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5859 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.16, n.7, p. 5859-5878, 2023 
 
 jan. 2021 
A utilização das ferramentas de qualidade na indústria 
 
The use of quality tools in industry 
 
DOI: 10.55905/revconv.16n.7-095 
 
Recebimento dos originais: 13/06/2023 
Aceitação para publicação: 11/07/2023 
 
Felipe Kleber Barbosa de Oliveira 
Graduando em Engenharia de Produção e Qualidade nos Processos 
Instituição: Centro Universitário Fametro 
Endereço: Manaus – AM, Brasil 
E-mail: felipe_oliveiraa@outlook.com.br 
Orcid: https://orcid.org/0009-0003-4416-6889 
 
José Carlos Alves Roberto 
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Amazonas 
Instituição: Centro Universitário Fametro 
Endereço: Manaus – AM, Brasil 
E-mail: jose.roberto@fametro.edu.br 
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9953-8342 
 
Sistina Pereira Souto 
Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Centro Universitário Nilton Lins 
Instituição: Centro Universitário Fametro 
Endereço: Manaus – AM, Brasil 
E-mail: Sistinasouto@gmail.com 
Orcid: https://orcid.org/0009-0006-7857-9296 
 
RESUMO 
A utilização das ferramentas de qualidade na indústria é uma prática essencial para a melhoria 
contínua e o aumento da competitividade das empresas. Essas ferramentas proporcionam uma 
abordagem estruturada e baseada em dados para a identificação e solução de problemas, análise 
de dados e tomada de decisões embasadas. Neste contexto, esta pesquisa tem como objetivo 
analisar a utilização das ferramentas de qualidade na indústria, seus benefícios potenciais e os 
desafios associados à sua implementação. Os resultados esperados podem fornecer insights 
valiosos para as empresas, contribuindo para a disseminação do conhecimento sobre as 
ferramentas de qualidade e estimulando sua adoção mais ampla no setor industrial. Isso visa à 
melhoria contínua dos processos operacionais, aumento da eficiência, qualidade dos produtos, 
redução de custos, satisfação do cliente e conquista de vantagens competitivas. 
 
Palavras-chave: ferramentas de qualidade, indústria, melhoria contínua, competitividade, 
análise de dados, tomada de decisões, benefícios, desafios. 
 
 
mailto:felipe_oliveiraa@outlook.com.br
mailto:jose.roberto@fametro.edu.br
https://orcid.org/0000-0001-9953-8342
 
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ABSTRACT 
The use of quality tools in industry is an essential practice for continuous improvement and 
increasing the competitiveness of companies. These tools provide a structured and data-driven 
approach to problem identification and solution, data analysis and informed decision making. In 
this context, this research aims to analyze the use of quality tools in industry, their potential 
benefits and the challenges associated with their implementation. The expected results may 
provide valuable insights for companies, contributing to the dissemination of knowledge about 
quality tools and stimulating their wider adoption in the industrial sector. This aims at continuous 
improvement of operational processes, increased efficiency, product quality, cost reduction, 
customer satisfaction and achievement of competitive advantages. 
 
Keywords: quality tools, industry, continuous improvement, competitiveness, data analysis, 
decision making, benefits, challenges. 
 
 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A utilização das ferramentas de qualidade na indústria desempenha um papel fundamental 
na busca pela excelência e melhoria contínua dos processos. Essas ferramentas são técnicas e 
metodologias desenvolvidas para identificar, analisar e solucionar problemas, além de otimizar 
a eficiência e eficácia dos processos produtivos. 
As ferramentas de qualidade têm como objetivo principal garantir a satisfação do cliente, 
aprimorando a qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela indústria. Elas proporcionam 
uma abordagem estruturada e sistemática para identificar as causas de falhas ou deficiências nos 
processos, permitindo a implementação de ações corretivas e preventivas. 
A utilização dessas ferramentas de qualidade na indústria permite uma abordagem mais 
analítica e científica para a resolução de problemas e aprimoramento dos processos. Elas 
proporcionam uma base sólida para a tomada de decisões e a implementação de ações de 
melhoria, contribuindo para a redução de custos, aumento da produtividade, melhoria da 
qualidade e satisfação dos clientes. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
A justificativa para o artigo sobre a utilização das ferramentas de qualidade na indústria 
baseia-se na importância dessas ferramentas para o sucesso e a competitividade das organizações 
no ambiente empresarial atual. A indústria enfrenta constantemente desafios relacionados à 
qualidade, eficiência e satisfação do cliente. As expectativas dos consumidores estão cada vez 
mais altas, e os mercados estão se tornando cada vez mais competitivos. Nesse contexto, as 
 
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empresas precisam adotar abordagens sistemáticas para identificar e resolver problemas, além de 
melhorar continuamente seus processos. As ferramentas de qualidade oferecem uma estrutura e 
um conjunto de técnicas que auxiliam as empresas a alcançarem esses objetivos. Elas fornecem 
métodos eficazes para identificar as causas raiz dos problemas, analisar dados, estabelecer 
prioridades, tomar decisões embasadas em fatos e implementar ações de melhoria. 
 
1.2 OBJETIVO GERAL 
O objetivo geral deste artigo é analisar a utilização das ferramentas de qualidade na 
indústria, destacando sua importância para a melhoria dos processos, a otimização da qualidade 
dos produtos e serviços, e o aumento da satisfação do cliente. 
 
