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Precedentes Judiciais e Ordem Processual

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – NCPC/2015
DOS PRECEDENTES JUDICIAIS E DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL
Sumário
PRECEDENTES JUDICIAIS	3
1. Introdução	3
2. Jurisprudência estável	4
3. Juridprudência íntegra	5
4. Jurisprudência coerente	5
5. Precedentes vinculantes	6
6. Reflexos no procedimento e na atuação dos sujeitos do processo	9
7. IRDR, RE e REsp repetitivos	13
8. E o Incidente de Assunção de Competência (IAC)?	13
DA ORDEM DOS PROCESSO NO TRIBUNAL	14
1. Distribuição	14
2. Poderes do relator	15
3. Julgamento	16
4. Ampliação das hipóteses de sustentação oral	18
5. Sustentação oral no IRDR	18
6. Requerimento	19
7. Agravo interno nos casos de agravo regimental, mandado de segurança e reclamação	19
8. Videoconferência	19
9. Preliminares e vícios sanáveis	20
10. Ampliação das hipóteses de sustentação oral	20
11. Divulgação e documentação do acórdão	21
12. Técnica de julgamento substitutiva dos embargos infringentes	22
PRECEDENTES JUDICIAIS	5
1. Introdução:	5
2. Jurisprudência estável:	11
3. Jurisprudência íntegra:	11
4. Jurisprudência coerente:	12
5. Precedentes vinculantes:	13
5.1. Controle concentrado de constitucionalidade:	15
5.2. Súmulas vinculantes:	15
5.3. Precedentes criados em julgamento de casos repetitivos e no incidente de assunção de competência:	17
5.4. Enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional:	18
6. Reflexos no procedimento e na atuação dos sujeitos do processo:	18
6.1.	Tutela providência da evidência:	18
6.2.	Improcedência liminar do pedido:	18
6.3. Dispensa de remessa necessária:	19
6.4.	Dispensa de caução para cumprimento provisório:	19
6.5.	Atuação monocrática relator:	19
6.6.	Julgamento monocrático de conflito de competência:	20
6.7.	Cabimento da reclamação:	20
6.8.	Desistência da ação:	23
6.9.	O caso da motivação:	23
6.10.	Omissão justificadora de embargos de declaração:	23
7.	Efeitos do precedente no Brasil:	24
7.1 Efeito retórico/argumentativo:	24
7.2. Efeito obrigatório:	24
7.3. Efeito obstativo:	24
7.4. Efeito autorizante:	25
7.5. Efeito rescindente da coisa julgada:	25
7.6. Efeito revisional:	25
8.	Técnicas de superação dos precedentes:	25
8.1. Overruling:	25
8.2 Transformation:	26
8.3.	Processo de revisão ou cancelamento de Súmulas Vinculantes:	26
8.4	Overriding	28
9.	IRDR, RE e REsp repetitivos:	29
DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL	30
1. Distribuição:	30
2. Poderes do relator:	31
3. Do julgamento:	33
4. Ampliação das hipóteses de sustentação oral:	34
5. Sustentação oral no IRDR:	36
6. Requerimento:	36
7. Agravo interno nos casos de agravo regimental, mandado de segurança e reclamação:	36
8. Videoconferência:	36
9.	Preliminares e vícios sanáveis:	36
10. Pedido de vista e proferimento do resultado:	37
11. Divulgação e documentação do acórdão:	38
12. Técnica de julgamento substitutiva dos embargos infringentes:	39
ENUNCIADOS NCPC	41
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	49
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	49
 
ATUALIZADO EM 11/12/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
	PRECEDENTES JUDICIAIS[footnoteRef:2] [2: Tássia Neumann Hammes e Bruna Daronch.] 
1. Introdução:
A força normativa dos precedentes costuma ser relacionado aos países de common law, como se o respeito aos precedentes fosse intrínseco a tais países (sendo automaticamente excluído o Brasil). Tanto é que alguns falam que o Brasil vem se “commonlawsisando”. 
Nesse contexto, surge o equívoco de achar que a tradição brasileira é incompatível com os precedentes sob a alegação de que é de pura tradição civil law. 
Isso porque, na época do Império, já existia um sistema de precedentes em proporções menores, que deveriam ser observadas nas decisões do Tribunal de Justiça. Ademais, desde o final do séc. XIX, há um controle difuso de constitucionalidade, o que está estritamente relacionado ao sistema de precedentes. Ainda na década de 30, Getúlio Vargas (Estado Novo) baixou dois decretos que obrigava todos os Tribunais a seguirem os precedentes da Suprema Corte em matéria constitucional. Posteriormente na década de 60, surgiram as súmulas. A partir dos anos 90, começam a surgir mudanças legislativas para reforçar poderes do Juiz a partir do sistema de precedentes. 
Isso significa que há uma tradição brasileira de respeito aos precedentes (e normas que imponham o respeito aos precedentes). Em 2015, o Brasil, com o advento do NCPC, dá um passo definitivo e irreversível a esse sistema de precedentes, tornando inevitável um avanço no âmbito do estudo desta teoria do precedente judicial. 
Logo, percebe-se que o Brasil tem a sua tradição e seu próprio sistema de precedentes, o que é completamente compatível com o nosso Direito, ainda que não tenhamos tradição de common law. 
Assim como os Juízes são vinculados à lei, cabe a ele o dever de observar o precedente: dever de examiná-lo, não cabendo a sua ignorância, possuindo três opções: (i) aplicação; (ii) distingue; (iii) superação[footnoteRef:3]. No entanto, o Juiz não pode, simplesmente, negar a aplicação pelo simples fato de não concordar com ele. [3: Todas as etapas são devidamente estudadas nos tópicos abaixo.] 
O sistema de precedentes promove a igualdade, a confiança e a segurança jurídica, racionalizando o sistema do Direito e deixando de ficar subordinado aos magistrados.
Fazendo-se essa introdução, é possível concluir que o NCPC deu extraordinária importância à jurisprudência. Determinou que os Tribunais a uniformizem e a mantenham estável, íntegra e coerente, editando enunciados de súmulas correspondentes a sua jurisprudência dominante, na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno. 
O NCPC estruturou um sistema obrigatório de precedentes, presente em toda a sua redação.
Nesse contexto, salienta-se que o sistema de precedentes obrigatórios promove a igualdade de tratamento dos jurisdicionados, a confiança, a segurança jurídica, a previsibilidade do Direito, a celeridade processual, evitando a propositura de causas judiciais temerárias. 
#COLANARETINA: Princípios consagrados pela adoção de um sistema de precedentes obrigatórios:
 Promove a igualdade.
 Promove a confiança, o direito tem que ser previsível. Segurança jurídica evita, inclusive, que as pessoas recorram ao judiciário. A previsibilidade evita demandas temerárias o que, em última instancia, acelera o processo. 
 Aceleração do processo diante da simplificação da controvérsia. 
 Dá racionalidade ao direito. Isso porque o direito não fica submetido ao voluntarismo de cada juiz. 
O debate no processo se torna mais simples, diminuindo a controvérsia à análise da distinção ou superação do precedente. Não fica o Direito sujeito ao voluntarismo de cada Juiz, tornando o sistema mais racional. 
