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Aula 05 - Contabilidade - AFRFB - 2016 - Feliphe Araújo - Exponencial

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Curso: Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB 
Teoria e Questões comentadas 
Prof. Feliphe Araújo - Aula 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 05 
Curso: Contabilidade p/ AFRFB 
Professor: Feliphe Araújo 
 
 
 
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1 - INTRODUÇÃO ................................................................................. 3 
2 – Passivo .......................................................................................... 3 
2.1 – Critérios de avaliação do Passivo .......................................................................................... 6 
2.1.1 –Ajuste a Valor Presente ................................................................................................... 6 
2.2 – Principais contas do Passivo .................................................................................................. 8 
3 - Debêntures ................................................................................... 17 
3.1 – Reconhecimento inicial ....................................................................................................... 18 
3.2 – Prêmio na Emissão de Debêntures ..................................................................................... 20 
3.3 – Deságio na Emissão de Debêntures .................................................................................... 22 
3.4 – Conversão de Debêntures em Ações .................................................................................. 23 
4 – Passivo Atuarial ........................................................................... 24 
4.1 – Definições ............................................................................................................................ 24 
4.2 – Planos de Contribuição Definida ......................................................................................... 26 
4.3 – Planos de Benefícios Definidos ........................................................................................... 27 
4.3.1 – Reconhecimento e Mensuração ................................................................................... 29 
5 – Depósitos Judiciais ...................................................................... 30 
6 – Resumo da Aula ........................................................................... 31 
7 – Questões comentadas .................................................................. 36 
8 – Lista de exercícios ....................................................................... 54 
9 - GABARITO .................................................................................... 62 
10 – REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .................................................. 62 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 05 – 9. Passivos: conceitos, estrutura e classificação, conteúdo 
das contas, processos de avaliação, registros contábeis e 
evidenciações. 18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento 
contábil. 24. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo 
e forma de contabilização. 
 
 
 
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Olá queridos alunos e alunas, tudo bem? 
Sejam bem-vindos a quinta aula do curso de Contabilidade Geral e 
Avançada para os futuros Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil. 
Hoje, vamos abordar os seguintes assuntos: Passivo, Debêntures, 
Depósitos Judiciais e Passivo Atuarial. Essa aula é bem mais tranquila. 
Continue estudando FIRME, porque vale muito a pena todo o seu esforço. 
Já passei por isso e sei como você está se sentindo. Vocês serão 
recompensados. 
 Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. 
Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o 
nosso curso. 
 Como de praxe, colocamos uma lista de exercícios ao final da aula para 
aqueles que queiram tentar resolver as questões, antes de ver os comentários. 
Treinar é preciso. 
Cheios de alegria e bem motivados, vamos começar a nossa aula! 
Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! 
Um forte abraço, Feliphe Araújo. 
 
 
 
Segundo a Lei 6.404/76, no passivo, as contas serão classificadas nos 
seguintes grupos: 
a) passivo circulante; 
b) passivo não circulante; 
c) patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, 
ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e 
prejuízos acumulados. 
 
Vejamos que, nesse ponto, a Lei trata o passivo como passivo total. 
Porém, pela análise do edital, a banca quer que analisemos o passivo exigível. 
Isto está subtendido porque existe um item exclusivo no edital para o 
Patrimônio Líquido. Assim, vamos estudar o passivo exigível que, nesse 
tópico, está sendo utilizado como sinônimo de passivo. 
Segundo o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, o 
passivo é composto apenas pelas obrigações. Assim, o passivo exigível ou 
1 - INTRODUÇÃO 
2 – Passivo 
 
Passivo Exigível 
 
Valores realizáveis 
em 2012 (200,00 
+ 150,00) 
 
Valores realizáveis 
em 2012 (200,00 
+ 150,00) 
 
Valores realizáveis 
em 2012 (200,00 
+ 150,00) 
 
 
 
 
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apenas passivo representam as obrigações (exigibilidades ou dívidas) da 
entidade com terceiros. 
De acordo com Estrutura Conceitual Básica (CPC 00), Passivo é uma 
obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja 
liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar 
benefícios econômicos. 
Em outras palavras, o passivo exigível da entidade se refere a 
obrigações existentes no presente, cujos fatos geradores ocorreram no passado 
e, no momento da liquidação, se espera que ocorra a saída de recursos. 
Por exemplo, a obrigação por uma conta a pagar é decorrente da 
aquisição de algum bem a prazo, no passado. O mesmo pode-se dizer em 
relação às dívidas contraídas (a entidade contrata o empréstimo e, só então, 
registra a obrigação). A saída de recursos para a liquidação das obrigações pode 
dar-se na forma de saída de dinheiro, de bens ou de direitos. 
O passivo exigível divide-se em passivo circulante (obrigações de 
curto prazo) e passivo não circulante (obrigações de longo prazo), 
conforme determinação legal da Lei nº 6.404/76, artigo 180: 
 
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição 
de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, 
quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, 
se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo 
único do art. 179 desta Lei. 
 
Vimos na aula passada que, segundo o parágrafo único do artigo 179 
da Lei 6.404/76: “Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver 
duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo 
prazo terá por base o prazo desse ciclo”. 
O disposto no parágrafo único do artigo 179 vale tanto para o passivo 
quanto para o ativo. 
O ciclo operacional de uma empresa industrial é o prazo que a empresa 
leva para comprar matéria-prima, produzir, vender e receber. Para uma 
empresa comercial, é o prazo médio entre a aquisição de mercadorias, venda e 
recebimento dos clientes. 
Exemplo: Se a empresa possui um ciclo operacional de 2 anos, serão 
classificadas no passivo circulante (curto prazo) as obrigações com 
vencimento em até 2 anos e serão classificadas no passivo não circulante 
(longo prazo)as obrigações com vencimento após 2 anos. 
 
 
 
 
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Complementando a Lei das S/A, o CPC 26 (R1) - Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, no item 69, apresenta a distinção clara entre 
passivo circulante e passivo não circulante: 
 
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos 
seguintes critérios: 
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade; 
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; 
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; ou 
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos doze meses após a data do balanço. 
 
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 
 
Portanto, as regras para classificação em passivo circulante (curto 
prazo) e não circulante (longo prazo) são as mesmas adotadas para o ativo 
circulante e ativo não circulante: 
Passivo Circulante: obrigações com vencimento até o término do 
exercício seguinte ou até 12 meses. 
Passivo Não Circulante: obrigações com vencimento após o término 
do exercício seguinte ou após 12 meses. 
 
Explicando de forma gráfica: 
 
 Exercício seguinte 
 Após o exercício seguinte 
 
 31/12/2013 31/12/2014 Passivo Não Circulante 
 
 Passivo Circulante 
 
Data do balanço patrimonial 
 
No exemplo da figura, o balanço foi elaborado em 31/12/2013. Portanto, 
todas as obrigações que esperamos liquidar até 31/12/2014 são débitos (ou 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
 
 
 
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dívidas) de curto prazo. A partir de 01/01/2015, as obrigações a pagar são 
de longo prazo. 
Exemplo de obrigações: Impostos a pagar, dividendos a pagar, provisão 
para contingências, salários a pagar, ICMS a recolher, provisão para IR, FGTS a 
recolher, duplicatas a pagar, adiantamento de clientes, fornecedores, etc. 
 
 
De acordo com a Lei das S/A, art. 184: 
 
 
As obrigações do passivo não circulante devem ser ajustadas a valor 
presente. As obrigações do passivo circulante só serão ajustadas a valor 
presente se houver efeito relevante. 
 
 
Vimos na aula anterior que o Ajuste a valor presente deve ser aplicado 
no reconhecimento inicial de ativos e passivos. 
Ajuste a valor presente significa trazer para data atual um valor 
referente a uma série de pagamentos futuros somados a um custo inicial. Para 
isso, é necessário utilizar uma taxa de desconto que reflita os juros 
compatíveis com a natureza, prazo e riscos da operação, ajustando o 
valor contábil da obrigação ao seu valor presente. O ajuste a valor presente se 
aplica já no momento do registro original da transação. 
 
