Prévia do material em texto
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES Unidade 3 CEO DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ALESSANDRA FERREIRA Gerente Editorial LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria DANIELE MELO DE OLIVEIRA 4 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 A U TO RI A Daniele Melo de Oliveira Olá. Sou formada em Administração de Empresas, possuo especializações nas áreas de Gestão de Negócios Empresariais, Gestão Educacional, Logística Empresarial e da Qualidade. Sou mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pelo Instituto Federal do Paraná. Atualmente, atuo como docente na Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nessa fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! 5PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 ÍC O N ES 6 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 SU M Á RI O Diagrama de Ishikawa .................................................. 9 Os 5 porquês ................................................................ 19 Ações corretivas quanto às não conformidades ...... 29 Ações preventivas sobre as não conformidades ...... 37 Ações de melhoria ............................................................. 43 7PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 A PR ES EN TA ÇÃ O Você sabia que o Japão é um dos berços da qualidade? Isso mesmo! Nesse admirável país oriental, tivemos o desenvolvimento de ferramentas da qualidade importantíssimas para a gestão industrial e empresarial, tais como o Diagrama de Ishikawa e o Programa 5 “S”. No período de pós-Segunda Guerra Mundial e de bombas atômicas, o Japão se reergueu economicamente com foco em educação, com determinação e qualidade, tornando-se um grande exportador. Essa hegemonia só foi quebrada com a inserção dos Tigres Asiáticos, conjunto de países da Ásia que tiveram processo recente de industrialização com valor agregado, cujo destino também era a exportação no mercado econômico. Contudo, até os dias atuais, o Japão é reconhecido como um país de qualidade na prestação de seus produtos, processos e serviços, além da cultura em prol de práticas de qualidade de vida e saúde. Tais práticas são disseminadas entre seus imigrantes em países como o Brasil, implementando as práticas da qualidade no dia a dia das empresas. Atualizado? Então, vamos lá! Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar no universo de atividades para a estruturação de ferramentas da qualidade e de planos de ação de ações corretivas, preventivas e de melhoria! Certamente, o conhecimento dessas boas práticas serão eficazes para a otimização do Sistema de Gestão da Qualidade de empresas de quaisquer segmentos. 8 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 O BJ ET IV O S Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Aplicar a ferramenta de análise de causas e efeitos intitulada Diagrama de Ishikawa. 2. Atribuir a causas das não conformidades. 3. Comparar ações corretivas das preventivas. 4. Executar ações corretivas, preventivas e de melhoria no âmbito ambiental e de saúde e segurança operacional. A qualidade de produtos, processos e serviços é uma necessidade do mercado globalizado devido ao aumento da concorrência e das exigências dos consumidores. Essas mudanças ocorreram gradativamente à medida em que o cenário consumidor foi se modificando. Houve períodos da história industrial em que o lema era produzir e produzir, mas, com o tempo, novas estratégias foram sendo implementadas e a nova ordem é produzir com qualidade! A prova disso é que não adquirimos produtos e serviços sem que haja instruções, prazo de validade, lote, entre outras várias informações que nos remetam a um padrão de qualidade, tão pouco práticas de importações e exportações. Para tanto, precisamos de pessoas qualificadas e capazes de utilizar ferramentas de qualidade e traçar planos de ação em prol das não conformidades. E então? Vamos lá?! Ao final dos estudos, certamente, você estará muito mais capacitado para seguir com sucesso suas escolhas profissionais. 9PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Diagrama de Ishikawa OBJETIVO Como clientes, estamos sempre em busca da excelência de produtos, processos e serviços, ou seja, queremos o melhor! Da mesma forma, as empresas estão sempre à procura dos melhores profissionais, os mais qualificados tecnicamente. Tais necessidades podem ser traduzidas na busca pela qualidade. Neste capítulo, você vai estudar duas grandes ferramentas de gestão da qualidade que são o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de espinha de peixe ou diagrama de causa e efeito, e os cinco porquês, baseados na construção de uma matriz investigativa. Serão abordados também, especificadamente, a aplicabilidade de ações corretivas, preventivas e de melhoria, frutos de auditorias do sistema de gestão da qualidade. Ao término deste capítulo, você será capaz de aplicar essas ferramentas bem como construir planos de ações corretivas, preventivas e de melhoria, se necessário, no ambiente profissional, agregando ainda mais valor ao seu currículo. E então? Motivado para desenvolver essa competência e construir mais um pilar para um futuro profissional brilhante? Vamos lá! A qualidade pode ser entendida como uma relação bem- sucedida entre as várias áreas de uma empresa até a entrega do produto ou serviço final ao cliente. O Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta da qualidade, por elemento gráfico, que pode ser considerada uma metodologia para a solução de problemas de qualquer área da estrutura organizacional de uma empresa, bem como do tratamento das não conformidades identificadas em processos de auditoria. 10 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Na estrutura organizacional de uma empresa, há a interrelação entre processos que, muitas vezes, podem falhar causando uma não conformidade ou um produto não conforme. Toda vez que isso ocorre, gera-se uma insatisfação no cliente, que deixa de comprar determinada marca, disseminando suas queixas para outros clientes. Os reflexos do não atendimento com qualidade pode impactar na saúde financeira da empresa. IMPORTANTE Método pode ser entendido como uma receita de bolo, ou seja, as instruções de trabalho. Figura 1 – Organograma Diretoria FinanceiroProduçãoLogística Recursos Humanos Fonte: Elaborada pela autora (2023). Todavia, a qualidade total é uma premissa difícil de ser alcançada, considerada impossível até mesmo por muitos autores. Afinal, todo mundo tem problemas e desafios a serem superados, não é mesmo?! Então, é melhor que sejam resolvidos com foco na qualidade. Partindo dessa premissa, entende-se que a melhor forma de combater um problema é identificando suas origens e conhecendo as suas raízes. O Diagrama de Ishikawa ensina a 11PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 investigar as verdadeiras causas dos problemas que envolvem a execução do processo. Figura 2 – Espinha de peixe Fonte: Pixabay Devemos considerar que a qualidade é, ao mesmo tempo, uma necessidade e uma conquista do mercado competitivo, pois não existe uma receita única para uma empresa que deseje implantar o SGQ, mas as ferramentas da qualidade desenvolvidas por estudiosos no assunto são referenciais a serem seguidos no atendimento com excelência. Figura 3 – Premissas da qualidade Determinação Educação ImplementaçãoFonte: Elaborada pela autora (2023). 