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TUTORIA (UC18) - PROBLEMA 5

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Tutori� (UC18)
Problem� 05: By� by� quilinh�
— Obesidad� —
// Definiçã� //
A obesidade, definida como o índice de massa
corporal (IMC) maior ou igual a 30 kg/m2 , é uma doença
metabólica crônica, de difícil tratamento. A obesidade
predispõe o surgimento de uma variedade de doenças
crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares; distúrbios metabólicos, digestivos,
respiratórios e gonadais; alguns tipos de cânceres e
uma ampla gama de condições osteomusculares.
Além disso, também pode levar a uma série de
consequências psicológicas e sociais. Adicionalmente, a
obesidade está associada à redução expressiva da
expectativa de vida (cerca de 5 a 20 anos perdidos) e
aumento das taxas de mortalidade, dependendo da
gravidade das comorbidades. Ademais, ela acarreta
significativos incrementos de gastos com assistência
médica e compra de medicamentos.
A causa exata da obesidade é desconhecida. No
entanto, parece haver uma relação complexa entre
fatores biológicos, psicossociais e comportamentais,
que incluem composição genética, status
socioeconômico e influências culturais. O
desenvolvimento da obesidade tem sido associado a
microrganismos, epigenética, aumento da idade
materna, multiparidade, menor tempo de sono à noite,
desreguladores endócrinos, iatrogênese farmacêutica,
bem como a efeitos intrauterinos. Condições
comórbidas e seus tratamentos também podem ser um
fator no desenvolvimento da obesidade.
// Complicaçõe� //
A obesidade é um dos principais fatores de risco
para doenças não transmissíveis, tais como: distúrbios
metabólicos, doenças cardiovasculares e
cerebrovasculares, distúrbios respiratórios, digestivos,
reprodutivos e osteoarticulares; neoplasias malignas
etc. Geralmente, quanto maior o IMC, maior o risco
dessas complicações. O perfeito entendimento dos
mecanismos desencadeantes da obesidade, a
prevenção e o tratamento adequados podem minimizar
essas comorbidades.
SÍNDROMEMETABÓLICA
A síndrome metabólica representa um aglomerado
de condições que aumentam o risco de doenças
cardiovasculares, como hiperglicemia, dislipidemia e
HAS. Segundo os critérios da International Diabetes
Federation (IDF), o diagnóstico de síndrome metabólica
é definido pela presença de, pelo menos, duas das
citadas comorbidades em indivíduos com circunferência
abdominal aumentada.
Já o NCEP – ATP III (National Cholesterol Education
Program – Adult Treatment Panel III) entende ser
necessária a presença de, no mínimo, três dos cinco
Aloisi� Alencar 1
Tutori� (UC18)
Problem� 05: By� by� quilinh�
critérios citados acima para estabelecer o diagnóstico
de SM. Nesse caso, a presença de obesidade central
não é obrigatória e ela é identificada quando o perímetro
de cintura > 88 cm para mulheres e > 102 cm para
homens.
A SM também tem contribuído para o surgimento de
outros problemas de saúde, entre eles: síndrome de
ovário policístico (em mulheres), baixa testosterona
plasmática e disfunção erétil (homens), apneia do sono,
doença renal crônica, acantose nigricans (manchas
escuras na pele, com textura grossa e aveludada, que
surgem principalmente na região do pescoço, axila e
virilha), acúmulo de gordura no fígado, ácido úrico
elevado, estados pró-trombóticos, pró-inflamatórios e de
disfunção endotelial
// Diagn�stic� //
A avaliação diagnóstica de pacientes com excesso
ponderal deve incluir análise antropométrica da
adiposidade e avaliação clínica das complicações
relacionadas ao excesso de peso. O IMC é uma
ferramenta valiosa utilizada em estudos e em registros
eletrônicos de saúde; ressalta-se, entretanto, que se
trata apenas de uma medida de triagem, sendo
isoladamente insuficiente para o diagnóstico amplo
dessa condição. Métodos para avaliação da composição
corporal podem ser utilizados, caso se julgue necessário
e oportuno.
ANTROPOMETRIA
➔ Índice de massa corporal
O IMC é calculado dividindo-se o peso em
quilogramas pela altura em metros quadrados. De
acordo com o IMC, os indivíduos adultos podem ser
classificados como:
- magros ou desnutridos (IMC < 18,5 kg/m2);
- normais (IMC de 18,5 a 24,9 kg/m2 );
- com sobrepeso (IMC de 25 a 29,9 kg/m2 );
- com obesidade grau 1 (IMC de 30 a 34,9
kg/m2);
- obesidade grau 2 (IMC de 35 a 39,9 kg/m2 ); e
- obesidade grau 3 (IMC ≥ 40 kg/m2 ).