O sistema exige que os Juristas repensem e revisem uma série de institutos jurídicos consagrados, como o próprio conceito de processo. Agora, todo processo serve à resolução da lide em concreto e à criação de precedente. Como consequência, o contraditório passa a ser visto também como discussão em torno da fixação do precedente. A discussão processual serve agora a duas plateias: a das partes, diante do caso concreto, e a da coletividade, na formação do precedente.
#COLANARETINA: Cada processo serve a um só tempo: solução de problema (julgamento) + criação de precedentes para casos futuros semelhantes (construção de precedentes).
Como consequência:
 O contraditório é ampliado: Deixa de ser visto apenas como uma discussão em tornoda solução do caso, mas também em torno da fixação de um precedente jurídico (técnica de discussão para a formação de um precedente). É por isso que o NCPC permite que o amicus curiae recorra contra o incidente de resolução de demandas repetitivas. 
 A motivação passa a ser encarada a partir de um duplo discurso: Um discurso com dupla-função, discurso para duas plateias: [i] para as partes (solução do caso); [ii] e para a coletividade, demais jurisdicionados (fixação do precedente). O juiz, ao julgar, deve ter em mente essas duas situações. 
 O sistema de intervenção de terceiros é modificado. A Lei 13.015/2014 (que institui recursos de revista repetitivos trabalhistas) diz expressamente que um sujeito interessado pode intervir como assistente para auxiliar na construção do precedente. Veja que é uma assistência diferente daquela tradicional. 
Fala-se muito que o sistema de precedentes parte do pressuposto de que o Poder Judiciário exerce um papel criativo na construção do Direito, em flagrante usurpação do papel legislativo. Esta visão é equivocada, afinal, cada um destes agentes, inclusive a doutrina e os próprios Tribunais, têm o seu papel: o Julgador deve apreciar o caso concreto, conferindo real sentido ao programa legislativo e complementando a atividade legislativa.
A existência de posicionamentos diferentes e incompatíveis a respeito da mesma norma jurídica leva a que jurisdicionados em situações idênticas tenham de se submeter a regras de conduta diferentes, ditadas por decisões judiciais emanadas por tribunais diversos. 
Tal fenômeno fere vários princípios constitucionais e legais, razão pela qual a uniformização de jurisprudência, ao ser efetivada, atende à segurança jurídica, à previsibilidade, à estabilidade, ao desestímulo à litigância excessiva, à confiança, à igualdade perante a jurisdição, à coerência, ao respeito à hierarquia, à imparcialidade, ao favorecimento de acordos, à economia processual (de processos e de despesas) e à maior eficiência.
Dessa forma, a solução encontrada para evitar o problema foi determinar aos Tribunais que uniformizem a sua jurisprudência e a mantenham estável, íntegra e coerente, nos termos do art. 926 do Novo CPC. Para tanto, o art. 927 dispõe que os juízes e tribunais observarão (vejam que há imperatividade):
(i) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
(ii) os enunciados de súmula vinculante;
(iii) os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
(iv) os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
(v) a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente[footnoteRef:4]. [4: (MPT-2017): Os tribunais, a par de uniformizar a sua jurisprudência, devem mantê-la estável, íntegra e coerente, comando que se aplica até mesmo para o Supremo Tribunal Federal. BL: art. 926, NCPC.] 
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
#STOP #DESACELERA #DEVAGARESEMPRE[footnoteRef:5] [5: Eu sei que essa matéria é teórica, doutrinária e cheia de detalhes, mas vai dar certo! Pega o cafezinho e #SÓVAI. Não esqueça: #VCDÁCONTADORECADO.] 
(Pausa Importante. Não deixem de ler, alunos Cicleiros)
Vamos, juntos, entender alguns conceitos:
1. Formação do precedente judicial.
Ao conjunto “CASO CONCRETO + ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA + NORMA JURÍDICA GERAL CONSTRUÍDA PARA O CASO” dá-se o nome de PRECEDENTE JUDICIAL. 
A decisão judicial passa a ser vista a partir de uma dupla perspectiva: solução de caso + precedente. 
Há um NÚCLEO do precedente = norma jurídica construída (norma jurídica geral). É o elemento normativo de um precedente. Precedente não é só a norma (veja o conjunto acima), mas é também o caso concreto e a argumentação jurídica. 
Essa norma jurídica é chamada de RATIO DECIDENDI. Percebam que a ratio decidendi é o fundamento normativo da decisão. É a norma geral que se encontra na fundamentação do julgado e da qual decorre a norma individualizada do dispositivo. É também UNIVERSALIZÁVEL, por ter aptidão para ser aplicada em outros casos. 
Traduzindo, nada mais é do que “a razão de decidir”. A razão que justificou a decisão. Por isso que alguns autores a traduziram como FUNDAMENTO DETERMINANTE. 
OBS¹. Nada impede que uma decisão tenha duas ratio decidendi. 
OBS². É possível identificar ratio decidendi de decisões de cunho processual? Sim. Nada também impede ter ratio decidendi de conteúdo processual (extinção por ausência de legitimidade), por exemplo.
OBS³. É possível identificar ratio decidendi em decisão homologatória de acordo? Sim. 
OBS4. Há, contudo, um problema, sobretudo no Brasil, em relação aos colegiados. Veja: se todos os ministros concordam em um sentido, mas não há uma ratio decidendi comum/majoritária. Só pode se pode falar em ratio decidendi com efeito obrigatório aquelas encampadas pela MAIORIA dos membros do tribunal
OBS5. Nem tudo o que está na fundamentação é ratio decidendi. Às vezes, o Julgador acrescenta comentários laterais, opiniões, previsões etc. A esse conjunto de fundamentações laterais, dá-se o nome de OBITER DICTUM (plural – OBTER DICTA). #DICA: Se tirarmos isso da fundamentação, nada se altera. Não acrescenta nada ao dispositivo. 
#ATENÇÃO: Qual a importância do Obter Dicta? O que é Obter Dicta NÃO é precedente. Não terá força obrigatória. O Obter Dicta não é inútil, pois tem papel importante, movimentando o sistema, podendo servir como forma do Tribunal sinalizar qual comportamento irá adotar no futuro. Ex: o voto vencido é um Obter Dicta. E o voto vencido tem papel importante no sistema.
2. Formação da jurisprudência: Quando a ratio decidendi começa a ser utilizada em outros casos, surge o que chamamos de JURISPRUDÊNCIA. 
Isso significa que a jurisprudência nada mais é do que a reiterada aplicação de um precedente. E se a jurisprudência passa a prevalecerem um tribunal, torna-se jurisprudência dominante. No Brasil, tanto o precedente como a jurisprudência produzem efeitos jurídicos. Pode ficar uma ilusão de que somente a jurisprudência tem força normativa. 
3. Formação da Súmula: É o enunciado, o texto da ratio decidendi que tem sido reiteradamente aplicada pelos tribunais. 
#CASCADEBANANA: Sumula é precedente? NÃO. É considerado enunciado/texto da ratio decidendi.
Como CRIAR a súmula? Como INTERPRETAR a súmula? Não se pode criar ou interpretar a súmula de forma dissociada de sua origem, devendo ser analisada com base na ratio decidendi. Súmula não se desgarra de sua origem. Vejamos:
Art. 926, ª1º, NCPC. (...)