12 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 O Diagrama de Ishikawa, desenvolvido pelo professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tokio no Japão, é uma ferramenta amplamente utilizada nos dias atuais para a gestão de negócios. Nascido no Japão, em 1915, Kaoru Ishikawa é considerado o “Guru da Qualidade”. Ele é formado em Engenharia Química e foi membro da União Japonesa de Engenheiros e presidente do Instituto de Tecnologia de Musashi. Uma das suas contribuições iniciais para com o aumento da qualidade das indústrias no Japão foi a formação do método Círculos da Qualidade, que nada mais era do que a formação de reuniões de colaboradores para discutirem logicamente maneiras de melhorar a qualidade, na expectativa de resolver os problemas da organização. “O diagrama de causa e efeito, também conhecido como diagrama de Ishikawa ou diagrama de espinha de peixe, é uma ferramenta de representação das possíveis causas que levam a determinado efeito” (MARSHAL JÚNIOR et al., 2006, p. 100). O Diagrama de Ishikawa, é uma ferramenta simples e fácil, inclusive pode ser utilizada por não especialistas da qualidade, ou seja, por qualquer pessoa com real interesse em achar a causa raiz de um problema. É recomendável que a equipe de trabalho direcionada para trabalhar com o diagrama tenha interação técnica com o problema a ser investigado. Figura 4 – Raiz do problema Fonte: Pixabay 13PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 A sobrevivência de uma empresa é cultivar uma equipe de pessoas que saiba montar e operar um sistema, que seja capaz de projetar um produto que conquiste a preferência do consumidor a um custo inferior ao de seu concorrente. (FALCONI, 2004, p. 9) Graficamente, o diagrama deve ser construído a partir de uma linha horizontal que aponta para o problema indesejado da empresa. Figura 5 – Indicação do problema PROBLEMA Fonte: Elaborada pela autora (2023). Em seguida, devem ser estruturadas as possíveis causas dos problemas por categorias, na formação de um diagrama que lembra uma espinha de peixe. Figura 6 – Formação da espinha de peixe Fonte: Elaborada pela autora (2023). A estrutura física do diagrama é finalizada com o desenho do problema a ser resolvido. Ele é descrito graficamente na ponta dianteira do desenho, remetendo à cabeça do corpo de um peixe. 14 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 7 – Cabeça de peixe Fonte: Pixabay O objetivo do Diagrama de Ishikawa é tentar ir o mais longe possível em relação à investigação das causas do problema, utilizando-se de raciocínio lógico. Para cada categoria devem ser feitas perguntas repetidamente, ou seja, instigando o porquê várias vezes até chegar às respostas das prováveis causas que desencadearam o problema. Figura 8 – Perguntas Fonte: Elaborada pela autora (2023). Aos poucos, as respostas vão aparecendo e, uma vez solucionadas as origens do problema, a tendência é de que ele será resolvido de forma definitiva! A equipe de trabalho direcionada para construção do Diagrama de Ishikawa deve seguir algumas diretrizes metodoló- 15PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 gicas fundamentais para o sucesso da ferramenta, devendo ser conduzida da seguinte forma: • Definição do problema a ser analisado. • Tratar um problema por vez. • Realizar a aplicação da técnica de braisntorming, causando uma chuva de ideias com a equipe de trabalho, de forma que imaginem as possíveis causas do problema. • Estabelecer seis categorias de análise. • Dentro das categorias pré-estabelecidas pela equipe, devem ser anotadas todas as possíveis falhas encontradas, em cada uma delas. O propósito do brainstorming é lançar e detalhar ideias com um certo enfoque, originais ao de uma atmosfera sem inibições. Busca-se a diversidade de opiniões a partir de um processo de criatividade grupal. Adicionalmente, é uma ferramenta que contribui para o desenvolvimento de equipes. (MARSHAL JÚNIOR et al., 2006, p. 98) IMPORTANTE Brainstorming também é conhecido como chuva de ideias ou toró de palpites. As categorias para as causas do problema a ser solucionado, também conhecido como 6M’s, são seis linhas de raciocínio que podem ser instigados por meio de perguntas pontuais na expectativa de obtenção das causas primárias do problema. O quadro a seguir exemplifica algumas perguntas que podem ser direcionadas para cada categoria. 16 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Quadro 1 – Categorias versus perguntas Categorias (6 M’s) Perguntas Método Como as instruções de trabalho influenciam o problema que está acontecendo com a empresa? Máquina Como os equipamentos utilizados pela empresa influenciam o problema? Medida Como as métricas utilizadas para medir um processo influenciam o problema? Meio ambiente Como o meio aonde está inserido o processo influencia o problema? Material Como a qualidade da matéria-prima utilizada influencia o problema? Mão de obra Como as pessoas envolvidas na atividade influenciam o problema? Fonte: Elaborado pela autora (2023). As respostas para cada uma das categorias irão de encontro ao problema estruturado, incorporando a espinha de peixe. Figura 9 – Diagrama de Ishikawa Fonte: Elaborada pela autora (2023). 17PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Entretanto, se o problema a ser solucionado refere-se à prestação de serviços, as categorias (M’s) podem ser substituídas por: equipamentos, procedimentos, políticas, pessoas e meio ambiente. EXEMPLO: A empresa WZX de logística ferroviária recebeu uma não conformidade pela demora na entrega de matéria- prima ao cliente. Esse atraso gerou uma parada na linha de produção do cliente por mais de duas horas. A reclamação foi registrada formalmente no site da WZX. O diretor logístico da WZX reuniu um grupo de colaboradores para a estruturação do Diagrama de Ishikawa, nele, foram encontradas duas prováveis causas para o atraso na entrega ao cliente: uma refere-se à categoria máquina para o carregamento de matéria-prima nos vagões e outra à mão de obra no atraso da emissão de documentos. Resultado: as causas raiz foram encontradas, duas máquinas de carregamento (tratores) foram trocadas e um treinamento específico do sistema operacional da WZX foi desenvolvido para a equipe nova de funcionários a qual atrasou a documentação. Bastou a empresa corrigir as causas originais e a não conformidade foi resolvida por completo. 