As duas principais limitações no uso do IMC
isoladamente para diagnosticar a obesidade são a
incapacidade em distinguir o peso decorrente de
musculatura versus gordura e a impossibilidade de
estimar a distribuição de gordura corporal.
➔ Circunferência abdominal
A circunferência abdominal é uma medida de suma
importância na avaliação do paciente obeso. Tem sido
usada por muitas sociedades médicas como marcador
de obesidade centrípeta. Essa circunferência deve ser
medida ao final da expiração profunda, na linha média
horizontal entre a crista ilíaca e o último rebordo costal,
com o paciente em pé e de braços estendidos ao lado
do corpo. Em sul americanos, valores da circunferência
abdominal > 90 cm em homens e > 80 cm em mulheres
são considerados anormais.
➔ Relação cintura- quadril
A relação cintura -quadril é um bom marcador da
distribuição de gordura corporal, já que possibilita
estimar tanto a gordura visceral (cintura) como a
periférica (quadril). Não é utilizada no acompanhamento
do tratamento da obesidade, já que pacientes que
perdem grande quantidade de peso mantêm a relação
cintura- quadril inalterada. Além disso, são usadas 2
variáveis, o que torna mais trabalhosa a obtenção de
um índice.
Aloisi� Alencar 2
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Problem� 05: By� by� quilinh�
➔ Relação cintura -estatura
Tem sido considerada um bom preditor de doenças
cardiovasculares. Valores acima de 0,5 associam- se a
aumento do risco metabólico
➔ Dobras cutâneas
Estima -se a gordura corporal pela medida da
espessura de gordura representativa da camada
subcutânea. Trata- se de um método rápido, não
invasivo e de baixo custo. Contudo, tem baixa precisão
por ser operador- dependente e por subestimar a
gordura corporal total.
➔ Bioimpedância
Avalia a composição corporal a partir da passagem
de corrente elétrica pelo corpo do indivíduo, de modo
que a resistência à passagem dessa corrente é
mensurada e, assim, consegue-se calcular as
quantidades de massa magra, água e gordura corporal.
Constitui-se em método rápido e não invasivo, porém,
sua precisão pode ser afetada por alimentação,
ingestão hídrica, atividade física, ciclo menstrual,
consumo de álcool e equipamento utilizado. A vantagem
da bioimpedância com oito eletrodos, em comparação
com a de quatro eletrodos, é a avaliação
compartimentada, que possibilita a análise da gordura
visceral.
➔ Absorciometria de raios X de dupla energia
(DEXA)
Considerada o padrão ouro na análise da
composição corporal em pesquisas e na prática clínica.
Avalia e quantifica massa livre de gordura, massa gorda
e nível mineral ósseo, de forma rápida, precisa e com
pouca exposição à radiação. Entretanto, não é indicado
para gestantes, lactantes, portadores de implantes
metálicos, marca passo, nem tampouco para indivíduos
submetidos a procedimentos com iodo, bário ou
isótopos por um período de 7 dias antes da avaliação.
— Bariátric� —
// Definiçã� //
A cirurgia bariátrica e metabólica se consolidou como
uma das melhores opções terapêuticas para a
obesidade grave, especialmente quando há
comorbidades, tendo alto grau de eficácia e reduzida
taxa de complicações. Ao longo dos anos foram
Aloisi� Alencar 3
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Problem� 05: By� by� quilinh�
disponibilizados procedimentos cirúrgicos (restritivos,
disabsortivos e mistos) para a redução ponderal. Na
cirurgia restritiva ocorre uma redução no tamanho do
reservatório gástrico resultando em aumento da
saciedade, diminuição na velocidade de esvaziamento
do estômago e uma perda ponderal média de 30% nos
primeiros dois anos, porém observa-se um reganho
ponderal de 20% após 10 anos de seguimento. A
técnica ascendente neste tipo de cirurgia é a
gastroplastia em manga (Sleeve Gastrectomy).
O Bypass Jejuno-ileal era a técnica mais usada no
mundo e possibilitava,segundo a literatura, até 80% de
perda do excesso de peso pré-operatório com
manutenção dessa perda por até 18 anos após a
cirurgia, entretanto devido à alta incidência de
complicações nutricionais e metabólicas estas cirurgias
foram proscritas na década de 70.