§ 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
2. Jurisprudência estável:
A estabilidade da jurisprudência impede que os Tribunais simplesmente abandonem ou modifiquem sem qualquer justificativa plausível seus entendimentos consolidados. Assim, não pode o tribunal, sob pena de violar o princípio da isonomia jurídica e, principalmente, da segurança jurídica, simplesmente deixar de aplicar um entendimento consolidado sem justificativa séria e devidamente exposta.
A exigência de que os Tribunais mantenham sua jurisprudência uniformizada estável, entretanto, não cria uma vedação completa para a sua modificação, o que traria indesejável engessamento do Direito. 
Estável é a jurisprudência que não se altera com frequência. Contudo, nesse caso, o Tribunal tem o dever de fundamentar a modificação de forma específica e adequada, nos termos do art. 927, § 4º, do Novo CPC, justificando-se porque não aplicará no caso concreto a jurisprudência consolidada.
Art. 927 (...) § 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
3. Jurisprudência íntegra:
Jurisprudência íntegra é a construída levando-se em consideração o histórico de decisões proferidas pelo Tribunal a respeito de um mesmo tema, ou seja, para se formar uma jurisprudência íntegra devem ser considerados todos os fundamentos rejeitados e acolhidos nos julgamentos que versam sobre a mesma matéria jurídica.
Como os órgãos devem considerar sempre os julgamentos anteriores sobre a mesma matéria jurídica, salvo se o órgão que a enfrenta de forma originária, é correto entender-se que uma das dimensões do dever de integridade da jurisprudência consiste na observância das técnicas de distinção e superação dos precedentes, sempre que necessário para adequar esse entendimento à interpretação contemporânea do ordenamento jurídico.
Critérios para a integridade:
· Unidade do Direito: O Direito é uno, íntegro, e deve ser respeitado em toda a sua complexidade. Proíbe o chamado voluntarismo judicial, que sujeita o jurisdicionado a direito não positivado. Segundo Solto Maior, “O Direito é uma esfera, que toca o chão em um único ponto, porém sobre aquele ponto recai todo o peso da esfera”.
· Direito como sistema: O Direito deve ser respeitado enquanto sistema, e não um amontoado de normas. Da mesma forma, devem ser observados e respeitados os seus microssistemas.
· Respeito à relação íntima entre processo e direito material: A distinção entre os ramos é meramente didática. Pressupõe interpretação sistemática do Direito.
4. Jurisprudência coerente:
A coerência exigida pelo art. 926, caput, do CPC, é da própria essência da ideia de uniformização de jurisprudência, porque assegura uma aplicação isonômica do entendimento consolidado em casos análogos, ou seja, que versem sobre a mesma questão jurídica.
Uma jurisprudência coerente impede que os sujeitos envolvidos em situações parecidas sejam tratados de forma diferente, o que preserva o princípio da isonomia substancial, impedindo decisões construídas de forma arbitrária pelo juiz, formadas a partir de seus entendimentos e valores pessoais.
Critérios para a coerência:
· Ausência de contradição: Não se admite que um mesmo tribunal disponha de orientações ou decisões sem coerência logica.
· Completude: Encontra-se relacionada ao dever de fundamentação. 
· O Tribunal deve respeito às decisões anteriores no mesmo sentido, bem como à linha evolutiva de sua jurisprudência: A jurisprudência de desenvolve em cadeia ou, segundo Dworkin, como um “romance em cadeia”. É preciso, portanto, manter-se a lógica e a coerência da novela. O respeito deve ser observado inclusive no momento de superação de precedentes. Trata-se de diálogo com o passado ou dever de auto-referência. 
· Norma superior comum: Os precedentes são considerados coerentes se é possível encontrar em relação a eles norma superior comum. Uma mesma norma superior ilumina os precedentes, conferindo coerência a todos eles.
· As decisões devem estar em conformidade com os padrões da dogmática jurídica: O papel da doutrina neste ponto é fundamental. O seu principal objetivo é fornecer as condições objetivas de um diálogo jurídico racional, um padrão de fundamentação.
5. Precedentes vinculantes:
Nem todo precedente é vinculante, mas apenas aqueles previstos no art. 927 do CPC. A vinculação alcança não apenas o Tribunal de que se originou o precedente, mas todos os demais a ele subordinados. Dessa forma, quando houver precedente vinculante, o órgão julgador deve sobre ele pronunciar-se, ainda que não tenha sido suscitado pelas partes.
	
Caberá ao julgador, ao aplicar a tese jurídica adotada no precedente obrigatório:
(i) Verificar se o caso sub judice é assemelhado ou se existe distinção entre a situação concreta e as que deram ensejo ao precedente; e
(ii) Verificar se o entendimento não ficou superado (art. 489, § 1º, VI). Somente se a situação não for distinta, mas assemelhada à anteriormente examinada, é que o precedente será aplicado, com eficácia obrigatória.
#SELIGANANOMENCATURA #SURPREENDAOEXAMINADOR:
1. Distinguinshing: Ocorre quando o caso concreto em julgamento apresenta particularidades que não permitem aplicar adequadamente a jurisprudência do tribunal pacificada em um precedente normativo. É, portanto, a não adoção de um precedente normativo pelo julgador, em razão de o caso concreto possuir certas peculiaridades que permitem ao magistrado excepcionar a tese fixada pela jurisprudência, de forma a restringir sua aplicação ou afastá-la completamente.
#ATENÇÃO: Percebam que o juízo de distinção não é um juízo que revoga o precedente. Ao distinguir, o juiz não está negando a tese, apenas dizendo que a tese não se aplica ao caso.
A distinção assume duas acepções:
 Método. Método de confronto entre um caso e um precedente. Proceder a distinção é proceder a um confronto entre o caso e o precedente. 
 Distinção-Resultado. É o resultado que se chega a partir do confronto. Percebe-se que o precedente se distingue e, portanto, não se aplica. 
2. Overruling: É a superação de um precedente normativo, sendo considerado pela doutrina a “essência do sistema de precedentes”. Afinal, a jurisprudência estável não é eterna, podendo ser superada se existem razões para isso. Afinal, as mudanças são justificadas e necessárias à evolução do Direito e da sociedade. 
Vejamos algumas regras básicas (#QUESTÃODEPROVA):
 Só pode revogar o precedente o Tribunal que o originou.
 Não se admite em hipótese nenhuma a superação implícita, consistente na alteração judicial sem diálogo com o passado, arbitrária (art. 927, §4o, NCPC).
 Devem-se expor os motivos que justificam a superação, como a alteração na percepção social. Geralmente os precedentes que sofrem maior número de superações são aqueles relacionados à moralidade.
 Caso sobrevenha lei ou emenda constitucional contrário ao precedente, ele deixa de ser aplicado. Esse fenômeno ocorreucom algumas súmulas após o advento do NCPC.
 Transformação no modo de ver o Direito.
A superação de um precedente longevo, capaz de pautar inclusive a conduta social, deve possuir eficácia modulada. Não se pode superar um precedente longevo, destruindo, de uma hora para a outra, tudo que foi feito com base nele. Entendimento em sentido contrário traria quebra de confiança e de segurança jurídica absurdos. Veja-se: o beneficiário direto da superação, aquele cujo caso concreto motivou a alteração, deve beneficiar-se da modificação imediatamente. O mesmo não pode ocorrer com terceiros. Nada impede, portanto, que o Tribunal supere para o futuro. Se o precedente for recente, a ponto de não ter despertado confiança na sociedade, pode ser superado com efeitos retroativos. 