18 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o desenvolvimento das ferramentas de qualidade remete a um momento da história em que o Japão estava reerguendo sua produção num período pós- guerra, após as bombas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Nesse período, o Japão apresentou maior desenvolvimento econômico e, mesmo com o país devastado, houve a entrada de capitais estrangeiros, muito provavelmente pela disciplina e educação da mão de obra japonesa, necessidade de baixos salários (reflexos da guerra) e excessivas jornadas de trabalho. Todas essas características levaram o Japão ao aumento de exportações. Nesse contexto, as ferramentas de qualidade, tais como as desenvolvidas por Kaoru Ishikawa, foram de fundamental importância para o reconhecimento do Japão como uma grande potência produtiva exportadora. Dessa forma, outros países seguem desenvolvendo produtos e serviços em consonância com a gestão da qualidade, aumentando o nível de competitividade, movimentando exportações e aumentando o desenvolvimento econômico de uma nação. Entre as premiações do professor, podemos citar: Prêmio Engenie L Grant e Medalhade Honra com Fita Azul do governo japonês em prol da padronização industrial. 19PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Os 5 porquês OBJETIVO A gestão da qualidade num ambiente empresarial prioriza os processos produtivos, dando ênfase ao alcance das metas da organização e do atendimento ao cliente. Nesse sentido, o grande desafio é reduzir defeitos e evitar erros, sobretudo, os que acarretam não conformidades. Considerando que “um problema é o resultado indesejável de um processo” (FALCONI, 2004, p. 22), o método dos cinco porquês visa solucionar um problema por meio de respostas básicas que podem ser elaboradas pelos próprios grupos de trabalho. A ferramenta da qualidade “5 porquês” é uma técnica mundialmente conhecida e simples de ser aplicada, pois baseia- se em questionamentos sucessivos com base na palavra-chave: “por quê”. Figura 10 – Por quê? Fonte: Pixabay 20 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Acredita-se que, ao realizar indagações repetidas vezes, com foco em um problema ou falha, irá se chegar a sua causa raiz, eliminando o problema ou a falha definitivamente. Os cinco porquês é uma ferramenta que pode ser aplicada em qualquer área do conhecimento, não só da qualidade, inclusive pode ser usada como um instrumento de organização e resolução de problemas da vida pessoal. Essa ferramenta foi idealizada por Taiichi Ohno, pai do sistema de produção Toyota, e o número cinco da ferramenta vem da observação empírica do seu criador, o qual considerava que, pelo menos, com cinco indagações se chegaria à causa raiz de um problema. Nascido na China, em 1912, Taiichi Ohno formou-se em Engenharia Mecânica, trabalhou na Toyota como consultor de qualidade, gestor de produção, chegando a ser vice- presidente dessa empresa que ganhou ainda mais força com as contribuições de Ohno em inovação, produtividade, estratégias de manufatura e gestão de pessoas, num processo de educação colaborativa. Na prática contemporânea, essa ferramenta continua a ser aplicada com, pelo menos, cinco por quês. A ferramenta determina a relação entre os problemas não estatísticos e pode ser aplicada para: • Determinar o que aconteceu. • Determinar por que o problema aconteceu. • Descobrir o que fazer para reduzir a probabilidade de que o problema aconteça novamente. Ao mesmo tempo que os cinco porquês é uma ferramenta simples, ela se torna complexa devido a fatores intrínsecos, pela tendência do ser humano em culpar outrem quando é indagado, 21PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 jogando a culpa em alguém ou alguma coisa pelo problema ao invés de procurar a sua causa raiz. Quanto maior o grau de maturidade e comprometimento, maiores são as chances de se chegar à causa raiz, e quanto maior o grau de imaturidade na fuga de responsabilidade, emissão de desculpas e suposição de culpados, menores são as chances de se chegar à causa raiz. Figura 11 – Raiz identificada e não identificada Raiz identificada Culpado Desculpa Fuga Compromisso Sintonia Raiz não identificada Fonte: Elaborada pela autora (2023). O gestor que irá conduzir a aplicação da ferramenta não deve se acomodar ou achar que, na primeira indagação, o problema já será resolvido rapidamente. Para o sucesso da aplicação da ferramenta dos cinco porquês, deve-se seguir os seguintes passos: • Estruture uma equipe de trabalho para desenvolver a ferramenta, uma reunião pode ser convocada. • Convoque toda a equipe de uma área. Lembre-se que pessoas de áreas diferentes vão gerar respostas diferentes. • Foque no problema a ser resolvido. 22 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 • Descreva o problema de forma específica e, se possível, quantificada. • Analise se o problema apresentado faz parte de uma combinação de fatores. • Anote, descreva e tire fotos dos processos. • Utiliza a técnica de brainstorming, deixe seus colabo- radores livres para contribuir, organize a sala em for- mato de “U”, dando o mesmo poder de opinião a todos. • Refine o brainstorming por meio da lógica. • Evite se basear por suposições, elas são armadilhas. • Há provas concretas? Ou a equipe está se baseando por suposições? • Concentre pontualmente os recursos financeiros e administrativos na situação a ser resolvida. • Toma cuidado com o que você acha que é a causa raiz, o ser humano é tendencioso a resolver o problema que ele quer. Tenha uma mente aberta na aplicação dessa ferramenta! Figura 12 – Estruturação dos cinco porquês Fonte: Pixabay 23PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Os problemas a serem resolvidos podem ser administrados de forma independente ou na construção de um diagrama. As perguntas podem ser realizadas na quantidade que a equipe de trabalho julgar necessário, cinco, seis ou dez perguntas, o ideal é que seja, no mínimo, cinco perguntas. Deve-se evitar também indagações desnecessárias, fruto de perguntas excessivas ou mal formuladas, perdendo, assim, o foco do problema a ser tratado. Tenha moderação no uso dos porquês, quando achar que chegou na causa raiz, pare! Tem empresas que só usam o porquê três vezes, mas se não chegar na causa raiz do problema, continue voltando aos questionamentos. IMPORTANTE Os cinco porquês é uma ferramenta que permite não tratar apenas os efeitos do problema, mas a causa raiz. Uma das vantagens dessa ferramenta é a possibilidade de tomada rápida de decisão, que