A gastroplastia redutora com derivação intestinal em
Y de Roux é a técnica considerada “padrão ouro” devido
à obtenção de melhores resultados que as técnicas
restritivas e menores complicações em comparação
com as técnicas disabsortivas. Sua eficiência na perda
de peso se deve, provavelmente, a sensação precoce
de saciedade, ocasionada pela restrição gástrica, e pela
absorção inadequada de nutrientes provocada pela
exclusão de parte do duodeno e parte do jejuno, trânsito
rápido do alimento até as porções mais distais do
intestino e baixa taxa de mortalidade, em torno de 1%.
Aliado a isso, existe o fato dessa técnica ser vista
como uma cirurgia metabólica, pois além do efeito
restritivo e disabsortivo ocorrem também alterações
neurais e hormonais, como a diminuição da grelina
(hormônio orexígeno) e aumento do peptídeo-YY (PYY)
e peptídeo glucagon-símile 1 (GLP1) (hormônios
anorexígenos) que contribuem para a diminuição do
apetite conferindo maior eficiência a esse tipo de
procedimento se comparadas às técnicas restritivas. O
GRDIYR também está associado à melhora nos
quadros de hipertensão arterial sistêmica, função
cardiopulmonar, clearance da apnéia do sono e controle
glicêmico.
// Mecanism� d� perd� d� pes� //
A perda de peso nos pacientes após cirurgia ocorre
por complexos mecanismos que levam ao balanço
energético negativo. Estes envolvem múltiplas áreas
centrais e tecidos periféricos, que se comunicam
através de conexões neurais, hormônios e metabólitos.
Sinais provenientes de órgãos sensoriais, como
visão, olfato e paladar, e de tecidos periféricos, como
trato gastrointestinal e tecido adiposo, além de sinais
provenientes de outras áreas centrais, como córtex e
sistema de recompensa (que determinarão, por
exemplo, o valor atribuído a alimentos específicos e a
motivação para buscá-los) convergem para o
hipotálamo.
Os hormônios intestinais envolvidos no controle do
apetite podem ser orexígenos ou anorexígenos.
Fisiologicamente, a grelina é o único hormônio
verdadeiramente orexígeno encontrado até o momento,
enquanto vários hormônios anorexígenos são
descobertos. Esses hormônios parecem agir como
iniciadores ou finalizadores de uma refeição, dessa
forma tendo influência sobre a ingestão energética a
curto-prazo. Os hormônios intestinais circulantes
influenciam a atividade neuronal no sistema nervoso
central ou diretamente pela penetração na barreira
hematoencefálica, agindo dessa maneira no hipotálamo
e no tronco cerebral, ou via receptores no nervo vago
aferente.
As incretinas são secretadas pelo trato
gastrointestinal durante a ingestão alimentar e ligam-se
a receptores específicos acoplados à proteína G, os
quais podem ser encontrados no pâncreas, estômago,
músculo esquelético, coração, pulmão e cérebro.
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No hipotálamo, há dois grupos de neuropeptídios
envolvidos nos processos orexígenos (que aumentam a
sensação de fome) e anorexígenos (que suprimem o
apetite), que tem como função controlar as sensações
de fome ou saciedade e desencadear respostas
endócrinas, autonômicas e comportamentais a fim de
manter a homeostase. Os neuropeptídeos orexígenos
são o neuropeptídeo Y (NPY) e o peptídeo agouti
(AgRP). Já os neuropeptídios anorexígenos são o
hormônio alfa-melanócito estimulador (α-MSH),
proveniente da clivagem da molécula
Pró-Opiomelanocortina (POMC), e o transcrito
relacionado à cocaína e à anfetamina (CART).
Principais sítios de ação dos hormônios intestinais
influenciando a ingestão alimentar: hipotálamo, tronco
cerebral e nervo vago. NPY - neuropeptídeo Y, AgRP -
proteína relacionada à agouti, POMC - pró-opiomelanocortina,
CART - transcrito regulado por anfetamina e cocaína.
Após a cirurgia, os nutrientes ingeridos ignoram a
maior parte do estômago e do intestino delgado
superior, entrando diretamente no jejuno, sem se
misturarem com enzimas pancreáticas ou ácidos
biliares. As modificações anatômicas também resultam
em uma maior secreção de NPY e GLP-1,
responsáveis pela menor ingestão alimentar e aumento
da saciedade. Outras alterações incluem modificações
na microbiota intestinal e sinalização do nervo vagal
alterado.
