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1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 Gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde: um estudo de caso Management of solid waste from health services: a case study Gestión de residuos sólidos de servicios de salud: un estudio de caso DOI: 10.55905/revconv.17n.6-126 Originals received: 05/10/2024 Acceptance for publication: 05/31/2024 Louize Nascimento Mestre em Manejo de Solo e Água Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC) Endereço: Fortaleza, Ceará, Brasil E-mail: louizenscmt@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6083-8417 Débora Silva Marcelino de Sousa Mestre em Ambiente, Tecnologia e Sociedade Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Endereço: Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil E-mail: debora-smarcelino@live.com Orcid: https://orcid.org/0000-0002-7665-6941 Jônnata Fernandes de Oliveira Doutor em Ciência Animal Instituição: Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Endereço: Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil E-mail: jonnata.oliveira@ifrn.edu.br Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7325-435X Rogério Taygra Vasconcelos Fernandes Doutor em Ciência Animal Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Endereço: Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil E-mail: rogerio.taygra@ufersa.edu.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2901-3986 Adilson Matheus Borges Machado Doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente Instituição: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Endereço: Pinheiro, Maranhão, Brasil E-mail: adilson.borges@ufma.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4838-6913 2 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 Milena Monteiro Feitosa Mestre em Economia Rural Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC) Endereço: Fortaleza, Ceará, Brasil E-mail: milenamonteirofeitosa@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3748-2395 Danielle Peretti Doutora em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) Endereço: Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil E-mail: danielleperetti@uern.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5333-9812 Alcigerio Pereira de Queiroz Mestre em Geografia Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Endereço: Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil E-mail: alcigerioqueiroz@gmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5212-0184 RESUMO O gerenciamento adequado dos resíduos de serviços de saúde (RSS) é importante para proteger a saúde pública e o meio ambiente, demandando investigação sobre como esses resíduos são gerenciados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo visa caracterizar o gerenciamento de resíduos em uma UBS localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil, compreendendo as etapas do processo desde a geração até a disposição final. A metodologia empregada incluiu pesquisa bibliográfica, abordagem exploratória e análise qualitativa, garantindo uma análise detalhada do tema. Os resultados demonstram o compromisso da UBS com a mitigação dos impactos negativos dos resíduos, evidenciando práticas alinhadas às normas da ANVISA e CONAMA. A entrevista com a gerente destacou a importância de estratégias para minimizar os RSS, incluindo a redução de riscos à população e ao meio ambiente, além dos custos associados ao gerenciamento desses resíduos. No entanto, foram identificadas lacunas no armazenamento externo, sugerindo a necessidade de medidas corretivas para melhorar a segurança e eficiência do processo. As conclusões ressaltam a importância da capacitação contínua dos profissionais e da conformidade com as normas regulamentadoras para promover uma gestão responsável e sustentável dos RSS na UBS, visando à proteção da saúde pública e do meio ambiente. Palavras-chave: unidade básica de saúde, RSS, saúde pública, sistema único de saúde. ABSTRACT Proper management of healthcare waste (HCW) is crucial to protect public health and the environment, demanding investigation into how this waste is managed in a Basic Health Unit (BHU) linked to the Unified Health System (SUS). This study aims to characterize waste management in a BHU located in the municipality of Mossoró, Rio Grande do Norte, Brazil, encompassing the process steps from generation to final disposal. The methodology employed 3 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 included literature review, exploratory approach, and qualitative analysis, ensuring a detailed analysis of the subject. The results demonstrate the BHU's commitment to mitigating the negative impacts of waste, highlighting practices aligned with ANVISA and CONAMA standards. The interview with the manager emphasized the importance of strategies to minimize HCW, including reducing risks to the population and the environment, as well as costs associated with waste management. However, gaps in external storage were identified, suggesting the need for corrective measures to improve process safety and efficiency. The conclusions