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ém quer vir após mim... tome a sua cruz e siga-me (Mt 16,24). Mas a cruz não é morte, é vida. Pela Cruz, Jesus chega ao cume do amor e à glória da ...

ém quer vir após mim... tome a sua cruz e siga-me (Mt 16,24). Mas a cruz não é morte, é vida. Pela Cruz, Jesus chega ao cume do amor e à glória da ressurreição, à plenitude da sua vida na terra e da sua missão redentora: Tudo está consumado (Jo 19,30), tudo está pleno, acabado, perfeito – disse ao morrer. Também nós, para chegarmos à plenitude da vida cristã precisamos superar, com a força da cruz, a fragilidade do amor, o medo da santidade, a resistência ao sacrifício, a vertigem dos cumes. A dificuldade desafia-nos a ser autênticos. Queremos ou não ser cristãos? Amamos ou não amamos? A resposta a essas perguntas será dada pela nossa coragem em enfrentar os obstáculos, na luta por superá-los, por mais que custe, sem cair vencidos por eles. É com essa constância que se forjam as famílias santas, os sofrimentos santificados (“sofro porque dói, sorrio porque Ele me ama” – dizia aquele amigo), as vocações grandes, os apostolados fecundos, as virtudes sólidas, a têmpera dos santos. Pense que cada dificuldade, no caminho do amor e das virtudes, pode ser uma pedra de tropeço ou um degrau de subida 7. Peçamos a ajuda de Deus para termos a coragem de transformar os obstáculos em degraus da escada que leva ao Céu. B) As dificuldades fazem crescer Como acabamos de ver, as dificuldades – quando estamos decididos a amar – nos fazem subir. Poderíamos fazer uma comparação. Na passagem da infância para a adolescência, o crescimento nota-se quase visivelmente, porque costuma ser acelerado. Depois, não se percebe de um mês para outro, mas o corpo amadurece e, a um ritmo quase invisível, vai se aproximando da “idade perfeita”. Assim – de modo quase imperceptível, mas constante – deveria ser o crescimento do nosso amor e das nossas virtudes, da nossa vida cristã. Em cada dia há dificuldades, pequenas ou não tão pequenas, que nos chamam a dar-nos mais, a dar algo mais e, portanto, a crescer: pedem mais generosidade, mais mortificação, mais autodomínio, mais carinho, mais compreensão, mais oração, mais disponibilidade... Atrás de cada um desses “mais”, sempre existe uma “pedra de tropeço”, uma dificuldade, que podia fazer-nos cair ou retroceder, mas que nós – com a ajuda de Deus – transformamos em degrau. Agradeçamos a Deus as dificuldades. Sem elas, seríamos anões espirituais. É famoso o alerta que dava, a esse respeito, São Gregório Magno: «Há alguns que querem ser humildes, mas sem serem desprezados; que querem ser castos, ma sem mortificar o corpo; ser pacientes, mas sem que ninguém os ofenda; adquirir virtudes, mas recusando a luta que as virtudes trazem consigo... É como se, não querendo saber nada dos combates no campo de batalha, quisessem ganhar a guerra vivendo comodamente na cidade» (Moralia, 7, 28.34). C) As dificuldades nos purificam Já vimos que a Sagrada Escritura fala das provações como de um crisol, onde o ouro da nossa alma se libera da escória e sai purificado. Na vida espiritual cristã é assim mesmo. Todas as dificuldades enfrentadas com constância nos purificam. Sobretudo, as provações que Deus manda ou permite, e que nós aceitamos com fé e amor, unidos a Cristo na Cruz 8. De maneira expressiva, São Josemaria escreveu: «Não te queixes, se sofres. Lapida-se a pedra que se estima, que tem valor. – Dói-te? Deixa-te lapidar, com agradecimento, porque Deus te tomou nas suas mãos como um diamante... Não se trabalha assim um pedregulho vulgar» (Sulco, n. 235). E acrescentava, com a experiência de sua alma santa: «A Cruz está presente em tudo, e chega quando menos se espera. – Mas não esqueças que, ordinariamente, andam emparelhados o começo da Cruz e o começo da eficácia» (Sulco, n. 