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
• Apresentar uma visão geral das principais ferramentas de qualidade utilizadas na 
indústria, descrevendo seus conceitos e aplicações. 
• Investigar os benefícios e impactos da utilização das ferramentas de qualidade na 
indústria, como a redução de custos, o aumento da produtividade e a melhoria da 
qualidade dos produtos. 
• Explorar as melhores práticas e recomendações para a implementação eficaz das 
ferramentas de qualidade na indústria, incluindo estratégias de engajamento dos 
funcionários e a integração das ferramentas aos processos existentes. 
• Propor ações e estratégias para a sustentabilidade e continuidade da utilização das 
ferramentas de qualidade na indústria, considerando a importância da melhoria contínua 
e o alinhamento com as tendências e demandas do mercado. 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E/OU TRABALHOS RELACIONADOS 
2.1 CONCEITO DE QUALIDADE 
O conceito de qualidade pode variar dependendo do contexto em que é aplicado, mas de 
forma geral, qualidade refere-se ao grau de excelência ou superioridade de algo em relação a um 
conjunto de requisitos ou padrões estabelecidos. Na indústria, qualidade está associada à 
conformidade de um produto ou serviço com as especificações, expectativas e necessidades dos 
 
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clientes. Isso envolve características como desempenho, durabilidade, confiabilidade, segurança, 
usabilidade e estética. 
Além disso, qualidade também abrange a eficiência dos processos e a capacidade de 
atender aos requisitos legais, normativos e regulatórios aplicáveis. Ela envolve a adoção de boas 
práticas de fabricação, a gestão eficaz de matérias-primas e recursos, e a garantia de 
conformidade com as normas de qualidade relevantes. A qualidade não se limita apenas aos 
produtos e serviços finais, mas também se estende aos processos utilizados para produzi-los. A 
busca pela qualidade envolve a identificação e eliminação de defeitos, a prevenção de falhas, o 
controle estatísticoda qualidade e a melhoria contínua dos processos. 
É importante ressaltar que a qualidade é percebida pelos clientes e usuários finais. 
Portanto, a perspectiva do cliente é fundamental na definição e avaliação da qualidade de um 
produto ou serviço. A satisfação do cliente é um indicador importante da qualidade e pode 
influenciar a reputação e o sucesso de uma empresa. 
Ao longo do tempo, o conceito de qualidade tem passado por uma evolução para se 
adaptar ao mercado em constante mudança, levando em consideração o desenvolvimento dos 
negócios e a crescente concorrência. Isso tem exigido das organizações uma busca constante pela 
melhoria contínua de seus produtos, por meio do aprimoramento de seus processos (LUPPI e 
ROCHA, 1998). 
Inicialmente, a qualidade era amplamente associada à conformidade com as 
especificações, ou seja, à adequação aos padrões estabelecidos. No entanto, ao longo do tempo, 
houve uma mudança de perspectiva, direcionando o foco para o atendimento das necessidades 
do cliente. Esse novo enfoque ampliou os critérios avaliados, indo além das meras especificações 
técnicas, com o objetivo de alcançar a satisfação do cliente (FONSECA, 2006). 
O conceito de qualidade em uma empresa envolve a busca pela excelência em seus 
produtos, serviços e processos, visando atender e superar as expectativas dos clientes. A 
qualidade é uma dimensão fundamental para o sucesso e a competitividade das organizações, 
uma vez que está diretamente relacionada à satisfação dos clientes, à reputação da empresa e à 
fidelização do público-alvo. 
Uma definição amplamente aceita de qualidade é a do International Organization for 
Standardization (ISO), que define qualidade como "grau no qual um conjunto de características 
inerentes satisfaz a requisitos" (ISO 9000:2015). Esses requisitos podem incluir especificações 
 
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técnicas, normas regulatórias, necessidades e expectativas dos clientes, entre outros critérios 
relevantes. 
É importante ressaltar que a qualidade não é um conceito estático, mas sim um processo 
contínuo de melhoria e adaptação às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes. Nesse 
sentido, as empresas devem buscar constantemente aprimorar seus produtos, serviços e 
processos, a fim de garantir a conformidade com os requisitos e, ao mesmo tempo, exceder as 
expectativas dos clientes. 
Diversas abordagens e metodologias têm sido desenvolvidas para auxiliar as empresas na 
gestão da qualidade. Uma delas é o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), baseado na norma 
ISO 9001, que fornece diretrizes e requisitos para estabelecer, implementar e melhorar 
continuamente um sistema de gestão da qualidade. Esse sistema envolve a definição de políticas, 
a identificação de processos- chave, o estabelecimento de indicadores de desempenho, a 
padronização de procedimentos, a realização de auditorias internas e a busca pela satisfação do 
cliente. 
Além disso, outras metodologias e abordagens, como o Lean Manufacturing, o Six Sigma 
e a Gestão da Qualidade Total (TQM), também têm sido amplamente utilizadas pelas empresas 
para promover a qualidade em todas as áreas da organização. 
Em suma, o conceito de qualidade em uma empresa está intrinsecamente ligado à 
satisfação do cliente e à busca pela excelência. As organizações devem adotar uma abordagem 
sistemática de gestão da qualidade, buscando atender os requisitos e superar as expectativas dos 
clientes, aprimorando constantemente seus produtos, serviços e processos. 
 