emphasize the importance of ongoing professional training and compliance with regulatory standards to promote responsible and sustainable management of HCW in BHU, aiming to protect public health and the environment. Keywords: basic health unit, HCW, public health, unified health system. RESUMEN La gestión adecuada de los residuos de servicios de salud (RSS) es crucial para proteger la salud pública y el medio ambiente, exigiendo investigación sobre cómo se gestionan estos residuos en una Unidad Básica de Salud (UBS) vinculada al Sistema Único de Salud (SUS). Este estudio tiene como objetivo caracterizar la gestión de residuos en una UBS ubicada en el municipio de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil, abarcando los pasos del proceso desde la generación hasta la disposición final. La metodología empleada incluyó revisión bibliográfica, enfoque exploratorio y análisis cualitativo, garantizando un análisis detallado del tema. Los resultados demuestran el compromiso de la UBS con la mitigación de los impactos negativos de los residuos, destacando prácticas alineadas con las normas de ANVISA y CONAMA. La entrevista con la gerente enfatizó la importancia de estrategias para minimizar los RSS, incluida la reducción de riesgos para la población y el medio ambiente, así como los costos asociados con la gestión de estos residuos. Sin embargo, se identificaron deficiencias en el almacenamiento externo, lo que sugiere la necesidad de medidas correctivas para mejorar la seguridad y eficiencia del proceso. Las conclusiones enfatizan la importancia de la capacitación profesional continua y el cumplimiento de normas regulatorias para promover una gestión responsable y sostenible de los RSS en la UBS, con el objetivo de proteger la salud pública y el medio ambiente. Palabras clave: unidad básica de salud, RSS, salud pública, sistema único de salud. 1 INTRODUÇÃO A preocupação com a segregação dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) é um fenômeno recente nas instituições hospitalares e só começou a receber a devida importância recentemente com a implementação de legislações específicas (Genário, 2023). Resíduos provenientes de unidades de saúde apresentam potencial risco devido à presença de agentes infecciosos e substâncias químicas nocivas, representando ameaças tanto para os profissionais de saúde quanto para a comunidade em geral (Silva; Hoppe, 2005). Portanto, compreender como 4 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 esses resíduos são gerenciados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS)exclusivamente vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS) é de extrema importância para garantir a segurança e a eficácia dos procedimentos de descarte e tratamento (Reichardt et al., 2021). A Unidade Básica de Saúde desempenha um papel central no atendimento primário à saúde da população, muitas vezes sendo a primeira instância de cuidados médicos para os indivíduos (Doege; Matthies; Brilinger, 2024). A forma como os resíduos são gerenciados nessas unidades não apenas influencia diretamente a segurança dos pacientes e dos profissionais de saúde, mas também reflete a qualidade e a eficiência dos serviços oferecidos pelo SUS (Sousa et al., 2021). Investigar o gerenciamento de resíduos de saúde pode fornecer informações valiosas sobre o funcionamento do sistema de saúde pública e as medidas necessárias para sua melhoria (Ventura; Reis; Takayanagui, 2010). Além disso, a Unidade Básica de Saúde exclusivamente vinculada ao SUS enfrenta desafios específicos em relação ao gerenciamento de resíduos, considerando as limitações de recursos financeiros e técnicos comuns a muitas instituições de saúde pública no Brasil (Rizzon; Nodari, 2015). Compreender como essas instituições lidam com os resíduos de serviços de saúde é essencial para identificar áreas de melhoria e desenvolver estratégias eficazes de gestão de resíduos que sejam acessíveis e sustentáveis dentro do contexto do sistema de saúde pública brasileiro (e.g. Souza; Oliveira; Sartori, 2015). A caracterização do gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) em uma UBS específica é fundamental para garantir a segurança e a saúde da comunidade atendida por esse serviço (Moreschi et al., 2014). Resíduos de serviços de saúde podem conter materiais biológicos contaminados, produtos químicos perigosos e outros resíduos que representam riscos significativos para a saúde pública se não forem tratados adequadamente (Gomes; Esteves, 2012). Logo, compreender como esses resíduos são manipulados e descartados na UBS é essencial para prevenir possíveis contaminações e danos à saúde dos pacientes e profissionais de saúde (Justiniano et al., 2020). Além dos riscos diretos à saúde, o gerenciamento inadequado de RSS também pode causar danos ao meio ambiente, contaminando o solo, a água e o ar (Garcia; Zanetti-Ramos, 2004). Como parte integrante da comunidade, uma UBS tem a responsabilidade ambiental de garantir que seus resíduos sejam tratados de maneira segura e sustentável, minimizando seu impacto negativo nos ecossistemas naturais (Afonso et al., 