Exemplo: A empresa Aprovados S/A, em 31 de dezembro de 2010, 
comprou mercadorias a prazo, da empresa Dedicados Ltda., com as seguintes 
informações: 
Critérios de
Avaliação dos
elementos do
Passivo
as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou 
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar 
com base no resultado do exercício, serão computados 
pelo valor atualizado até a data do balanço;
as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula 
de paridade cambial, serão convertidas em moeda 
nacional à taxa de câmbio em vigor na data do 
balanço;
as obrigações, os encargos e os riscos classificados 
no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor 
presente, sendo os demais ajustados quando houver 
efeito relevante.
2.1 – Critérios de avaliação do Passivo 
 
2.1.1 –Ajuste a Valor Presente 
 
 
 
 
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- Preço à vista: R$ 50.000,00. 
- Preço a prazo de venda: R$ 60.000,00. 
- Taxa de Juros simples implícita: 10% ao ano. 
- Data do pagamento: 31/12/2012. 
- Desconsidere os impostos incidentes. 
Visão do comprador: Empresa Aprovados S/A 
1) Registro da compra a prazo em 31/12/10: 
D – Mercadorias (Ativo Circulante) 50.000,00 
D – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 10.000,00 
C – Fornecedores (Passivo) 60.000,00 
 
- O Balanço Patrimonial, em 31/12/2010, tem a seguinte estrutura no Passivo: 
PASSIVO 
Passivo Circulante 50.000,00 
 Fornecedores 60.000,00 
(-) Ajuste a Valor Presente - Receitas a Apropriar (10.000,00) 
 
2) Apropriação da despesa financeira em 31/12/11: 
 2.1) Despesa financeira = 10.000/2 anos = 5.000/ano. 
D – Despesa Financeira (Resultado) 
C – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000,00 
 
3) Apropriação da despesa financeira em 31/12/12: 
D – Despesa Financeira (Resultado) 
C – AVP - Encargos a Transcorrer (Retificadora do Passivo) 5.000,00 
 
Observem que a compra foi registrada no ativo pelo valor presente, 
sem a inclusão dos encargos financeiros. 
Os valores do Passivo e de Encargos a transcorrer devem ser 
classificados em circulante e não circulante, de acordo com o prazo de 
vencimento. Contabilizamos sem essa classificação para fins didáticos. 
No nosso exemplo, para facilitar, calculamos as receitas com base nos 
juros simples. Porém, o correto é utilizar o método exponencial (juros 
compostos). 
 
 
 
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 (FCC / Analista Ministerial – MPE-AP / 2012) As 
obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis, inclusive impostos 
sobre a Renda a pagar, com base no resultado do exercício, serão computados 
no balanço pelo 
a) valor atualizado até a data do balanço. 
b) valor futuro das transações. 
c) valor presente reduzido das provisões para exaustão. 
d) valor de reposição. 
e) custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis 
na realização do seu valor. 
Resolução: As obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou 
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do 
exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço. 
(Art. 184, I, Lei 6.404/76). Gabarito: Letra A. 
 
 
Nesse tópico, vamos detalhar as principais contas que se classificam no 
Passivo, que compreende os valores que a empresa deve a terceiros, ou seja, 
as suas dívidas ou obrigações (exigibilidades). Em regra, as contas do Passivo 
vêm acompanhadas das nomenclaturas a pagar ou a recolher. 
Segue lista das principais contas do Passivo. 
 
2.2.1 - Fornecedores 
É uma conta que registra as obrigações com fornecedores da entidade. 
Além do termo “Fornecedores”, tais obrigações também podem ser 
denominadas “duplicatas a pagar” ou, ainda, “contas a pagar”. 
A conta Fornecedores é creditada sempre que a entidade adquirir 
mercadorias a prazo, e debitada quando forem liquidadas as obrigações com 
fornecedores. 
a.1) Lançamentoda compra a prazo de mercadorias com fornecedores: 
D – Mercadorias (Ativo Circulante) 
C – Fornecedores 
 
a.2) Lançamento do pagamento dos fornecedores: 
D – Fornecedores 
C – Caixa ou Bancos 
2.2 – Principais contas do Passivo 
 
 
 
 
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Observação: a conta Fornecedores (como a maioria das demais contas 
do passivo) pode ser desdobrada em Fornecedores – Curto Prazo (classificada 
no passivo circulante) e Fornecedores – Longo prazo (classificada no passivo 
não circulante). Os saldos a pagar aos fornecedores deverão ser classificados 
no curto prazo, se vencerem até o término do exercício seguinte, ou no longo 
prazo, se vencerem após o término do exercício seguinte. 
 
2.2.2 – Obrigações fiscais 
São contas que registram as obrigações tributárias da companhia. As 
contas mais comuns são: ICMS a recolher, IPI a recolher, Imposto de Renda a 
pagar (Provisão para IR, ainda utilizado por algumas bancas), Contribuição 
Social a pagar, PIS a recolher, entre outros. 
Sempre que surgir para a entidade a obrigação de recolher tributos, ela 
deverá registrar esta obrigação na conta respectiva, a ser baixada quando de 
seu recolhimento ou compensação. 
 
2.2.3 – Salários, encargos sociais e FGTS a pagar 
A folha de pagamentos mensal da entidade resulta em diversas 
obrigações, segregadas de acordo com sua natureza: salários dos funcionários, 
encargos sociais sobre a folha de pagamentos, retenção dos salários dos 
funcionários para repasse aos cofres públicos, entre outros. Como estes 
pagamentos e recolhimentos representam obrigações para a entidade, são 
registrados no passivo. 
Trabalhamos detalhadamente a conceituação e lançamentos a serem 
realizados em relação a folha de pagamentos na Aula 02. Considerando a 
importância do tema, sugiro que façam uma pequena revisão da matéria, caso 
ainda haja dúvidas. 
 
2.2.4 – Dividendos a Pagar 
É a conta que registra a obrigação de distribuir dividendos aos sócios, 
decorrente do lucro apurado no exercício. Os cálculos para encontrar o valor a 
ser distribuído serão vistos em aula futura. 
Nos termos do art. 176, § 3º, as companhias deverão, à data de 
encerramento do exercício, “registrar a destinação dos lucros segundo a 
proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela 
assembleia-geral”. 
Ou seja, no encerramento do exercício, a entidade irá apurar o seu 
resultado e, em caso de lucro, será proposta pelos órgãos da administração a 
distribuição de uma parcela destes lucros na forma de dividendos. 
 
 
 
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A companhia, então, irá registrar esta proposta da administração como 
uma obrigação. A contabilização pela proposição de R$ 10.000,00 de 
dividendos a pagar é a seguinte: 
D - Lucros Acumulados 
C - Dividendos a pagar (passivo circulante) 10.000 
 
Como os dividendos se referem a uma parcela do lucro a ser distribuída 
aos acionistas, a conta contrapartida de Dividendos Propostos a Pagar é a conta 
Lucros Acumulados, que registra o lucro apurado no exercício, bem como todas 
as destinações efetuadas pela companhia (incluídos os dividendos). 
Outras destinações podem ser realizadas, como para a constituição de 
reserva de lucros ou, ainda, para incorporação ao capital social. Estes outros 
detalhes veremos na aula seguinte sobre o Patrimônio Líquido. 
Finalmente, quando for realizado o pagamento dos dividendos, a conta 
Dividendos a Pagar será debitada e a de Disponibilidades creditada. 
Lançamento do pagamento dos dividendos: 
D – Dividendos a pagar (passivo circulante) 
C – Caixa ou Bancos 10.000 
 
2.2.5 – Duplicatas Descontadas 
Caros alunos, as Duplicatas Descontadas, como já estudamos no nosso 
curso, têm a essência de um empréstimo bancário de curto prazo e, por isso, 
atualmente, o valor descontado é apresentado diretamente no Passivo 
Circulante da companhia (antigamente, era conta retificadora de ativo). 
Os custos de transação diretamente associados à operação de desconto 
devem ser apresentados em conta retificadora de passivo denominada 
“Encargos a Transcorrer”. 
Nestes custos estão incluídos: taxas bancárias, juros cobrados no 
momento da operação, despesas administrativas, entre outros. Tais custos 
deverão ser apropriados como despesa de acordo com o regime de competência. 
 
2.2.6 – Outras contas a pagar 
Pessoal, existem outras contas que representam obrigações da entidade, 
em regra, acompanhadas do termo “a pagar”. 
Por exemplo: aluguéis a pagar, títulos a pagar, juros a pagar, comissões 
a pagar, etc. 
Todas estas, por representarem obrigações, classificam-se no passivo 
circulante ou não circulante, a depender dos seus prazos de vencimentos. 
 