é o que a maioria das empresas precisam: resolver um problema de forma imediata. Com a aplicação dos cinco porquês normalmente são encontrados problemas de caráter humano, seja por falta de comprometimento ou falhas de treinamento. Em se tratando da análise de processos, devemos considerar que, muitas vezes, os defeitos estão ocultos, cabendo uma análise mais detalhada e minuciosa. Os cinco porquês possui limitações e não substitui uma análise detalhada, como a estatística. EXEMPLO: os clientes de uma indústria farmacológica estão reclamando dos atrasos na entrega de determinada medicação. Aplicando a ferramenta dos cinco porquês é possível questionar, entre outros fatores: por que o 24 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 produto não está saindo da fábrica na data prevista? Por que há atrasos no pedido de produção? Com o resultado da ferramenta, conclui-se que o problema vem da combinação de vários fatores: o software utilizado está com a versão atrasada e há falhas no treinamento do engenheiro causando erros nos cálculos da capacidade produtiva e da compra de matéria-prima. A soma desses fatores acarreta o atraso das ordens de produção, ocasionando um efeito cascata e atingindo os clientes. A análise da causa raiz é de fundamental importância para o desenvolvimento de projetos, sobretudo, os empresariais, pois mesmo com um excelente planejamento, algum erro pode ocorrer, uma não conformidade pode passar despercebida, alterando as metas propostas pela organização. Então, para a avaliação de um problema, no encontro da causa raiz, é preciso realizar, no mínimo, cinco indagações. A tendência é de que as primeiras respostas sejam subjetivas, e as últimas objetivas levando à causa raiz do problema. O quadro a seguir demonstra os possíveis resultados obtidos pelas primeiras cinco indagações. Quadro 2 – Indagações Indagações Resultados 1º Por quê? Temos um mais sintoma 2º Por quê? Temos desculpas 3º Por quê? Temos um ou mais culpado 4º Por quê? Temos uma causa 5º Por quê? Temos uma causa raiz Fonte: Elaborado pela autora (2023). 25PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 IMPORTANTE Os porquês estarão sempre relacionados à causa anterior. Cabe à equipe de trabalho determinar a finalização ou não das indagações da ferramenta, decidindo se foi encontrada a raiz do problema. Posteriormente, as causas encontradas podem ser ainda detalhadas. Muitasempresas utilizam os cinco porquês como uma das ferramentas aplicadas na solução de um problema. Porém, aplicação somente dos cinco porquês pode suprimir fatores importantes nas falhas dos produtos, processos e serviços. Os cinco porquês podem também ser utilizados na estruturação de um plano de ação, definindo: • O que será realizado no plano de ação? • Quando o plano de ação será executado? • Quem executará o plano? Por quê? • Como obter a máxima eficiência com o plano de ação? • Quanto custará o plano de ação? Os cinco porquês podem ser utilizados como ferramenta estratégica no planejamento de um projeto. 26 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 13 – Início de um projeto Fonte: Pixabay Projetos são empreendimento exclusivos, necessitando de uma abordagem específica para o gerenciamento da qualidade, preservando seus conceitos essenciais (MARSHAL JÚNIOR et al., 2006). O quadro a seguir demonstra algumas possíveis perguntas que podem ser realizadas na pré-concepção de um projeto. Quadro 3 – O que fazer no projeto O que fazer no projeto? Quais os materiais serão necessários para a realização do projeto? Quais os equipamentos serão utilizados no projeto? Quais os serviços serão aplicados no projeto? Fonte: Elaborado pela autora (2023). A seguir, o quadro demonstra algumas possíveis perguntas de como realizar etapas do projeto. Quadro 4 – Como fazer o projeto 27PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Como fazer? Como o serviço será realizado? Como serão estruturados os indicadores de desempenho para verificar as etapas do serviço? Como será estruturado o relacionamento com o cliente? Fonte: Elaborado pela autora (2023). Veja, no quadro a seguir, os questionamentos para a definição de pessoas no projeto. Quadro 5 – Quem fará o projeto Quem fará? Quem será o gestor responsável? Quem participará das etapas do serviço? Quem venderá o serviço? Fonte: Elaborado pela autora (2023). O quadro a seguir demonstra perguntas a serem direcionadas para os custos do projeto. Quadro 6 – Quanto custará o projeto Quanto? Quanto custará o trabalho? Quanto custará o desperdício Quanto custará o serviço? Fonte: Elaborado pela autora (2023). A seguir, o quadro exemplifica perguntas para o controle e acompanhamento do projeto. Quadro 7 – Controle e acompanhamento do projeto Por quê? Por que verificar esse serviço? Por que controlar os equipamentos? Por que qualificar o fornecedor? Fonte: Elaborado pela autora (2023). 28 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a ferramenta da qualidade “5 porquês” é uma técnica mundialmente conhecida e simples de ser executada, pois baseia- se em questionamentos sucessivos e pode ser aplicada em qualquer área do conhecimento. Uma das vantagens dessa ferramenta é a possibilidade de tomada rápida de decisão, porém ela não substitui uma análise detalhada dos fatos. Você aprendeu como os cinco porquês podem ser utilizados como ferramenta estratégica no planejamento de um projeto, entendendo o que fazer no projeto, como fazer, quem fará, quanto custará e por que será feito. Dessa forma, você deve ter aprendido que convencer os colaboradores no desenvolvimento das atividades em prol da qualidade, traçando ações autogerenciáveis de resolução dos problemas, é o grande desafio das organizações. Para tanto, é preciso investir em treinamento e desenvolvimento pessoal e de instruções e métodos de trabalho para que a qualidade se torne uma filosofia a ser seguida. 29PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Ações corretivas quanto às não conformidades OBJETIVO O código de defesa do consumidor em âmbito nacional define políticas em prol da relação consumidor e qualidade no que tange aos produtos e serviços. Sendo assim, ocorrendo não conformidades, estas devem ser corrigidas pontualmente. Nesse aspecto, fazem-se necessárias ações de gestão de processos e pessoas, garantindo que prevaleçam conformidades nas organizações. Ao término desse capítulo, você ampliará seus conhecimentos sobre qualidade, estando apto a estruturar ações corretivas. Gostou da proposta? Então, vamos lá! A ação corretiva é um conceito comum do Sistema de Gestão da Qualidade e aparece em todas as versões da norma, devido à importância do tratamento das não conformidades. Contudo, para a sua eficácia, é de fundamental importância que a comunicação entre colaboradores de uma organização aconteça plenamente, sem ruídos ou distorções. Todos os integrantes de uma empresa devem estar atentos às informações inerentes às diretrizes de correção, colocando-as em prática. Figura 14 – Comunicação Fonte: Pixabay 30 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 A eficácia da comunicação é um dos grandes problemas empresariais. Para tanto, os canais de comunicação nas empresas têm que estar bem estabelecidos. As pessoas devem estar atentas às mensagens envidas pelo emissor, desenvolvendo técnicas de filtragem de dados desnecessários e registrando os necessários para as boas práticas de gestão. Figura 15 – Canais de comunicação Fonte: Pixabay Nesse momento, todas as boas práticas de feedback são muito importantes para que o emissor tenha segurança na compreensão das informações encaminhadas e o receptor dê prosseguimento às ações corretivas. Nesse sentido, o quadro a seguir exemplifica boas práticas no processo de comunicação com ênfase nas ações do receptor. 31PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Quadro 8 – Boas práticas de comunicação Emissor Receptor Encaminhou um e-mail Responda com, pelo menos, ciência e assinatura. Realizou uma reunião Redija uma ata de reunião e assine, bem como colete as assinaturas de todos os participantes. Realizou telefonema Se o assunto pertence a outro setor, anote o recado sem rasuras, com data e horário. Solicitou a abertura de uma embalagem Feche-a ou descarte, se necessário, seguindo instruções de segurança. Solicitou a limpeza de um ambiente Limpe conforme instruções de trabalho. Recebeu uma reclamação de cliente Encaminhe por escrito ao setor responsável. Identificou uma não conformidade Preencha o relatório de indicação específico. Fonte: Elaborado pela autora (2023). O entendimento da comunicação vai depender da linguagem, do idioma, do conhecimento das instruções de trabalho e dos procedimentos e da área de formação tanto do emissor quanto do receptor. EXEMPLO: o entendimento das dimensões da palavra “projeto” para um engenheiro é diferente do que para um arquiteto. Isso também se aplica para a palavra “toque” proferida por um leigo e por um obstetra. No quadro a seguir, veja as falhas no processo de comunicação com ênfase nas ações do receptor diferentes da vontade do emissor. 32 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Quadro 9 – Falhas no processo de comunicação Mensagem Entendimento do receptor Desejo do emissor Gostaria de ir ao WC. Ir ao banheiro. Ir ao setor WC. Me encaminhe o balanço. Balanço de recreação infantil. Balanço patrimonial. Sugere-se a suspensão da reunião se chover nesta tarde. Suspende a reunião nesta tarde. Suspende a reunião somente se chover. Descarte os documentos obsoletos de 2018 a 2019. Descarte de todos os documentos. Descarte de documentos somente no período de 2018 a 2019. A reunião está agendada para início às nove horas. Nove horas da manhã ou da noite. Que a reunião seja realizada às nove horas da manhã. Fonte: Elaborado pela autora (2023). O quadro a seguir exemplifica ações e o desenvolvimento de boas práticas no processo de comunicação. Quadro 10 – Ações e boaspráticas Ações Desenvolvimento Promoção do feedback Normalmente parte do gestor, mas nada impede de que você peça ou pratique. Promoção da fluidez da comunicação Esteja aberto a críticas e sugestões. Não entendimento da mensagem Pergunte. Recebimento de críticas Não leve para o lado pessoal. 33PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Controle de emoções Devem ser controladas no ambiente empresarial. Promoção da empatia Entenda o ponto de vista dos seus parceiros de trabalho, chefes e clientes. Atenção Anote todas as solicitações. Saber ouvir Em vez de pensar em milhares de coisas, foque em uma mensagem por vez. Ter paciência A pressa é a grande inimiga do bom entendimento da mensagem. Produção de argumentações No momento certo, sem interromper a fala de outrem. Fonte: Elaborado pela autora (2023). As ações corretivas são provenientes do tratamento de não conformidades identificadas e necessárias para o desenvolvimento da empresa de acordo com padrões de qualidade pré-estabelecidos e do atendimento ao cliente. Sem essa ação, é possível que a empresa perca contratos, oportunidades de exportação e até mesmo certificações caras, tais como a ISO. IMPORTANTE A não conformidade é o desatendimento a um requisito específico da norma. Em um processo industrial, a não conformidade pode ser identificada quando um requisito do manual da qualidade não é atendido no que tange a prazos, manutenções preventivas, descartes incorretos, entre outros, conforme procedimentos da 34 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 empresa. O quadro a seguir exemplifica não conformidades no setor industrial. Quadro 11 – Não conformidades na indústria Falta de calibração de balanças. Atrasos na manutenção preventiva de máquinas e caminhões. Descarte incorreto de embalagens. Fonte: Elaborado pela autora (2023). Em relação à prestação de serviços, uma não conformidade pode ser identificada quando há falhas na execução da ação fim, atrasos no cumprimento de cronogramas, entre outros, conforme procedimentos pré-estabelecidos pela empresa. Veja, no quadro a seguir, exemplos de não conformidades no setor de serviços. Quadro 12 – Não conformidades no setor de serviços Veículo entregue pela oficina com falhas na manutenção. Atraso em uma das etapas da edificação civil. Atraso na entrega do apartamento. Fonte: Elaborado pela autora (2023). Para a proposição e registro de uma ação corretiva ou de ação imediata, o gestor deve localizar o item da norma a qual se refere a não conformidade que gerou a ação, ou seja, onde está escrito? Qual o requisito da norma não está sendo cumprido? Para qual manual interno ou instruções de uso da organização se refere a ação corretiva? 35PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 16 – Ação imediata versus ação corretiva Fonte: Elaborada pela autora (2023). Uma ação corretiva é uma medida tomada na busca da causa do problema. A ação imediata tem como fruto uma decisão ou ato após o problema ter ocorrido. Veja, a seguir, exemplos de ações corretivas e ações imediatas. Quadro 13 – Ações corretivas versus ações imediatas Ação Ação corretiva Ação imediata Troca de fusível de uma máquina X Parada de máquinas para análise de não conformidade X Busca de recipiente para conter goteira na sala X Tratamento de reclamação de cliente X Fonte: Elaborado pela autora (2023). 