2016). Portanto, caracterizar o 5 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 gerenciamento de RSS na UBS não apenas protege a saúde pública, mas também contribui para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região (Moreira; Günther, 2016). Além disso, a caracterização do gerenciamento de RSS em uma unidade de saúde pode fornecer informações importantes para aprimorar as políticas e práticas de gestão de resíduos em unidades de saúde semelhantes em todo o país (Carvalho et al., 2021). Ao identificar boas práticas e desafios enfrentados pela UBS em questão, os resultados desta pesquisa podem informar a elaboração de diretrizes e estratégias mais eficazes para o gerenciamento de resíduos de saúde em nível nacional, contribuindo assim para a promoção da saúde pública e da sustentabilidade ambiental em todo o Brasil (Melo et al., 2013). Portanto, o objetivo geral deste estudo é caracterizar o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. Especificamente, busca-se entender como esses resíduos são tratados e descartados na UBS, identificando as diferentes etapas desse processo, desde a geração até a disposição final. A pesquisa adota uma abordagem exploratória, buscando obter uma compreensão abrangente do tema por meio da observação direta e do levantamento de dados existentes na literatura científica e em fontes regulatórias. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO CONCEITUAL: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) Considerando a complexidade inerente ao gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS), é fundamental compreender que esse processo não se limita apenas ao descarte de materiais, mas envolve uma série de procedimentos e práticas meticulosamente planejados e executados (Ferreira, 1995). Desde a coleta até a disposição final, cada etapa do processo requer atenção especial, considerando a diversidade de resíduos gerados em diferentes contextos. A classificação dos resíduos em categorias como infectantes, perfurocortantes, químicos e radioativos (Silva et al., 2017), ressalta a necessidade de abordagens específicas e protocolos bem definidos para cada tipo de material (Arruda Junior; Almeida; Oesterreich, 2023). 6 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 A importância do gerenciamento adequado dos RSS reside no potencial risco que esses resíduos representam para a saúde pública (aos pacientes, aos trabalhadores da saúde, à comunidade em geral) e ao meio ambiente (Silva; Sperling; Barros, 2014). Resíduos infectantes, por exemplo, podem conter agentes patogênicos, como vírus, bactérias e parasitas, que podem causar infecções e doenças se não forem devidamente tratados (Bordin; Stedile; Schneider, 2020). Da mesma forma, os resíduos químicos podem conter substâncias tóxicas e carcinogênicas, representando uma ameaça à saúde humana e ao meio ambiente se não forem manipulados corretamente (e.g. Mota et al., 2004). Além dos impactos diretos à saúde, o gerenciamento inadequado dos RSS também pode resultar em danos ambientais significativos (Cafure; Patriarcha-Graciolli, 2015). A contaminação do solo, da água e do ar por substâncias químicas perigosas provenientes dos RSS pode comprometer a qualidade ambiental e ameaçar a biodiversidade local (Figueiredo et al., 2020). É fundamental uma maior mobilização por parte dos estabelecimentos de saúde para debater a legislação e buscar soluções para os problemas, por meio de iniciativas como capacitação e educação contínua, com o objetivo de prevenir situações de risco (Gallotti et al., 2017). 2.2 REVISÃO DA LITERATURA: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) Uma das preocupações globais que tem provocado questionamentos é a produção constante e ininterrupta de resíduos sólidos, devido aos diversos riscos que representam para a sociedade e ao meio ambiente (Ferrareze et al., 2005). A revisão da literatura sobre o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS) revela uma variedade de estudos que abordam métodos, práticas e desafios nessa área crucial (Barros et al., 2020; Rosa; Mathias; Komat, 2015; Shinzato et al., 2010; Souza et al., 2007). Muitos desses estudos enfatizam a necessidade de abordagem integrada e abrangente no gerenciamento de RSS, que inclui desde a identificação dos tipos de resíduos até a implementação de medidas de controle e monitoramento eficazes (Coelho, 2007; Ferreira et al., 2014; Souza; Canciglieri Jr, 2021; Zajac et al., 2016). A partir de 2004, a ANVISA adotou alguns critérios para o gerenciamento adequado dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 306 (Brasil, 2004). Esses critérios incluíram a classificação dos tipos de resíduos, bem como as etapas 7 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 de segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte e destinação final, estabelecendo- as como estratégias essenciais para os serviços de saúde. Os RSS são classificados conforme o seu grau de risco, de acordo com a Resolução CONAMA nº 358/2005 (Brasil,2005), sendo: O Grupo A compreende resíduos biológicos que apresentam risco de contaminação, como materiais infectantes e