 
 
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2.2.7 – Adiantamento de Clientes 
Registra os valores antecipados pelos clientes da entidade. Tais 
adiantamentos são obrigações, pois, no momento em que a entidade recebe o 
adiantamento dos recursos, surge para ela o dever de produzir os bens ou os 
serviços aos quais eles se referem ou devolver os valores adiantados. 
Na prática, adiantamentos de clientes são Receitas Antecipadas e, por 
este motivo, registrados no Passivo. Já as Despesas Antecipadas, como já 
estudamos, são registrados no Ativo. 
Por exemplo: A empresa Aprovados Ltda. recebe o valor de R$ 10.000,00 
do cliente X, em maio/14, referente ao adiantamento para aquisição de 
mercadorias que serão entregues agosto/14. Quando o cliente efetua o 
pagamento, gera uma obrigação para a empresa e um direito para o cliente 
de receber o bem. Lançamento do recebimento do dinheiro é: 
D – Caixa (Ativo circulante) 
C - Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 10.000,00 
 
Explicação do lançamento: 
Quando uma empresa recebe adiantamento de clientes ocorre um 
aumento da conta Adiantamento de Clientes (obrigação) e um aumento de 
caixa (entrada de bens numerários). O cliente passa a ser credor da empresa 
Aprovados, por isso, creditamos a conta Adiantamento de Clientes. 
Ativo  Natureza Devedora  Entrada de Bens (Dinheiro)  Debita 
Passivo  Natureza Credora  Aumento de Obrigações  Credita 
 
Em agosto de 2014, quando a mercadoria for entregue, devemos 
reconhecer a receita, pelo lançamento abaixo: 
D – Adiantamento de clientes (Passivo circulante) 
C – Receita de vendas (Resultado) 10.000,00 
 
Explicação do lançamento: 
Quando uma empresa entrega as mercadorias que já tinham sido pagas 
pelo cliente ocorre uma saída de obrigações (Adiantamento de Clientes) e um 
aumento de receita (realização da receita por meio da entrega das 
mercadorias). 
Passivo  Natureza Credora  Saída de Obrigações  Debita 
Receita  Natureza Credora  Aumento de receita (Venda)  Credita 
 
 
 
 
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2.2.8 – Empréstimos e Financiamentos 
São contas classificadas no passivo e registram as obrigações da 
companhia com as instituições financeiras. Podem ser classificados no passivo 
circulante e no passivo não circulante, a depender do prazo de vencimento da 
obrigação. 
O registro da obrigação é efetuado no momento em que a entidade recebe 
os recursos emprestados ou financiados, que, em geral, coincide com a data do 
contrato. 
Diferença entre empréstimos e financiamentos:Quando adquiridos, os empréstimos e financiamentos sujeitam a entidade 
a assumir alguns encargos diretamente atribuíveis à operação de captação, que 
reduzem o valor recebido pela entidade, como taxas bancárias, gastos com 
consultores, etc. 
Os valores pagos quando da aquisição de empréstimo ou financiamento 
serão apropriados como custos de transação (regido pelo Pronunciamento 
Técnico CPC 08), e apropriados como encargos financeiros ao longo do prazo do 
empréstimo. 
Os custos de transação, quando amortizados, são lançados como despesa 
do período, assim como os Juros Passivos decorrentes da operação de 
empréstimos, de acordo com o regime de competência. 
Por exemplo: A empresa Aprovados Ltda., ao final de 2012, contratou um 
empréstimo no valor de R$ 100.000,00, incorrendo em taxa bancarias no valor 
de R$ 10.000,00, além da taxa de juros contratual de 10% ao ano. O pagamento 
será único e ao final de 2 anos. 
1. Lançamento inicial para registro da operação: 
D - Caixa 90.000 
D - Custos de Transação a Amortizar 10.000 
C - Empréstimos a pagar 100.000 
 
No final de 2013, a empresa Aprovados Ltda. precisará reconhecer os 
encargos financeiros incorridos no exercício, pelos seguintes lançamentos: 
 
Empréstimos
• Obrigações derivadas do 
recebimento de numerários
Financiamentos
• obrigações que derivam da 
aquisição de bens a prazo 
(máquinas, equipamentos, etc.)
 
 
 
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2. Lançamento da amortização dos custos no final de 2013: 
D - Encargos financeiros – amortização de custos 
C - Custos de Transação a Amortizar 5.000 
 
3. Lançamento da despesa de juros no final de 2013: 
D - Despesas de juros 
C - Empréstimos a pagar 10.000 (10% x 100.000) 
 
No final de 2014, a empresa Aprovados Ltda. precisará reconhecer os 
encargos financeiros incorridos no exercício, pelos seguintes lançamentos: 
 
4. Lançamento da amortização dos custos no final de 2014: 
D - Encargos financeiros – amortização de custos 
C - Custos de Transação a Amortizar 5.000 
 
5. Lançamento da despesa de juros no final de 2014: 
D - Despesas de juros 
C - Empréstimos a pagar 10.000 (10% x 100.000) 
 
Ainda, ao final de 2014, quando a empresa Aprovados Ltda. liquidar a 
obrigação, ela deverá reconhecer o pagamento de R$ 120.000,00 referente a 
soma dos R$ 100.000,00 tomados emprestados e R$ 20.000,00 pelos juros 
incorridos nos anos de 2013 e 2014. 
6. Lançamento do pagamento do empréstimo: 
D – Empréstimos a pagar 
C – Bancos conta movimento 120.000 
 
Percebam que os encargos financeiros totais foram de R$ 30.000,00, 
sendo R$ 10.000,00 pelos custos de transação e R$ 20.000,00 pelos juros 
passivos incorridos ao longo dos dois anos. 
 
2.2.9 – Variações cambiais e monetárias 
As companhias podem optar por obter empréstimos que possuem 
cláusula de paridade cambial. Isto ocorre, normalmente, quando a entidade 
recorre a instituições financeiras internacionais em busca de recursos. 
 
 
 
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Nestes casos, além de realizarmos os registros já apresentadas no tópico 
de empréstimos e financiamentos, precisaremos, também, atualizar o valor 
da dívida para a taxa de câmbio em vigor na data do balanço. 
Este procedimento consta da Lei das S.A., art. 184, II: 
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo 
com os seguintes critérios: 
(...) 
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade 
cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor 
na data do balanço; 
 
Isto significa que a entidade manterá controle extra contábil (em 
separado) das obrigações em moeda estrangeira. Porém, para apresentação 
destas informações no balanço, será preciso convertê-las para a moeda 
nacional, observada a taxa de câmbio vigente no dia. Como resultado, a 
depender da flutuação do câmbio, a entidade deverá registrar uma despesa ou 
uma receita decorrente deste ajuste. 
Por exemplo, uma entidade contrai, em 01/01/2011, pelo prazo de 2 
anos, um empréstimo no valor de US$ 10.000 (dólares) para pagamento em 
uma única parcela ao término do contrato. Na data da tomada do empréstimo, 
a taxa de câmbio vigente era de R$ 2,00 por dólar. A entidade deverá manter 
controle separado do valor da dívida em dólar, porém, o registro contábil deverá 
ser realizado com base na moeda nacional. A memória de cálculo para registro 
da operação será: 
Empréstimo em moeda estrangeira = US$ 10.000 
Taxa de câmbio do dia do contrato = R$ 2,00 por cada dólar 
Conversão para moeda nacional = R$ 10.000 x 2,00 = R$ 20.000.00 
 
A entidade deverá registrar uma obrigação no valor de R$ 20.000,00 no 
momento do recebimento dos recursos. Ao final do primeiro ano, após a tomada 
do empréstimo, a companhia precisará ajustar a dívida à taxa de câmbio do dia 
do balanço e reconhecer eventuais receitas ou despesas dela decorrentes. 
Digamos que, em 31/12/2011, a taxa de câmbio do dia seja de R$ 2,15 para 
cada dólar: 
Empréstimo em moeda estrangeira = US$ 10.000 
Taxa de câmbio em 31/12/2011 = R$ 2,15 por cada dólar 
Conversão para moeda nacional = R$ 10.000 x 2,15 = R$ 21.500.00 
 
 
 
 
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Notem que, após a conversão da dívida a moeda nacional com base na 
taxa de câmbio em vigor na data do balanço, o montante da obrigação 
aumentou de R$ 20.000,00 (registrado inicialmente quando da tomada do 
empréstimo) para R$ 21.500,00, em razão do aumento da taxa de câmbio. 
Como consequência, a entidade precisará reconhecer uma despesa por 
variações cambiais passivas. 
Registro da variação cambial passiva de R$ 1.500,00 será: 
D - Despesas com variações cambiais passivas (resultado) 
C - Empréstimos em moeda estrangeira (passivo) 1.500 
 
Observação: o registro da variação cambial é feito, diretamente, na 
conta que registra o valor da obrigação (em R$), não sendo necessário 
contabilizá-lo em conta diversa (como fazemos com os juros a pagar). 
 
