fornecedores 60.000,00 (-) Ajuste a Valor Presente - Receitas a Apropriar (10.000,00) 2) Apropriação da despesa financeira em 31/12/11: 2.1) Despesa financeira = 10.000/2 anos = 5.000/ano. D – Despesa Financeira (Resultado) C – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000,00 3) Apropriação da despesa financeira em 31/12/12: D – Despesa Financeira (Resultado) C – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000,00 Observem que a compra foi registrada no ativo pelo valor presente, sem a inclusão dos encargos financeiros. Os valores do Passivo e de Encargos a transcorrer devem ser classificados em circulante e não circulante, de acordo com o prazo de vencimento. Contabilizamos sem essa classificação para fins didáticos. No nosso exemplo, para facilitar, calculamos as receitas com base nos juros simples. Porém, o correto é utilizar o método exponencial (juros compostos). Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 8 de 62 www.exponencialconcursos.com.br (FCC / Analista Ministerial – MPE-AP / 2012) As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive impostos sobre a Renda a pagar, com base no resultado do exercício, serão computados no balanço pelo a) valor atualizado até a data do balanço. b) valor futuro das transações. c) valor presente reduzido das provisões para exaustão. d) valor de reposição. e) custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor. Resolução: As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço. (Art. 184, I, Lei 6.404/76). Gabarito: Letra A. Nesse tópico, vamos detalhar as principais contas que se classificam no Passivo, que compreende os valores que a empresa deve a terceiros, ou seja, as suas dívidas ou obrigações (exigibilidades). Em regra, as contas do Passivo vêm acompanhadas das nomenclaturas a pagar ou a recolher. Segue lista das principais contas do Passivo. 2.2.1 - Fornecedores É uma conta que registra as obrigações com fornecedores da entidade. Além do termo “Fornecedores”, tais obrigações também podem ser denominadas “duplicatas a pagar” ou, ainda, “contas a pagar”. A conta Fornecedores é creditada sempre que a entidade adquirir mercadorias a prazo, e debitada quando forem liquidadas as obrigações com fornecedores. a.1) Lançamentoda compra a prazo de mercadorias com fornecedores: D – Mercadorias (Ativo Circulante) C – Fornecedores a.2) Lançamento do pagamento dos fornecedores: D – Fornecedores C – Caixa ou Bancos 2.2 – Principais contas do Passivo Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 9 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Observação: a conta Fornecedores (como a maioria das demais contas do passivo) pode ser desdobrada em Fornecedores – Curto Prazo (classificada no passivo circulante) e Fornecedores – Longo prazo (classificada no passivo não circulante). Os saldos a pagar aos fornecedores deverão ser classificados no curto prazo, se vencerem até o término do exercício seguinte, ou no longo prazo, se vencerem após o término do exercício seguinte. 2.2.2 – Obrigações fiscais São contas que registram as obrigações tributárias da companhia. As contas mais comuns são: ICMS a recolher, IPI a recolher, Imposto de Renda a pagar (Provisão para IR, ainda utilizado por algumas bancas), Contribuição Social a pagar, PIS a recolher, entre outros. Sempre que surgir para a entidade a obrigação de recolher tributos, ela deverá registrar esta obrigação na conta respectiva, a ser baixada quando de seu recolhimento ou compensação. 2.2.3 – Salários, encargos sociais e FGTS a pagar A folha de pagamentos mensal da entidade resulta em diversas obrigações, segregadas de acordo com sua natureza: salários dos funcionários, encargos sociais sobre a folha de pagamentos, retenção dos salários dos funcionários para repasse aos cofres públicos, entre outros. Como estes pagamentos e recolhimentos representam obrigações para a entidade, são registrados no passivo. Trabalhamos detalhadamente a conceituação e lançamentos a serem realizados em relação a folha de pagamentos na Aula 02. Considerando a importância do tema, sugiro que façam uma pequena revisão da matéria, caso ainda haja dúvidas. 2.2.4 – Dividendos a Pagar É a conta que registra a obrigação de distribuir dividendos aos sócios, decorrente do lucro apurado no exercício. Os cálculos para encontrar o valor a ser distribuído serão vistos em aula futura. Nos termos do art. 176, § 3º, as companhias deverão, à data de encerramento do exercício, “registrar a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral”. Ou seja, no encerramento do exercício, a entidade irá apurar o seu resultado e, em caso de lucro, será proposta pelos órgãos da administração a distribuição de uma parcela destes lucros na forma de dividendos. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 10 de 62 www.exponencialconcursos.com.br A companhia, então, irá registrar esta proposta da administração como uma obrigação. A contabilização pela proposição de R$ 10.000,00 de dividendos a pagar é a seguinte: D - Lucros Acumulados C - Dividendos a pagar (passivo circulante) 10.000 Como os dividendos se referem a uma parcela do lucro a ser distribuída aos acionistas, a conta contrapartida de Dividendos Propostos a Pagar é a conta Lucros Acumulados, que registra o lucro apurado no exercício, bem como todas as destinações efetuadas pela companhia (incluídos os dividendos). Outras destinações podem ser realizadas, como para a constituição de reserva de lucros ou, ainda, para incorporação ao capital social. Estes outros detalhes veremos na aula seguinte sobre o Patrimônio Líquido. Finalmente, quando for realizado o pagamento dos dividendos, a conta Dividendos a Pagar será debitada e a de Disponibilidades creditada. Lançamento do pagamento dos dividendos: D – Dividendos a pagar (passivo circulante) C – Caixa ou Bancos 10.000 2.2.5 – Duplicatas Descontadas Caros alunos, as Duplicatas Descontadas, como já estudamos no nosso curso, têm a essência de um empréstimo bancário de curto prazo e, por isso, atualmente, o valor descontado é apresentado diretamente no Passivo Circulante da companhia (antigamente, era conta retificadora de ativo). Os custos de transação diretamente associados à operação de desconto devem ser apresentados em conta retificadora de passivo denominada “Encargos a Transcorrer”. Nestes custos estão incluídos: taxas bancárias, juros cobrados no momento da operação, despesas administrativas, entre outros. Tais custos deverão ser apropriados como despesa de acordo com o regime de competência. 2.2.6 – Outras contas a pagar Pessoal, existem outras contas que representam obrigações da entidade, em regra, acompanhadas do termo “a pagar”. Por exemplo: aluguéis a pagar, títulos a pagar, juros a pagar, comissões a pagar, etc. Todas estas, por representarem obrigações, classificam-se no passivo circulante ou não circulante, a depender dos seus prazos de vencimentos. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 11 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 2.2.7 – Adiantamento de Clientes Registra os valores antecipados pelos clientes da entidade. Tais adiantamentos são obrigações, pois, no momento em que a entidade recebe o adiantamento dos recursos, surge para ela o dever de produzir os bens ou os serviços aos quais eles se referem ou devolver os valores adiantados. Na prática, adiantamentos de clientes são Receitas Antecipadas e, por este motivo, registrados no Passivo. Já as Despesas Antecipadas, como já estudamos, são registrados no Ativo. Por exemplo: A empresa Aprovados Ltda. recebe o valor de R$ 10.000,00 do cliente X, em maio/14, referente ao adiantamento para aquisição de mercadorias que serão entregues agosto/14. Quando o cliente efetua o pagamento, gera uma obrigação para a empresa e um direito para o cliente de receber o bem. Lançamento do recebimento do dinheiro é: D – Caixa (Ativo circulante) C - Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 10.000,00 Explicação do lançamento: Quando uma empresa recebe adiantamento de clientes ocorre um aumento da conta Adiantamento de Clientes (obrigação) e um aumento de caixa (entrada de bens numerários). O cliente passa a ser credor da empresa Aprovados, por isso, creditamos a conta Adiantamento de Clientes. Ativo Natureza Devedora Entrada de Bens (Dinheiro) Debita Passivo Natureza Credora Aumento de Obrigações Credita Em agosto de 2014, quando a mercadoria for entregue, devemos reconhecer a receita, pelo lançamento abaixo: D – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) C – Receita de vendas (Resultado) 10.000,00 Explicação do lançamento: Quando uma empresa entrega as mercadorias que já tinham sido pagas pelo cliente ocorre uma saída de obrigações (Adiantamento de Clientes) e um aumento de receita (realização da receita por meio da entrega das mercadorias). Passivo Natureza Credora Saída de Obrigações Debita Receita Natureza Credora Aumento de receita (Venda) Credita Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 12 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 2.2.8 – Empréstimos e Financiamentos São contas classificadas no passivo e registram as obrigações da companhia com as instituições financeiras. Podem ser classificados no passivo circulante e no passivo não circulante, a depender do prazo de vencimento da obrigação. O registro da obrigação é efetuado no momento em que a entidade recebe os recursos emprestados ou financiados, que, em geral, coincide com a data do contrato. Diferença entre empréstimos e financiamentos:Quando adquiridos, os empréstimos e financiamentos sujeitam a entidade a assumir alguns encargos diretamente atribuíveis à operação de captação, que reduzem o valor recebido pela entidade, como taxas bancárias, gastos com consultores, etc. Os valores pagos quando da aquisição de empréstimo ou financiamento serão apropriados como custos de transação (regido pelo Pronunciamento Técnico CPC 08), e apropriados como encargos financeiros ao longo do prazo do empréstimo. Os custos de transação, quando amortizados, são lançados como despesa do período, assim como os Juros Passivos decorrentes da operação de empréstimos, de acordo com o regime de competência. Por exemplo: A empresa Aprovados Ltda., ao final de 2012, contratou um empréstimo no valor de R$ 100.000,00, incorrendo em taxa bancarias no valor de R$ 10.000,00, além da taxa de juros contratual de 10% ao ano. O pagamento será único e ao final de 2 anos. 1. Lançamento inicial para registro da operação: D - Caixa 90.000 D - Custos de Transação a Amortizar 10.000 C - Empréstimos a pagar 100.000 No final de 2013, a empresa Aprovados Ltda. precisará reconhecer os encargos financeiros incorridos no exercício, pelos seguintes lançamentos: Empréstimos • Obrigações derivadas do recebimento de numerários Financiamentos • obrigações que derivam da aquisição de bens a prazo (máquinas, equipamentos, etc.) Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 13 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 2. Lançamento da amortização dos custos no final de 2013: D - Encargos financeiros – amortização de custos C - Custos de Transação a Amortizar 5.000 3. Lançamento da despesa de juros no final de 2013: D - Despesas de juros C - Empréstimos a pagar 10.000 (10% x 100.000) No final de 2014, a empresa Aprovados Ltda. precisará reconhecer os encargos financeiros incorridos no exercício, pelos seguintes lançamentos: 4. Lançamento da amortização dos custos no final de 2014: D - Encargos financeiros – amortização de custos C - Custos de Transação a Amortizar 5.000 5. Lançamento da despesa de juros no final de 2014: D - Despesas de juros C - Empréstimos a pagar 10.000 (10% x 100.000) Ainda, ao final de 2014, quando a empresa Aprovados Ltda. liquidar a obrigação, ela deverá reconhecer o pagamento de R$ 120.000,00 referente a soma dos R$ 100.000,00 tomados emprestados e R$ 20.000,00 pelos juros incorridos nos anos de 2013 e 2014. 6. Lançamento do pagamento do empréstimo: D – Empréstimos a pagar C – Bancos conta movimento 120.000 Percebam que os encargos financeiros totais foram de R$ 30.000,00, sendo R$ 10.000,00 pelos custos de transação e R$ 20.000,00 pelos juros passivos incorridos ao longo dos dois anos. 2.2.9 – Variações cambiais e monetárias As companhias podem optar por obter empréstimos que possuem cláusula de paridade cambial. Isto ocorre, normalmente, quando a entidade recorre a instituições financeiras internacionais em busca de recursos. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 14 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Nestes casos, além de realizarmos os registros já apresentadas no tópico de empréstimos e financiamentos, precisaremos, também, atualizar o valor da dívida para a taxa de câmbio em vigor na data do balanço. Este procedimento consta da Lei das S.A., art. 184, II: Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: (...) II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; Isto significa que a entidade manterá controle extra contábil (em separado) das obrigações em moeda estrangeira. Porém, para apresentação destas informações no balanço, será preciso convertê-las para a moeda nacional, observada a taxa de câmbio vigente no dia. Como resultado, a depender da flutuação do câmbio, a entidade deverá registrar uma despesa ou uma receita decorrente deste ajuste. Por exemplo, uma entidade contrai, em 01/01/2011, pelo prazo de 2 anos, um empréstimo no valor de US$ 10.000 (dólares) para pagamento em uma única parcela ao término do contrato. Na data da tomada do empréstimo, a taxa de câmbio vigente era de R$ 2,00 por dólar. A entidade deverá manter controle separado do valor da dívida em dólar, porém, o registro contábil deverá ser realizado com base na moeda nacional. A memória de cálculo para registro da operação será: Empréstimo em moeda estrangeira = US$ 10.000 Taxa de câmbio do dia do contrato = R$ 2,00 por cada dólar Conversão para moeda nacional = R$ 10.000 x 2,00 = R$ 20.000.00 A entidade deverá registrar uma obrigação no valor de R$ 20.000,00 no momento do recebimento dos recursos. Ao final do primeiro ano, após a tomada do empréstimo, a companhia precisará ajustar a dívida à taxa de câmbio do dia do balanço e reconhecer eventuais receitas ou despesas dela decorrentes. Digamos