perfurocortantes. Já o Grupo B abrange os resíduos químicos, incluindo produtos farmacêuticos vencidos e substâncias tóxicas. Os resíduos radioativos são designados ao Grupo C, constituídos por materiais contaminados com substâncias radioativas, como reagentes e equipamentos médicos. Por fim, o Grupo D engloba os resíduos comuns, sem risco biológico, químico ou radioativo, como papel, plástico e restos de alimentos. Esta classificação proporciona diretrizes claras para o tratamento adequado de cada tipo de resíduo, garantindo a segurança dos profissionais de saúde, pacientes e meio ambiente (Brasil, 2005). O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) surge como uma ferramenta essencial para a gestão eficaz dos resíduos sólidos na área da saúde (Albuquerque et al., 2021). Este plano deve ser abrangente, contemplando minuciosamente todas as etapas do manejo dos resíduos, tanto dentro quanto fora das instalações do estabelecimento de saúde (Bagio et al., 2013). Seu propósito central é mitigar os riscos de exposição ocupacional associados ao manuseio desses resíduos, ao mesmo tempo em que busca elevar os padrões de qualidade na prestação de assistência aos pacientes (Mendonça et al., 2017). A integração do PGRSS às práticas cotidianas das instituições de saúde é fundamental para garantir um ambiente seguro para os profissionais e promover o bem-estar dos pacientes (Macedo et al., 2013). Nos últimos anos, a pesquisa na área de RSS tem se intensificado, com um foco crescente na identificação de boas práticas e soluções inovadoras para os desafios enfrentados nesse campo, especialmente em unidades de saúde ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) (Aleixo; Braga, 2022; Vieira, 2020). Estudos recentes têm investigado métodos avançados de segregação e coleta de resíduos, explorando tecnologias emergentes para o tratamento e disposição final desses materiais (Kizima et al., 2023; Souza et al., 2013; Stedile et al., 2018). Além disso, há uma ênfase na implementação de estratégias de capacitação e educação para profissionais de saúde e equipes de gestão de resíduos, visando melhorar a conscientização e a conformidade com as diretrizes regulatórias (Nunes et al., 2012; Ortiz, 2018). Entretanto, a literatura também aponta uma série de desafios persistentes no gerenciamento de RSS, incluindo a escassez de recursos financeiros e técnicos, infraestrutura limitada e falta de conscientização e treinamento adequados entre os profissionais de saúde 8 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 (Bento et al., 2017; Sena et al., 2021). Questões relacionadas à legislação ambiental e à segurança ocupacional também são áreas de preocupação e debate contínuos (Freitas; Silva, 2012). De acordo com Portugal e Moraes (2020), alguns aspectos da nova resolução carecem de clareza, o que pode resultar em seu descumprimento e falta de eficácia. Em unidades de saúde ligadas ao SUS, esses desafios podem ser ainda mais acentuados devido às limitações de financiamento e à complexidade do sistema de saúde pública no Brasil, a inexecução do Plano de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (PGRSS), a falta de atitudes gerenciais positivas e educação continuada (e.g. Maders; Cunha, 2015). Portanto, é crucial que pesquisas futuras continuem a explorar maneiras de superar esses desafios e promover melhores práticas de gerenciamento de RSS que garantam a segurança dos pacientes, dos profissionais de saúde e do meio ambiente (Mekaro; Moraes; Uehara, 2022). 2.3 QUADRO NORMATIVO E INSTITUCIONAL: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE (RSS) NO BRASIL No Brasil, o gerenciamento de RSS é regulado por um amplo quadro normativo e institucional que abrange políticas, regulamentações e diretrizes em diferentes níveis governamentais (Salomão et al., 2022). A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 222/2018 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é uma das principais normativas federais que estabelecem as diretrizes gerais para o gerenciamento de RSS em todo o país. Além da RDC nº 222/2018, outras regulamentações, como a Norma Regulamentadora NR-32 do Ministério do Trabalho e Emprego, complementam o quadro regulatório do gerenciamento de RSS no Brasil (Lima; Migani, 2022). Essas normas visam garantir a segurança e saúde dos trabalhadores da saúde que lidam com os resíduos gerados em seus locais de trabalho (Silva; Rodrigues, 2020). As Resoluções nº 306 da ANVISA, de 2004, e nº 358 do CONAMA, de 2005, visam à harmonização entre os órgãos regulatórios sobre os resíduos de serviços de saúde no Brasil (Brasil, 2005). Elas transferem a responsabilidade do manejo para os geradores e exigem a implementação de um plano de gerenciamento adequado (Lasch; Wolff, 2010). Esse plano inclui uma série de procedimentos destinados a minimizar os riscos à saúde e a preservar tanto a saúde pública quanto o meio ambiente, resguardando os recursos naturais (Santos; Souza, 2012). Em nível estadual e municipal, diversos estados e municípios brasileiros possuem suas próprias 9 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 regulamentações e