// Diet� n� P��-Bariátric� //
A dieta no pós operatório precoce passa por uma
transição lenta de líquida a pastosa, até a dieta
sólida, cerca de 1 mês após o procedimento, período
que pode variar de acordo com o protocolo da equipe
cirúrgica. A dieta deve ser rica em proteínas e pobre em
carboidratos, a fim de evitar a recidiva de obesidade e
hipoproteinemia, sempre acompanhada por equipe
multidisciplinar. No pós operatório precoce, é
recomendada a ingestão mínima de 60 g/dia de
proteína, chegando a até 1,5 g/kg de peso ideal.
A reposição de micronutrientes deve seguir as
necessidades de cada caso. A recomendação mínima
diária para DGYR e GV inclui duas cápsulas de
complexos multivitamínicos/multiminerais, 1.200 a 1.500
mg de cálcio elementar (de preferência, o citrato de
cálcio, pela melhor absorção), 2.000 UI de vitamina D
(buscando alcançar níveis de 25 hidroxivitamina D
[25OHD] > 30 ng/mℓ), vitamina B12 (de acordo com as
necessidades) e 45 a 60 mg de ferro total. É
recomendável que os níveis de glicemia sejam
determinados nos diabéticos após a alta hospitalar,
auxiliando no manejo das doses de medicações
antidiabéticas e buscando flagrar possíveis
hipoglicemias.
Alimentos hipercalóricos ricos em sacarose podem
desencadear a síndrome de dumping, caracterizada
pela presença da diarreia osmótica, a qual é decorrente
das alterações disabsortivas secundárias à DGYR e
pode estar associada a náuseas, tontura, mal estar e
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Problem� 05: By� by� quilinh�
sudorese, de ocorrência pós prandial. Em geral,
manifesta-se dentro de 60 a 90 minutos após a
alimentação.
Em procedimentos disabsortivos como a derivação
biliopancreática é mais comum a presença de
deficiência de vitaminas A, D e K, zinco e ácidos graxos
essenciais. No bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR),
a técnica mais utilizada nos Estados Unidos e no Brasil,
há maior prevalência de deficiência de vitamina B12,
ferro e ácido fólico
PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
Deficiência de vitaminas hidrossolúveis
Deficiência de B12 → A deficiência de vitamina B12
é uma das deficiências mais frequentes observadas
após o BGYR20 e pode ocorrer em consequência de
vários fatores. Com a redução na produção gástrica de
ácido clorídrico, não há a conversão de pepsinogênio
em pepsina, a qual é necessária para a liberação de
vitamina B12 presente em alimentos protéicos. Além
disso, o fator intrínseco é produzido pelas células
parietais do estômago. Quando não há a produção de
fator intrínseco ou esta é insuficiente, como acontece
com a redução do compartimento gástrico, não há
absorção de vitamina B12 no íleo distal, dando origem a
anemia perniciosa.
Deficiência de Tiamina (Vitamina B1) → Relatos
de casos têm demonstrado a ocorrência de deficiência
de tiamina no pós-cirúrgico, especialmente na presença
de náuseas e vómitos. A baixa ingestão e a má
absorção também contribuem para sua deficiência.
Deficiência de Ácido Fólico (Vitamina M) → O
armazenamento de ácido fólico pode esgotar em
poucos meses de pós-operatório na ausência da
suplementação ou ingestão inadequada de alimentos
fontes como: hortaliças verde-escuras, frutas, vísceras,
fígado e cereais enriquecidos ou na presença de outros
fatores.
Deficiência de Ferro → A anemia pode afetar dois
terços dos Doentes submetidos à cirurgia bariátrica,
sendo geralmente provocada pela deficiência de ferro.
Os principais fatores responsáveis pela deficiência de
ferro no pós-operatorio de cirurgia bariátrica são:
hipocloridria gástrica, dificultando a redução de Fe3+
à Fe2+ e desta forma, impossibilita a absorção deferro
dos alimentos; mal absorção de ferro devido a exclusão
dos principais locais de absorção (duodeno e jejuno
proximal), intolerância alimentar a carne vermelha ou
ainda perdas sanguíneas peri-operatória,
menstruação, úlceras gastrointestinais, etc.