2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE QUALIDADE 
A evolução histórica da gestão da qualidade pode ser traçada ao longo de diferentes 
períodos, que foram marcados pelo surgimento e desenvolvimento de abordagens e filosofias 
específicas. Aqui está uma visão geral da evolução da gestão da qualidade ao longo do tempo, 
juntamente com algumas referências importantes: 
Inspeção: No início do século XX, a gestão da qualidade era predominantemente baseada 
na inspeção, que consistia em verificar produtos acabados para identificar defeitos. Esse enfoque 
foi amplamente difundido por estatísticos como Walter A. Shewhart e Harold F. Dodge. 
 
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Controle Estatístico da Qualidade (CEQ): Durante a Segunda Guerra Mundial, o Controle 
Estatístico da Qualidade, desenvolvido por W. Edwards Deming e outros estatísticos, ganhou 
destaque. Essa abordagem introduziu o uso de métodos estatísticos para monitorar e controlar os 
processos de produção, com o objetivo de reduzir a variação e melhorar a qualidade. 
Garantia da Qualidade: Na década de 1960, surgiu o conceito de Garantia da Qualidade, 
que se concentrou na implementação de sistemas e procedimentos para garantir a qualidade em 
todas as etapas do processo de produção. Uma referência importante nesse período é a norma 
ISO 9000, publicada pela International Organization for Standardization (ISO) em 1987. 
Total Quality Management (TQM): Na década de 1980, o Total Quality Management 
(TQM) emergiu como uma filosofia abrangente de gestão da qualidade. O TQM envolve o 
envolvimento de todos os membros da organização na busca pela qualidade, a melhoria contínua 
dos processos e a ênfase na satisfação do cliente. 
Lean Manufacturing: A partir da década de 1990, o Lean Manufacturing, inspirado nos 
princípios do Sistema Toyota de Produção, ganhou destaque como uma abordagem de gestão da 
qualidade que visa eliminar desperdícios e otimizar a eficiência dos processos. 
Six Sigma: No final do século XX e início do século XXI, o Six Sigma se tornou uma 
metodologia amplamente adotada para a melhoria da qualidade. O Six Sigma enfatiza a redução 
de defeitos e a melhoria da eficiência dos processos por meio do uso de dados e análise estatística. 
Essas são apenas algumas das abordagens e filosofias que influenciaram a evolução da 
gestão da qualidade ao longo do tempo. Cada uma delas trouxe contribuições significativas para 
o desenvolvimento de práticas e conceitos utilizados atualmente na busca pela excelência e 
melhoria contínua. 
 
[...] A preocupação com a qualidade, no sentido mais amplo da palavra, começou com 
W.A. Shewhart, estatístico norte-americano que, já na década de 20, tinha um grande 
questionamento com a qualidade e com a variabilidade encontrada na produção de bens 
e serviços. Shewhart desenvolveu um sistema de mensuração dessas variabilidades que 
ficou conhecido como Controle Estatístico de Processo (CEP). Criou também o Ciclo 
PDCA (Plan, Do, Check e Action), método essencial da gestão da qualidade, que ficou 
conhecido como Ciclo Deming da Qualidade. LONGO. R. M (1996) 
 
Segundo Marshall Junior et al. (2006), após o final da Segunda Guerra Mundial, a 
qualidade se estabeleceu como uma disciplina bem aceita e reconhecida no ambiente 
organizacional. Nesse período, surgiram técnicas específicas e efetivas, bem como profissionais 
 
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especializados e devidamente caracterizados nessa área. Essa era ficou consagrada por três 
principais aspectos: 
 
1. Abordagem da qualidade desde a fase de desenvolvimento do produto: Nessa época, 
houve uma mudança de paradigma, em que a qualidade passou a ser considerada desde 
o estágio inicial do projeto do produto. Foram levados em conta os aspectos funcionais 
e os atributos de desempenho, visando garantir que o produto atendesse às necessidades 
e expectativas dos clientes. 
2. Envolvimento de todos os funcionários, fornecedores e clientes: A era da qualidade 
reconheceu a importância de envolver todos os colaboradores, independentemente de 
seu nível hierárquico, bem como fornecedores e clientes, nos processos de melhoria da 
qualidade. O objetivoera alcançar o comprometimento e a confiança mútua, entendendo 
que todos têm um papel fundamental na busca pela qualidade. 
3. Manutenção e aperfeiçoamento das técnicas clássicas de qualidade: A era da 
qualidade não descartou as técnicas clássicas já estabelecidas. Pelo contrário, buscou 
manter e aprimorar essas técnicas, reconhecendo sua importância na obtenção de 
resultados efetivos. Através do constante refinamento dessas abordagens tradicionais, 
foi possível melhorar continuamente a qualidade dos produtos e processos 
organizacionais. Marshall Junior et al. (2006). 
 
2.3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE QUALIDADE NO BRASIL 
A evolução histórica da gestão de qualidade no Brasil acompanha o desenvolvimento e a 
adoção de práticas de qualidade em nível global. Ao longo das décadas, o país passou por 
diferentes fases e influências, tanto do setor público quanto do setor privado, que moldaram o 
panorama da gestão da qualidade no país. 
No Brasil, de acordo com Figueira e Ramalho (2003), os sistemas de garantia da 
qualidade foram introduzidos inicialmente nas filiais de empresas multinacionais como uma 
forma de unificar os processos de gestão e buscar maior competitividade. Durante esse período, 
duas medidas governamentais impulsionaram o desenvolvimento dos programas de qualidade 
nas empresas brasileiras. 
A primeira medida foi a sanção do Código de Defesa do Consumidor, que proporcionou 
aos consumidores ferramentas para exigir a garantia da qualidade de produtos e serviços. Isso 
incentivou as empresas a adotarem práticas de qualidade mais rigorosas para atender às 
expectativas dos consumidores e evitar problemas legais. 
A segunda medida foi o lançamento do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade 
(PBQP) em 1990. Esse programa, implementado pelo governo brasileiro, visava promover a 
qualidade e a produtividade nas empresas nacionais. O PBQP incentivou a adoção de normas de 
qualidade, a melhoria dos processos e a busca pela excelência em diversos setores da economia 
brasileira. 
 