36 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que para a eficácia de uma ação corretiva é de fundamental importância que a comunicação entre colaboradores de uma organização aconteça plenamente, sem ruídos ou distorções. Para tanto, os canais de comunicação nas empresas têm que estar bem estabelecidos. Também aprendeu que uma ação corretiva é uma medida tomada na busca da causa do problema, e uma ação imediata tem como fruto uma decisão ou ato após o problema ter ocorrido. Você também deve ter aprendido que a abertura de procedimento de ação corretiva deve ocorrer com o preenchimento de relatório específico, o qual normalmente pode ser baixado do próprio site interno da empresa. Havendo necessidade de contenção, deve-se proceder com uma ação imediata. Sobretudo, é de suma importância o levantamento da causa raiz da não conformidade. Para tanto, o gestor da qualidade deve ser um profissional apto a estruturar um plano de ação ou outras medidas que julgar necessárias para resolver os problemas da organização. 37PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Ações preventivas sobre as não conformidades OBJETIVO Você já ouviu as seguintes frases populares: “prevenir é melhor do que remediar” ou “a prevenção é o melhor remédio”? Então, isso não é diferente no Sistema de Gestão da Qualidade das empresas. O gestor deve estar apto a prever resultados, planejar inspeções e ações de controle, desenvolver novos hábitos organizacionais e de processos, prevendo que falhas aconteçam, antevendo situações indesejadas e traçando planos de ação a longo prazo para que elas não aconteçam. As ações de prevenção depende de profissionais proativos. Ao término desse capítulo, você estará apto a desenvolver ações preventivas conforme a sua realidade organizacional. Então, vamos lá? Vamos em frente! No Sistema de Gestão da Qualidade, a melhoria contínua depende tanto de ações corretivas quanto de preventivas. A diferença é que a corretiva se aplica a um problema real, que, se realmente for resolvido, não volta a ocorrer, e a ação preventiva baseia-se em um problema de potencial futuro, que ainda pode ocorrer, mas que não ocorreu de fato. Figura 17 – Ações corretivas e preventivas Fonte: Elaborada pela autora (2023). 38 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Então, na busca de ações preventivas, como reagir a algo que não é um problema de fato? Por meio de boas práticas, tais como: dar voz ao cliente, ouvir atentamente os colaboradores, independentemente do nível hierárquico ou função e atender a sugestões dos fornecedores. O gestor empresarial deve estar atento, pois os cenários mudam constantemente no mundo globalizado. Podemos citar as mudanças nas normas de qualidade, de saúde e segurança do trabalho e de segurança alimentar ao longo dos últimos anos. Todas elas foram alteradas devido às expectativas dos clientes que esperam padrões de qualidade pré-estabelecidos no contexto global. Figura 18 – Visão global Fonte: Pixabay Para estar sempre à frente, as empresas devem se colocar numa situação de antecedência, na busca por inovações, antes mesmo que as mudanças aconteçam. A versão 2015 da ISO, por exemplo, não deixa explícita a necessidade das ações 39PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 preventivas. Mesmo não havendo um item específico para ela, espera-se que as empresas tracem ações para que as prevenções ocorram. Do ponto de vista econômico, estima-se que a cada R$ 1,00 gasto com ações de prevenção, economiza-se R$ 10,00 em ações corretivas. Essa economia pode ser refletida no preço do produto adquirido pelo cliente. A melhor alternativa para as empresas é prevenir não conformidades, mantendo seus clientes internos e externos satisfeitos. Além de que, com as ações preventivas, as proporções dos problemas internos organizacionais e operacionais irão diminuir. Figura 19 – Economia Fonte: Pixabay É preciso que as empresas realizem seus planejamentos de gestão em prol da diminuição de riscos. Todavia, a partir dos riscos, podem ser geradas novas oportunidades de negócio. 40 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Uma empresa pode desenvolver um novo produto ou serviço com base numa situaçãocaótica, por exemplo. No conceito japonês de “garantia de qualidade”, esse termo significa garantir a satisfação do cliente por um longo tempo a um preço que este possa comprar (o que significa custo baixo) e de forma melhor que os concorrentes (FALCONI, 2004). IMPORTANTE Clientes internos pertencem à organização e clientes externos estão fora da organização. Veja, no quadro a seguir, exemplos de alguns riscos nos diversos segmentos, traçando um paralelo em prol das ações corretivas, preventivas e oportunidades de negócio. Quadro 14 – Risco x ações corretivas x ações preventivas x oportunidades de negócio Risco Ações corretivas Ações preventivas Oportunidades de negócio Doenças infectocontagiosas. Tratamento por internação. Campanhas de informação. Campanhas de vacinação. Marketing, publicidade e propaganda quanto aos cuidados com a saúde. Importação e exportação de vacinas. Falhas no abastecimento de energia elétrica. Compra de tecnologias alternativas. Campanhas de informação sobre desperdício de energia. Incentivo ao uso da energia renovável. Desenvolvimento de novas tecnologias. 41PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Reprovação escolar. Atividades de recuperação de conteúdo. Práticas de estudo diário. Novas metodologias de ensino. Pneu furar. Trocar o pneu. Manutenção do pneu. Desenvolvimento de novas tecnologias. Máquina de produção quebrado. Disponibilização de recurso financeiro para o conserto. Manutenção preventiva da máquina. Treinamento e desenvolvimento dos colaboradores de operação para um melhor manuseio a máquina. Fonte: Elaborado pela autora (2023). As ações preventivas permitem também que haja estudos com base em problemas que tenham ocorrido em outra empresa do mesmo segmento. Dessa forma, será possível o planejamento de ações a médio e a longo prazo, com base nos exemplos dos concorrentes, de forma a não ocorrerem nessa organização. EXEMPLO: o indicador de desempenho de eletrodomésticos de uma determinada empresa indica que as vendas caíram no primeiro trimestre do ano anterior, então, faz- se necessário o planejamento de ações preventivas no planejamento de produção e marketing de forma a impedir que o mesmo problema se repita no início dos próximos anos. São inúmeros os resultados das ações preventivas, tanto no nível pessoal quanto organizacional. Com a prevenção, as pessoas vivem melhor, as empresas trabalham com maior eficiência e os clientes sentem-se mais satisfeitos. O quadro a seguir exemplifica alguns resultados de ações preventivas. 