Deficiência de vitaminas lipossolúveis
A digestão de lipídios após o bypass gástrico ocorre
de forma mais lenta devido à ausência de contato das
gorduras com o duodeno o que prejudica a atuação da
colecistoquinina, hormônio intestinal necessário para a
liberação das lipases biliares e pancreáticas. Assim há
produção limitada de enzimas lipolíticas e reduzida
formação de micelas que pode resultar em esteatorreia
e deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K)
Deficiência de Cálcio e Vitamina D → A vitamina D
é necessária tanto para garantir uma boa função
esquelética quanto para função imune, prevenção de
câncer e saúde cardiovascular. O cálcio é absorvido
preferencialmente no duodeno e jejuno proximal, e sua
absorção é facilitada pela vitamina D em um ambiente
ácido. A vitamina D é absorvida preferencialmente no
jejuno e íleo.
Deficiência de macronutriente
Deficiência de proteínas → A deficiência de
proteína é a mais comumente relatada entre os
macronutrientes. É principalmente observada após as
técnicas cirúrgicas disabsortivas ou mistas (DBP/DS e
BGYR). No entanto, tal deficiência não ocorre somente
devido ao componente mal-absortivo destas técnicas
cirúrgicas. Pode estar associada também à outros
componentes que levam a diminuição da ingestão
alimentar como a anorexia, vômitos persistentes,
diarreia, intolerância alimentar e etilismo ou à reduzida
capacidade individual absortiva e adaptativa
// Indicaçã� //
Há indicação de encaminhamento para tratamento
cirúrgico da obesidade as seguintes situações:
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Problem� 05: By� by� quilinh�
- Paciente com IMC maior ou igual a 50 kg/m2;
- Paciente com IMC entre 40 e 49,99 k/m2,
independente de comorbidades, após
tratamento clínico longitudinal por dois anos
sem sucesso, realizado na atenção primária.
- Paciente com IMC entre 35 e 39,99kg/m2, com
alguma das seguintes comorbidades: risco
cardiovascular maior que 20% em 10 anos,
doença cardiovascular, hipertensão arterial de
difícil controle, diabetes mellitus de difícil
controle, síndrome da apneia e hipopneia
obstrutiva do sono (apneia do sono) ou doença
articular degenerativa, após tratamento clínico
longitudinal por dois anos sem sucesso,
realizado na atenção primária.
Tratamento clínico longitudinal é definido como
orientação e apoio para mudança de hábitos, realização
de dieta, atenção psicológica, prescrição de atividade
física e, se necessário, farmacoterapia.
Paciente com suspeita ou diagnóstico de obesidade
secundária a problemas endocrinológicos, como, por
exemplo, síndrome de Cushing e obesidade
hipotalâmica, devem ser encaminhados ao
Endocrinologista. Não há necessidade de
encaminhamento ao endocrinologista de pacientes com
obesidade secundária a uso de medicamentos como,
por exemplo, uso de glicocorticoide, antipsicóticos e
estabilizadores do humor.
// �-Mult� n� pr� � p�� operatóri� //
A equipe de especialistas da obesidade tem o dever
de apoiar e ajudar o paciente dia após dia em suas
dúvidas, medos, anseios e dificuldades que aparecem
com frequência durante esse tipo de tratamento, que é
sim, muito difícil.
Sintomas de depressão são frequentes em pacientes
obesos. A desmotivação durante o tratamento é comum
e, muitas vezes, é resultado do próprio excesso de peso
que ainda não foi eliminado.
Uma autoimagem negativa e a baixa autoestima
dificultam os relacionamentos sociais, interferem no
comportamento sexual e são fatores importantes que
levam à sensação de impotência perante às mudanças
que o paciente precisa realizar.
Cabe à equipe de multidisciplinar identificar esses
problemas e, ao permitir que o paciente expresse seus
sentimentos e suas dificuldades, conquistar sua
confiança e incentivá-lo a ter uma visão mais otimista do
problema. Além de motivar o paciente, oferecer suporte
para que as mudanças possam realmente acontecer é
de extrema importância para o sucesso do tratamento.
A equipe multidisciplinar responsável pelo tratamento
pode ajudar no suporte psicológico, inclusive indicando
o paciente para uma equipe especialista.
O tratamento não acaba quando o paciente emagrece
Depois que os pacientes percebem os primeiros
resultados, muitos abandonam os consultórios. Muitas
vezes, após dietas restritivas ou procedimento cirúrgico,
ocorrem mudanças no metabolismo, falta de vitaminas,
alterações hormonais etc. Essas alterações devem ser
acompanhadas de perto pelo médico e toda a equipe
que iniciou o tratamento.
O processo deve continuar como acompanhamento
para evitar que o paciente não volte ao peso anterior. É
papel da equipe informar ao paciente que a
predisposição para ganhar peso é um problema crônico
e que continuará sempre em acompanhamento quando
se trata de novos hábitos alimentares e atividade física.