#SELIGANANOMENCLATURA: O Tribunal ainda pode fazer o que se chama de “julgamento alerta”, sendo aquele em que não há superação, tão somente aviso do que está para ser superado. Nesse caso, há aviso que a quebra de confiança está por ocorrer. Trata-se de obiter dictum. 
5.1. Controle concentrado de constitucionalidade:
Segundo o art. 927, inciso I, do CPC, os Juízes e Tribunais observarão as decisões e os precedentes do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade.
Vale lembrar que o art. 102, § 2º, da CF prevê que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Por outro lado, qualquer órgão jurisdicional, no julgamento de qualquer processo, recurso ou reexame necessário (nesse caso somente os tribunais de segundo grau), pode declarar de forma incidental a inconstitucionalidade de uma norma legal, mas nesse caso não há qualquer eficácia vinculante de tal declaração. 
5.2. Súmulas vinculantes:
Nos termos do art. 103-A, caput, da CF, o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
Seu objeto é definido também pelo art. 2º, § 1º, da Lei n. 11.417/2006: a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre estes e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.
Sobre os legitimados para propor a edição, o cancelamento ou a revisão de súmula vinculante, dispõe o art. 3º da Lei nº. 11.417/2006:
Art. 3o. São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI - o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
§ 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.
§ 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
#ATENÇÃO: A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão.
Cabe contra a decisão judicial ou ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente, cabe Reclamação, que também não impede que o prejudicado se valha dos recursos previstos na legislação processual.
#SELIGA: Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas.
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF Candidata aprovada no concurso e que havia escolhido a serventia possui legitimidade para ajuizar reclamação no STF contra decisão de 1ª instância que afirma que essa serventia não está vaga, sendo que esse tema já havia sido decidido pelo STF em mandado de segurança. O CNJ determinou a vacância de uma serventia extrajudicial por violação à regra do concurso público. O titular da serventia impetrou mandado de segurança no STF questionando o ato do Conselho, tendo o writ sido julgado improcedente, com trânsito em julgado. Foi aberto concurso público e determinada candidata aprovada escolheu essa serventia para investidura. Ocorre que o antigo titular ajuizou ação declaratória, em 1ª instância, para excluir o oferecimento desta serventia, tendo o magistrado julgado o pedido procedente para o fim de excluir esse cartório da lista de serventias vagas e disponíveis aos aprovados no concurso. Essa candidata aprovada tem legitimidade para questionar essa decisão de 1ª instância mediante reclamação no STF, considerando que é terceira interessada. Quanto ao mérito, essa decisão de 1ª instância violou aquilo que o STF decidiu. Ao apreciar o MS, o STF entendeu ser ilícita a remoção por permuta sem concurso público e afirmou a validade da determinação de vacância exarada pelo CNJ. Na ação declaratória, o pleito principal deduz não ser possível considerar vago o cartório em questão para fins de ser preenchido. Assim, pretende-se burlar aquilo que já foi pacificado pelo STF. A discussão sobre o mesmo objeto não pode ser levada para as vias ordinárias após o STF ter decidido o mandado de segurança. Portanto, não é possível a manutenção do ato reclamado, que permitiu a permanência do autor na serventia extrajudicial. STF. 1ª Turma. Rcl 31937 AgR/ES, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/8/2019 (Info 947).
5.3. Precedentes criados em julgamento de casos repetitivos e no incidente de assunção de competência:
O art. 928 do CPC prevê as hipóteses que se consideram julgamento de casos repetitivos: 
(i) decisões proferidas em incidente de resolução de demandas repetitivas;
(ii) e em recursos especial e extraordinário repetitivos.
Os julgamentos proferidos nos casos acima citados, ainda que por meio de técnicas procedimentais distintas, são precedentes obrigatórios. O incidente de assunção de competência não se confunde com o julgamento de casos repetitivos, prevendo o art. 947 do CPC que seu cabimento depende de inexistência de repetição da relevante questão de direito, com grande repercussão social, em múltiplos processos.
Art. 928.  Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único.  O julgamentode casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual.
5.4. Enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional:
Segundo o inciso IV do art. 927 do CPC, os juízes e tribunais observarão os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional, e do Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional.
A norma praticamente torna todas as súmulas dos tribunais superiores com eficácia vinculante, sejam elas súmulas vinculantes ou não, à exceção daquelas editadas pelo Supremo Tribunal Federal que disserem respeito a normas infraconstitucionais, circunstância até certo ponto comum na seara processual.
#SELIGANASÚMULA: Súmula 568, STJ: O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema.
6. Reflexos no procedimento e na atuação dos sujeitos do processo:
6.1. Tutela providência da evidência:
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
(...)
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
#CASCADEBANANA: Essa tutela de evidência independe da urgência do caso concreto.
6.2. Improcedência liminar do pedido:
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
6.3. Dispensa de remessa necessária:
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
§ 4o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
 
6.4. Dispensa de caução para cumprimento provisório:
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que:
(...)
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos.
6.5. Atuação monocrática relator:
Art. 932. Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
6.6. Julgamento monocrático de conflito de competência:
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em:
I - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
II - tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
6.7. Cabimento da reclamação:
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III - garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
IV - garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível.
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.
§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
I - proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
II - proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: STF determinou a devolução do recurso extraordinário para o tribunal de origem a fim de que ficasse aguardando o julgamento do tema afetado como recurso extraordinário repetitivo. Após o julgamento pelo STF, o Presidente do Tribunal de origem julgou prejudicado o referido recurso extraordinário. Contra esta decisão do Presidente do Tribunal de origem, a parte prejudicada interpôs recurso inadequado, que não foi admitido. Houve trânsito em julgado. Diante disso, a parte prejudicada ingressou com reclamação afirmando que a decisão do Presidente do Tribunal de origem descumpriu a decisão do STF que determinou o retorno dos autos ao Tribunal para aguardar o julgamento do tema afetado.Deve ser negado seguimento a esta reclamação. Isso porque é inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada (art. 988, § 5º, I, do CPC/2015). Súmula 734-STF: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal. Além disso, o ato do STF que determina a devolução do recurso extraordinário para que aguarde o julgamento do tema afetado não tem cunho decisório. STF. 1ª Turma. Rcl 24810 AgR/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11/2/2020 (Info 966).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: Na reclamação fundada no descumprimento de decisão emanada pelo STF, o ato alvo de controle deve ser posterior ao paradigma. Ex: em 2016, o Juiz proferiu decisão negando a homologação do acordo de colaboração premiada celebrado com o Delegado de Polícia sob o argumento de que a autoridade policial não poderia firmar esse pacto. Em 2018, o STF proferiu decisão afirmando que o Delegado de Polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada na fase de inquérito policial. Não cabe reclamação contra esta decisão do Juiz de 2016 sob o argumento de que ela teria violado o acórdão do STF de 2018. Isso porque só há que se falar em reclamação se o ato impugnado por meio desta ação é posterior à decisão paradigma. STF. 2ª Turma. Rcl 32655 AgR/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/4/2019 (Info 938).