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Essas iniciativas, tanto a implementação dos sistemas de garantia da qualidade pelas 
empresas multinacionais como as medidas governamentais, contribuíram significativamente para 
o desenvolvimento e a disseminação dos programas de qualidade nas empresas brasileiras. Elas 
impulsionaram a conscientização sobre a importância da qualidade, tanto para atender às 
demandas dos consumidores como para aumentar a competitividade no mercado nacional e 
internacional. 
Década de 1950: Nesse período, a qualidade era vista principalmente como uma 
responsabilidade das áreas de inspeção e controle de qualidade nas empresas. As práticas eram 
baseadas em testes e inspeções finais para garantir a conformidade dos produtos com as 
especificações. 
Década de 1960: Com a crescente concorrência e a necessidade de melhorar a 
competitividade industrial, começaram a surgir no Brasil as primeiras influências das abordagens 
de qualidade vindas dos Estados Unidos e do Japão. O Movimento da Qualidade no Brasil ganhou 
força, com a disseminação de técnicas como os círculos de controle da qualidade. 
Década de 1970: Nessa década, a qualidade começou a ser vista como uma 
responsabilidade de toda a organização, e não apenas de um departamento específico. As 
empresas buscaram adotar abordagens mais abrangentes, como a Gestão da Qualidade Total 
(TQM), que enfatiza a participação de todos os funcionários na busca pela qualidade. 
Década de 1980: Com a abertura econômica e a internacionalização dos mercados, as 
empresas brasileiras enfrentaram a necessidade de se adequarem aos padrões internacionais de 
qualidade. A adoção de normas internacionais, como a série ISO 9000, começou a ganhar 
destaque no país. 
Década de 1990: Nessa década, a implementação das normas ISO 9000 tornou-se uma 
prática comum em muitas empresas brasileiras. A busca por certificações de qualidade passou a 
ser um diferencial competitivo e uma exigência de muitos clientes, impulsionando a melhoria 
dos processos e a padronização das práticas de gestão. 
Década de 2000: A gestão de qualidade no Brasil passou a incorporar também as práticas 
do Lean Manufacturing, baseadas no sistema Toyota de produção, que visa eliminar desperdícios 
e aumentar a eficiência dos processos. 
Atualmente, a gestão de qualidade no Brasil continua a evoluir, com a crescente adoção 
de abordagens como o Six Sigma, a gestão de processos e a busca pela excelência operacional. 
 
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Além disso, há um maior reconhecimento da importância da qualidade na conquista de mercados 
internacionais e na garantia da satisfação dos clientes. 
A evolução histórica da gestão de qualidade no Brasil reflete um movimento gradual de 
uma abordagem centrada na inspeção para uma visão mais abrangente e estratégica, incorporando 
a participação de todos os colaboradores e a busca contínua pela melhoria e excelência 
organizacional. 
 
2.4 SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE 
Um Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ) é um conjunto de políticas, processos e 
procedimentos que uma organização implementa para garantir que seus produtos ou serviços 
atendam aos requisitos de qualidade estabelecidos. Esses sistemas são projetados para melhorar 
continuamente a qualidade, aumentar a satisfação do cliente e garantir a conformidade com 
normas e regulamentações aplicáveis. 
Ao longo das últimas décadas, houve um aumento significativo do interesse mundial e 
brasileiro pela gestão da qualidade. Esse interesse foi impulsionado pelas transformações nas 
necessidades e expectativas dos clientes, bem como pelas pressões competitivas e avanços 
tecnológicos. As organizações foram levadas a reavaliar e reestruturar suas práticas empresariais, 
buscando melhorar continuamente seus produtos e processos (VARGAS, 2012). 
Para garantir a qualidade de produtos e serviços e enfrentar as dificuldades em satisfazer 
os clientes, tornou-se necessário o desenvolvimento e a implementação de sistemas de gestão da 
qualidade nas organizações. Esses sistemas são baseados no princípio da melhoria contínua, e 
sua implementação é fundamental para que as empresas alcancem suas visões de futuro e 
objetivos de curto, médio e longo prazo (VARGAS, 2012). 
A Norma ABNT NBR ISO 9000:2005 define o sistema de gestão da qualidade como um 
conjunto de elementos interligados e integrados na organização, trabalhando de forma 
coordenada para estabelecer e alcançar a política e os objetivos de qualidade. Esse sistema busca 
consistência nos produtos e serviços, a fim de satisfazer as necessidades e expectativas dos 
clientes (PAIVA, 2009). 
O sistema de gestão da qualidade é composto por pessoas, recursos e procedimentos que 
interagem de forma organizada para atingir ou manter resultados específicos. Ele promove a 
 