Os mesmos esforços utilizados na fase inicial devem
ser seguidos na fase pós-emagrecimento, pois as
mudanças no estilo de vida exigem, muitas vezes, um
longo período de adaptação. O processo todo chegará
ao final quando a busca da saúde e do bem-estar
estiverem completas.
Quem deve estar na equipe multidisciplinar?
Cirurgião
Aloisi� Alencar 7
Tutori� (UC18)
Problem� 05: By� by� quilinh�
O Cirurgião é o responsável por realizar a Cirurgia
Bariátrica, mas seu papel não se limita apenas a isso.
Ele deve realizar uma avaliação criteriosa do paciente
antes da cirurgia, indicando a melhor técnica a ser
utilizada e avaliando os riscos e benefícios do
procedimento a partir das necessidades de cada
paciente. Além disso, ele deve estar presente no
acompanhamento pós-operatório, orientando o paciente
e acompanhando sua evolução.
Nutricionista
Depois da cirurgia o indivíduo precisa adotar uma
dieta balanceada para garantir a melhor perda de peso.
Isso não deve acontecer somente no período
pós-operatório, enquanto o corpo se recupera, mas pelo
resto da vida. Por isso se fala tanto na reeducação
alimentar, que deve começar desde antes da operação.
O nutricionista é responsável por orientar e ensinar o
paciente a se alimentar corretamente, ajudando-o a
encontrar gosto numa alimentação que não é destrutiva
para seu corpo e que seria maléfica para os resultados
da bariátrica. Além disso, ele ajuda a pessoa a manter
seu corpo com todos os nutrientes necessários para
recuperar-se bem do procedimento.
Psicólogo como parte da equipe multidisciplinar
O psicólogo é um membro fundamental de qualquer
equipe multidisciplinar de bariátrica, pois a obesidade
está muito relacionado a fatores psicológicos.
Comer é, muitas vezes, a maneira de lidar com
estresse e pressão emocional. Além disso, o problema
pode estar relacionado a distúrbios psicológicos, como
depressão e crises de ansiedade.
O psicólogo, portanto, tem como função avaliar o
paciente antes de realizar a bariátrica e identificar esses
problemas. No período antes da cirurgia, ele começa a
preparar a mente da pessoa para os resultados da
mesma, evitando fortes impactos psicológicos.
No pós-operatório, o psicólogo volta a entrar em
ação, dessa vez com o tratamento propriamente dito
para os distúrbios psicológicos identificados. Sua
atividade evita que o paciente volte a descontar seus
problemas na alimentação e o ajuda a encontrar a
autoaceitação, tão importante para uma vida saudável.
Endocrinologista
O endocrinologista é responsável por identificar e
tratar doenças hormonais relacionadas à obesidade,
como diabetes, hipertensão, hipotireoidismo e esteatose
hepática. Ele também auxilia o paciente no
pós-operatório, garantindo que ele está com o corpo em
equilíbrio e aderindo corretamente ao plano nutricional.
No caso de doenças descobertas somente no
período pós-operatório, o endocrinologista também
ficará responsável pelo seu tratamento, evitando que
interfiram na perda de peso.
Cardiologista
Para realizar a cirurgia bariátricacom a maior
segurança possível o paciente precisa estar em bom
estado de saúde. Portanto, é imprescindível ter o
acompanhamento de um cardiologista para diagnosticar
e tratar doenças cardiológicas, que, muitas vezes,
acompanham a obesidade, antes e depois da operação.
O cardiologista tem o importante papel de tratar e
orientar o paciente para conseguir os melhores
resultados da cirurgia em questões de saúde do seu
sistema cardiovascular.
Fonoaudiólogo
O Fonoaudiólogo é responsável por avaliar e tratar
as disfunções da deglutição e da fala, que podem
ocorrer após a Cirurgia Bariátrica. Essas disfunções
podem ser causadas pela alteração da anatomia do
trato gastrointestinal, mas com o tratamento adequado é
possível minimizá-las.
Fisioterapeuta
O Fisioterapeuta é responsável por avaliar e orientar
o paciente quanto à atividade física antes e depois da
Cirurgia. A prática de exercícios físicos é fundamental
para garantir uma perda de peso saudável e para
melhorar a qualidade de vida do paciente. A fisioterapia
também auxilia no tratamento de possíveis
complicações pós-operatórias, como trombose e
infecções.
Aloisi� Alencar 8

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