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Com amor. É muito sugestivo o fato de que São Paulo, no seu famoso hino à caridade, quando enumera os traços principais do amor cristão, coloque em...

Com amor. É muito sugestivo o fato de que São Paulo, no seu famoso hino à caridade, quando enumera os traços principais do amor cristão, coloque em primeiro lugar a paciência: O amor é paciente (1 Cor 13,4). É o que ele procurava praticar. Aos Coríntios, escrevia: Suporto tudo por amor dos escolhidos (2 Tim 2,10); e aos Colossenses: alegro-me nos sofrimentos suportados por vossa causa (Cl 1,24). Com seu estilo conciso, Santo Tomás escreveu: «Só o amor é causa da paciência» (Suma Teológica, 2-2,136,3). Quer dizer que toda impaciência tem como causa a falta de amor, de amor a Deus ou de amor ao próximo, ou de ambos. A sabedoria do amor. É lógico, portanto, que a causa das nossas impaciências seja o contrário do amor, isto é, o amor-próprio egoísta. Por isso, é importante aprender a “sabedoria do amor” que leva a ganhar a virtude da paciência. Vamos ver alguns de seus aspectos; A) Saber ir além de suportar. O futuro Papa Bento XVI falava dessa sabedoria: «A paciência é o rosto cotidiano do amor. Nela, a fé e a esperança também estão presentes. Porque, sem a esperança que vem da fé, a paciência seria apenas resignação, e perderia o dinamismo que a faz ir além do esforço de suportar uns aos outros, para ir ao esforço de ser uns o suporte dos outros» (Docum. Catholique, 2005, n.1, pp. 4ss). É isso o que são Paulo nos pede na Carta aos Gálatas: «Levai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo» (Gl 6,2). B) Saber esperar. Sede pacientes, irmãos – escreve São Tiago −. Vede como o lavrador aguarda o precioso fruto da terra e tem paciência até receber a chuva temporã e a tardia. Tende também vós paciência e fortalecei os vossos corações (Tg 5,7-8). São Josemaria fala dessa sabedoria: «quem sabe ser forte não se deixa dominar pela pressa em colher o fruto da sua virtude; é paciente. A fortaleza leva-o a saborear a virtude humana e divina da paciência... E é esta paciência a que nos leva também a ser compreensivos com os outros, persuadidos de que as almas, como o bom vinho, melhoram com o tempo» (Amigos de Deus, n. 78). C) Saber calar. Como é importante calar quando a ira ou a impaciência fervilham dentro de nós. «Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. – Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda. – E depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender. – Conseguirás mais com uma palavra afetuosa do que com três horas de briga» (Caminho, n. 10). O personagem dos célebres contos policiais de Chesterton, o Pe. Brown, «tinha esse hábito do silêncio amistoso, que é tão essencial ante a tagarelice alheia» (A inocência do Pe. Brown, Sétimo Selo, p. 195). Não segurar a língua, retrucar, replicar..., é assim que se cai no bate-boca, na briga. Por não saber calar, desencadeamos discussões e brigas, que às vezes se prolongam por anos. D) Saber falar. Quando a impaciência nos ataca, a primeira coisa que deveríamos fazer, depois de esforçar-nos por calar, é falar com Deus. Nunca falemos “só conosco”, com esses debates íntimos da imaginação esquentada, que só aumentam o nervosismo e a amargura íntimos. Menos ainda falemos, irritados, com a pessoa que provocou a impaciência, querendo mostrar-lhe que nós temos razão e ela não. Primeiro, portanto – e às vezes por muito tempo –, falemos com Deus, fazendo oração: procurando ver com Ele a verdadeira dimensão das coisas, pedindo-lhe forças para carregar a Cruz com serenidade, suplicando-lhe que nos comunique um pouco da paciência com que Cristo enfrentou o juízo iníquo, o caminho da Cruz e a crucifixão. Experimentemos também invocar a nossa Mãe, Santa Maria, dizendo-lhe: “Rainha da paz, rogai por nós!” É uma oração de uma eficácia imprssionante. E também será oportuno, muitas vezes, falar com quem nos possa orientar espiritualmente e aconselhar sobre a melhor maneira de santificar as contrariedades. E) Saber praticar as mortificações da paciência. Em vez de comentá-las agora, vamos incluí-las nas perguntas do questionário 6. Questionário sobre a paciência. ─ Vejo claramente que uma das manifestações principais da fortaleza é a paciência, que leva a resistir às dificuldades, ao sofrimento e ao cansaço, sem cair nas queixas nem no desânimo? ─ Esforço-me por aceitar pacientemente os defeitos alheios, sem me irritar, sem ofender, sem perder a serenidade nem cair na autocompaixão? ─ Costumo dizer, em tom de queixa, que preciso de ter muita paciência com as pessoas e com as dificuldades da vida? Não percebo que as almas grandes, por serem generosas, precisam de menos paciência, porque aceitam com mais naturalidade o sacrifício? ─ Evito comentar desnecessariamente com os outros as dores, gripes, ou outro tipo de malestar físico? Evito também resmungar do frio, do calor, da lentidão do trânsito, etc? ─ Compreendo que a pessoa que vive preocupada em amar e ajudar tem, espontaneamente, mais paciência e mais serenidade? Peço a Deus que me ajude a aumentar o amor no meu coração? ─ No relacionamento com os outros, respondo ao mal com o mal, ou sei controlar-me, esperar, oferecer a Deus a mágoa, e reagir serenamente, procurando — sempre que seja possível — «afogar o mal na abundância de bem»? 6 Se desejar uma reflexão ampla sobe a paciência, pode ler o livro A paciência, Ed. Quadrante 1995. Conclusões (Procure tirar as suas conclusões e anotá-las). 28. GUIA: A CONSTÂNCIA. A vitória sobre os obstáculos. Quando Santo Tomás estuda as virtudes, contempla a constância como uma parte da fortaleza. Uma virtude que, como a da perseverança – muito semelhante a ela –, participa das duas dimensões da fortaleza: enfrentar e resistir. São duas virtudes quase gêmeas, mas que o santo doutor distingue. Ensina que é próprio da perseverança “persistir” no bem que começamos, sem abandonar a luta pela dificuldade da “duração” (o esforço prolonga-se, cansa, é monótono, e por isso impacienta). Quanto à constância, é próprio dela persistir firmemente no bem, sem desistir quando aparecem obstáculos inesperados, que nos surpreendem porque estão fora do que nós prevíamos (cf. Suma Teológica, 2-2, 137,3c). Esses obstáculos nos põem à prova, e a constância consiste em superá-los sem deixar que nos derrubem. Na Bíblia, Deus fala da necessidade da constância, e ensina-nos que as dificuldades nos fazem bem. Mais ainda, diz-nos, muitas vezes, que as dificuldades são necessárias e construtivas: — Deus provou os justos e os achou dignos de si. Ele os provou como ouro na fornalha, e os acolheu como holocausto (Sb 3,6). — Feliz o homem que suporta a provação, porque depois de ter sido provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam (Tg 1,12). — A tribulação produz a constância, e esta produz a virtude a toda a prova (Rm 5,3-4). As provas da constância. A) As dificuldades são desafios. Nada que tenha valor é fácil. A vida cristã, obviamente, também não. Cristo falou-nos bem claro de que, no nosso caminho, não faltará a cruz: Se algu

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