42 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Quadro 15 – Resultados das ações preventivas Resultados Melhor qualidade de vida dos colaboradores. Redução dos índices de acidentes de trabalho. Redução dos índices de doenças ocupacionais. Melhor aproveitamento de recursos organizacionais. Redução de custos com correções. Alocação eficaz de pessoas, de acordo com o conhecimento e habilidades. Estímulo a disciplina para o crescimento organizacional. Redução dos índices de reclamações de clientes. Fonte: Elaborado pela autora (2023). IMPORTANTE As ações preventivas requerem comportamentos proativos e visão a longo prazo. Veja, a seguir, alguns pontos de reflexão para o estímulo de ações preventivas. Quadro 16 – Pontos de reflexão Reflexão Como está o layout da organização? Como está o procedimento para a limpeza e guarda de equipamentos? Como estão os arquivos? Corredores e passagens de emergência encontram-se desobstruídos? As instruções de trabalho estão claras? Qual foi a última vez que os colaboradores foram treinados? Fonte: Elaborado pela autora (2023). 43PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Havendo ações preventivas, percebe-se a preocupação na eliminação de possibilidades de falhas e erros. Nesse aspecto, a busca de evidências de não conformidades é de suma importância para o planejamento de ações estratégicas de prevenção. Tal busca pode ser interna com base em registros documentais de auditorias anteriores da qualidade ou de outras organizações concorrentes. A ação preventiva diminuirá os riscos nos diversos âmbitos de uma empresa, tais como: saúde e segurança do trabalho, financeiro, gestão de pessoas, lançamento de novos produtos, entre outros. Ações de melhoria Uma vez iniciados os procedimentos de gestão em prol da realização de ações, cada vez mais os colaboradores agirão com maior presteza, aumentando a qualidade dos produtos e serviços. Em todo modelo de sistema produtivo ou de prestação de serviço, devemos considerar que não existe um método de qualidade com 100% de eficácia, ou seja, perfeito, livre de falhas ou erros. Até porque a perfeição é subjetiva, ou seja, muda de acordo com a região geográfica, clima atmosférico e cultura da sociedade. Partindo do princípio de que não existe um método de produção perfeito, torna-se inevitável que as não conformidades aconteçam. Todavia, as empresas focadas no cliente, uma vez que seja identificada uma não conformidade, elas delegarão a um gestor a estruturação de um plano de ação de melhoria contínua para a otimização dos processos de qualidade. O primeiro passo para a implementação de ações de melhoria é entender o fluxo básico de uma empresa que presta serviços ou que entrega um produto acabado. Dessa forma, será 44 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 possível a interação das práticas de melhoria entre as áreas. Assim, os resultados das ações planejadas chegarão ao cliente. Pode-se entender as ações desse fluxo como um processo de melhoria contínua. Figura 20 – Melhoria contínua Melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade Realização do produto Medição, análise e melhoria Gestão de recursos Responsabilidade da direção RE Q U IS IT O S CLIENTE CLIENTE SA TI SF A ÇÃ O Entrada Saída Produto Fonte: Elaborada pela autora (2023). A partir desse entendimento inicial, o gestor deve fazer uma análise mais profunda do ambiente organizacional. Uma fermenta que pode ser utilizada é a análise de SWOT, também conhecida como FOFA. Com ela, é possível analisar os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças do negócio, num formato de mapa estratégico. Essa ferramenta propicia uma visão ampliada de toda a organização, fazendo com que ações de melhoria transformem as fraquezas em pontos fortes e as ameaças em oportunidades. 45PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 21 – Análise de SWOT Fonte: Elaborada pela autora (2023). A análise de SWOT é uma ferramenta de fácil aplicação e pode ser utilizada para o auxílio na estruturação do plano de ação de melhoria contínua de qualquer área de negócio da organização, como vendas, recursos humanos, logística, produção, finanças, entre outros. Figura 22 – Área de negócio Direção LogísticaMarketing Vendas Propaganda Produção Produção Fonte: Elaborada pela autora (2023). Um plano de ação de melhoria contínua é um instrumento simples e eficiente, o qual garante que nenhuma tarefa organizacional seja abandonada, desde as mais simples até as mais complexas. 46 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 23 – Tarefas Fonte: Pixabay O plano de ação de melhoria é um documento necessário às organizações, pois, com ele, é possível diminuir os riscos do negócio, tratando os problemas apontados e as não conformidades para o alcance das metas almejadas. A figura a seguir exemplifica as metas organizacionais. Figura 24 – Metas Fonte: Elaborada pela autora (2023). 47PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Esse documento deve ser estruturado em formato de documento, contendo ações a serem realizadas, com os responsáveis e prazos bem-definidos. Para a sua estruturação, a ferramenta dos cinco porquês de forma ampliada, com mais indagações, érecomendável para compor os itens do formulário. Figura 25 – Os cinco porquês Perguntas O que? What? Quem? Who? Onde? Where? Quando? When? Como? How? Quanto? How much? Por quê? Why? Fonte: Elaborada pela autora (2023). 48 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 26 – Modelo de formulário de ação de melhoria Formulário de ação de melhoria LOGO DA EMPRESA Atividade Data de início Resultados a serem alcançados Data de encerramento Fatores críticos de insucesso Recursos humanos Revisão da ação Custos estimados Avaliação da ação (de 0 a 10) Responsável técnico Assinatura Fonte: Elaborada pela autora (2023). A mensuração dos resultados do plano de ação de melhoria contínua é fundamental para a eficácia das correções num processo. Nessa etapa, recomenda-se a utilização da ferramenta de gestão PDCA. O ciclo PDCA funciona num sistema contínuo que retroalimenta as ações promovendo a melhoria contínua da gestão dos processos empresariais. É o método utilizado para o controle da qualidade em situações de rotina e de melhoria contínua para se alcançar os resultados desejados. O ciclo PDCA é dividido em quatro partes com as respectivas funções de gestão: 49PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 27 – Ciclo PDCA Fonte: Elaborada pela autora (2023). 1. PLAN = planejamento, para a identificação e definição de padrões para as ações de melhoria. 2. DO = execução, na realização de tarefas para a melhoria contínua, conforme padrões pré-estabelecidos no planejamento. 3. CHECK = verificação, comparando as ações realizadas com as planejadas conforme padrões pré-estabelecidos no planejamento. 