diretrizes para o gerenciamento de RSS, que complementam as normativas federais (Zamoner, 2008). Essas regulamentações são adaptadas às necessidades locais e visam garantir a eficácia e segurança no manejo dos RSS em cada região do país (Cruz, 2023). No que diz respeito às responsabilidades das instituições de saúde, a legislação brasileira estabelece que estas têm o dever de garantir o gerenciamento adequado dos resíduos por elas gerados (Camargo et al., 2009). Isso inclui a implementação de planos de gerenciamento de resíduos, a capacitação de funcionários, a manutenção de infraestrutura adequada e o cumprimento das normas e regulamentos vigentes (e.g. Camargo; Melo, 2017). O descumprimento dessas obrigações pode acarretar em sanções administrativas e até mesmo penais, dependendo da gravidade da infração (Silva, 2012). 3 METODOLOGIA O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. A metodologia do estudo foi delineada para atender aos objetivos propostos, empregando diferentes técnicas de pesquisa para uma abordagem abrangente e detalhada do tema. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que consistiu em um levantamento de informações a partir de diversas fontes, como livros, revistas, artigos e sites de internet (Sousa; Oliveira; Alves, 2021), garantindo uma base sólida de conhecimento sobre o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (RSS). Além da pesquisa bibliográfica, o estudo adotou uma abordagem exploratória, permitindo uma maior familiaridade do pesquisador com o tema investigado (Souza et al., 2020). Essa etapa foi essencial para compreender a complexidade do gerenciamento de RSS na UBS. Para a coleta de dados, foi realizada uma análise qualitativa, que se preocupou em explorar aspectos mais profundos e subjetivos relacionados ao gerenciamento de RSS (e.g. Minayo; Deslandes, Gomes, 2016). Essa análise concentrou-se nos significados, motivações, aspirações, crenças e valores envolvidos no processo, utilizando como referencial teórico a abordagem qualitativa. Quanto aos aspectos éticos da pesquisa, foi assegurada a transparência e o respeito aos envolvidos. Inicialmente, foi apresentado o objetivo do estudo à gerente da UBS, solicitando sua autorização para coleta de dados e realização de observações in loco. Adicionalmente, foi obtido 10 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021consentimento para a publicação das informações e fotografias da unidade, resguardando a privacidade e a confidencialidade das informações coletadas. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista com a gerente, conforme preconizado por Martins (2004). A entrevista proporcionou uma oportunidade para obter informações detalhadas sobre o gerenciamento de RSS na unidade, incluindo práticas, procedimentos e desafios enfrentados. É importante ressaltar que não foram obtidos dados específicos sobre a quantidade de resíduos gerados e seus tratamentos durante a entrevista. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os procedimentos adotados para o gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) na Unidade Básica de Saúde (UBS) são essenciais para mitigar os potenciais impactos negativos desses resíduos no meio ambiente e na saúde pública (Doege; Matthies; Brilinger, 2024; Reichardt et al., 2021). É fundamental priorizar a não geração, minimização e o reaproveitamento dos resíduos, conforme preconizado pela legislação vigente e pelas diretrizes de boas práticas (Erdtmann et al., 2004). Nesse sentido, a temática dos RSS vai além da mera transmissão de doenças infecciosas, abrangendo também a proteção da saúde dos trabalhadores e a preservação ambiental (Bordin; Stedile; Schneider, 2020). A entrevista realizada com a gerente da Unidade Básica de Saúde (UBS) evidenciou a importância de estratégias para minimizar os resíduos de saúde (RSS), visando reduzir os riscos à população e ao meio ambiente, bem como os custos associados ao gerenciamento desses resíduos (Cafure; Patriarcha-Graciolli, 2015). A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 306, de 7 de dezembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabelece um conjunto de etapas para o gerenciamento adequado dos RSS, que incluem desde a segregação até a disposição final (Brasil, 2004). No âmbito da UBS, o manuseio dos resíduos de saúde é conduzido de forma a garantir a segurança e a higiene tanto dos profissionais responsáveis quanto dos pacientes e do ambiente (Sousa et al., 2021). É crucial o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante o manuseio externo dos resíduos, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1993) na Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 12.809. Vale ressaltar que o manejo dos RSS varia de acordo com o porte da unidade de saúde, sendo 11 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 necessário adaptar as etapas do processo conforme o volume de resíduos gerados, conforme as recomendações da legislação pertinente (Costa; Batista, 2016). 