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF #IMPORTANTE João foi denunciado por homicídio doloso. Foi condenado pelo Tribunal do Júri. Contra esta sentença, a defesa interpôs apelação e o TJ deu provimento ao recurso, absolvendo o réu por entender que a decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos. Isso porque só havia uma única testemunha contra o réu e o TJ entendeu que isso não seria suficiente para a condenação. Contra o acórdão do TJ, o Ministério Público interpôs recurso extraordinário. O STF deu provimento ao recurso do MP para restaurar o veredicto condenatório prolatado pelo Tribunal do Júri. Para o STF, analisar se um único depoimento é suficiente ou não para a condenação é uma matéria que cabe aos jurados no Tribunal do Júri e que não pode ser reformado pelo TJ. Ocorre que, em revisão criminal, o TJ voltou a absolver o réu utilizando novamente como fundamento o argumento de que a condenação é contrária à evidência dos autos. Essa decisão do TJ na revisão criminal viola aquilo que o STF decidiu no recurso extraordinário, razão pela qual deve ser julgada procedente reclamação contra o acórdão do TJ. STF. 1ª Turma. Rcl 29621 AgR/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/6/2019 (Info 945).
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF #IMPORTANTE Em regra, é incabível, por ilegitimidade ativa ad causam, o manejo de reclamação por quem não tenha sido parte no processo subjetivo que tramitou perante o STF. No entanto, em um caso específico, o STF abriu uma exceção para esse entendimento. Um dos filhos da vítima do homicídio figurou no processo criminal como assistente de acusação. O acusado foi condenado. Ocorre que, em revisão criminal, o réu foi absolvido pelo Tribunal de Justiça. Diante disso, um outro filho da vítima, com a mesma advogada que assistiu a família durante o processo, ajuizou reclamação no STF contra esse acórdão do TJ. O STF reconheceu a legitimidade do autor da reclamação afirmando que se mostra inequívoco o interesse da família da vítima no deslinde do caso. Não se pode, por excessivo apelo formal, afastar a relação de pertinência subjetiva do autor da reclamação que, como filho da vítima, atua também na qualidade de representante dos interesses da família. Assim, o filho da vítima do homicídio, mesmo que não tenha sido assistente de acusação no curso da ação penal, tem legitimidade para ajuizar reclamação contra decisão do Tribunal de Justiça que absolveu o réu no julgamento de revisão criminal, alegando que esta decisão violou a autoridade de acórdão do STF. STF. 1ª Turma. Rcl 29621 AgR/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/6/2019 (Info 945).
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF Cabe reclamação contra decisão do STJ que nega provimento a agravo interno interposto contra decisão monocrática do Vice-Presidente do STJ que negou seguimento ao recurso extraordinário sob a alegação de que houve incorreta aplicação de tese do STF fixada em repercussão geral. A erronia na observância de pronunciamento do STF formalizado, em recurso extraordinário, sob o ângulo da repercussão geral, enseja, esgotada a jurisdição na origem considerado o julgamento de agravo, o acesso ao Supremo mediante a reclamação. Fundamento: art. 988, § 5º do CPC/2015. Caso concreto: a parte interpôs recurso extraordinário contra acórdão do STJ alegando que houve errônea aplicação de tese do STF fixada em repercussão geral. O Vice-Presidente do STJ negou seguimento ao recurso extraordinário. Contra esta decisão, a parte interpôs agravo interno. A Corte Especial do STJ negou provimento ao agravo interno. A parte ingressou, então, com reclamação, que foi conhecida pelo STF. STF. 1ª Turma. Rcl 26874 AgR/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/11/2019 (Info 959).
*(Atualizado em 25/09/2022) #DEOLHONAJURIS - Não se exige o esgotamento da instância ordinária como pressuposto de conhecimento da reclamação fundamentada em descumprimento de acórdão prolatado em Incidente de Assunção de Competência (IAC). A controvérsia consiste em definir se o Juízo reclamado descumpriu acórdão do Superior Tribunal de Justiça proferido no Incidente de Assunção de Competência n. 5 (REsp 1.799.343/SP), ao afastar a competência da Justiça do Trabalho para o julgamento da ação proposta pelos ora interessados, em que a discussão ressoa na validade de Acordo Coletivo de Trabalho - ACT que alterou os benefícios relativos a auxílio à saúde fornecido anteriormente na modalidade autogestão. Inicialmente cumpre salientar que é cabível a reclamação ajuizada com o propósito de garantir a observância de tese fixada em acórdão prolatado em incidente de assunção de competência, segundo preconiza o art. 988, IV, do CPC/2015. Da mesma forma, prevê o Regimento Interno desta Corte Superior, em seu art. 187, que, "para preservar a competência do Tribunal, garantir a autoridade de suas decisões e a observância de julgamento proferido em incidente de assunção de competência, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público desde que, na primeira hipótese, haja esgotado a instância ordinária". Além disso, bem se vê dos mencionados dispositivos legal e regimental que não se exige o esgotamento da instância ordinária como pressuposto de conhecimento da reclamação fundamentada em descumprimento de acórdão prolatado em incidente de assunção de competência. Deste modo, o requisito de esgotamento da instância ordinária é exigido apenas quando a reclamação tiver como propósito a preservação da competência do Superior Tribunal de Justiça e a observância a recurso especial repetitivo. No caso, estando os pedidos da ação originária estritamente vinculados a acordos coletivos de trabalho, com pedido primordial de restabelecimento do regramento anterior do benefício de plano de saúde de autogestão fornecido pela empregadora/reclamante, mediante ACT, sobressai competente a Justiça do Trabalho para o julgamento da demanda, tal como definido no IAC 5/STJ (STJ, Rcl 40.617-GO, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 24/08/2022, Info. 746). 