que, em 31/12/2011, a taxa de câmbio do dia seja de R$ 2,15 para cada dólar: Empréstimo em moeda estrangeira = US$ 10.000 Taxa de câmbio em 31/12/2011 = R$ 2,15 por cada dólar Conversão para moeda nacional = R$ 10.000 x 2,15 = R$ 21.500.00 Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 15 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Notem que, após a conversão da dívida a moeda nacional com base na taxa de câmbio em vigor na data do balanço, o montante da obrigação aumentou de R$ 20.000,00 (registrado inicialmente quando da tomada do empréstimo) para R$ 21.500,00, em razão do aumento da taxa de câmbio. Como consequência, a entidade precisará reconhecer uma despesa por variações cambiais passivas. Registro da variação cambial passiva de R$ 1.500,00 será: D - Despesas com variações cambiais passivas (resultado) C - Empréstimos em moeda estrangeira (passivo) 1.500 Observação: o registro da variação cambial é feito, diretamente, na conta que registra o valor da obrigação (em R$), não sendo necessário contabilizá-lo em conta diversa (como fazemos com os juros a pagar). 2.2.10 – Débitos e Créditos de Funcionamento e Financiamento Galera, antes de mais nada quero deixar claro que, em contabilidade, as palavras débito e crédito podem ser aplicadas em diferentes sentidos: podem significar lançamento a débito/crédito; podem significar, ainda, saldo devedor/credor das contas contábeis; ou, num terceiro sentido, podem dizer respeito a existência de dívidas (débitos) ou direitos (créditos) da entidade. Se afirmarmos que uma entidade, por exemplo, efetuou um lançamento a débito de duplicatas, devemos entender que houve um registro no sentido de aumentar o saldo da conta duplicatas a receber, que representa um direito. Se, porém, afirmarmos que a entidade possui um débito, em duplicatas, é o mesmo que dizer que a entidade possui dívidas, na forma de duplicatas com terceiros. É justamente neste sentido de dívidas e direitos que se aplicam os termos Débitos e Créditos de Funcionamento e Financiamento. Funcionamento ▪ dívidas e direitos decorrentes das atividades normais da empresa, ou seja, ligadas a sua atividade operacional; Financiamento ▪ dívidas e direitos originados de atividades não usuais; Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 16 de 62 www.exponencialconcursos.com.br É hora de praticar futuros Auditores da RFB!!! (FCC / Contador – INFRAERO / 2009)De conformidade com o estabelecido pela MP 449/08 (lei xxxxx) são classificadas no passivo não circulante as contas de a) reservas de incentivos fiscais. b) empréstimos a longo prazo. c) ajustes de avaliação patrimonial. d) resultado de exercícios futuros. e) adiantamento de fornecedores. Resolução: As obrigações a longo prazo são registradas no passivo não circulante. Portanto, o gabarito é a letra B. Vamos ver a classificação das demais assertivas: a) incorreta. As reservas de incentivos fiscais são espécie de reservas de lucros, registradas no patrimônio líquido. Débitos de Funcionamento representam as obrigações que a entidade possui e que são decorrentes de suas atividades normais. São “débitos” vinculados ao seu “funcionamento”. Exemplos: obrigações com fornecedores, os impostos a pagar e os adiantamentos recebidos de clientes. Financiamento são as dívidas que a entidade contrai e que não se relacionam, diretamente, ao seu funcionamento. Se destinam ao “financiamento” da empresa, para que esta obtenha recursos e os aplique em sua operação. Exemplos: os empréstimos e financiamentos bancários, os descontos de duplicatas, as debêntures emitidas, etc. Créditos de Funcionamento representam os direitos que a entidade possui perante terceiros e que são decorrentes de suas atividades normais. São “créditos” vinculados ao seu “funcionamento”. Exemplos: duplicatas a receber, clientes e os adiantamentos a fornecedores. Financiamento são os créditos que a entidade fornece a terceiros que não se originam das atividades normais da entidade. Exemplos: os empréstimos e financiamentos concedidos, emprétimos realizados a sócios e diretores, etc. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 17 de 62 www.exponencialconcursos.com.br c) incorreta. Ajuste de Avaliação Patrimonial é conta de patrimônio líquido que registra as contrapartidas da avaliação a valor justo de alguns elementos patrimoniais (especialmente instrumentos financeiros disponíveis para a venda). Assunto da próxima aula d) incorreta. Resultado de exercícios futuros era um grupo patrimonial que se situava entre o passivo exigível e o patrimônio líquido, o qual foi extinto pelas recentes alterações na legislação societária, ocorridas nos anos de 2008 e 2009. e) incorreta. Os adiantamentos efetuados a fornecedores são registrados no Ativo Circulante da companhia pois, na prática, representam um direito que a entidade tem de receber mercadorias no futuro ou, ainda, de ser ressarcida do adiantamento realizado. Gabarito: Letra B. Debêntures são títulos de créditos de longo prazo, emitidos pelas companhias, podendo ser negociados no mercado. Assim como as ações, as debêntures são emitidas com a finalidade de obtenção de recursos pelas companhias para financiamento de suas atividades. É uma forma de captação de recursos junto a terceiros, assim como os empréstimos e os financiamentos. Diferença entre ações e debêntures: As debêntures são emitidas, apenas, por sociedades anônimas. Quando da emissão dos títulos, a companhia emitente fixa para as debêntures a forma de remuneração dos recursos que lhe foram entregues (pelos adquirentes das debêntures), que pode ser por meio de juros fixos ou variáveis, pagos periodicamente, pela atualização monetária da dívida, pela participação nos resultados da companhia, ou até mesmo, pode prever a conversão das debêntures em ações, transformando os credores em acionistas da companhia. Debêntures • Títulos que dão ao seu titular direito de crédito contra a companhia emitente; • A companhia que emite a debênture deve quitar a dívida no vencimento, podendo resgatar as debêntures antecipadamente; • O debenturista (titular da debênture) é credor da companhia. Ações • Títulos que dão direito ao seu titular uma parcela ideal do patrimônio da entidade; • O Acionista (titular da ação) é dono de uma pequena parte da companhia. 3 - Debêntures Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 18 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Segundo o Pronunciamento CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, o registro do montante inicial dos recursos captados de terceiros, entre eles as debêntures, classificáveis no passivo exigível, deve corresponder ao seu valor justo líquido dos custos de transação diretamente atribuíveis à emissão do passivo financeiro. Os custos de transação na emissão de debêntures devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora (gastos com a emissão de debêntures, por exemplo) do valor justo inicialmente reconhecido do instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido. Exemplos de custos de transação: i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, corretores etc.); iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road- shows); iv) taxas e comissões; v) custos de transferência; vi) custos de registro etc. Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento. Exemplo: Uma entidade emitiu debêntures no valor de R$ 10.000,00, com gastos para colocação dos papéis no mercado de R$ 1.000. A empresa fixou para as debêntures uma taxa de juros fixos de 10% ao ano, a serem pagos ao término do prazo, que é de 4 anos da data da contratação. Valor líquido recebido = R$ 9.000,00 (10.000 – 1.000) 1. Registro da emissão de debêntures: D – Bancos 9.000 C – Gastos na emissão de debêntures ou custos de transação a amortizar 1.000 C – Debêntures a Pagar ou Debêntures a Resgatar 10.000 A conta “Gastos na Emissão de Debêntures” é conta retificadora de Debêntures a Pagar, no passivo. Deste modo, fica evidenciado que o valor líquido recebido pela entidade foi de R$ 9.000,00. 3.1 – Reconhecimento inicial Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 19 de 62 www.exponencialconcursos.com.br PASSIVO Debêntures a pagar 10.000,00 (-) Gastos na emissão de debêntures (1.000,00) Ao final do 1º ano, a entidade precisará amortizar os custos de transação vinculados à emissão das debêntures, proporcionalmente ao primeiro ano. Assim, as despesas a serem reconhecidas pelos custos de transação serão de: R$ 1.000,00 / 4 anos = R$ 250,00 no primeiro ano. 2. Lançamento - amortização dos custos D - Encargos financeiros – amortização de custos C - Gastos na emissão de debêntures 250,00 O lançamento acima deve ser feito todo ano até a quitação do título. Além disso, ao término de cada exercício social, a entidade também precisará reconhecer a despesa financeira com os juros incorridos no período, de acordo como regime de competência, em contrapartida da conta de Debêntures a Pagar, no montante de 10% sobre o valor nominal do título. 3. Lançamento - apropriação dos juros do período D - Despesas financeiras (juros) C - Debêntures a pagar (ou Juros a pagar) 1.000 (10% x 10.000) Vejam que o pagamento dos juros só será realizado no término do prazo do título. No entanto, em obediência ao regime de competência, os encargos respectivos são reconhecidos a cada exercício. Observem que os juros a pagar são integrados ao saldo da conta de Debênturesa pagar, aumentando-o. Por fim, ao término do prazo da debênture, a entidade deverá liquidar a obrigação, desembolsando o valor nominal da debênture acrescido dos juros incorridos ao longo do prazo (que foram incorporados ao saldo da conta Debêntures a Pagar). 4. Lançamento – resgate das debêntures emitidas após 4 anos Debêntures a pagar a Bancos (valor) Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 20 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Entende-se por prêmio o valor apurado além do nominal das debêntures. Por exemplo, se uma entidade lança uma série de debêntures com taxas de juros muito vantajosas, isto poderá estimular os investidores a buscarem esse título, investindo um montante superior ao valor nominal da debênture. Este “montante superior”, correspondente à diferença entre o valor pago pela debênture e seu valor nominal, é conhecido por “prêmio”. O Prêmio na Emissão de Debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da Lei n° 11.638/07 e 11.941/09, ele passou a ser classificado como um resultado não realizado (receitas diferidas), no grupo passivo não circulante, para ser apropriado como receita, conforme o regime de competência, na mesma base em que são apropriados os juros (despesas) das debêntures. Exemplo: a empresa Aprovados Ltda. lançou debêntures no mercado a R$ 1,00, na quantidade de 10.000 debêntures, com resgate em 5 anos, encontrando investidores que pagassem R$ 1,20 pelo referido título. Lançamento: D - Caixa (Ativo) 12.000 (1,2 x 10.000) C - Debêntures a resgatar (Passivo Não Circulante) 10.000 (1,00 x 10.000) C - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 2.000 Os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor justo inicialmente reconhecido na emissão desse instrumento financeiro para o mesmo fim: PASSIVO Debêntures a pagar 10.000,00 Prêmios a Apropriar ou a Amortizar 2.000,00 O reconhecimento da amortização do prêmio na emissão de debêntures deverá ser proporcional ao prazo. Para o nosso exemplo, se o resgate das debêntures será feito em 5 anos, devemos apropriar ao resultado R$ 400,00 (2.000/5 anos) por ano, em atendimento ao Princípio da Competência, através do seguinte lançamento: D - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) C - Receitas financeiras (Resultado) 400,00 3.2 – Prêmio na Emissão de Debêntures Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 21 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Além do valor nominal do título, a companhia deve pagar aos titulares das debêntures juros que representam despesas, conforme vimos no lançamento 3 do tópico anterior. Vamos treinar futuros AFRFB!!!! (FCC / ISS – SP / 2012) Em 30/12/X1, a empresa Beta, sociedade anônima de capital aberto, fez uma captação de recursos, via debêntures, cujo valor de emissão foi de R$ 2,2 milhões com taxa de juros anual contratada de 5,0% e com prazo de 10 anos. Para isso, incorrem em custos de transação no montante de R$ 100mil pagos em 30/12/X1. Todavia, dadas as condições vantajosas em relação ao mercado, houve prêmio na emissão das debêntures de R$ 200 mil. Com base nessas informações, a empresa Beta reconheceu, em 30/12/X1. a) passivo de R$ 2,3 milhões b) receita financeira de R$ 200 mil. c) reserva de capital de R$ 200mil. d) ativo de R$ 2,1milhões. e) despesa financeira de R$ 100mil. Resolução: O registro das debêntures emitidas deverá levar em consideração: 1. o valor nominal do título (valor da obrigação) 2. os custos de transação incorridos (retificadora de passivo) 3. os prêmios recebidos na emissão das debêntures Tanto os custos de transação quanto os prêmios recebidos pela emissão das debêntures somente poderão ser levadas ao resultado com observância ao regime de competência, ao longo do prazo de duração do título. O valor líquido recebido pela empresa Beta com a emissão das debêntures foi de: Valor nominal das debêntures R$ 2.200.000 (-) custos de transação (R$ 100.000) (+) prêmio na emissão R$ 200.000 (=) valor líquido recebido R$ 2,3 milhões Os custos de transação incorridos são apresentados como redução do passivo, enquanto que os prêmios recebidos devem ser acrescidos ao valor justo para que seja evidenciado, no passivo, o valor líquido recebido pela companhia. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 22 de 62 www.exponencialconcursos.com.br O lançamento para registro do fato contábil será: D – Bancos 2.300.000 D – Custos de transação (Retificadora do Passivo) 100.000 C – Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 200.000 C – Debêntures a pagar 2.200.000 A apresentação desta operação no balanço seria: Debêntures a pagar 2.200.00 (-) custos de transação a amortizar (100.000) (+) prêmio na emissão a apropriar 200.000 Aumento líquido do passivo 2.300.000 Vejamos as alternativas: a) correta. O passivo líquido reconhecido na operação foi de R$ 2.300.000,00. b) incorreta. Não houve reconhecimento de receita financeira. A receita, decorrente do prêmio na emissão de debêntures, deverá ser reconhecida de acordo com o regime de competência, ao longo do prazo de duração da obrigação, em contrapartida da conta de “Prêmio na emissão de debêntures a apropriar”. c) incorreta. O prêmio na emissão de debêntures não mais deve ser reconhecido como reserva de capital, após alterações trazidas pela Lei 11.638/07. d) incorreta. O aumento líquido do ativo foi de R$ 2,3 milhões, dado pelo aumento das disponibilidades (apresentada como Bancos na resolução). e) incorreta. Os custos de transação não são apropriados como despesa, devendo ser lançadas como custos a amortizar, no passivo circulante, em conta retificadora de debêntures a pagar. Gabarito: Letra A. Há deságio quando o título é negociado por preço abaixo do seu valor nominal. A conta deságio a amortizar, na prática, tem a função de uma despesa antecipada (geralmente apresentada no Ativo) na alienação das debêntures. Contudo, não deve ser classificado no ativo circulante e/ou realizável a longo prazo. Segundo as normas internacionais, por estar diretamente atribuído à operação de emissão de debêntures, a conta de “Deságio a Apropriar” deverá figurar como retificadora da obrigação Debêntures a Pagar, no Passivo Exigível. 3.3 – Deságio na Emissão de Debêntures Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 23 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: a empresa Aprovados Ltda. lançou debêntures no mercado a R$ 1,00, na quantidade de 1.000 debêntures, com resgate em 5 anos, encontrando investidores que pagassem R$ 0,90 pelo referido título. Valor nominal das debêntures = R$ 10.000,00 (1.000 x 1,00) Deságio = R$ 1.000,00 (10.000 – 9.000) Lançamento: D - Bancos Conta Movimento (Ativo) 9.000 (0,90 x 10.000) D - Deságio a Amortizar 1.000 C - Debêntures a resgatar 10.000 (1,00 x 10.000) O balanço patrimonial ficaria assim: PASSIVO Debêntures a pagar 10.000,00 (-) Deságio a Amortizar 1.000,00 Ao longo do prazo de duração do título, o deságio deve ser reconhecido no resultado proporcionalmente ao prazo transcorrido até a data da amortização do deságio. Para o nosso exemplo, se o resgate das debêntures será feito em 5 anos, devemos apropriar ao resultadoR$ 200,00 (1.000/5 anos) por ano, em atendimento ao Princípio da Competência, através do seguinte lançamento: D - Despesa de Deságio na Emissão de Debêntures C - Deságio a Amortizar 100,00 Independentemente de a série de debêntures ter sido emitida com prêmio ou deságio, o reconhecimento das despesas financeiras (com juros passivos) e dos eventuais custos de transação são procedidos da mesma forma. Ao emitirem uma série de debêntures, as companhias podem inserir no título a possibilidade de serem convertidos em ações, situação que têm grande apelo junto ao mercado. Para isso, a companhia precisará especificar, antecipadamente, as bases de conversão das debêntures em ações, bem como o prazo ou a época para que o debenturista exerça seu direito. O resultado é que, ao tempo de resgate da debênture, o debenturista passa a ter direito a uma das duas opções: 3.4 – Conversão de Debêntures em Ações Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 24 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 1) resgatar o valor do título, em dinheiro; ou 2) receber ações da companhia, em substituição ao título. O lançamento para registro da conversão de R$ 20.000 de debêntures em ações é o seguinte: D - Debêntures a Pagar C - Capital Social 20.000 Inicialmente, é importante entendermos algumas definições. A Ciência Atuarial é parte da estatística que investiga problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros, aposentadorias e pensões. Envolve, em grande medida, o estudo de riscos e de modelos matemáticos que sejam capazes de manter o equilíbrio, especialmente financeiro, entre a contribuição e a remuneração futura ou contraprestação futura a ser recebida pelo contribuinte/beneficiário. Denominamos Passivo Atuarial as obrigações que as entidades têm com o pagamento e a manutenção de fundos de pensão de seus empregados. Tais passivos necessitam de estimativas e de cálculos atuariais para que sejam devidamente avaliados. Este item é tratado no Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados. Pessoal, os cálculos do passivo atuarial são complexos, por isso, estão fora de cogitação para a nossa realidade, e totalmente fora do escopo do curso. O Pronunciamento Técnico encoraja, inclusive, que todos estes cálculos sejam realizados por atuário legalmente habilitado. Em concurso, provavelmente será cobrado questão teórica. Este assunto tem sido muito pouco explorado pelas bancas. Por isso, fica complicado até dizer o que é mais provável ser cobrado ou não, mas eu vou tratar esse assunto de forma bem objetiva e simplificada, no intuito de ser suficiente para a prova. Ler o CPC 33 (R1) inteiro é algo extremamente ineficiente, na minha opinião. Melhor priorizar outros pontos da matéria que caem com frequências nas provas. Benefícios a empregados são todas as formas de compensação proporcionadas pela entidade em troca de serviços prestados pelos seus empregados ou pela rescisão do contrato de trabalho. 4 – Passivo Atuarial 4.1 – Definições Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 25 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Os benefícios a empregados incluem: 1. Benefícios de curto prazo a empregados: são benefícios (exceto benefícios rescisórios) que se espera que sejam integralmente liquidados em até doze meses após o período a que se referem as demonstrações contábeis em que os empregados prestarem o respectivo serviço. Exemplos: (i) ordenados, salários e contribuições para a seguridade social; (ii) licença anual remunerada e licença médica remunerada; (iii) participação nos lucros e bônus; e (iv) benefícios não monetários (tais como assistência médica, moradia, carros e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais; 2. Benefícios pós-emprego: são os benefícios a empregados (exceto benefícios rescisórios e benefícios de curto prazo a empregados), que serão pagos após o período de emprego. Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: • benefícios de aposentadoria e pensão; • outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. 3. Outros benefícios de longo prazo aos empregados: são todos os benefícios aos empregados que não benefícios de curto prazo aos empregados, benefícios pós-emprego e benefícios rescisórios. Exemplos: (i) ausências remuneradas de longo prazo, tais como licenças por tempo de serviço ou sabáticas; (ii) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço; e (iii) benefícios por invalidez de longo prazo; 4. Benefícios rescisórios: são benefícios aos empregados fornecidos pela rescisão do contrato de trabalho de empregado como resultado de: (a) decisão da entidade terminar o vínculo empregatício do empregado antes da data normal de aposentadoria; ou (b) decisão do empregado de aceitar uma oferta de benefícios em troca da rescisão do contrato de trabalho. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 26 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Pelos conceitos acima vistos e pelo nosso conhecimento do dia a dia, sabemos que as entidades ficam obrigadas a honrar uma série de benefícios a seus empregados, por ocasião da "prestação da mão de obra". Alguns exemplos são os salários, as contribuições sociais, as participações nos lucros, as licenças remuneradas, etc. Além destes benefícios, os empregados podem fazer jus a benefícios denominados de "pós-emprego", quais sejam, valores que serão pagos aos empregados após o período de emprego. Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: • benefícios de aposentadoria e pensão; • outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. Os acordos pelos quais a entidade proporciona benefícios pós-emprego são denominados planos de benefícios pós-emprego. A entidade deve aplicar o Pronunciamento CPC 33 (R1) a todos os acordos, que envolvam, ou não, o estabelecimento de entidade separada aberta ou fechada de previdência para receber as contribuições e pagar os benefícios. Planos de benefícios pós-emprego: são acordos formais ou informais nos quais a entidade se compromete a proporcionar benefícios pós-emprego a um ou mais empregados. Os planos de benefício pós-emprego classificam-se como planos de contribuição definida ou de benefício definido, dependendo da essência econômica do plano decorrente de seus principais termos e condições. 1. Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós- emprego nos quais a entidade patrocinadora paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do período corrente e anterior. 2. Planos de benefício definido: são planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de contribuição definida. O Passivo Atuarial aparece no caso de plano de benefício definido. Planos de contribuição definida, em outras palavras, são aqueles em que o empregado e o empregador contribuem com um valor determinado para 4.2 – Planos de Contribuição Definida Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 27 de 62 www.exponencialconcursos.com.br um fundo de pensão. Neste caso, como apenas a "contribuição"é definida, o benefício a ser recebido pelo empregado, após o término da sua relação de emprego, será determinado pela saúde financeira do próprio fundo de pensão. A empresa responsabiliza-se apenas em contribuir para o fundo. A contabilização dos planos de contribuição definida é direta porque a obrigação da entidade patrocinadora relativa a cada exercício é determinada pelos montantes a serem contribuídos no período. Consequentemente, não são necessárias premissas atuariais para mensurar a obrigação ou a despesa, e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda atuarial. Além disso, as obrigações são mensuradas em base não descontada, exceto quando não são completamente liquidados em até doze meses após o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço. Nesse plano, a empresa (e, em muitos casos, o funcionário) contribuem para a formação de um fundo que irá garantir a complementação da aposentadoria dos funcionários. Há fundos de pensão que atingem um patrimônio expressivo, como a PREVI, dos funcionários do Banco do Brasil. O Passivo Atuarial surge quando a empresa assume o compromisso de suprir eventuais faltas financeiras do Fundo de Pensão. Ou seja, a entidade fica obrigada a arcar com o pagamento, no futuro, de benefícios definidos aos empregados, independentemente das contribuições pagas ao longo do período de contribuição. Veja bem, a ideia é que as contribuições ao longo do tempo mais que compensem o pagamento dos benefícios futuros, no entanto, apesar do cálculo atuarial, dois riscos se apresentam: Plano de Contribuição Definida os riscos recaem sobre o empregado risco atuarial risco de que os benefícios sejam inferiores ao esperado risco de investimento risco de que os ativos investidos venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios esperados Plano de Benefício Definido os riscos recaem sobre o empregador risco atuarial risco de que os benefícios venham a custar mais do que o esperado risco de investimento risco de que os ativos investidos venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios esperados 4.3 – Planos de Benefícios Definidos Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 28 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Se a experiência atuarial ou de investimento for pior que a esperada, a obrigação da entidade pode ser aumentada. Percebam que, por mais técnico que seja o cálculo atuarial, a entidade estará sujeita a uma série de variáveis que poderão levar a algum tipo de desequilíbrio nos planos de benefício definido. Deste modo, pode ocorrer de os valores arrecadados ao longo dos anos não serem suficientes para honrar os benefícios definidos aos empregados. Como resultado, a entidade precisará incorrer em despesas extraordinárias para cumprir suas obrigações. Por exemplo, se a expectativa de vida dos beneficiários do plano de benefício definido aumentar, surgirá um passivo atuarial, afinal, todo o cálculo atuarial das contribuições feitas ao longo do tempo pelos empregados levou em conta uma expectativa de vida média menor do que o verificado, fazendo que com a empresa assuma um passivo atuarial. A contabilização dos planos de benefício definido é complexa porque envolve premissas atuariais para mensurar a obrigação e a despesa do plano, bem como existe a possibilidade de ganhos e perdas atuariais. Além disso, as obrigações são mensuradas ao seu valor presente, pois podem ser liquidadas muitos anos após a prestação dos serviços pelos empregados. É hora de praticar futuros AFRFB!!! (CESPE / Contador – Telebrás / 2013) A respeito do reconhecimento e da evidenciação de planos de benefícios pós-emprego, julgue os itens subsecutivos. Nos planos de benefício definido, o risco atuarial e o risco de investimento recaem, substancialmente, sobre o empregado. ( ) Certo ou ( ) Errado. Resolução: Nos planos de benefício definido, o risco atuarial e o risco de investimento recaem, substancialmente, sobre o empregadoR. Gabarito: Errado. Plano de Benefício Definido os riscos recaem sobre o empregador risco atuarial risco de que os benefícios venham a custar mais do que o esperado risco de investimento risco de que os ativos investidos venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios esperados Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 29 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Nos termos do item 56 do CPC 33 (R1), planos de benefício definido podem não ter fundo constituído ou podem ser total ou parcialmente cobertos por contribuições da entidade e, algumas vezes, dos seus empregados, para a entidade ou fundo legalmente separado da entidade patrocinadora, e a partir do qual são pagos os benefícios a empregados. O pagamento dos benefícios concedidos depende não somente da situação financeira e do desempenho dos investimentos do fundo, mas também da capacidade e do interesse da entidade de suprir qualquer insuficiência nos ativos do fundo. Portanto, a entidade assume, na essência, os