4.1 SEGREGAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E IDENTIFICAÇÃO No processo de segregação, a UBS adota práticas alinhadas com as diretrizes da Resolução RDC Nº 306/04 da ANVISA (Brasil, 2004), que preconiza a separação dos resíduos no momento e local de sua geração, levando em consideração suas características e riscos associados (Justiniano et al., 2020). Os profissionais da unidade realizam essa segregação de forma cuidadosa, garantindo a eficácia do processo (Silva et al., 2017). A conformidade com as etapas de acondicionamento e identificação é observada, com a disponibilização de caixas e sacos específicos para coleta seletiva, de acordo com os tipos de resíduos gerados (e.g. Arruda Junior; Almeida; Oesterreich, 2023). No contexto da UBS, o acondicionamento dos resíduos é realizado de acordo com as recomendações da ANVISA (Brasil, 2004), visando evitar vazamentos e ações de punctura e ruptura. A atenção dada aos tipos de sacos e recipientes utilizados é evidente, especialmente no caso dos materiais perfurocortantes, que são acondicionados em caixas resistentes a perfurações e devidamente identificadas. Essa prática está alinhada com as orientações de especialistas, como mencionado por Takayanagui (2005). A identificação dos resíduos complementa o processo de acondicionamento, permitindo que sejam reconhecidos de acordo com seu grupo, conforme preconizado pela legislação vigente. Na UBS, os resíduos são identificados de maneira clara e objetiva, facilitando a gestão e garantindo a segurança dos profissionais envolvidos. Além disso, a capacidade dos recipientes de acondicionamento é adequada à geração diária de cada tipo de resíduo, conforme relatado pela gerente da unidade (Figura 1). Os resíduos do Grupo A, que incluem materiais infectantes, são segregados diretamente na fonte geradora, com acondicionamento em sacolas específicas e lacradas. Essa prática é realizada com atenção aos protocolos de segurança, visando evitar contaminações e garantir a integridade dos profissionais envolvidos. A preocupação com a segregação e a identificação dos resíduos demonstra o comprometimento da equipe com a segurança e a saúde pública. 12 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 Em relação aos resíduos do Grupo B, como medicamentos vencidos, a UBS adota medidas para sua devolução aos fornecedores, conforme estabelecido pela legislação ambiental. Esses resíduos são considerados de alto risco devido às suas características químicas, exigindo cuidados específicos durante o manuseio e a destinação final. A atenção aos resíduos do Grupo D, com a remoção diária das lixeiras e o acondicionamento adequado, reflete o compromisso da UBS com a gestão responsável dos resíduos de saúde. Figura 1. Resíduos sólidos de saúde (RSS) armazenados em sacos e caixa na Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. Fonte: Elaboradas pelos próprios autores. No que diz respeito aos resíduos do Grupo E, como os materiais radioativos, a UBS adota medidas rigorosas para sua coleta e armazenamento, em conformidade com as normas estabelecidas pela RDC Nº 306/04 da ANVISA (Brasil, 2004). A enfermeira responsável pela coleta e armazenamento desses resíduos é treinada para lidar com substâncias radioativas de forma segura, minimizando os riscos para os profissionais e o meio ambiente (e.g. Figueiredo et al., 2020). Essa abordagem reflete a importância dada pela UBS à gestão de todos os tipos de resíduos de saúde, independentemente de seu grau de periculosidade. 13 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 4.2 ARMAZENAMENTO INTERNO O armazenamento interno dos resíduos na UBS revelou-se organizado e eficiente, especialmente em relação aos resíduos do Grupo D, que são acondicionados em recipientes apropriados, como lixeiras com tampa com pedal e lixeiras comuns. Essa disposição estratégica, observada nos banheiros, corredores e cozinha da UBS, contribui não apenas para a manutenção de um ambiente limpo e seguro, mas também para a redução do risco de acidentes e para a facilitação do manejo adequado dos resíduos (Figura 2). Figura 2. Armazenamento interno dos Resíduos Sólidos de Saúde (RSS) na cozinha (A) e no corredor da cozinha (B) da Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. Fonte: Elaboradas pelos próprios autores. A coleta interna dos resíduos é realizada pelos auxiliares de serviços gerais, cuja função é zelar pelo ambiente e conduzir os resíduos comuns para o local adequado. Esses profissionais desempenham um papel fundamental na integridade do ambiente de trabalho, assegurando que os resíduos sejam corretamente acondicionados e identificados. A utilização de sacos brancos e a identificação adequada dos resíduos são procedimentos essenciais para garantir a conformidade com as normas estabelecidas pela ABNT (1993). Os procedimentos adotados para os RSS na UBS estão alinhados com as diretrizes da NBR 12809 da ABNT (1993), que preconizam a não permissão de rompimentodos recipientes e a realização imediata de limpeza e desinfecção em caso de acidente ou derramamento. Essas práticas refletem o compromisso da UBS em manter um ambiente de trabalho seguro e em conformidade com as regulamentações vigentes. A B 14 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 4.3 ARMAZENAMENTO