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cultura da satisfação do cliente e utiliza técnicas, ferramentas e treinamento integrados para 
alcançar esse objetivo (FROSINI e CARVALHO, 1995; SASHKIN e KISER, 1994). 
O foco do sistema de gestão da qualidade está no cliente, na liderança, no envolvimento 
das pessoas e na abordagem de processos. Ele é projetado para identificar, organizar, controlar, 
direcionar e gerenciar os processos de uma organização, com o objetivo de promover e garantir 
a qualidade de produtos e serviços (VARGAS, 2012). 
Além disso, o sistema de gestão da qualidade incentiva as organizações a analisar os 
requisitos dos clientes, definir os processos que contribuem para a obtenção de produtos 
aceitáveis e mantê-los sob controle. Ele fornece confiança às organizações e aos clientes de que 
a empresa é capaz de fornecerprodutos que atendam consistentemente aos requisitos (ABNT 
NBR ISO 9000:2005). 
O sistema de gestão da qualidade vai além de questões exclusivamente técnicas e envolve 
toda a organização. Ele melhora a imagem da empresa, aprimora os processos de forma contínua 
e crescente, e está presente na gestão diária da organização (LIMA, 2010). 
Em resumo, o sistema de gestão da qualidade é uma abordagem sistemática e integrada 
que busca aprimorar continuamente os processos organizacionais, envolvendo todos os níveis 
hierárquicos e promovendo a satisfação do cliente como prioridade (LOPES, 2010). 
A existência de problemas crônicos nas organizações afeta diretamente a qualidade dos 
produtos e serviços oferecidos. Para lidar com esses problemas e garantir a melhoria contínua, é 
necessário implementar um sistema de gestão integrado, que alinhe as ações com as políticas, 
objetivos e diretrizes estabelecidas. Esse sistema deve estabelecer rotinas e padrões de gestão 
para tratar não conformidades, promover a aprendizagem contínua e aprimorar os processos 
(VARGAS, 2012). 
Alguns dos problemas frequentemente encontrados são a falta de ações efetivas para lidar 
com não conformidades, a falta de comprometimento dos gestores em atender aos requisitos dos 
clientes, a falta de treinamento e habilidades adequadas para a execução das tarefas, a ausência 
de rotinas padronizadas ou obsoletas que dificultam a previsibilidade dos resultados, a falta de 
clareza na delegação de responsabilidades e autoridade, a falta de informações adequadas para 
os funcionários, a falta de medição e monitoramento adequados dos processos, a falta de 
manutenção em equipamentos e ferramentas, a falta de avaliação da capacidade produtiva em 
 
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relação à qualidade exigida pelo cliente, o alto índice de desperdício e a falta de registro dos 
problemas, dificultando sua avaliação e o estabelecimento de históricos (VARGAS, 2012). 
Diante desses problemas e das dificuldades específicas de cada negócio, muitas 
organizações reconhecem a importância de implementar um sistema de gestão da qualidade 
eficaz e consolidado. Esse sistema pode proporcionar benefícios significativos para a empresa, 
tais como: 
• Melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos. 
• Aumento da satisfação dos clientes e fidelização. 
• Redução de custos operacionais e desperdícios. 
• Aumento da eficiência e produtividade dos processos. 
• Melhoria da comunicação interna e do trabalho em equipe. 
• Identificação e tratamento eficaz de não conformidades. 
• Aprendizagem contínua e desenvolvimento de habilidades. 
• Maior confiança e credibilidade junto aos clientes e parceiros. 
• Cumprimento de requisitos legais e normativos. 
• Estabelecimento de uma cultura de qualidade na
 organização (VARGAS, 2012). 
Portanto, a implementação de um sistema de gestão da qualidade eficaz é fundamental 
para superar problemas organizacionais e alcançar melhorias significativas nos produtos e 
serviços. Ele proporciona à empresa uma abordagem sistemática e integrada, focada na resolução 
de não conformidades, aprendizagem contínua e aprimoramento dos processos, resultando em 
benefícios tangíveis e intangíveis para a organização (VARGAS, 2012). 
A certificação na norma ISO 9001 desempenha um papel fundamental na melhoria dos 
processos internos das organizações. Ela orienta a implementação de programas de capacitação 
dos colaboradores, fortalece o monitoramento do ambiente de trabalho e desenvolve mecanismos 
para verificar a satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores. No entanto, o verdadeiro 
sucesso dessa abordagem depende do envolvimento de todos os níveis hierárquicos da 
organização e da adoção contínua de metodologias como o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act). 
Para ser certificada, uma organização deve seguir alguns passos e atender a requisitos 
específicos. Entre eles, destacam-se: 
 
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• Padronizar todos os processos-chave da organização, especialmente aqueles que 
impactam diretamente o produto e, consequentemente, o cliente. 
• Monitorar e medir os processos de fabricação para garantir a qualidade do 
produto/serviço, utilizando indicadores de desempenho e identificando desvios. 
• Implementar e manter registros adequados e necessários para garantir a 
rastreabilidade dos processos. 
• Realizar inspeções de qualidade e adotar ações corretivas apropriadas quando 
necessário. 
• Realizar revisões sistemáticas dos processos e do sistema de qualidade para 
garantir sua eficácia. 
Atualmente, a competição entre empresas tem levado ao uso da normalização como um 
instrumento de administração e gerenciamento da produção nos processos industriais. Segundo 
Curi Filho (1999), essa prática representa uma vantagem decisiva, uma vez que proporciona 
diversos benefícios: 
• Benefícios qualitativos: uso adequado de recursos (equipamentos, materiais, mão-
de-obra), disciplina na produção e uniformidade no trabalho, auxílio no treinamento e 
aprimoramento do nível técnico da mão-de-obra, registro do conhecimento tecnológico, 
facilitação da contratação ou venda de tecnologia. 
• Benefícios processuais: participação em programas de garantia da qualidade, 
controle de produtos e processos, padronização de controle e testes laboratoriais, 
segurança pessoal e de equipamentos, otimização do uso do tempo. 
• Benefícios quantitativos: redução do consumo e desperdício (gestão de materiais), 
especificação de matérias-primas, padronização de componentes e equipamentos, 
redução da variedade de produtos, procedimentos para cálculos e projetos, aumento da 
produtividade, melhoria da qualidade de produtos e serviços. 
Além disso, existem benefícios internos e externos associados à implementação da norma 
ISO 9001: 
• Benefícios internos: relacionados aos processos e à estrutura da organização, 
como aumento da produtividade, melhoria da eficiência, redução de custos e refugos, 
melhor controle gerencial, definição clara de responsabilidades e tarefas organizacionais, 
 