256). Um símbolo visível No livro Recordações sobre Mons. Escrivá, D. Javier Echevarría evoca um episódio que resume quase toda esta meditação. «Lá pelo ano de 1954 ou 1955, chegou-lhe às mãos [a São Josemaria] uma estátua de mármore, toda despedaçada. Pediu que a recompusessem, sem dissimular as fissuras da pedra e deixando-a também sem cabeça, tal como havia chegado. Foi colocada num terraço da sede central do Opus Dei [em Roma]... Queria colocar debaixo dessa estátua uma legenda. Numa noite de insônia, parafraseando umas palavras de São Bernardo, compôs o seguinte texto: Non est vir fortis / pro Deo laborans / cui / non crescit animus / in ipsa rerum difficultate / etiam si aliquando / corpus dilanietur» (pág. 20). Tradução: «Não há varão forte que trabalhe por Deus, cujo ânimo não cresça perante as dificuldades, ainda que vez por outra o corpo se rompa». Questionário sobre a constância ─ Vejo as dificuldades da vida como um convite de Deus para “ir além”, para crescer em qualidade humana e espiritual, numa escalada do bom para o melhor? ─ Encaro os meus ideais familiares, profissionais e sociais como uma missão? Procuro realizá-los com generosidade e alegria? Deixo para trás a tentação de me acomodar, de me encolher quando a caminhada se torna áspera? ─ Cumpro os meus deveres como quem carrega um fardo, ou como quem aspira a alcançar cada dia uma maior perfeição, passando por cima das desilusões, das incompreensões, da ingratidão? ─ Quando surgem os obstáculos, procuro “interpretar” o que Deus me diz através deles? Concretamente, que virtudes me pede nesses momentos difíceis? ─ Percebo que as minhas inconstâncias, muitas vezes, “denunciam” os defeitos que barram o meu progresso cristão, e que me deixam morno e estagnado? ─ Sou um “derrotado prévio”, isto é, alguém que se rende e se dá por vencido antes de ter combatido? Por que “largo as armas” (as virtudes difíceis) tão facilmente? Se conseguisse responder a isso, conheceria melhor as fraquezas que devo vencer. ─ Queixo-me com frequência dos problemas da vida? Suspiro por uma vida mais fácil? Não compreendo que aquele que muito se queixa revela falta de vigor de alma, de ideais, de coragem? ─ Enfrento, com confiança em Deus, o obstáculo das minhas próprias faltas? Procuro levantar-me logo das minhas quedas, pedir ajuda ao Senhor, e continuar a luta com mais brio? ─ Compreendo que, para uma alma decidida e perseverante, não hás fracassos; e que é verdadeira esta afirmação de Caminho: «Não fracassaste; adquiriste experiência. — Para a frente!»? ─ Agradeço a Deus as contrariedades que Ele permite para limpar a minha alma? Conclusões (Procure tirar as suas conclusões e anotá-las) 29. GUIA: A MODERAÇÃO Uma qualidade de todas as virtudes Quando Santo Tomás de Aquino estuda a quarta virtude cardeal, a temperança, diz que essa palavra pode ter dois sentidos: «Primeiro, o mais geral... Nesse caso, a temperança indica aquela moderação ou comedimento imposto pela razão às ações e paixões humanas, o que é comum a todas as virtudes morais» (Suma Teológica, 2-2, 141,2c). Ao lado dessa – continua explicando –, há a temperança «por antonomásia», em sentido estrito, que é uma virtude específica, como as outras três virtudes cardeais, e tem como finalidade moderar a atração dos desejos e prazeres sensíveis «que mais fortemente nos atraem» (cf. Ibidem). Vamos dedicar esta meditação ao primeiro sentido da palavra: à temperança que consiste em “moderar” todas as virtudes, colocando-as no seu “ponto de equilíbrio”, no seu “ponto certo”. O ponto errado Acontece muitas vezes que condutas, que em si mesmas são boas e têm aspecto de virtudes, deixam de ser virtudes porque perdem o equilíbrio: tornam-se abusos,

Essa pergunta também está no material:

CONQUISTA-DAS-VIRTUDES
116 pág.

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