EXTERNO O processo de armazenamento externo dos resíduos sólidos de saúde (RSS) na Unidade Básica de Saúde (UBS) foi realizado de maneira cautelosa, com remanejamento dos resíduos por um funcionário designado para essa função. Essa prática é fundamental para garantir a segurança e a integridade dos resíduos, uma vez que são transferidos para um local fechado, afastado das áreas de circulação de pessoas não autorizadas e protegido contra intempéries ambientais, como a exposição ao sol e à chuva (Figura 3). No entanto, durante a observação, foi constatado que a sala de armazenamento externo apresentava algumas lacunas em relação às boas práticas de gestão de resíduos. Um aspecto relevante foi a ausência de ventilação adequada, pois a sala não possuía janelas, o que poderia comprometer a circulação do ar e a dissipação de odores. Além disso, a falta de identificação da sala, por meio de cores, símbolos e frases, não atendia às exigências relacionadas à identificação do conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo de RSS, conforme preconizado pela Fundação Nacional de Saúde (Brasil, 2019). Figura 3. Abrigo externo para armazenamento dos Resíduos Sólidos de Saúde (RSS) na Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. Fonte: Elaboradas pelos próprios autores. A importância de um abrigo de resíduos fechado e devidamente identificado é destacada pela Fundação Nacional de Saúde (Brasil, 2019), que recomenda que a chave desse abrigo seja 15 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 guardada em local conhecido apenas pela equipe responsável pela coleta, transporte e armazenamento externo, bem como pela equipe encarregada da lavagem e higienização. Essas medidas visam garantir a segurança e a gestão adequada dos resíduos, minimizando os riscos de contaminação e acidentes durante o processo de manipulação e armazenamento externo dos RSS. Para melhorar as condições de armazenamento externo dos resíduos na UBS, sugere-se a implementação de medidas corretivas, como a instalação de sistemas de ventilação adequada na sala de armazenamento externo, visando garantir a circulação adequada do ar e a dissipação de odores. Além disso, é fundamental a adoção de uma identificação clara e padronizada da sala, conforme as normas e regulamentações estabelecidas, para facilitar a rápida identificação do local por parte dos funcionários autorizados e garantir a conformidade com as diretrizes normativas. Essas melhorias contribuirão para aprimorar a segurança e eficiência do processo de armazenamento externo dos resíduos sólidos de saúde na UBS, promovendo uma gestão mais adequada e sustentável dos RSS. 4.4 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS, DISPOSIÇÃO FINAL A coleta externa dos resíduos sólidos de saúde (RSS) na Unidade Básica de Saúde (UBS) é realizada por um servidor público em parceria com a prefeitura municipal de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil. De acordo com a gestora, esse serviço ocorre regularmente nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras e é conduzido de forma meticulosa, sem que os resíduos entrem em contato com o ambiente da unidade, sendo depositados diretamente no carro coletor especializado para aquele tipo de material. No que se refere à disposição final dos resíduos, destaca-se que estes são encaminhados para o aterro sanitário da cidade, bem como para empresas especializadas no gerenciamento adequado de RSS. Essa etapa é crucial para evitar danos socioambientais, uma vez que os resíduos de saúde possuem alto potencial de contaminação. Qualquer falha no processo de gerenciamento desses resíduos pode expor os funcionários da unidade, os catadores e os profissionais da limpeza urbana a riscos significativos, além de contaminar o meio ambiente e contribuir para a propagação de doenças por meio de vetores, colocando em perigo a saúde da população em geral (Bagio et al., 2013). 16 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 Diante dos riscos associados ao gerenciamento inadequado de RSS, é fundamental que as práticas adotadas na UBS sejam pautadas pela responsabilidade e pela adoção de medidas preventivas. Conforme destacado por Castro et al. (2014) em seu estudo sobre o gerenciamento de resíduos em um hospital de pequeno porte, a inadequação no descarte dos resíduos sólidos de saúde em conformidade com as normas vigentes é uma realidade preocupante. O tratamento inadequado dos efluentes dos serviços de saúde, destaca-se como um problema ambiental não resolvido no Brasil (Sodré; Lemos, 2018). Ainda de acordo com Sodré e Lemos (2018), são necessários avanços significativos no gerenciamento de resíduos sólidos de saúde. Portanto, é crucial que os órgãos reguladores forneçam um suporte legal eficaz e que as autoridades fiscalizadoras desempenhem seu papel, enquanto se espera um reconhecimento por parte dos serviços geradores da importância de um manejo adequado de seus resíduos. Nesse contexto, a capacitação e a informação dos profissionais responsáveis pelo manuseio e descarte dos resíduos tornam-se imprescindíveis para garantir a segurança e a eficácia das práticas de gerenciamento de RSS nas unidades de saúde (e.g. Camargo; Melo, 2017), promovento assim o bem-estar da população em geral, como também do meio ambiente. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos resultados apresentados, é evidente que a Unidade Básica de Saúde (UBS) adota práticas alinhadas com as diretrizes da Resolução RDC Nº 306/04 da ANVISA (Brasil, 2004) no que diz respeito ao processo de segregação dos resíduos. A segregação é realizada de forma cuidadosa e eficiente pelos profissionais da UBS, garantindo a separação dos resíduos no momento e local de sua geração, levando em consideração suas características e riscos associados. Além disso, a conformidade com as etapas de acondicionamento e identificação dos resíduos é observada, com a disponibilização de caixas e sacos específicos para coleta seletiva, de acordo com os tipos de resíduos gerados. A preocupação com a segurança e integridade dos resíduos também é evidente no acondicionamento dos mesmos, seguindo as recomendações da ANVISA (Brasil, 2004) para evitar vazamentos e ações de punctura e ruptura. Destaca-se a atenção dada aos materiais perfurocortantes, que são acondicionados em caixas resistentes a perfurações e devidamente 17 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 identificadas, conforme mencionado por Takayanagui (2005). A identificação clara dos resíduos complementa o processo de acondicionamento, facilitando sua gestão e garantindo a segurança dos profissionais envolvidos. Em relação aos resíduos de cada grupo, a UBS adota medidas específicas para garantir sua gestão responsável. Os resíduos do Grupo A, considerados materiais infectantes, são segregados na fonte geradora e acondicionados em sacolas específicas e lacradas, demonstrando o compromisso da equipe com a segurança e a saúde pública. Os resíduos do Grupo B, como medicamentos vencidos, são devolvidos aos fornecedores de acordo com a legislação ambiental, enquanto os resíduos do Grupo D são removidos diariamente e acondicionados adequadamente, refletindo o compromisso da UBS com a gestão responsável dos resíduos de saúde. Já os resíduos do Grupo E, como materiais radioativos, são coletadose armazenados com rigor, seguindo as normas estabelecidas pela ANVISA (Brasil, 2004) e contando com profissionais treinados para lidar com essas substâncias de forma segura. No que diz respeito ao armazenamento interno, a Unidade Básica de Saúde (UBS) demonstrou ser organizada e eficiente, especialmente em relação aos resíduos do Grupo D. A disposição estratégica das lixeiras na UBS contribui não apenas para a manutenção de um ambiente limpo e seguro, mas também para a redução do risco de acidentes e para a facilitação do manejo adequado dos resíduos. A coleta interna é realizada pelos auxiliares de serviços gerais, que desempenham um papel fundamental na integridade do ambiente de trabalho, garantindo que os resíduos sejam corretamente acondicionados e identificados, conforme as diretrizes da NBR 12809 da ABNT (Brasil, 1993). No que concerne ao armazenamento externo, embora o processo seja realizado de maneira cautelosa, foram identificadas lacunas em relação às boas práticas de gestão de resíduos. A ausência de ventilação adequada e a falta de identificação da sala representam desafios a serem superados para garantir a segurança e eficiência do processo de armazenamento externo dos resíduos sólidos de saúde na UBS. Recomenda-se a implementação de medidas corretivas, como a instalação de sistemas de ventilação adequada e a adoção de uma identificação clara e padronizada da sala, para promover uma gestão mais adequada e sustentável dos RSS. Por fim, a coleta externa dos resíduos é conduzida de forma meticulosa e os resíduos são encaminhados para a disposição final no aterro sanitário da cidade e em empresas especializadas. No entanto, é fundamental que as práticas adotadas na UBS sejam pautadas pela responsabilidade 18 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 e pela adoção de medidas preventivas, visando minimizar os riscos de contaminação e acidentes durante todo o processo de gerenciamento dos resíduos. A capacitação e informação dos profissionais envolvidos são imprescindíveis para garantir a segurança e eficácia das práticas de gerenciamento de RSS (Reis et al., 2013). 19 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-26, 2024 jan. 2021 REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Manuseio de resíduos de serviços de saúde. NBR 12809. Rio de Janeiro, 1993. Disponível em: <https://portal.antt.gov.br/documents/359178/57c77ba6-bdb4-750f-fa5c-ae16b1f76c7f>. Acesso em: 12 mai. 2024. AFONSO, Tarcisio et al. Consciência ambiental, comportamento pró-ambiental e qualidade de gerenciamento de resíduos em serviços de saúde. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 5, n. 3, p. 106-119, 2016. DOI: https://doi.org/10.5585/geas.v5i3.631 ALBUQUERQUE, João Victor Brilhante de et al. PGRSS: uma ferramenta para a capacitação e bem-estar da comunidade. Revista Multidisciplinar de Educação e Meio Ambiente, v. 2, n. 2, p. 7-7, 2021. 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