2.2.10 – Débitos e Créditos de Funcionamento e Financiamento 
Galera, antes de mais nada quero deixar claro que, em contabilidade, as 
palavras débito e crédito podem ser aplicadas em diferentes sentidos: podem 
significar lançamento a débito/crédito; podem significar, ainda, saldo 
devedor/credor das contas contábeis; ou, num terceiro sentido, podem dizer 
respeito a existência de dívidas (débitos) ou direitos (créditos) da entidade. 
Se afirmarmos que uma entidade, por exemplo, efetuou um lançamento 
a débito de duplicatas, devemos entender que houve um registro no sentido de 
aumentar o saldo da conta duplicatas a receber, que representa um direito. 
Se, porém, afirmarmos que a entidade possui um débito, em duplicatas, 
é o mesmo que dizer que a entidade possui dívidas, na forma de duplicatas com 
terceiros. É justamente neste sentido de dívidas e direitos que se aplicam os 
termos Débitos e Créditos de Funcionamento e Financiamento. 
 
 
Funcionamento
▪ dívidas e direitos decorrentes das atividades 
normais da empresa, ou seja, ligadas a sua 
atividade operacional;
Financiamento
▪ dívidas e direitos originados de atividades não 
usuais;
 
 
 
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É hora de praticar futuros Auditores da RFB!!! 
 (FCC / Contador – INFRAERO / 2009)De conformidade 
com o estabelecido pela MP 449/08 (lei xxxxx) são classificadas no passivo não 
circulante as contas de 
a) reservas de incentivos fiscais. 
b) empréstimos a longo prazo. 
c) ajustes de avaliação patrimonial. 
d) resultado de exercícios futuros. 
e) adiantamento de fornecedores. 
Resolução: 
As obrigações a longo prazo são registradas no passivo não circulante. Portanto, 
o gabarito é a letra B. Vamos ver a classificação das demais assertivas: 
a) incorreta. As reservas de incentivos fiscais são espécie de reservas de lucros, 
registradas no patrimônio líquido. 
Débitos de
Funcionamento
representam as obrigações que a entidade 
possui e que são decorrentes de suas atividades 
normais. São “débitos” vinculados ao seu 
“funcionamento”. Exemplos: obrigações com 
fornecedores, os impostos a pagar e os 
adiantamentos recebidos de clientes.
Financiamento
são as dívidas que a entidade contrai e que não 
se relacionam, diretamente, ao seu 
funcionamento. Se destinam ao “financiamento” 
da empresa, para que esta obtenha recursos e os 
aplique em sua operação. Exemplos: os 
empréstimos e financiamentos bancários, os 
descontos de duplicatas, as debêntures emitidas, 
etc.
Créditos de
Funcionamento
representam os direitos que a entidade possui 
perante terceiros e que são decorrentes de suas 
atividades normais. São “créditos” vinculados ao 
seu “funcionamento”. Exemplos: duplicatas a 
receber, clientes e os adiantamentos a 
fornecedores.
Financiamento
são os créditos que a entidade fornece a terceiros 
que não se originam das atividades normais da 
entidade. Exemplos: os empréstimos e 
financiamentos concedidos, emprétimos 
realizados a sócios e diretores, etc.
 
 
 
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c) incorreta. Ajuste de Avaliação Patrimonial é conta de patrimônio líquido que 
registra as contrapartidas da avaliação a valor justo de alguns elementos 
patrimoniais (especialmente instrumentos financeiros disponíveis para a 
venda). Assunto da próxima aula 
d) incorreta. Resultado de exercícios futuros era um grupo patrimonial que se 
situava entre o passivo exigível e o patrimônio líquido, o qual foi extinto pelas 
recentes alterações na legislação societária, ocorridas nos anos de 2008 e 2009. 
e) incorreta. Os adiantamentos efetuados a fornecedores são registrados no 
Ativo Circulante da companhia pois, na prática, representam um direito que a 
entidade tem de receber mercadorias no futuro ou, ainda, de ser ressarcida do 
adiantamento realizado. Gabarito: Letra B. 
 
 
Debêntures são títulos de créditos de longo prazo, emitidos pelas 
companhias, podendo ser negociados no mercado. Assim como as ações, as 
debêntures são emitidas com a finalidade de obtenção de recursos pelas 
companhias para financiamento de suas atividades. É uma forma de captação 
de recursos junto a terceiros, assim como os empréstimos e os financiamentos. 
Diferença entre ações e debêntures: 
 
 
As debêntures são emitidas, apenas, por sociedades anônimas. 
Quando da emissão dos títulos, a companhia emitente fixa para as 
debêntures a forma de remuneração dos recursos que lhe foram entregues 
(pelos adquirentes das debêntures), que pode ser por meio de juros fixos ou 
variáveis, pagos periodicamente, pela atualização monetária da dívida, pela 
participação nos resultados da companhia, ou até mesmo, pode prever a 
conversão das debêntures em ações, transformando os credores em acionistas 
da companhia. 
Debêntures
• Títulos que dão ao seu titular
direito de crédito contra a 
companhia emitente;
• A companhia que emite a debênture 
deve quitar a dívida no 
vencimento, podendo resgatar as 
debêntures antecipadamente;
• O debenturista (titular da 
debênture) é credor da companhia.
Ações
• Títulos que dão direito ao seu 
titular uma parcela ideal do 
patrimônio da entidade;
• O Acionista (titular da ação) é 
dono de uma pequena parte da 
companhia.
3 - Debêntures 
 
 
 
 
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Segundo o Pronunciamento CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios 
na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, o registro do montante inicial dos 
recursos captados de terceiros, entre eles as debêntures, classificáveis no 
passivo exigível, deve corresponder ao seu valor justo líquido dos custos de 
transação diretamente atribuíveis à emissão do passivo financeiro. 
Os custos de transação na emissão de debêntures devem ser 
contabilizados, de forma destacada, em conta redutora (gastos com a emissão 
de debêntures, por exemplo) do valor justo inicialmente reconhecido do 
instrumento financeiro emitido, para evidenciação do valor líquido recebido. 
Exemplos de custos de transação: 
i) gastos com elaboração de prospectos e relatórios; 
ii) remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, 
contadores, auditores, consultores, profissionais de bancos de investimento, 
corretores etc.); 
iii) gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-
shows); 
iv) taxas e comissões; 
v) custos de transferência; 
vi) custos de registro etc. 
 
Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos 
e valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou 
custos de carregamento. 
Exemplo: Uma entidade emitiu debêntures no valor de R$ 10.000,00, 
com gastos para colocação dos papéis no mercado de R$ 1.000. A empresa fixou 
para as debêntures uma taxa de juros fixos de 10% ao ano, a serem pagos ao 
término do prazo, que é de 4 anos da data da contratação. 
Valor líquido recebido = R$ 9.000,00 (10.000 – 1.000) 
1. Registro da emissão de debêntures: 
D – Bancos 9.000 
C – Gastos na emissão de debêntures ou custos de transação a amortizar 1.000 
C – Debêntures a Pagar ou Debêntures a Resgatar 10.000 
 
A conta “Gastos na Emissão de Debêntures” é conta retificadora de 
Debêntures a Pagar, no passivo. Deste modo, fica evidenciado que o valor 
líquido recebido pela entidade foi de R$ 9.000,00. 
3.1 – Reconhecimento inicial 
 
 
 
 
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PASSIVO 
Debêntures a pagar 10.000,00 
(-) Gastos na emissão de debêntures (1.000,00) 
 
Ao final do 1º ano, a entidade precisará amortizar os custos de transação 
vinculados à emissão das debêntures, proporcionalmente ao primeiro ano. 
Assim, as despesas a serem reconhecidas pelos custos de transação serão de: 
R$ 1.000,00 / 4 anos = R$ 250,00 no primeiro ano. 
2. Lançamento - amortização dos custos 
D - Encargos financeiros – amortização de custos 
C - Gastos na emissão de debêntures 250,00 
 
O lançamento acima deve ser feito todo ano até a quitação do título. 
Além disso, ao término de cada exercício social, a entidade também 
precisará reconhecer a despesa financeira com os juros incorridos no período, 
de acordo como regime de competência, em contrapartida da conta de 
Debêntures a Pagar, no montante de 10% sobre o valor nominal do título. 
3. Lançamento - apropriação dos juros do período 
D - Despesas financeiras (juros) 
C - Debêntures a pagar (ou Juros a pagar) 1.000 (10% x 10.000) 
 
Vejam que o pagamento dos juros só será realizado no término do prazo 
do título. No entanto, em obediência ao regime de competência, os encargos 
respectivos são reconhecidos a cada exercício. Observem que os juros a pagar 
são integrados ao saldo da conta de Debênturesa pagar, aumentando-o. 
Por fim, ao término do prazo da debênture, a entidade deverá liquidar a 
obrigação, desembolsando o valor nominal da debênture acrescido dos juros 
incorridos ao longo do prazo (que foram incorporados ao saldo da conta 
Debêntures a Pagar). 
4. Lançamento – resgate das debêntures emitidas após 4 anos 
Debêntures a pagar 
a Bancos (valor) 
 