*(Atualizado em 11/12/2022) #DEOLHONAJURIS -É descabida a reclamação ao Superior Tribunal de Justiça com fundamento em inobservância de acórdão proferido em recurso especial em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas - IRDR. De início, concernente ao cabimento da reclamação, verifica-se haver previsão legal expressa de seu ajuizamento com o propósito de garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), tal como prevê o art. 988, IV, do CPC/2015. A reclamação fundamentada em inobservância de acórdão proferido em recurso especialem IRDR não foi abarcada, em princípio, pelo legislador ordinário, relegando-se ao intérprete a análise acerca de sua subsunção ao supracitado dispositivo legal, em interpretação sistemática e teleológica do ordenamento jurídico. Tanto o recurso especial em IRDR (arts. 976 e 987 do CPC/2015), quanto o recurso especial repetitivo (art. 1.036 do CPC/2015) possuem a mesma finalidade de pacificar a interpretação da legislação federal infraconstitucional sobre questões jurídicas idênticas que sejam objeto de uma multiplicidade de processos, atribuindo-lhes força vinculante em relação aos juízes e tribunais subordinados a esta Corte Superior (art. 927 do CPC/2015). Nesse sentido, as disposições do CPC/2015 e do RISTJ buscam dar ao acórdão proferido no recurso especial interposto contra julgamento de mérito de IRDR os mesmos efeitos do acórdão em julgamento de recurso especial repetitivo, precedente qualificado nos termos do art. 121-A do RISTJ, c/c o art. 927 do CPC/2015. Ou seja, para fins de processamento do recurso especial em julgamento de mérito do IRDR, necessariamente, deverá ser seguido o rito previsto para os recursos representativos de controvérsia. A reclamação proposta com fundamento em suposta inobservância, pelo tribunal reclamado, de acórdão do Superior Tribunal de Justiça proferido no âmbito de recurso especial em IRDR, não se amolda à hipótese legal descrita no art. 988, IV, do CPC/2015, não correspondendo ao IRDR em si, mas sim ao recurso especial repetitivo, por equiparação, que, a seu turno, não se insere nas hipóteses de cabimento da reclamação constantes do art. 988 do CPC/2015. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça está sedimentada na esteira de ser incabível a reclamação proposta neste Superior Tribunal com o intento de impugnar julgado do tribunal reclamado supostamente contrário a tese do STJ definida em recurso especial repetitivo, conforme decidido pela Corte Especial no julgamento da Rcl 36.476/SP (DJe 06/03/2020). Na ocasião, prevaleceu o voto da relatora, Ministra Nancy Andrighi, que, em sua linha argumentativa precípua, assentou ter sido suprimida pelo próprio legislador, durante a vacatio legis do CPC/2015 (Lei n. 13.105/2015), a hipótese de cabimento da reclamação visando o juízo de adequação, por parte do Superior Tribunal de Justiça, do acórdão reclamado supostamente em desacordo com recurso especial repetitivo, o que se deu com o advento da Lei n. 13.256/2016. Esclareceu a ministra em seu voto que a disposição do art. 988, § 5º, II, do CPC/2015 - embora acrescentada no CPC/2015, paradoxalmente, pela mesma Lei n. 13.256/2016 -, trata apenas de hipótese de inadmissibilidade da reclamação, não veiculando hipótese de cabimento. Portanto, harmonizando as ideias expostas, extrai-se a conclusão de ser descabida a reclamação dirigida ao Superior Tribunal de Justiça com fundamento em inobservância de acórdão proferido em recurso especial em IRDR, aplicando-se-lhe o entendimento da Corte Especial exarado na Rcl 36.476/SP, devido à equivalência da natureza, regramento e efeitos daquele recurso com o recurso especial repetitivo. STJ, Rcl 43.019-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 28/09/2022, DJe 03/10/2022 (Info. 758). 
6.8. Desistência da ação:
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
§ 1o A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia.
§ 2o Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte ficará isenta do pagamento de custas e de honorários de sucumbência.
§ 3o A desistência apresentada nos termos do § 1o independe de consentimento do réu, ainda que apresentada contestação.
6.9. O caso da motivação:
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
6.10. Omissão justificadora de embargos de declaração: 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;[footnoteRef:6] [6: (MPRS-2016): Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; considerando-se omissa a decisão que deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento. BL: art. 1022, inciso II e § único, inciso I do mesmo art. 1022, NCPC.] 
7. Efeitos do precedente no Brasil:
Para entender a eficácia do precedente no Brasil, deve-se partir de duas premissas: 
1a) Trata-se de eficácia que decorre automaticamente da lei; é efeito que a lei atribui a determinadas decisões, automaticamente; não decorre, portanto, da vontade do juiz;
2a) Esses efeitos são decorrentes da ratio decidendi, e não do obiter dictum.
O precedente tem dois efeitos básicos:
7.1 Efeito retórico/argumentativo:
O efeito retórico serve ao menos para tentar convencer o juiz de suas próprias razões. É um efeito mínimo encontrado em qualquer precedente.
7.2. Efeito obrigatório:
Indica que o precedente tem que ser seguido. Temos que entender que os precedentes obrigatórios também são persuasivos, podendo os precedentes ter múltipla eficácia. 
Sucede que no direito brasileiro a eficácia do precedente vai além desses dois efeitos, havendo pelo menos mais quatro: 
7.3. Efeito obstativo:
Efeito obstativo no prosseguimento da litispendência. Há precedentes que obsta postulações (remessa necessária ou recurso). Inclusive, determinados precedentes permitem que o relator negue seguimento ou provimento ao recurso ou remessa necessária,
7.4. Efeito autorizante:
Pode ser autorizante, há determinados precedentes que autorizam tutela antecipada (tutela de evidência).
7.5. Efeito rescindente da coisa julgada:
Uma decisão do STF em controle de constitucionalidade, que seja posterior a decisão judicial, pode autorizar (servir de fundamento) à rescisão do decisum anterior (art. 525, §15, NCPC). Em suma, o precedente do STF, nesse caso, tem força rescidente sobre a coisa julgada.
7.6. Efeito revisional: 
Quando temos uma sentença que regula relação jurídica que se prolonga no tempo (relações jurídicas continuativas – ex. tributária, de família etc), muitos defendem que, nessa circunstância, se sobrevier precedente contrário aquela decisão, a partir daí a decisão teria que ser revista.
8. Técnicas de superação dos precedentes:
As técnicas de superação. São basicamente duas: o overruling e o overriding.
8.1. Overruling:
Consiste na técnica por meio da qual um precedente perde a sua força vinculante e é substituído (overruled) por outro. 
· Express Overruling. Esta técnica de superação pode ocorrer de maneira expressa (express overruling), quando o Tribunal determina o abandono do precedente em detrimento de um novo entendimento. 
· Implied Overruling. Pode também ser tácito ou implícito (implied overruling), quando uma nova orientação é adotada em detrimento do precedente firmado anteriormente, ainda que não se determine expressamente o abandono deste último.
#ATENÇÃO: No ordenamento jurídico brasileiro, apenas o overruling expresso é admitido, uma vez que se exige a fundamentação adequada e específica quando do uso da técnica de superação de uma determinada orientação jurisprudencial, consoante apontao art. 927, §4º, CPC. 
8.2 Transformation:
Há ainda quem mencione a tranformation, compreendida como uma técnica em que o Tribunal, a despeito de deixar de aplicar o precedente firmado anteriormente, tenta compatibilizá-lo com a nova orientação adotada. Seria uma espécie de “implied overruling ao quadrado”, uma vez que além de revogar o anterior de forma IMPLÍCITA, ainda tenta compatibiliza-lo com o novo precedente. 
Segundo Fredie Didier, tal técnica configura ofensa ao dever de coerência do art. 926 do NCPC. 
8.3. Processo de revisão ou cancelamento de Súmulas Vinculantes:
O ordenamento brasileiro prevê técnicas de superação de precedentes judiciais e dos enunciados sumulares a partir deles produzidos, embora não utilize a denominação que lhes é atribuída pelo direito anglo-saxônico. É o que se dá, por exemplo, com o processo para revisão ou cancelamento de súmulas vinculantes, que tem previsão no art. 103-A, §2°, da Constituição, na Lei n.º 11.417/2006 e no Regimento Interno do STF.
Mas, a previsão da técnica de superação, por excelência, que deve ser aplicável à alteração de qualquer precedente, jurisprudência (dominante) e enunciado de Súmula, consta no art. 927, §§ 2° a 4°, CPC.
Art. 927. (...)
§ 2o A ALTERAÇÃO DE TESE JURÍDICA adotada em ENUNCIADO DE SÚMULA ou em JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese. 
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do STF e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, PODE HAVER MODULAÇÃO DOS EFEITOS da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de ENUNCIADO DE SÚMULA, de JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA ou de TESE ADOTADA EM JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS observará a NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA E ESPECÍFICA, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
#OBS: Há também instrumentos processuais de que o jurisdicionado pode se valer p/ controlar a decisão judicial que, invocando um precedente (jurisprudência ou súmula), lhe cause gravame. Vejamos:
· Ex1. Agravo interno do art. 1021, NCPC, que pode ser interposto contra a decisão de que trata o 932, V, CPC. 
