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PJ - Revogação de prisão preventiva

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EXCELENTÍSSIMO JUIZO DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______
MARCOS MION, brasileiro, solteiro, apresentador de televisão, portador do RG nº [número do RG] e CPF nº [número do CPF], residente e domiciliado próximo à sede da Rede Globo, São Paulo/SP, CEP: [n°], vem, respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência por intermédio de sua advogada infra-assinada, conforme consta na declaração em anexo, com fulcro no Art. 316 do Código Processo Penal, requerer:
RELAXAMENTO DA PRISÃO TEMPORÁRIA
Pelos fatos e fundamentos a seguir apresentados:
I - DOS FATOS
O ora requerente está sendo acusado de homicídio doloso, ou seja, de ter cometido um assassinato com intenção. O Ministério Público, responsável pela acusação no processo criminal, acredita que há evidências suficientes para sustentar essa acusação contra ele.
Durante o curso da instrução criminal, que é o período em que as provas são coletadas e apresentadas perante o juiz, o Requerente toma a decisão de vender a casa onde reside. Essa decisão, em si, não é ilegal, mas pode levantar suspeitas de que ele está tentando fugir para evitar enfrentar as acusações contra ele. Além disso, o Réu também deixa seu emprego. Isso ocorre devido a circunstâncias pessoais complexas.
Diante desses fatos, o Ministério Público, preocupado com a possibilidade de o Réu fugir ou interferir no processo judicial, solicita ao juiz a decretação da prisão preventiva. Essa medida tem como objetivo garantir que ele permaneça à disposição da justiça durante o decorrer do processo, evitando possíveis riscos à ordem pública ou à instrução criminal. Após ouvir os argumentos do Ministério Público, o juiz decide decretar o mandado de prisão, resultando na detenção do Querelante.
Contudo, Vossa Excelência, as situações fáticas não passam de um mal-entendido, nenhuma das ações do Réu foram para realizar uma possível fuga. Na realidade, este saiu do seu emprego por ele ter se envolvido romanticamente com uma das repórteres de seu local de trabalho, e agora enfrenta ameaças de morte por parte do marido da repórter após o relacionamento ser descoberto. Ademais, ele vendeu sua casa pois estava precisando de dinheiro para pagar as dívidas do motel onde foi se divertir com a repórter do jornal das 21h. 
Assim, fica claro que o Querelante não está tentando fugir e está disposto a cooperar com a investigação. Portanto, os requisitos exigidos pelo artigo 312 do Código de Processo Penal não estão presentes no caso do mandado de prisão. Diante disso, requeremos a revogação imediata da prisão preventiva.
II - DOS FUNDAMENTOS
	
A prisão preventiva é medida excepcional, devendo ser devidamente fundamentada e observar os requisitos estabelecidos no artigo 312 do Código de Processo Penal, o qual dispõe que: 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
Nota-se que este dispositivo legal exige, para a sua decretação, a presença de indícios suficientes de autoria ou participação do acusado, a existência de prova da materialidade do crime e, ainda, a demonstração de que a liberdade do acusado represente um efetivo risco à ordem pública, à ordem econômica, à conveniência da instrução criminal ou à aplicação da lei penal.
No caso em questão, a decretação da prisão preventiva baseou-se em interpretações equivocadas das atitudes do requerente. As circunstâncias que levaram à prisão não apresentam indícios suficientes de que o mesmo estivesse planejando uma fuga ou interferência no processo judicial. Pelo contrário, os fatos apresentados indicam que suas ações foram motivadas por questões estritamente pessoais, desvinculadas do processo criminal em análise.
Portanto, ao se constatar a ausência de elementos concretos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva, torna-se evidente a necessidade de sua revogação imediata, assegurando-se assim o direito fundamental à liberdade do requerente e garantindo-se o respeito aos princípios do devido processo legal e da presunção de inocência.
III - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
A) A Revogação da prisão do requerente;
B) A expedição do contramandado; 
C) A notificação do ilustre representante do Ministério Público para que se realize a oitiva no prazo legal; 
Nesses termos,
Pede deferimento.
Vitória de Santo Antão, 27 de março de 2024.
LARISSA HELLEN DE LIMA CAVALCANTE
OAB/PE ******

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