Prévia do material em texto
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE ESTHER ELIZA NERES BARROSO HIPOANALGÉSICOS QUÍMICA FARMACÊUTICA ll ARIQUEMES - RO 2019 ESTHER ELIZA NERES BARROSO HIPOANALGÉSICOS QUÍMICA FARMACÊUTICA II Ariquemes - RO 2019 Trabalho apresentado ao curso de Farmácia da Faculdade de Educação e Meio Ambiente como requisito parcial à obtenção de créditos na disciplina de Química Farmacêutica ll. Profº Orientador: Dro André Tomaz Terra Júnior. INTRODUÇÃO A classe de hipoanalgésicos vem derivada de consumo de opióides onde inicialmente ocorreu através do consumo da semente de papoula (Papaver somniferum) seja por flor inteira ou encapsuladas. Sabe-se que o ópio é utilizado pelos seres humanos antes mesmo da origem da escritura onde se tornou-se popular em várias etnias devido ao seu alto poder de analgesia e antidiarreico. A extração desta planta é realizada a partir do seu látex nas flores não maduras onde escorre uma espécie de liquido leitoso. É contido nesta extração diversos conteúdos como morfina, codeína, alcaloides medicinais, tebaína, noscapina e paverina. A nomenclatura foi alterada diversas vezes como hipnoanalgésicos, narcóticos e narcoanalgésicos onde foram considerados impróprios por conter propriedades soníferas. O termo ópio foi empregado por Acheson devido esta droga possuir ação idêntica a morfina, entretanto, com diferença entre estruturas. A partir deste conceito, incluiu-se neste substiancias naturais, sintéticas ou semi-sintéticas onde mantem relação com receptores opióides seja como antagonista ou agonista. Devido a presença de morfina em sua substancia a comercialização no final do século XIX acarretou em diversos prejuízos ao coletivo e individual, sendo relacionado a grandes aumentos de mortalidades e internações, se tornando assim problema social, psicológico e médico. Presentemente, utilizam-se outros grupos farmacológicos para obter maior analgesia, e os opíoides somente sendo utilizado em dor refratária. MECANISMO DE AÇÃO Foi descoberto 4 receptores principais e subtipos que são acoplados à proteína G sendo elas: mu (μ, MUR), capa (k, KOR) e delta (δ, DOR), onde estas são bloqueadas por antagonismo dos receptores dos opióides, a naloxona, inibindo a adenilato ciclase diminuindo a AMPc, onde facilitara a abertura de canais de K+ hiperpolarizando o neurônio nociresponsivo e inibindo a abertura de canais de Ca2+. ESTRUTURA GERAL Estrutura geral dos hipoanalgésicos (fonte: internet) Possui um carbono quartenario sendo este ligado a um anel fenilico (ou isóstero), Há presença de grupamento amino terciario onde separa este anel fenilico por dois atomos de carbono saturados e apresenta tambem uma hidroxila fenólica em posição meta ligada ao carbono quartenario denominada na estrutura como Ar. Estrutua minima do sistema (fonte: internet) A estrutura minina dessa classe é denominada de N-metil-γ-fenilpiperidínico onde esta e responsável pela ação farmacológica desta classe de substancias. DERIVADO DA MORFINA A morfina e o opióide protótipo de maior utilização como analgésico aos receptores μ, onde esta molécula possui cinco centros assimétricos de uma estereoquímica. O isômero natural desta substancia é o lavorotatório (-). Estrutura da morfina (fonte: internet) Sua relação estrutura-atividade está ligada a dupla (saturação) no anel onde fornece maior potência, a adição de grupamento volumoso pelo nitrogênio onde dá ação de antagonistas, a desmetilação diminui a potência, a oxidação esterificação obtém maior aumento de potência e a eterificação diminui a potência. DERIVADOS DA ORIPAVINA Estrutura da Buprenorfina (fonte: internet) A Buprenorfina é mais potente e possui maior tempo de atuação como analgésico comparado a morfina, menor possibilidade de criar dependência, meno depressão respiratória que a morfina e atua como agonista e antagonista. DERIVADOS DO FENILPROPILAMINAS Estrutura da Metadona (fonte: internet) Não possuem o N-metil-γ-fenilpiperidínico mas impressionamente em solução e meio interno este anel e parcialmente formado devido a atração de dipolo-dipolo que estabelece entre N básico e grupo de C=O onde nessa conformação rígida se interagem com o receptor. A Metadona possui a mesma atividade da morfina, entretanto, é mais toxica. É utilizada como analgésico no tratamento de viciados onde evita a síndrome de abstinência. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo uma pesquisa profunda sobre a classe de hipoanalgésicos bem como a sua história, tendo ênfase na química farmacêutica para melhor compreendimento e aquisição de conhecimentos. Ao proporcionar a realização da pesquisa, foi possível aprender melhor os opióides, sua origem, as substancias contidas neles, seus riscos, também seus receptores e o mecanismo de ação de como esta classe age no organismo humano desencadeando a potente ação analgésica. A relação estrutura-atividade ainda demonstra ser carente de informações assim como a maioria de outras classes de fármacos encontrado no mercado, porém a pouca informação encontrada foi de enorme importância para melhor compreensão de como cada parte de sua estrutura possui uma atividade diferente. REFERÊNCIAS DUARTE, D. F. Uma breve história do ópio e dos opióides. Rev Bras Anestesiol, Campinas, v. 55, n. 1, p.135-146, jan./fev., 2005. FERREIRA, D. T; OPIÁCEOS, Faccione M. opioides de ação analgésica e antagonistas. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, v. 26, n. 2, p. 125-36, 2005. KOROLKOVAS, A; BURCKHALTER, J. H. Química farmacêutica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2008. MARTINS, R. T. et al. Receptores opioides até o contexto atual. Revista Dor, v. 13, n. 1, p. 75-79, 2012. SOARES H. L. R. et al. Dependência de opióides: uma revisão da literatura. 2008. 37 f. Monografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Dependência Química) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2008.