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aprimoramento na estrutura de coordenação, tomada de decisões baseada em dados, 
aumento da motivação pessoal. 
• Benefícios externos: relacionados ao ambiente em que a organização está inserida, 
como vantagem competitiva, aumento nas vendas e participação de mercado, acesso a 
novos mercados, manutenção de relacionamentos com consumidores, descoberta de 
novos clientes, aumento da satisfação dos clientes, confiança e melhoria da reputação da 
empresa, que podem resultar em melhores oportunidades para estabelecer parcerias e 
fusões. 
A abordagem por processos proposta pela Norma ISO 9001:2008 enfatiza a importância 
de identificar as necessidades do cliente e de fornecer os recursos necessários para executar e 
entregar o produto. A alta administração também deve verificar a satisfação do cliente. Em 
resumo, a organização precisa monitorar o sistema de gestão da qualidade, com base na satisfação 
do cliente e na implementação dos procedimentos definidos pela ISO. Caso os resultados não 
sejam satisfatórios, a organização deve adotar ações corretivas para atingir os parâmetros 
estabelecidos. Se os resultados forem satisfatórios, a empresa deve buscar ações para melhorar 
ainda mais o desempenho organizacional. A busca por um melhor desempenho é a grande 
contribuição dessa nova versão da norma, com um enfoque centrado no cliente. 
 
2.5 FERRAMENTA DE QUALIDADE 
De acordo com Lucinda (2010), a complexidade crescente das atividades organizacionais 
tem levado ao aumento da dificuldade em resolver problemas. Atualmente, os problemas exigem 
uma abordagem multidisciplinar,pois uma única pessoa, por mais habilidosa e experiente que 
seja, não consegue lidar com problemas organizacionais complexos, tornando-se necessária a 
colaboração em equipe. Nesse contexto, entram em cena as ferramentas da qualidade, que 
potencializam as habilidades e competências da equipe, fornecendo métodos e técnicas para 
identificar as possíveis causas dos problemas e descobrir soluções. 
As ferramentas da qualidade desempenham um papel fundamental na identificação e 
compreensão dos problemas, bem como na geração de soluções para eliminá-los, buscando 
otimizar os processos operacionais da empresa. Para tomar ações adequadas em relação aos 
problemas ou possíveis problemas, é necessário realizar uma análise dos dados e fatos que 
precederam ou influenciaram esses problemas. 
 
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Godoy (2009), citado por Vergueiro (2002), define as ferramentas da qualidade como os 
processos utilizados para obter melhorias e resultados positivos, permitindo uma melhor 
exploração dos produtos no mercado competitivo. Muitas dessas ferramentas são instrumentos 
gráficos que visam evidenciar a questão a ser analisada ou solucionada, enquanto outras 
representam técnicas para abordar o problema. 
Lins (1993, p.153), também citado por Vergueiro (2002), diferencia as ferramentas da 
qualidade em básicas e complementares. As ferramentas básicas são instrumentos que auxiliam 
na análise do problema, enquanto as complementares fornecem suporte para a utilização das 
primeiras. Além disso, Mezomo (1995, p.134), também citado por Vergueiro (2002), distingue 
as ferramentas em estratégicas (administrativas), que incluem instrumentos para geração de 
ideias, classificação de fenômenos ou dados, estabelecimento de prioridades, investigação de 
causas e compreensão dos diferentes processos envolvidos na produção ou serviço, e estatísticas 
(quantitativas), que são as ferramentas utilizadas para medir o desempenho, apresentando dados 
de diversas formas para buscar evidências que embasem a tomada de decisões direcionadas à 
melhoria da qualidade. 
Deming, citado por Meireles (2001), afirma que 94% dos problemas administrativos estão 
relacionados a causas comuns atribuíveis a processos e métodos, enquanto apenas 6% podem ser 
atribuídos aos operários. Ishikawa também afirma que de 65% a 80% dos problemas que afetam 
as empresas são de responsabilidade da gerência, e que 95% desses problemas poderiam ser 
solucionados com a aplicação das ferramentas da qualidade. 
No entanto, apenas o conhecimento das ferramentas da qualidade não é suficiente para 
identificar e solucionar problemas. É essencial ter discernimento para saber onde e quando 
utilizá-las, pois, a aplicação deve estar alinhada às necessidades e ao tipo de setor e problema a 
ser analisado. 
A importância do uso das ferramentas da qualidade, segundo Meireles (2001), reside no 
fato de que elas ensinam o significado da variabilidade presente na gestão da qualidade. Ao adotar 
a qualidade total em busca da melhoria contínua, é crucial que as pessoas compreendam as causas 
dos problemas, o que permite aprender a controlar a variabilidade. O controle da variabilidade é 
um caminho técnico para a qualidade total. 
 