· Ex2. Reclamação constitucional. Art. 7º da lei 11417/2006 e art. 988, IV, CPPP. Art. 988, III e IV, NCPC. 
#APROFUNDANDO: OVERRULING DIFUSO x CONCENTRADO.
A superação de um precedente ou de um entendimento jurisprudencial (overruling) pode dar-se, no Brasil, de maneira difusa ou concentrada.
a) DIFUSO. O overruling realizado difusamente pode ocorrer em qualquer processo que, chegando ao tribunal, permita a superação do precedente anterior. Ele é a regra entre nós, tradicional no common law, e traz a grande vantagem de permitir que qualquer pessoa possa contribuir para a revisão de um entendimento jurisprudencial.
b) CONCENTRADO. No Brasil, porém, o overruling pode dar-se de modo concentrado. Instaura-se um procedimento autônomo, cujo objetivo é a revisão de um entendimento já consolidado no Tribunal. É o que ocorre com o pedido de revisão ou cancelamento de súmula vinculante (art. 3° da Lei n.º 11.417/2006) e com o pedido de revisão da tese firmada em incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 986, CPC). O Tribunal estará, na verdade, redimensionando a sua jurisprudência ou a alterando. A jurisprudência é, como se sabe, a reiterada aplicação de um precedente. Observe que, em ambos, há um rol de entes com capacidade processual para pedir a revisão ou cancelamento: o overruling não pode surgir de qualquer processo nem pode ser pedido por qualquer pessoa.
#UMPOUCODEDOUTRINA #CEREJADOBOLO: 
Enunciado 321 FPPC: (art. 927, § 4º). A modificação do entendimento sedimentado poderá ser realizada nos termos da Lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006, quando se tratar de enunciado de súmula vinculante; do regimento interno dos tribunais, quando se tratar de enunciado de súmula ou jurisprudência dominante; e, incidentalmente, no julgamento de recurso, na remessa necessária ou causa de competência originária do tribunal. (Grupo: Precedentes).
Enunciado 322 FPPC: (art. 927, §4º). A modificação de precedente vinculante poderá fundar-se, entre outros motivos, na revogação ou modificação da lei em que ele se baseou, ou em alteração econômica, política, cultural ou social referente à matéria decidida. (Grupo: Precedentes).
8.4 Overriding
Há overriding quando o Tribunal apenas limita o âmbito de incidência de um precedente, em função da superveniência de uma regra ou princípio legal. 
No overriding, portanto, não há superação total do precedente, mas apenas uma SUPERAÇÃO PARCIAL. É uma espécie de REVOGAÇÃO PARCIAL, pois o entendimento novo não tem por objeto da exata questão de Direito de que trata o posicionamento núcleo do precedente judicial, mas nela influencia, pois reduz as hipóteses fáticas de sua incidência.
No overruling, por outro lado, a alteração é da própria ratio decidendi, que é superada, construindo-se uma nova norma jurisprudencial para substitui-la.
Não implica na substituição da norma no precedente. Entretanto, um novo posicionamento restringe a sua incidência. 
#UMPOUCODEDOUTRINA:
O doutrinador Marinoni sugere, inicialmente, uma aproximação com a revogação parcial, mas logo afirma não se tratar exatamente de uma revogação, pois o precedente continua vigente, em que pese o resultado da decisão não ser compatível com a totalidade do precedente. Em seguida, sustenta que, em verdade, sua aproximação maior é com a técnica distinguishing.
Fredie Didier, contudo, afirmar que há mera aproximação, mas não identidade, sendo técnicas distintas. Verifica-se que, ao passo que no distinguishing uma questão de fato impede a incidência da norma, no overriding é uma questão de direito (no caso, um novo posicionamento) que restringe o suporte fático. Isso significa que, no distinguishing são os fatos materialmente relevantes do novo caso concreto que afastam o precedente, por não terem sido considerados quando da sua formação, enquanto que, no overriding, o afastamento é decorrente de um novo entendimento; portanto, de um elemento externo à relação jurídica discutida.
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDIR: OVERRULING x REVERSAL.
	OVERRULING
	REVERSAL
	Representa uma técnica de superação do precedente,
	Representa tão somente a reforma, por uma Corte superior, de uma decisão proferida por órgão inferior. É o que ocorre nos casos em que, no julgamento de um recurso, o órgão ad quem altera o entendimento firmado pelo órgão a quo. O reversal não configura, pois, uma técnica de superação do precedente, mas apenas uma TÉCNICA DE CONTROLE.
9. IRDR, RE e REsp repetitivos[footnoteRef:7]: [7: Esse assunto será devidamente estudado na “FUC 19. MICROSSISTEMA DA TUTELA DE CAUSAS REPETITIVAS”.] 
O Código de Processo Civil de 2015 prevê determinadas técnicas com a finalidade de estabelecer ou criar a jurisprudência, a qual deve ser observada. São elas:
a) Incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ É irrecorrível o acórdão que admite ou inadmite o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR. Podem ser apontadas três razões para se defender o não cabimento de recurso nestes casos: 1) o art. 976, §3º, do CPC/2015 afirma que, mesmo depois de o IRDR não ter sido admitido é possível que se requeira a instauração de um novo IRDR, desde que satisfeito o pressuposto que não havia sido inicialmente cumprido, sanando-se o vício existente ao tempo do primeiro requerimento. 2) o CPC só previu recurso contra a decisão que julga o mérito do IRDR; 3) o acórdão que inadmite a instauração do IRDR não preenche o pressuposto constitucional da causa decidida apto a viabilizar o conhecimento de quaisquer recursos excepcionais, pois ausente o caráter de definitividade no exame da questão litigiosa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.631.846-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel.Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/11/2019 (Info 661).
*(Atualizado em 15/08/2022) #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO
Não cabe recurso especial contra acórdão proferido pelo Tribunal de origem que fixa tese jurídica em abstrato em julgamento do IRDR, por ausência do requisito constitucional de cabimento de “causa decidida”, mas apenas naquele que aplique a tese fixada, que resolve a lide, desde que observados os demais requisitos constitucionais do art. 105, III, da Constituição Federal e dos dispositivos do Código de Processo Civil que regem o tema. STJ. Corte Especial. REsp 1.798.374-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/05/2022 (Info 737).
b) Recursos extraordinários e especiais repetitivos.
#ATENÇÃO: O IRDR, o RE e REsp. repetitivos poderão versar indistintamente sobre questões de direito material e de direito processual (Art. 928. (...) Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de direito material ou processual).
c) E o Incidente de Assunção de Competência (IAC)
#ATENÇÃO: O IAC não é uma técnica de julgamento de casos repetitivos? Pela perspectiva do CPC, não. O incidente de assunção de competência pode ser empregado para prevenir a dispersão jurisprudencial. Embora o incidente de assunção de competência não seja julgamento de caso repetitivo, o seu papel de indexador jurisprudencial é o mesmo. Em outras palavras, apesar de o art. 928, CPC, identificar como julgamento de caso repetitivo somente o IRDR, o RE e o REsp. repetitivos, do ponto de vista da indexação jurisprudencial pretendida pelo artigo 927, não há diferença nenhuma. 
	DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL
1. Distribuição:
Primeiramente, os autos precisam ser protocolados no Tribunal. Tal ato pode ocorrer na própria sede do Tribunal, ou, a critério do Tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau (a exemplo do protocolo integrado).
Depois de protocolados, os autos serão registrados, cabendo à Secretaria ordená-los, com imediata distribuição, que será feita de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
No primeiro grau a distribuição poderá ser eletrônica, enquanto nos Tribunais serão necessariamente realizados os sorteios eletrônicos, realidade que considera todos os Tribunais já preparados para a prática do ato por meio eletrônico.
Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 dias, após a elaboração do voto, irá restituí-los, com relatório, à secretaria.
Art. 929.  Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único.  A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.
Art. 930.  Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único.  O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Art. 931.  Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
2. Poderes do relator:
O art. 932 do CPC versa sobre a competência delegada ao Relator para a prática de atos processuais e condução dos recursos, reexame necessário e de processos de competência originária do Tribunal.
O Relator é o “grande protagonista” do processo no Tribunal, a quem compete tomar as providências para o seu regular andamento, homologar eventual autocomposição das partes; apreciar os pedidos de tutela provisória; decidir pedido de desconsideração da personalidade jurídica, instaurado originariamente perante o tribunal; e determinar a intimação do Ministério Público, nos casos em que ele intervenha.
Além disso, cabe ao relator fazer o juízo de admissibilidade do recurso, não conhecendo, em decisão monocrática, daqueles que forem inadmissíveis, prejudicados ou que não tenham impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida.
Contudo, antes de considerar inadmissível o recurso, ele concederá prazo de 05 dias para que o vício seja sanado, quando possível, ou para que seja complementada a documentação exigível. Também pode o relator, em decisão monocrática, examinar o mérito do recurso, negando provimento aos:
(i) que forem contrários à súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal; 
(ii) que contrariarem acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; 
(iii) forem contrários a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. 
O Relator pode, ainda, dar provimento ao recurso, quando for a decisão recorrida que contrariar as súmulas, acórdãos ou entendimentos firmados, acima mencionados.
Por fim, das decisões monocráticas do relator caberá sempre o agravo interno, previsto no art. 1.021 do CPC, no prazo de 15 dias, ao órgão colegiado, e, se não houver retratação, o Relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto.
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Art. 933.  Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
3. Do julgamento:
Devolvidos os autos à Secretaria pelo Relator, eles serão apresentados ao Presidente, que designará dia para o julgamento, observada a ordem estabelecida no art. 936.
Segundo o mencionado artigo, ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processosde competência originária serão julgados na seguinte ordem: 
(i) aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos; 
(ii) os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento; 
(iii) aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior e, por último, os demais casos.
Frise-se que se o Relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida que deva ser considerada no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 05 dias. A constatação pelo relator poderá ocorrer de ofício ou de forma provocada por qualquer uma das partes, hipótese em que, em homenagem ao princípio do contraditório, as partes deverão ser intimadas com prazo de 05 dias para manifestação.
Também tendo em vista o princípio do contraditório, as partes serão intimadas para manifestação em 05 dias na hipótese de existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada, que deva ser considerada no julgamento do recurso. Consagra-se legislativamente o efeito translativo dos recursos, que permite ao tribunal conhecer matérias apreciáveis de ofício independentemente da provocação das partes.
Art. 934.  Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935.  Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
Art. 936.  Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos;
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento;
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV - os demais casos.
Art. 937.  Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
I - no recurso de apelação;
II - no recurso ordinário;
III - no recurso especial;
IV - no recurso extraordinário;
V - nos embargos de divergência;
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII - (VETADO);
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
4. Ampliação das hipóteses de sustentação oral:
A sustentação oral vai ser objeto de um requerimento feito até o início da sessão de julgamento. Não há necessidade de inscrição prévia, nem de entrar em site e inscrever, mesmo que haja procedimento administrativo dos tribunais com previsão neste sentido.
Assim, é inegável que houve uma ampliação sensível das hipóteses de sustentação oral:
· Apelação;
· Recurso ordinário constitucional (ROC);
· Recurso especial;
· Recurso extraordinário;
· Embargos de divergência;
· Ação rescisória;
· Mandado de segurança;
· Reclamação;
· Agravo de instrumento relativo à tutela provisória;
· Outras hipóteses previstas em lei ou em Regime interno.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF Se um processo que estava no Plenário virtual é destacado para julgamento presencial, o julgamento será reiniciado, de forma que será possível a realização de sustentação oral mesmo que o relator já tivesse votado no ambiente virtual O Min. Alexandre de Moraes era relator de uma ação direta de inconstitucionalidade. Ele incluiu esse processo para ser julgado pelo Plenário Virtual. O relator apresentou seu voto e os Ministros começaram a votar. Ocorre que o Min. Marco Aurélio formulou pedido de destaque, requerendo que a referida ADI fosse julgada presencialmente pelo Plenário físico. Diante disso, o Min. Alexandre de Moraes retirou o processo da pauta de julgamentos eletrônicos e o encaminhou ao Plenário físico para julgamento presencial, tendo havido nova publicação de pauta. O advogado da parte, quando viu a publicação da pauta, pediu para fazer sustentação oral no Plenário físico. O Min. Alexandre de Moraes negou o pedido sob o argumento de que já havia apresentado seu voto no Plenário Virtual e a sustentação oral ocorre sempre antes de o relator votar. Depois que o relator vota, não cabe mais sustentação oral. A maioria dos Ministros, contudo, concordou com o pedido de sustentação oral da parte. Quando há o deslocamento do Plenário Virtual para o Plenário físico, o julgamento se reinicia, havendo, portanto, direito de ser formulado pedido de sustentação oral. Além disso, os advogados somente têm acesso ao que foi deliberado na sessão virtual depois de prolatados todos os votos. Logo, o advogado da parte não teve acesso ao voto do relator que foi liberado no Plenário Virtual. STF. Plenário. ADI 4735/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/2/2020 (Info 965)
5. Sustentação oral no IRDR:
No incidente de demanda repetitiva, existe um prazo maior para sustentação oral.
Art. 937. (...) § 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.
Art. 984. O juiz decidirá todas as questões de direito e também as questões de fato, quando este se achar provado por documento, só remetendo para os meios ordinários as que demandarem alta indagação ou dependerem de outras provas.
6. Requerimento:
Art. 937. (...) § 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais.
7. Agravo interno nos casos de agravo regimental, mandado de segurança e reclamação:
O § 3º do art. 937 prevê a sustentação oral no agravo interno interposto do indeferimento monocrático de uma ação rescisória, mandado de segurança ou reclamação.
Art. 937. (...) § 3º: Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.
8. Videoconferência:
A sustentação oral poderá ser realizada por videoconferência, sendo, inclusive, uma técnica utilizada pelo código até mesmo para colheita de prova e, para realização de audiência de instrução e julgamento. Esta possibilidade deve ser ampliada, desde que haja, por óbvio, compatibilidade de sistema. 
9. Preliminares e vícios sanáveis:
O art. 938 regulará as questões preliminares suscitadas no julgamento. Elas devem ser decididas antes do julgamento do mérito, a não ser que o inviabilizem. Dependendo da ocorrência, ao longo do julgamento, este poderá ser convertido em diligência

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