 
 
 
 
 
 
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Entende-se por prêmio o valor apurado além do nominal das debêntures. 
Por exemplo, se uma entidade lança uma série de debêntures com taxas de 
juros muito vantajosas, isto poderá estimular os investidores a buscarem esse 
título, investindo um montante superior ao valor nominal da debênture. Este 
“montante superior”, correspondente à diferença entre o valor pago pela 
debênture e seu valor nominal, é conhecido por “prêmio”. 
O Prêmio na Emissão de Debêntures era classificado como reserva de 
capital. Com o advento da Lei n° 11.638/07 e 11.941/09, ele passou a ser 
classificado como um resultado não realizado (receitas diferidas), no grupo 
passivo não circulante, para ser apropriado como receita, conforme o regime 
de competência, na mesma base em que são apropriados os juros (despesas) 
das debêntures. 
Exemplo: a empresa Aprovados Ltda. lançou debêntures no mercado a 
R$ 1,00, na quantidade de 10.000 debêntures, com resgate em 5 anos, 
encontrando investidores que pagassem R$ 1,20 pelo referido título. 
Lançamento: 
D - Caixa (Ativo) 12.000 (1,2 x 10.000) 
C - Debêntures a resgatar (Passivo Não Circulante) 10.000 (1,00 x 10.000) 
C - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 2.000 
 
Os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor 
justo inicialmente reconhecido na emissão desse instrumento financeiro para o 
mesmo fim: 
PASSIVO 
Debêntures a pagar 10.000,00 
Prêmios a Apropriar ou a Amortizar 2.000,00 
 
O reconhecimento da amortização do prêmio na emissão de debêntures 
deverá ser proporcional ao prazo. Para o nosso exemplo, se o resgate das 
debêntures será feito em 5 anos, devemos apropriar ao resultado R$ 400,00 
(2.000/5 anos) por ano, em atendimento ao Princípio da Competência, através 
do seguinte lançamento: 
D - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 
C - Receitas financeiras (Resultado) 400,00 
 
3.2 – Prêmio na Emissão de Debêntures 
 
 
 
 
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Além do valor nominal do título, a companhia deve pagar aos titulares 
das debêntures juros que representam despesas, conforme vimos no 
lançamento 3 do tópico anterior. 
Vamos treinar futuros AFRFB!!!! 
 (FCC / ISS – SP / 2012) Em 30/12/X1, a empresa 
Beta, sociedade anônima de capital aberto, fez uma captação de recursos, via 
debêntures, cujo valor de emissão foi de R$ 2,2 milhões com taxa de juros anual 
contratada de 5,0% e com prazo de 10 anos. Para isso, incorrem em custos de 
transação no montante de R$ 100mil pagos em 30/12/X1. Todavia, dadas as 
condições vantajosas em relação ao mercado, houve prêmio na emissão das 
debêntures de R$ 200 mil. Com base nessas informações, a empresa Beta 
reconheceu, em 30/12/X1. 
a) passivo de R$ 2,3 milhões 
b) receita financeira de R$ 200 mil. 
c) reserva de capital de R$ 200mil. 
d) ativo de R$ 2,1milhões. 
e) despesa financeira de R$ 100mil. 
Resolução: 
O registro das debêntures emitidas deverá levar em consideração: 
1. o valor nominal do título (valor da obrigação) 
2. os custos de transação incorridos (retificadora de passivo) 
3. os prêmios recebidos na emissão das debêntures 
 
Tanto os custos de transação quanto os prêmios recebidos pela emissão das 
debêntures somente poderão ser levadas ao resultado com observância ao 
regime de competência, ao longo do prazo de duração do título. 
O valor líquido recebido pela empresa Beta com a emissão das debêntures foi 
de: 
Valor nominal das debêntures R$ 2.200.000 
(-) custos de transação (R$ 100.000) 
(+) prêmio na emissão R$ 200.000 
(=) valor líquido recebido R$ 2,3 milhões 
 
Os custos de transação incorridos são apresentados como redução do passivo, 
enquanto que os prêmios recebidos devem ser acrescidos ao valor justo para 
que seja evidenciado, no passivo, o valor líquido recebido pela companhia. 
 
 
 
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O lançamento para registro do fato contábil será: 
D – Bancos 2.300.000 
D – Custos de transação (Retificadora do Passivo) 100.000 
C – Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 200.000 
C – Debêntures a pagar 2.200.000 
 
A apresentação desta operação no balanço seria: 
Debêntures a pagar 2.200.00 
(-) custos de transação a amortizar (100.000) 
(+) prêmio na emissão a apropriar 200.000 
Aumento líquido do passivo 2.300.000 
 
Vejamos as alternativas: 
a) correta. O passivo líquido reconhecido na operação foi de R$ 2.300.000,00. 
b) incorreta. Não houve reconhecimento de receita financeira. A receita, 
decorrente do prêmio na emissão de debêntures, deverá ser reconhecida de 
acordo com o regime de competência, ao longo do prazo de duração da 
obrigação, em contrapartida da conta de “Prêmio na emissão de debêntures a 
apropriar”. 
c) incorreta. O prêmio na emissão de debêntures não mais deve ser reconhecido 
como reserva de capital, após alterações trazidas pela Lei 11.638/07. 
d) incorreta. O aumento líquido do ativo foi de R$ 2,3 milhões, dado pelo 
aumento das disponibilidades (apresentada como Bancos na resolução). 
e) incorreta. Os custos de transação não são apropriados como despesa, 
devendo ser lançadas como custos a amortizar, no passivo circulante, em conta 
retificadora de debêntures a pagar. Gabarito: Letra A. 
 
 
Há deságio quando o título é negociado por preço abaixo do seu valor 
nominal. 
A conta deságio a amortizar, na prática, tem a função de uma despesa 
antecipada (geralmente apresentada no Ativo) na alienação das debêntures. 
Contudo, não deve ser classificado no ativo circulante e/ou realizável a longo 
prazo. Segundo as normas internacionais, por estar diretamente atribuído à 
operação de emissão de debêntures, a conta de “Deságio a Apropriar” deverá 
figurar como retificadora da obrigação Debêntures a Pagar, no Passivo Exigível. 
3.3 – Deságio na Emissão de Debêntures 
 
 
 
 
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Exemplo: a empresa Aprovados Ltda. lançou debêntures no mercado a 
R$ 1,00, na quantidade de 1.000 debêntures, com resgate em 5 anos, 
encontrando investidores que pagassem R$ 0,90 pelo referido título. 
Valor nominal das debêntures = R$ 10.000,00 (1.000 x 1,00) 
Deságio = R$ 1.000,00 (10.000 – 9.000) 
Lançamento: 
D - Bancos Conta Movimento (Ativo) 9.000 (0,90 x 10.000) 
D - Deságio a Amortizar 1.000 
C - Debêntures a resgatar 10.000 (1,00 x 10.000) 
 
O balanço patrimonial ficaria assim: 
PASSIVO 
Debêntures a pagar 10.000,00 
(-) Deságio a Amortizar 1.000,00 
 
Ao longo do prazo de duração do título, o deságio deve ser reconhecido 
no resultado proporcionalmente ao prazo transcorrido até a data da amortização 
do deságio. 
Para o nosso exemplo, se o resgate das debêntures será feito em 5 anos, 
devemos apropriar ao resultadoR$ 200,00 (1.000/5 anos) por ano, em 
atendimento ao Princípio da Competência, através do seguinte lançamento: 
D - Despesa de Deságio na Emissão de Debêntures 
C - Deságio a Amortizar 100,00 
 
Independentemente de a série de debêntures ter sido emitida com prêmio 
ou deságio, o reconhecimento das despesas financeiras (com juros passivos) e 
dos eventuais custos de transação são procedidos da mesma forma. 
 