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Lucinda (2010) destaca várias razões pelas quais as ferramentas da qualidade são 
utilizadas: facilitar a compreensão do problema, fornecer uma abordagem eficaz, disciplinar o 
trabalho e aumentar a produtividade. 
Para viabilizar a aplicação de algumas dessas ferramentas, são empregados métodos de 
coleta de dados que começam no processo produtivo, por meio de verificação manual, onde os 
dados são relatados e organizados em folhas. Por exemplo, a folha de distribuição do processo 
de produção é usada para lançar os dados posteriormente em um histograma, a fim de analisar a 
distribuição do processo de produção. Conforme os dados são coletados, eles são comparados 
com as especificações. 
Existem vários tipos de folhas de verificação, como a folha de verificação de dimensões, 
que permite conhecer as variações em um determinado tipo de peça, a folha de verificação de 
itens defeituosos, que identifica os tipos de defeitos mais frequentes e suas causas, e a folha de 
localização de defeitos, que mapeia defeitos externos, como manchas, riscos, pintas, entre outros. 
Essas folhas de verificação são ferramentas importantes para analisar o processo, pois fornecem 
insights sobre onde e como os defeitos ocorrem. 
Giocondo (2011) destaca que essas ferramentas da qualidade são utilizadas por todos os 
membros de uma organização e são úteis no estudo relacionado às etapas do PDCA (Plan-Do-
Check-Act). As ferramentas podem ser empregadas para identificar e melhorar a qualidade, 
sendo consideradas meios para alcançar objetivos e metas. O objetivo dessas ferramentas é 
eliminar ou reduzir fontes controláveis de variação em produtos e serviços. 
Dentre as ferramentas utilizadas no sistema de gestão da qualidade, destacam- se o 
Diagrama de Pareto, o Diagrama de Causa e Efeito, o Histograma, o Diagrama de Dispersão, o 
Fluxograma, o Gráfico de Controle, o Brainstorming e o 5W1H. 
 
2.6 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 
A administração da produção é uma área de conhecimento e prática essencial para o 
sucesso das organizações, independentemente do setor em que atuam. Ela se concentra na gestão 
dos recursos e processos envolvidos na produção e fornecimento de bens e serviços. 
Compreender e aplicar efetivamente os princípios e técnicas da administração da produção é 
fundamental para alcançar eficiência, qualidade, competitividade e satisfação do cliente. 
 
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A administração da produção engloba uma ampla gama de atividades, desde o 
planejamento estratégico e operacional até o controle e a melhoria contínua dos processos 
produtivos. Ela envolve a tomada de decisões relacionadas ao design do produto, arranjo físico, 
gestão de estoques, programação da produção, gerenciamento da cadeia de suprimentos, controle 
de qualidade, entre outros aspectos. 
De acordo com Slack et al. (2009), a administração da produção é a atividade responsável 
por gerenciar os recursos destinados à produção e fornecimento de bens e serviços. Essa função 
desempenha um papel vital no sucesso de uma empresa. Dentre as atividades relacionadas à 
administração da produção destacam-se o projeto do arranjo físico adequado, a garantia de 
compreensão e contribuição dos funcionários para o sucesso da empresa, a organização do fluxo 
dos processos produtivos, a prevenção da escassez de insumos nas linhas de produção e a 
constante análise das práticas de produção. Esses processos produtivos são comumente 
encontrados na maioria das empresas. 
Portanto, como ressaltado por Slack et al. (2009), a administração da produção está 
relacionada à gestão dos processos. Uma linha de produção é composta por uma série de 
processos interconectados que dependem uns dos outros, em maior ou menor escala. 
Nesse contexto, Paladini (2011) corrobora com as ideias de Slack et al. (2009) e destaca 
a importância da atividade de gestão como uma forma de alcançar um objetivo que garanta a 
sobrevivência da empresa em um ambiente dinâmico e diversificado, repleto de desafios 
constantes e variados em sua natureza e intensidade. Portanto, cabe à administração da produção 
gerir os recursos para obter o máximo proveito deles e determinar um nível de ação que assegure 
o pleno aproveitamento das potencialidades dos processos envolvidos. Segundo Paladini (2011), 
o sistema de gestão da produção aplica métodos de programação, desenvolvimento, avaliação e 
controle ao sistema físico da empresa.3 METODOLOGIA 
Para a realização do estudo deste artigo foi utilizado referencial teórico que trata sobre 
assunto relativo a Utilização das Ferramentas de Qualidade na Indústria. Foram realizadas buscas 
bibliográfica em várias bases de dados como, Google Schoolar, Scielo, com o uso de palavras 
chaves, “Gestão” “Ferramentas de qualidade”, “produção”, “Administração de produtos” entre 
 
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outros, para que pudesse ser levantado referencial bibliográfico (livros, teses, dissertações, 
artigos) de modo a embasar a parte teórica e técnica do tema proposto. 
Vale salientar que, segundo a proposição de Barbier (2007), o rumo da metodologia pode 
mudar em razão das informações recebidas e de acontecimentos imprevisíveis, tendo em vista 
que a pesquisa-ação é uma opção metodológica que visa à ruptura de ciclos de repetição por meio 
da compreensão da realidade. 
Para a consecução deste estudo, o processo da pesquisa, no que tange à coleta de dados, 
foi de natureza secundária (RICHARDSON et al., 1999), isso em face de todas as informações 
terem sido obtidas em publicações científicas. Gil (1991) retrata que a pesquisa bibliográfica é 
elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de 
periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet. 
 