riscos atuariais e de investimento associados ao plano. Consequentemente, a despesa reconhecida de plano de benefício definido não é necessariamente o montante da contribuição devida relativa ao período. Vou transcrever, agora, a literalidade do CPC 33 (R1), na parte que trata da contabilização do plano de benefício definido, com a indicação de itens que não comentei na aula. Não acho necessário ler os itens que menciono abaixo, mas, se surgirem dúvidas, recorram ao pronunciamento indicado. A contabilização de planos de benefício definido pela entidade envolve os seguintes passos: (a) determinar o déficit ou superávit. Isto envolve: (i) utilizar uma técnica atuarial, o método de crédito unitário projetado, para estimar de maneira confiável o custo final para a entidade do benefício obtido pelos empregados em troca dos serviços prestados nos períodos corrente e anteriores (vide itens 67 a 69). Isso exige que a entidade determine quanto do benefício deve ser atribuível aos períodos corrente e anteriores (vide itens 70 a 74) e que faça estimativas (premissas atuariais) acerca de variáveis demográficas (tais como rotatividade e mortalidade de empregados) e variáveis financeiras (tais como futuros aumentos nos salários e nos custos médicos), que afetarão o custo do benefício (vide itens 75 a 98); (ii) descontar esse benefício para determinar o valor presente da obrigação de benefício definido e o custo do serviço corrente (vide itens 67 a 69 e 83 a 86); (iii) deduzir o valor justo de quaisquer ativos do plano (vide itens 113 a 115) do valor presente da obrigação de benefício definido; (b) determinar o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido como o valor do déficit ou superávit determinado em (a), ajustado por qualquer efeito de limitação de ativo líquido de benefício definido ao teto de ativo (asset ceiling) (vide item 64); (c) determinar os valores a serem reconhecidos em resultado: (i) custo do serviço corrente (vide itens 70 a 74); 4.3.1 – Reconhecimento e Mensuração Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 30 de 62 www.exponencialconcursos.com.br (ii) qualquer custo do serviço passado e ganho ou perda na liquidação (vide itens 99 a 112); (iii) juros líquidos sobre o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido (vide itens 123 a 126); (d) determinar as remensurações do valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido, a serem reconhecidas em outros resultados abrangentes, compreendendo: (i) ganhose perdas atuariais (vide itens 128 e 129); (ii) retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores considerados nos juros líquidos sobre o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido (vide item 130); e (iii) qualquer mudança no efeito do teto de ativo (asset ceiling) (vide item 64), excluindo os valores considerados nos juros líquidos sobre o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido. Quando a entidade possuir mais de um plano de benefício definido, deve aplicar esses procedimentos separadamente para cada plano relevante. A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo circulante (AC) ou do ativo não circulante realizável a longo prazo (ANC - RLP). Representa valores depositados por ordem judicial e que estejam vinculados a uma causa ainda não transitada em julgado, como a concessão de liminar em mandado de segurança. O exemplo clássico é a discussão de tributos em juízo. Suponha que a empresa Aprovados foi autuada pelo fisco em R$ 500.000,00, levando a lide ao Poder Judiciário, obtendo uma liminar (ordem judicial) para não pagar o tributo, porém exige-se o depósito do montante devido. Lançamento do depósito judicial (livra-se do pagamento de juros de mora): D – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) C – Bancos conta movimento (AC) 500.000,00 Com o julgamento final, as decisões podem ser: 1) Favorável à empresa – o valor é restituído à entidade. D – Bancos conta movimento C – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) 500.000,00 5 – Depósitos Judiciais Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 31 de 62 www.exponencialconcursos.com.br 2) Desfavorável à empresa – a obrigação é devida. D – Tributos a recolher C – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) 500.000,00 Se a liminar for concedida sem a necessidade de depósito judicial, o procedimento mais prudente será registrar a dívida discutida no passivo contingente, já que a liminar pode ser cassada a qualquer momento. Por hoje é só. Apresento um resumo com os principais pontos vistos na nossa aula para futuras revisões. Bons estudos!!! O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: (a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; (b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; (c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou (d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Portanto, as regras para classificação em passivo circulante (curto prazo) e não circulante (longo prazo) são as mesmas adotadas para o ativo circulante e ativo não circulante: Passivo Circulante: obrigações com vencimento até o término do exercício seguinte ou até 12 meses. Passivo Não Circulante: obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte ou após 12 meses. 6 – Resumo da Aula Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 32 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Explicando de forma gráfica: Exercício seguinte Após o exercício seguinte 31/12/2013 31/12/2014 Passivo Não Circulante Passivo Circulante Data do balanço patrimonial No exemplo da figura, o balanço foi elaborado em 31/12/2013. Portanto, todas as obrigações que esperamos liquidar até 31/12/2014 são débitos (ou dívidas) de curto prazo. A partir de 01/01/2015, as obrigações a pagar são de longo prazo. Critérios de Avaliação dos elementos do Passivo as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço; as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço; as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Débitos de Funcionamento representam as obrigações que a entidade possui e que são decorrentes de suas atividades normais. São “débitos” vinculados ao seu “funcionamento”. Exemplos: obrigações com fornecedores, os impostos a pagar e os adiantamentos recebidos de clientes. Financiamento são as dívidas que a entidade contrai e que não se relacionam, diretamente, ao seu funcionamento. Se destinam ao “financiamento” da empresa, para que esta obtenha recursos e os aplique em sua operação. Exemplos: os empréstimos e financiamentos bancários, os descontos de duplicatas, as debêntures emitidas, etc. Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 33 de 62 www.exponencialconcursos.com.br Em regra, as contas do Passivo vêm acompanhadas das nomenclaturas a pagar ou a recolher. 