 
Ao emitirem uma série de debêntures, as companhias podem inserir no 
título a possibilidade de serem convertidos em ações, situação que têm 
grande apelo junto ao mercado. Para isso, a companhia precisará especificar, 
antecipadamente, as bases de conversão das debêntures em ações, bem como 
o prazo ou a época para que o debenturista exerça seu direito. 
O resultado é que, ao tempo de resgate da debênture, o debenturista 
passa a ter direito a uma das duas opções: 
3.4 – Conversão de Debêntures em Ações 
 
 
 
 
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1) resgatar o valor do título, em dinheiro; ou 
2) receber ações da companhia, em substituição ao título. 
O lançamento para registro da conversão de R$ 20.000 de debêntures 
em ações é o seguinte: 
D - Debêntures a Pagar 
C - Capital Social 20.000 
 
 
Inicialmente, é importante entendermos algumas definições. A Ciência 
Atuarial é parte da estatística que investiga problemas relacionados com a teoria 
e o cálculo de seguros, aposentadorias e pensões. Envolve, em grande medida, 
o estudo de riscos e de modelos matemáticos que sejam capazes de manter o 
equilíbrio, especialmente financeiro, entre a contribuição e a remuneração 
futura ou contraprestação futura a ser recebida pelo contribuinte/beneficiário. 
Denominamos Passivo Atuarial as obrigações que as entidades têm com 
o pagamento e a manutenção de fundos de pensão de seus empregados. Tais 
passivos necessitam de estimativas e de cálculos atuariais para que sejam 
devidamente avaliados. 
Este item é tratado no Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios 
a Empregados. 
Pessoal, os cálculos do passivo atuarial são complexos, por isso, estão 
fora de cogitação para a nossa realidade, e totalmente fora do escopo do curso. 
O Pronunciamento Técnico encoraja, inclusive, que todos estes cálculos sejam 
realizados por atuário legalmente habilitado. Em concurso, provavelmente será 
cobrado questão teórica. 
Este assunto tem sido muito pouco explorado pelas bancas. Por isso, fica 
complicado até dizer o que é mais provável ser cobrado ou não, mas eu vou 
tratar esse assunto de forma bem objetiva e simplificada, no intuito de ser 
suficiente para a prova. Ler o CPC 33 (R1) inteiro é algo extremamente 
ineficiente, na minha opinião. Melhor priorizar outros pontos da matéria que 
caem com frequências nas provas. 
 
 
Benefícios a empregados são todas as formas de compensação 
proporcionadas pela entidade em troca de serviços prestados pelos seus 
empregados ou pela rescisão do contrato de trabalho. 
 
4 – Passivo Atuarial 
 
4.1 – Definições 
 
 
 
 
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Os benefícios a empregados incluem: 
1. Benefícios de curto prazo a empregados: são benefícios (exceto 
benefícios rescisórios) que se espera que sejam integralmente liquidados em 
até doze meses após o período a que se referem as demonstrações contábeis 
em que os empregados prestarem o respectivo serviço. 
Exemplos: 
(i) ordenados, salários e contribuições para a seguridade social; 
(ii) licença anual remunerada e licença médica remunerada; 
(iii) participação nos lucros e bônus; e 
(iv) benefícios não monetários (tais como assistência médica, moradia, 
carros e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para empregados atuais; 
 
2. Benefícios pós-emprego: são os benefícios a empregados (exceto 
benefícios rescisórios e benefícios de curto prazo a empregados), que serão 
pagos após o período de emprego. 
Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: 
• benefícios de aposentadoria e pensão; 
• outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais 
como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. 
 
3. Outros benefícios de longo prazo aos empregados: são todos os 
benefícios aos empregados que não benefícios de curto prazo aos empregados, 
benefícios pós-emprego e benefícios rescisórios. 
Exemplos: 
(i) ausências remuneradas de longo prazo, tais como licenças por tempo 
de serviço ou sabáticas; 
(ii) jubileu ou outros benefícios por tempo de serviço; e 
(iii) benefícios por invalidez de longo prazo; 
 
4. Benefícios rescisórios: são benefícios aos empregados fornecidos 
pela rescisão do contrato de trabalho de empregado como resultado de: 
(a) decisão da entidade terminar o vínculo empregatício do empregado 
antes da data normal de aposentadoria; ou 
(b) decisão do empregado de aceitar uma oferta de benefícios em troca 
da rescisão do contrato de trabalho. 
 
 
 
 
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Pelos conceitos acima vistos e pelo nosso conhecimento do dia a dia, 
sabemos que as entidades ficam obrigadas a honrar uma série de benefícios a 
seus empregados, por ocasião da "prestação da mão de obra". Alguns exemplos 
são os salários, as contribuições sociais, as participações nos lucros, as licenças 
remuneradas, etc. 
Além destes benefícios, os empregados podem fazer jus a benefícios 
denominados de "pós-emprego", quais sejam, valores que serão pagos aos 
empregados após o período de emprego. 
Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: 
• benefícios de aposentadoria e pensão; 
• outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais 
como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. 
 
Os acordos pelos quais a entidade proporciona benefícios pós-emprego 
são denominados planos de benefícios pós-emprego. A entidade deve aplicar o 
Pronunciamento CPC 33 (R1) a todos os acordos, que envolvam, ou não, o 
estabelecimento de entidade separada aberta ou fechada de previdência para 
receber as contribuições e pagar os benefícios. 
Planos de benefícios pós-emprego: são acordos formais ou informais 
nos quais a entidade se compromete a proporcionar benefícios pós-emprego 
a um ou mais empregados. 
Os planos de benefício pós-emprego classificam-se como planos de 
contribuição definida ou de benefício definido, dependendo da essência 
econômica do plano decorrente de seus principais termos e condições. 
1. Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós-
emprego nos quais a entidade patrocinadora paga contribuições fixas a uma 
entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou construtiva 
de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para 
pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do 
período corrente e anterior. 
2. Planos de benefício definido: são planos de benefícios pós-emprego 
que não sejam planos de contribuição definida. 
 
O Passivo Atuarial aparece no caso de plano de benefício definido. 
 
 
Planos de contribuição definida, em outras palavras, são aqueles em 
que o empregado e o empregador contribuem com um valor determinado para 
4.2 – Planos de Contribuição Definida 
 
 
 
 
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um fundo de pensão. Neste caso, como apenas a "contribuição"é definida, o 
benefício a ser recebido pelo empregado, após o término da sua relação de 
emprego, será determinado pela saúde financeira do próprio fundo de pensão. 
A empresa responsabiliza-se apenas em contribuir para o fundo. 
 
 
A contabilização dos planos de contribuição definida é direta porque a 
obrigação da entidade patrocinadora relativa a cada exercício é determinada 
pelos montantes a serem contribuídos no período. Consequentemente, não são 
necessárias premissas atuariais para mensurar a obrigação ou a despesa, e 
não há possibilidade de qualquer ganho ou perda atuarial. Além disso, as 
obrigações são mensuradas em base não descontada, exceto quando não são 
completamente liquidados em até doze meses após o final do período em que 
os empregados prestam o respectivo serviço. 
 
 
Nesse plano, a empresa (e, em muitos casos, o funcionário) contribuem 
para a formação de um fundo que irá garantir a complementação da 
aposentadoria dos funcionários. Há fundos de pensão que atingem um 
patrimônio expressivo, como a PREVI, dos funcionários do Banco do Brasil. 
O Passivo Atuarial surge quando a empresa assume o compromisso de 
suprir eventuais faltas financeiras do Fundo de Pensão. Ou seja, a entidade 
fica obrigada a arcar com o pagamento, no futuro, de benefícios definidos aos 
empregados, independentemente das contribuições pagas ao longo do período 
de contribuição. Veja bem, a ideia é que as contribuições ao longo do tempo 
mais que compensem o pagamento dos benefícios futuros, no entanto, apesar 
do cálculo atuarial, dois riscos se apresentam: 
 
 
Plano de 
Contribuição 
Definida
os riscos 
recaem sobre 
o empregado
risco atuarial
risco de que os benefícios 
sejam inferiores ao esperado
risco de 
investimento
risco de que os ativos 
investidos venham a ser 
insuficientes para cobrir os 
benefícios esperados
Plano de 
Benefício 
Definido
os riscos 
recaem sobre o 
empregador
risco atuarial
risco de que os benefícios 
venham a custar mais do que 
o esperado
risco de 
investimento
risco de que os ativos 
investidos venham a ser 
insuficientes para cobrir os 
benefícios esperados
4.3 – Planos de Benefícios Definidos 
 
 
 