4 RESULTADOS ESPERADOS 
Os resultados esperados da pesquisa sobre a utilização das ferramentas de qualidade na 
indústria têm o potencial de fornecer insights valiosos para as empresas, permitindo-lhes uma 
compreensão mais profunda de como essas ferramentas são utilizadas, seus benefícios potenciais 
e como superar os desafios associados à sua implementação. 
Ao entender melhor como as ferramentas de qualidade são aplicadas, as empresas podem 
identificar oportunidades de melhoria e tomar decisões informadas sobre sua utilização em seus 
próprios processos. Isso inclui a identificação das ferramentas mais relevantes e eficazes para os 
desafios específicos enfrentados pela indústria, bem como a compreensão de como integrá-las 
adequadamente nas operações diárias. 
Os benefícios potenciais das ferramentas de qualidade são variados e podem abranger 
diferentes aspectos das operações da indústria. Por exemplo, essas ferramentas podem ajudar a 
melhorar a qualidade do produto, aumentar a eficiência dos processos, reduzir os custos 
operacionais, minimizar os erros e retrabalhos, otimizar o tempo de produção e aprimorar a 
satisfação do cliente. Compreender esses benefícios pode motivar as empresas a adotar e investir 
em práticas de qualidade, buscando alcançar uma vantagem competitiva no mercado. 
No entanto, a implementação das ferramentas de qualidade pode apresentar desafios e 
obstáculos para as empresas. Esses desafios podem incluir a resistência à mudança por parte dos 
funcionários, a falta de conhecimento e habilidades necessárias para utilizar as ferramentas de 
 
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forma eficaz, a necessidade de recursos adicionais, a dificuldade de integração com outros 
sistemas e processos existentes, entre outros. Ao conhecer os desafios comuns enfrentados pela 
indústria, as empresas podem desenvolver estratégias para superá-los e garantir uma 
implementação bem-sucedida das ferramentas de qualidade. 
Além disso, os resultados da pesquisa podem contribuir para a disseminação do 
conhecimento sobre as ferramentas de qualidade na indústria. Ao compartilhar os insights e 
melhores práticas identificados, as empresas podem aprender umas com as outras e se beneficiar 
do conhecimento coletivo. Isso pode promover um ambiente de colaboração e troca de 
informações, impulsionando a adoção mais ampla das práticas de qualidade na indústria como 
um todo. 
Em última análise, a utilização mais ampla das ferramentas de qualidade na indústria visa 
à melhoria contínua e ao aumento da competitividade. Ao adotar essas práticas, as empresas 
podem aprimorar seus processos, produtos e serviços, atender às expectativas dos clientes e se 
destacar em um mercado cada vez mais competitivo. Os resultados da pesquisa podem 
desempenhar um papel fundamental nesse processo, fornecendo orientação e insights valiosos 
para impulsionar a adoção e a implementação bem-sucedida das ferramentas de qualidade na 
indústria. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nas considerações finais, é importante destacar a relevância da utilização das ferramentas 
de qualidade na indústria e os benefícios que podem ser alcançados por meio delas. Essas 
ferramentas proporcionam uma abordagem estruturada e baseada em dados para a melhoria 
contínua e o aumento da competitividade das empresas. 
Ao longo desta pesquisa, foi possível analisar a importância das ferramentas de qualidade 
na identificação e solução de problemas, na análise de dados e na tomada de decisões embasadas. 
Os resultados obtidos fornecem insights valiosos sobre como essas ferramentas são utilizadas na 
indústria, seus benefícios potenciais e os desafios associados à sua implementação. 
Os resultados esperados desta pesquisa têm o potencial de auxiliar as empresas no 
entendimento mais aprofundado das ferramentas de qualidade e na superação dos desafios 
enfrentados. Isso contribui para a disseminação do conhecimento e estimula uma maior adoção 
 
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dessas práticas na indústria, impulsionando a melhoria contínua dos processos operacionais e o 
aumento da eficiência. 
Além disso, a aplicação das ferramentas de qualidade na indústria visa à obtenção de 
resultados positivos, como a melhoria da qualidade dos produtos, a redução de custos, o aumento 
da produtividade, a satisfação do cliente e a conquista de vantagens competitivas. Esses 
benefícios são essenciais para o sucesso e a sobrevivência das empresas em um mercado 
dinâmico e altamente competitivo. 
No entanto, é importante destacar que a implementação das ferramentas de qualidade 
requer um compromisso organizacional e a conscientização de todos os membros da equipe. É 
necessário investir em capacitação e treinamento para garantir que os funcionários tenham o 
conhecimento e as habilidades necessárias para utilizar essas ferramentas de forma eficaz. 
Em suma, a pesquisa sobre a utilização das ferramentas de qualidade na indústria é de 
extrema importância para o avanço e o desenvolvimento do setor. Os resultados esperados 
fornecem uma base sólida para a adoção e implementação dessas práticas, possibilitando 
melhorias significativas nos processos, produtos e serviços oferecidos pelas empresas. Através 
da disseminação do conhecimento e da colaboração entre as organizações, é possível impulsionar 
a qualidade, a competitividade e o sucesso do setor industrial como um todo. 
 
 
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