1. Registro da emissão de debêntures: D – Bancos C – Gastos na emissão de debêntures ou custos de transação a amortizar C – Debêntures a Pagar ou Debêntures a Resgatar PASSIVO Debêntures a pagar (-) Gastos na emissão de debêntures O Prêmio na Emissão de Debêntures era classificado como reserva de capital. Com o advento da Lei n° 11.638/07 e 11.941/09, ele passou a ser classificado como um resultado não realizado (receitas diferidas), no grupo passivo não circulante, para ser apropriado como receita, conforme o regime Créditos de Funcionamento representam os direitos que a entidade possui perante terceiros e que são decorrentes de suas atividades normais. São “créditos” vinculados ao seu “funcionamento”. Exemplos: duplicatas a receber, clientes e os adiantamentos a fornecedores. Financiamento são os créditos que a entidade fornece a terceiros que não se originam das atividades normais da entidade. Exemplos: os empréstimos e financiamentos concedidos, emprétimos realizados a sócios e diretores, etc. Debêntures • Títulos que dão ao seu titular direito de crédito contra a companhia emitente; • A companhia que emite a debênture deve quitar a dívida no vencimento, podendo resgatar as debêntures antecipadamente; • O debenturista (titular da debênture) é credor da companhia. Ações • Títulos que dãodireito ao seu titular uma parcela ideal do patrimônio da entidade; • O Acionista (titular da ação) é dono de uma pequena parte da companhia. Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 34 de 62 www.exponencialconcursos.com.br de competência, na mesma base em que são apropriados os juros (despesas) das debêntures. 2. Lançamento da emissão de debêntures com prêmio: D - Caixa (Ativo) C - Debêntures a resgatar (Passivo Não Circulante) C - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) Os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor justo inicialmente reconhecido na emissão de debêntures: PASSIVO Debêntures a pagar + Prêmios a Apropriar ou a Amortizar 3. Lançamento da emissão de debêntures com deságio: D - Bancos Conta Movimento (Ativo) D - Deságio a Amortizar C - Debêntures a resgatar O balanço patrimonial ficaria assim: PASSIVO Debêntures a pagar (-) Deságio a Amortizar 4. Lançamento para registro da conversão de debêntures em ações: D - Debêntures a Pagar C - Capital Social 6.1 – Passivo Atuarial Benefícios pós-emprego: são os benefícios a empregados (exceto benefícios rescisórios e benefícios de curto prazo a empregados), que serão pagos após o período de emprego. Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: • benefícios de aposentadoria e pensão; Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 35 de 62 www.exponencialconcursos.com.br • outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. Planos de benefícios pós-emprego: são acordos formais ou informais nos quais a entidade se compromete a proporcionar benefícios pós-emprego a um ou mais empregados. Os planos de benefício pós-emprego classificam-se como planos de contribuição definida ou de benefício definido, dependendo da essência econômica do plano decorrente de seus principais termos e condições. 1. Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós- emprego nos quais a entidade patrocinadora paga contribuições fixas a uma entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do período corrente e anterior. 2. Planos de benefício definido: são planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de contribuição definida. O Passivo Atuarial aparece no caso de plano de benefício definido. A contabilização dos planos de benefício definido é complexa porque envolve premissas atuariais para mensurar a obrigação e a despesa do plano, bem como existe a possibilidade de ganhos e perdas atuariais. Além disso, as Plano de Contribuição Definida os riscos recaem sobre o empregado risco atuarial risco de que os benefícios sejam inferiores ao esperado risco de investimento risco de que os ativos investidos venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios esperados Plano de Benefício Definido os riscos recaem sobre o empregador risco atuarial risco de que os benefícios venham a custar mais do que o esperado risco de investimento risco de que os ativos investidos venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios esperados Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 36 de 62 www.exponencialconcursos.com.br obrigações são mensuradas ao seu valor presente, pois podem ser liquidadas muitos anos após a prestação dos serviços pelos empregados. A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo circulante (AC) ou do ativo não circulante realizável a longo prazo (ANC - RLP). Representa valores depositados por ordem judicial e que estejam vinculados a uma causa ainda não transitada em julgado, como a concessão de liminar em mandado de segurança. Ficamos por aqui!!! Vamos agora treinar o seu aprendizado por meio de exercícios de concursos anteriores da ESAF. Em seguida temos as questões comentadas. Se você preferir responder antes de olhar os comentários, vá direto para a página 54 e depois retorne para verificar os comentários das questões. Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o nosso curso. Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! 01. (ESAF / AFC - CGU / Adaptada / 2008) Com base nos critérios de avaliação de ativos e passivos, julgue os itens que se seguem e marque, com V para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que corresponde à sequência correta. I. Os direitos e títulos de crédito, e as demais aplicações, serão avaliados, pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor. II. Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. III. A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: Depreciação, Amortização e Exaustão. IV. As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. V. Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. a) V,V,F,F,F 7 – Questões comentadas Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB Teoria e Questões comentadas Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 Prof. Feliphe Araújo 37 de 62 www.exponencialconcursos.com.br b) V,V,V,F,V c) F,F,V,F,F d) V,F,F,V,V e) F,V,V,V,V Resolução: Analisando cada item: I - Os direitos e títulos de crédito, e as demais aplicações, serão avaliados, pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior. Portanto, Item Falso. II. Literalidade do inciso VIII, art. 183, da Lei 6.404/76. Logo, o item é verdadeiro III. A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: Depreciação, Amortização e Exaustão. Item verdadeiro, de acordo com § 2º, art. 183, Lei das S/A. IV. As obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Item verdadeiro, de acordo com o inciso III, art. 184, Lei das S/A. V. Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil. Item verdadeiro, de acordo com § 4º, art. 183, Lei das S/A. Gabarito: Letra E. 02. (ESAF / AFRFB / 2012) São evidenciados nos Passivos os saldos finais das contas a) Ajustes de Avaliação Patrimonial e Provisões para Reestruturação. b) Créditos de Acionistas Transação não Recorrente e Debêntures Conversíveis em Ações. c) Perdas Estimadas para Redução ao Valor Recuperável e Duplicatas Descontadas. d) Faturamento para Entrega Futura e Ajustes de Avaliação Patrimonial. e) Duplicatas Descontadas e Debêntures Conversíveis em Ações. Resolução: Você facilmente idêntica que somente a letra E possui contas do passivo, que são Duplicatas