 
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Se a experiência atuarial ou de investimento for pior que a esperada, a 
obrigação da entidade pode ser aumentada. Percebam que, por mais técnico 
que seja o cálculo atuarial, a entidade estará sujeita a uma série de variáveis 
que poderão levar a algum tipo de desequilíbrio nos planos de benefício definido. 
Deste modo, pode ocorrer de os valores arrecadados ao longo dos anos 
não serem suficientes para honrar os benefícios definidos aos empregados. 
Como resultado, a entidade precisará incorrer em despesas extraordinárias para 
cumprir suas obrigações. 
Por exemplo, se a expectativa de vida dos beneficiários do plano de 
benefício definido aumentar, surgirá um passivo atuarial, afinal, todo o cálculo 
atuarial das contribuições feitas ao longo do tempo pelos empregados levou em 
conta uma expectativa de vida média menor do que o verificado, fazendo que 
com a empresa assuma um passivo atuarial. 
A contabilização dos planos de benefício definido é complexa porque 
envolve premissas atuariais para mensurar a obrigação e a despesa do plano, 
bem como existe a possibilidade de ganhos e perdas atuariais. Além disso, as 
obrigações são mensuradas ao seu valor presente, pois podem ser liquidadas 
muitos anos após a prestação dos serviços pelos empregados. 
É hora de praticar futuros AFRFB!!! 
 (CESPE / Contador – Telebrás / 2013) A respeito 
do reconhecimento e da evidenciação de planos de benefícios pós-emprego, 
julgue os itens subsecutivos. 
Nos planos de benefício definido, o risco atuarial e o risco de investimento 
recaem, substancialmente, sobre o empregado. ( ) Certo ou ( ) Errado. 
Resolução: 
Nos planos de benefício definido, o risco atuarial e o risco de investimento 
recaem, substancialmente, sobre o empregadoR. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
Plano de 
Benefício 
Definido
os riscos 
recaem sobre o 
empregador
risco atuarial
risco de que os benefícios 
venham a custar mais do que 
o esperado
risco de 
investimento
risco de que os ativos 
investidos venham a ser 
insuficientes para cobrir os 
benefícios esperados
 
 
 
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Nos termos do item 56 do CPC 33 (R1), planos de benefício definido 
podem não ter fundo constituído ou podem ser total ou parcialmente cobertos 
por contribuições da entidade e, algumas vezes, dos seus empregados, para a 
entidade ou fundo legalmente separado da entidade patrocinadora, e a partir do 
qual são pagos os benefícios a empregados. 
O pagamento dos benefícios concedidos depende não somente da 
situação financeira e do desempenho dos investimentos do fundo, mas também 
da capacidade e do interesse da entidade de suprir qualquer insuficiência nos 
ativos do fundo. Portanto, a entidade assume, na essência, os riscos atuariais 
e de investimento associados ao plano. Consequentemente, a despesa 
reconhecida de plano de benefício definido não é necessariamente o montante 
da contribuição devida relativa ao período. 
Vou transcrever, agora, a literalidade do CPC 33 (R1), na parte que trata 
da contabilização do plano de benefício definido, com a indicação de itens que 
não comentei na aula. Não acho necessário ler os itens que menciono abaixo, 
mas, se surgirem dúvidas, recorram ao pronunciamento indicado. 
A contabilização de planos de benefício definido pela entidade envolve os 
seguintes passos: 
(a) determinar o déficit ou superávit. Isto envolve: 
(i) utilizar uma técnica atuarial, o método de crédito unitário projetado, 
para estimar de maneira confiável o custo final para a entidade do benefício 
obtido pelos empregados em troca dos serviços prestados nos períodos corrente 
e anteriores (vide itens 67 a 69). Isso exige que a entidade determine quanto 
do benefício deve ser atribuível aos períodos corrente e anteriores (vide itens 
70 a 74) e que faça estimativas (premissas atuariais) acerca de variáveis 
demográficas (tais como rotatividade e mortalidade de empregados) e variáveis 
financeiras (tais como futuros aumentos nos salários e nos custos médicos), que 
afetarão o custo do benefício (vide itens 75 a 98); 
(ii) descontar esse benefício para determinar o valor presente da 
obrigação de benefício definido e o custo do serviço corrente (vide itens 67 a 69 
e 83 a 86); 
(iii) deduzir o valor justo de quaisquer ativos do plano (vide itens 113 a 
115) do valor presente da obrigação de benefício definido; 
(b) determinar o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido 
como o valor do déficit ou superávit determinado em (a), ajustado por qualquer 
efeito de limitação de ativo líquido de benefício definido ao teto de ativo (asset 
ceiling) (vide item 64); 
(c) determinar os valores a serem reconhecidos em resultado: 
(i) custo do serviço corrente (vide itens 70 a 74); 
4.3.1 – Reconhecimento e Mensuração 
 
 
 
 
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(ii) qualquer custo do serviço passado e ganho ou perda na liquidação 
(vide itens 99 a 112); 
(iii) juros líquidos sobre o valor líquido de passivo (ativo) de benefício 
definido (vide itens 123 a 126); 
(d) determinar as remensurações do valor líquido de passivo (ativo) de 
benefício definido, a serem reconhecidas em outros resultados abrangentes, 
compreendendo: 
(i) ganhose perdas atuariais (vide itens 128 e 129); 
(ii) retorno sobre os ativos do plano, excluindo valores considerados nos 
juros líquidos sobre o valor líquido de passivo (ativo) de benefício definido (vide 
item 130); e 
(iii) qualquer mudança no efeito do teto de ativo (asset ceiling) (vide item 
64), excluindo os valores considerados nos juros líquidos sobre o valor líquido 
de passivo (ativo) de benefício definido. 
 
Quando a entidade possuir mais de um plano de benefício definido, deve 
aplicar esses procedimentos separadamente para cada plano relevante. 
 
 
A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo circulante (AC) ou 
do ativo não circulante realizável a longo prazo (ANC - RLP). Representa 
valores depositados por ordem judicial e que estejam vinculados a uma causa 
ainda não transitada em julgado, como a concessão de liminar em mandado 
de segurança. 
O exemplo clássico é a discussão de tributos em juízo. Suponha que a 
empresa Aprovados foi autuada pelo fisco em R$ 500.000,00, levando a lide ao 
Poder Judiciário, obtendo uma liminar (ordem judicial) para não pagar o tributo, 
porém exige-se o depósito do montante devido. 
Lançamento do depósito judicial (livra-se do pagamento de juros de mora): 
D – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) 
C – Bancos conta movimento (AC) 500.000,00 
 
Com o julgamento final, as decisões podem ser: 
1) Favorável à empresa – o valor é restituído à entidade. 
D – Bancos conta movimento 
C – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) 500.000,00 
 
5 – Depósitos Judiciais 
 
 
 
 
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2) Desfavorável à empresa – a obrigação é devida. 
D – Tributos a recolher 
C – Depósitos judiciais (AC ou ANC - RLP) 500.000,00 
 
Se a liminar for concedida sem a necessidade de depósito judicial, o 
procedimento mais prudente será registrar a dívida discutida no passivo 
contingente, já que a liminar pode ser cassada a qualquer momento. 
 
Por hoje é só. Apresento um resumo com os principais pontos vistos na 
nossa aula para futuras revisões. Bons estudos!!! 
 
 
 
O passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer 
qualquer dos seguintes critérios: 
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da 
entidade; 
(b) está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; 
(c) deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do 
balanço; ou 
(d) a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do 
passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço. 
 
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 
 
Portanto, as regras para classificação em passivo circulante (curto 
prazo) e não circulante (longo prazo) são as mesmas adotadas para o ativo 
circulante e ativo não circulante: 
Passivo Circulante: obrigações com vencimento até o término do 
exercício seguinte ou até 12 meses. 
Passivo Não Circulante: obrigações com vencimento após o término 
do exercício seguinte ou após 12 meses. 
 
 
 
6 – Resumo da Aula 
 
 
 
 
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Explicando de forma gráfica: 
 
 Exercício seguinte 
 Após o exercício seguinte 
 
 31/12/2013 31/12/2014 Passivo Não Circulante 
 
 Passivo Circulante 
 
Data do balanço patrimonial 
 
No exemplo da figura, o balanço foi elaborado em 31/12/2013. Portanto, 
todas as obrigações que esperamos liquidar até 31/12/2014 são débitos (ou 
dívidas) de curto prazo. A partir de 01/01/2015, as obrigações a pagar são 
de longo prazo. 
 
 
 
 
Critérios de
Avaliação dos
elementos do
Passivo
as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou 
calculáveis, inclusive Imposto sobre a Renda a pagar 
com base no resultado do exercício, serão computados 
pelo valor atualizado até a data do balanço;
as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula 
de paridade cambial, serão convertidas em moeda 
nacional à taxa de câmbio em vigor na data do 
balanço;
as obrigações, os encargos e os riscos classificados 
no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor 
presente, sendo os demais ajustados quando houver 
efeito relevante.
Débitos de
Funcionamento
representam as obrigações que a entidade 
possui e que são decorrentes de suas atividades 
normais. São “débitos” vinculados ao seu 
“funcionamento”. Exemplos: obrigações com 
fornecedores, os impostos a pagar e os 
adiantamentos recebidos de clientes.
Financiamento
são as dívidas que a entidade contrai e que não 
se relacionam, diretamente, ao seu 
funcionamento. Se destinam ao “financiamento” 
da empresa, para que esta obtenha recursos e os 
aplique em sua operação. Exemplos: os 
empréstimos e financiamentos bancários, os 
descontos de duplicatas, as debêntures emitidas, 
etc.
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
Exercício imediatamente posterior a data do balanço atual 
 
 
 
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Em regra, as contas do Passivo vêm acompanhadas das nomenclaturas 
a pagar ou a recolher. 
 