4. ACT = ação corretiva de irregularidades encontradas no processo que dificultam a melhoria contínua. Outra ferramenta que pode ser utilizada no processo de ações de melhoria das empresas é o Kaizen, considerado, para uns, uma filosofia e, para outros, práticas em prol da melhoria contínua. O Kaizen é uma ferramenta da qualidade amplamente divulgada entre a cultura das empresas no mundo, tais como a Toyota e Bosch. Todavia, há inúmeras empresas adeptas a essa 50 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 metodologia que permitem a contribuição de um colaborador de qualquer nível hierárquico com ideias de melhoria. Figura 28 – Ideias do Kaizen Fonte: Pixabay O Kaizen teve origem nas indústrias orientais por meio do professor Masaaki Imai, com o lançamento do livro The Key to Japan’ s Competitive Sucess, no ano de 1986. A seguir, a figura exemplifica a etimologia da palavra “kaizen” pela flexão da palavra. Figura 29 – Etimologia da palavra Fonte: Elaborada pela autora (2023). A premissa dessa ferramenta é a melhoria contínua, a qual pode ser usada tanto a nível empresarial como pessoal. Mas, para 51PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 que haja eficácia, não basta apenas querer melhorar, é preciso esforço contínuo das ações progredindo a cada dia. EXEMPLO: em relação a atividades físicas, pretendo aumentar meu desempenho: a cada semana pretendo avançar em mais dez metros na corrida de rua. Em relação à vida pessoal, pretendo manter meus armários organizados: todos os dias vou arrumar uma gaveta do guarda-roupa. Em relação à vida profissional, pretendo prospectar mais clientes: irei realizar, no mínimo, cinquenta contatos telefônicos por semana. O Kaizen é um processo cultural, com isso, acredita-se que, para melhorar continuamente, é preciso envolver toda a equipe de trabalho, ou seja, todos devem participar das ações em prol da qualidade. A partir dessa premissa, considera-se que os funcionários são os ativos mais valiosos de uma organização, os quais precisam ter poderes de decisão, seguindo num processo de aperfeiçoamento contínuo, dia após dia. Figura 30 – Funcionário Fonte: Pixabay 52 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Na filosofia Kaizen, acredita-se que um funcionário de chão de fábrica possui conhecimento técnico das operações tanto quanto o seu supervisor ou diretor de área, pois realiza todo o dia a mesma atividade. Esse colaborador poderá ter autoridade o suficiente em parar uma linha de produção caso indique uma não conformidade, por exemplo. Figura 31 – Fábrica Fonte: Pixabay O alcance de grandes resultados é a consequência de pequenas mudanças ao longo do tempo, os quais podem ser quantificados e graficamente demostrados com base nos resultados do Kaizen. 53PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Figura 32 – Produtividade por trabalhador Fonte: Elaborada pela autora (2023). A tendência é de que o trabalhador, tendo o conhecimento da sua performance, torne-se ainda mais produtivo ao longo do tempo, assim como para os menos produtivos que desejem recuperar o seu desempenho. Todavia, a implantação do Kaizen não é recomendada para todas as empresas! Isso mesmo, nos casos em que a direção ou os colaboradores não estão dispostos a mudar o seu processo cultural, o Kaizen não é recomendado. Figura 33 – Negação Fonte: Pixabay 54 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 Pessoas com a mente fechada, empresas autoritárias, centralizadoras, em que todas as decisões precisam ser tomadas apenas pelo dono da empresa, não possuem o perfil do Kaizen. Por fim, com as ferramentas de qualidade apresentadas, os planos de ação para ações de melhoria serão ainda mais eficazes. Entretanto, não se pode descartar os benefícios intrínsecos dessas ações, tais como: o desenvolvimento das relações humanas, a elevação dos padrões éticos e o espírito de equipe, os quais fortalecerão a comunicação entre os setores organizacionais e, consequentemente, melhorará a performance e os resultados da empresa. SAIBA MAIS Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso às seguintes fontes de consulta e aprofundamento, o artigo “A utilidade dos indicadores da qualidade no gerenciamento de laboratórios clínicos”, de Vieira et al. (2011), disponível no QR Code. Além do artigo “O método Kaizen como forma de aprimoramento do desempenho empresarial: a sistemática adotada em uma multinacional do setor de autopeças”, de Jugend, Silva e Mendes (2006), disponível aqui. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442011000300002 https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/400.pdf 55PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que toda organização, independentemente do seu porte, tem por objetivo o crescimento econômico, para tanto, elas precisam alcançar padrões mínimos de qualidade. Para que a qualidade aconteça, elas precisam ser constantemente estimuladas e gerenciadas. Nesse aspecto, as ferramentas da qualidade vêm contribuir como alinhamento de padrões de conformidade pré-estabelecidos pelas empresas e exigidos pelos clientes. Estudamos duas grandes ferramentas da qualidade, que são o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama de causa e efeito ou de espinha de peixe, e os cinco porquês. Ambas as ferramentas, se bem aplicadas, encontrarão e solucionarão a causa raiz do problema, evitando a sua reincidência. Estudamos também pontualmente ações corretivas, preventivas e de melhoria para o aumento da eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade das empresas brasileiras. Por fim, você deve ter aprendido que as organizações podem ter muitos benefícios, inclusive financeiros na estruturação de ações preventivas, por exemplo, evitando que problemas ocorram. Não é incrível trabalhar com qualidade?! 56 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DAS NÃO CONFORMIDADES U ni da de 3 FALCONI, V. C. TQC – Controle da qualidade total no estilo japonês. BeloHorizonte: Ed Falconi, 2004. JUGEND, D.; SILVA, S. L.; MENDES G. H. S. O método Kaizen como forma de aprimoramento do desempenho empresarial: a sistemática adotada em uma multinacional do setor de autopeças. In: SIMPEP, 13., Bauru, 2006. Anais... Bauru: UFSCar, 2006. Disponível em: https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/ artigos/400.pdf. Acesso em: 18 mar. 2020. MARSHAL JÚNIOR, I. et al. Gestão da qualidade. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. VIEIRA et al. A utilidade dos indicadores da qualidade no gerenciamento de laboratórios clínicos. J. Bras. Patol. Med. Lab., [S.l.], v. 47 n. 3, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442011000300002. Acesso em: 09 mar. 2020. RE FE RÊ N CI A S https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/400.pdf https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/400.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442011000300002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442011000300002 Diagrama de Ishikawa Os 5 porquês Ações corretivas quanto às não conformidades Ações preventivas sobre as não conformidades Ações de melhoria