 
 
1. Registro da emissão de debêntures: 
D – Bancos 
C – Gastos na emissão de debêntures ou custos de transação a amortizar 
C – Debêntures a Pagar ou Debêntures a Resgatar 
 
PASSIVO 
Debêntures a pagar 
(-) Gastos na emissão de debêntures 
 
O Prêmio na Emissão de Debêntures era classificado como reserva de 
capital. Com o advento da Lei n° 11.638/07 e 11.941/09, ele passou a ser 
classificado como um resultado não realizado (receitas diferidas), no grupo 
passivo não circulante, para ser apropriado como receita, conforme o regime 
Créditos de
Funcionamento
representam os direitos que a entidade possui 
perante terceiros e que são decorrentes de suas 
atividades normais. São “créditos” vinculados ao 
seu “funcionamento”. Exemplos: duplicatas a 
receber, clientes e os adiantamentos a 
fornecedores.
Financiamento
são os créditos que a entidade fornece a terceiros 
que não se originam das atividades normais da 
entidade. Exemplos: os empréstimos e 
financiamentos concedidos, emprétimos 
realizados a sócios e diretores, etc.
Debêntures
• Títulos que dão ao seu titular
direito de crédito contra a 
companhia emitente;
• A companhia que emite a debênture 
deve quitar a dívida no 
vencimento, podendo resgatar as 
debêntures antecipadamente;
• O debenturista (titular da 
debênture) é credor da companhia.
Ações
• Títulos que dãodireito ao seu 
titular uma parcela ideal do 
patrimônio da entidade;
• O Acionista (titular da ação) é 
dono de uma pequena parte da 
companhia.
 
 
 
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de competência, na mesma base em que são apropriados os juros (despesas) 
das debêntures. 
2. Lançamento da emissão de debêntures com prêmio: 
D - Caixa (Ativo) 
C - Debêntures a resgatar (Passivo Não Circulante) 
C - Prêmios a Apropriar (PNC - Receitas diferidas) 
 
Os prêmios na emissão de debêntures devem ser acrescidos ao valor 
justo inicialmente reconhecido na emissão de debêntures: 
PASSIVO 
Debêntures a pagar 
+ Prêmios a Apropriar ou a Amortizar 
 
3. Lançamento da emissão de debêntures com deságio: 
D - Bancos Conta Movimento (Ativo) 
D - Deságio a Amortizar 
C - Debêntures a resgatar 
 
O balanço patrimonial ficaria assim: 
PASSIVO 
Debêntures a pagar 
(-) Deságio a Amortizar 
 
4. Lançamento para registro da conversão de debêntures em ações: 
D - Debêntures a Pagar 
C - Capital Social 
 
6.1 – Passivo Atuarial 
Benefícios pós-emprego: são os benefícios a empregados (exceto 
benefícios rescisórios e benefícios de curto prazo a empregados), que serão 
pagos após o período de emprego. 
Os benefícios pós-emprego incluem, por exemplo: 
• benefícios de aposentadoria e pensão; 
 
 
 
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• outros benefícios pagáveis após o término do vínculo empregatício, tais 
como assistência médica e seguro de vida na aposentadoria. 
 
Planos de benefícios pós-emprego: são acordos formais ou informais 
nos quais a entidade se compromete a proporcionar benefícios pós-emprego 
a um ou mais empregados. 
Os planos de benefício pós-emprego classificam-se como planos de 
contribuição definida ou de benefício definido, dependendo da essência 
econômica do plano decorrente de seus principais termos e condições. 
1. Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós-
emprego nos quais a entidade patrocinadora paga contribuições fixas a uma 
entidade separada (fundo), não tendo nenhuma obrigação legal ou construtiva 
de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir ativos suficientes para 
pagar todos os benefícios aos empregados relativamente aos seus serviços do 
período corrente e anterior. 
2. Planos de benefício definido: são planos de benefícios pós-emprego 
que não sejam planos de contribuição definida. 
 
O Passivo Atuarial aparece no caso de plano de benefício definido. 
 
 
 
 
 
A contabilização dos planos de benefício definido é complexa porque 
envolve premissas atuariais para mensurar a obrigação e a despesa do plano, 
bem como existe a possibilidade de ganhos e perdas atuariais. Além disso, as 
Plano de 
Contribuição 
Definida
os riscos 
recaem sobre 
o empregado
risco atuarial
risco de que os benefícios 
sejam inferiores ao esperado
risco de 
investimento
risco de que os ativos 
investidos venham a ser 
insuficientes para cobrir os 
benefícios esperados
Plano de 
Benefício 
Definido
os riscos 
recaem sobre o 
empregador
risco atuarial
risco de que os benefícios 
venham a custar mais do que 
o esperado
risco de 
investimento
risco de que os ativos 
investidos venham a ser 
insuficientes para cobrir os 
benefícios esperados
 
 
 
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obrigações são mensuradas ao seu valor presente, pois podem ser liquidadas 
muitos anos após a prestação dos serviços pelos empregados. 
A conta depósitos judiciais é uma conta do ativo circulante (AC) ou 
do ativo não circulante realizável a longo prazo (ANC - RLP). Representa 
valores depositados por ordem judicial e que estejam vinculados a uma causa 
ainda não transitada em julgado, como a concessão de liminar em mandado 
de segurança. 
 
Ficamos por aqui!!! Vamos agora treinar o seu aprendizado por meio de 
exercícios de concursos anteriores da ESAF. Em seguida temos as questões 
comentadas. Se você preferir responder antes de olhar os comentários, vá 
direto para a página 54 e depois retorne para verificar os comentários das 
questões. 
Qualquer dúvida e/ou esclarecimentos, estarei à disposição no Fórum. 
Não deixe de nos procurar, tirando suas dúvidas, e nos ajudando a aprimorar o 
nosso curso. 
Conte comigo e Firmeza nos Estudo (FÉ)! 
 
 
 
01. (ESAF / AFC - CGU / Adaptada / 2008) Com base nos critérios de 
avaliação de ativos e passivos, julgue os itens que se seguem e marque, com V 
para os verdadeiros e F para os falsos, a opção que corresponde à sequência 
correta. 
I. Os direitos e títulos de crédito, e as demais aplicações, serão avaliados, pelo 
custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor. 
II. Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão 
ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito 
relevante. 
III. A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será 
registrada periodicamente nas contas de: Depreciação, Amortização e Exaustão. 
IV. As obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo 
prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando 
houver efeito relevante. 
V. Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser 
avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito 
pela técnica contábil. 
a) V,V,F,F,F 
7 – Questões comentadas 
 
 
 
 
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b) V,V,V,F,V 
c) F,F,V,F,F 
d) V,F,F,V,V 
e) F,V,V,V,V 
Resolução: 
Analisando cada item: 
I - Os direitos e títulos de crédito, e as demais aplicações, serão avaliados, pelo 
custo de aquisição ou pelo valor de mercado, se este for menor, ajustado ao 
valor provável de realização, quando este for inferior. Portanto, Item Falso. 
II. Literalidade do inciso VIII, art. 183, da Lei 6.404/76. Logo, o item é 
verdadeiro 
III. A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será 
registrada periodicamente nas contas de: Depreciação, Amortização e Exaustão. 
Item verdadeiro, de acordo com § 2º, art. 183, Lei das S/A. 
IV. As obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante 
serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando 
houver efeito relevante. Item verdadeiro, de acordo com o inciso III, art. 
184, Lei das S/A. 
V. Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser 
avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito 
pela técnica contábil. Item verdadeiro, de acordo com § 4º, art. 183, Lei 
das S/A. Gabarito: Letra E. 
 
02. (ESAF / AFRFB / 2012) São evidenciados nos Passivos os saldos finais 
das contas 
a) Ajustes de Avaliação Patrimonial e Provisões para Reestruturação. 
b) Créditos de Acionistas Transação não Recorrente e Debêntures Conversíveis 
em Ações. 
c) Perdas Estimadas para Redução ao Valor Recuperável e Duplicatas 
Descontadas. 
d) Faturamento para Entrega Futura e Ajustes de Avaliação Patrimonial. 
e) Duplicatas Descontadas e Debêntures Conversíveis em Ações. 
Resolução: 
Você facilmente idêntica que somente a letra E possui contas do passivo, que 
são Duplicatas

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