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Pós-Graduação_Atividades Práticas no Ensino de Ciências_pnho1755o7j7a844m0l99tcsv6

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METODOLOGIA DO 
ENSINO DE CIÊNCIAS
Unidade 2
CEO 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ALESSANDRA FERREIRA
Gerente Editorial 
LAURA KRISTINA FRANCO DOS SANTOS
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
NATÁLIA SANTOS DE SANTANA
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Natália Santos de Santana
Sou formada em ciências biológicas com mestrado em 
Botânica e finalizando o doutorado em Genética e Biologia 
Molecular, com uma experiência técnico-profissional na área de 
ensino de biologia, botânica e genética de mais de 8 anos. Passei 
por empresas como Instituto Federal do Espírito Santo, Instituto 
Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Santa Cruz, 
Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Universidade do 
Estado da Bahia. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir 
minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas 
profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz 
em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte comigo!
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Atividades práticas no ensino de ciências .............................. 9
Concepções de aulas práticas .........................................................................10
O ensino e aprendizagem a partir das aulas práticas ................................ 13
A relação entre teoria e prática no ensino de ciências .............................. 16
Modalidades didáticas para o ensino de ciências ................ 21
Aulas teóricas no ensino de ciências ............................................................. 21
Aulas práticas no ensino de ciências .............................................................26
O papel do professor frente às modalidades didáticas no ensino de 
ciências ................................................................................................................30
Materiais didáticos de ciências naturais .............................. 34
O que entendemos por material didático .....................................................34
Materiais didáticos e seus aspectos relevantes ...........................................38
Como desenvolver materiais didáticos para o ensino de ciências nas 
séries iniciais? .....................................................................................................41
Todos os conteúdos de ciências permitem a elaboração de materiais 
didáticos? ............................................................................................................44
Alternativas para o ensino de ciências ................................. 46
Propostas oficiais para o ensino de Ciências ...............................................47
Propostas Alternativas para o Ensino de Ciências ...................................... 53
Desafios para a melhoria do ensino de ciências ......................................... 55
Tendências teóricas e metodológicas ............................................................57
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O ensino de ciências inicia na educação infantil. Desde 
os primeiros anos da escola, as crianças já começam a ter 
contato com o mundo científico e conceitos relacionados à 
área. Entretanto, se esses conteúdos não forem trabalhados de 
maneira efetiva desde os primeiros anos da educação há grandes 
chances de dificuldades serem acumuladas e gerar problemas 
futuros. Para isso, a prática de ensino é uma estratégia que deve 
ser levada em consideração pelo docente, pois, por intermédio 
dessa transformação, o aluno consegue se apropriar de conceitos 
o que promove uma aprendizagem mais significativa. A utilização 
de aulas práticas não deve ser pautada apenas por experimentos, 
há diversas estratégias que podem levar a uma aula criativa e 
motivadora. Além disso, a adoção de materiais didáticos pode ser 
um recurso que auxiliará nesse processo, por isso é importante 
que o professor o compreenda e adote estratégias que o levarão 
à escolha de materiais que poderão ser utilizados pelos discentes. 
A partir disso, iremos nos aprofundar e entender a importância 
das ciências na formação dos professores e no ato educacional. 
Vamos mergulhar nesse mundo?
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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo 
é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências 
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Interpretar como o uso de atividades práticas podem 
auxiliar no ensino de ciências para crianças.
2. Analisar as diferentes modalidades de atividades 
práticas para o ensino de ciências para crianças.
3. Apontar diferentes materiais didáticos de ciências 
naturais para as séries iniciais.
4. Reconhecer propostas oficiais e alternativas para o 
ensino de ciências.
Prepare-se! Você agora iniciará uma viagem estimulante 
rumo a um conhecimento imprescindível a sua formação! Vamos? 
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Atividades práticas no ensino 
de ciências
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como as aulas práticas podem servir 
como estratégia de aprendizagem no ensino de 
ciências. Isto será fundamental para o exercício de 
sua profissão. As pessoas que tentaram realizar 
o ato educativo sem a devida instrução tiveram 
problemas ao se deparar com dificuldades em 
compreender de que maneira as diferentes 
modalidades podem auxiliar na aprendizagem. 
E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Figura 1 - Aulas práticas podem promover a aprendizagem
Fonte: Freepik
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Concepções de aulas práticas
Ensinar e aprender são dois conceitos relevantes no ato 
de ensinar, tornando este fenômeno cada vez mais significativo. 
Para isso, é necessário refletir sobre esta prática, que pode não 
ser moldada para a monotonia mas ser realizada de maneira 
transformadora. Nesse sentido, o pensar sobre as modalidades 
do ensino é necessário. Será que a utilização de aulas tradicionais 
e com a necessidade de memorização são as melhores estratégias 
para o melhor fazer pedagógico?
Diversos trabalhos vêm relatando o uso atividades 
experimentais como uma das soluções para melhorar o ensino-
aprendizagem em ciências. Nota-se que essas são aplicadas com 
pouca frequência no âmbito escolar. No fazer pedagógico, a 
escolha da modalidade didática é de extrema importância e não 
pode ser dissociada dele. 
Observe a figura a seguir:
Figura 2 - Três conceitos indissociáveis no processo ensino-aprendizagem
Ensino- 
aprendizagem
Métodos Técnicas
Conteúdos
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
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A associação entre os conteúdos, métodos e técnicas é 
imprescindível no fazer educativo, e essa concepção deve estar 
clara no fazer pedagógico do professor. Entende-se que a escolha 
da modalidade didática e a prática pedagógica estão intricadas 
na ação do docente.
No ensino de ciências essa discussão entre ensinar e 
aprender tem assumido a participação ativa dos professores e 
também dos alunos, no processo de construção do conhecimento. 
Isso propicia uma aprendizagem mais significativa. Para isso, a 
formação dos professores deve ser integrada a esta tarefa. 
Entende-se que também é papel da escola preparar o 
discente para diversas situações da vida. Ao longo dos anos, 
vem se pensando em alternativas para o ensino tradicionalista, 
a fim de promover autonomia aos discentes, e despertar nos 
estudantes o interesse de aprender. 
A metodologia tradicional do ensino está enraizada nas 
escolas, por serem o pilar para outros métodos de ensino. Além 
disso,é neste método que o professor aparenta ter o maior 
controle em sala de aula. As aulas práticas são uma forma de 
promover maior ensino e aprendizagem, além de facilitar a 
compreensão dos conteúdos teóricos.
DEFINIÇÃO
Aula prática é aquela em que os alunos fazem uso 
de equipamentos e materiais. Com isso eles têm 
uma experiência que os levará a entender uma lei 
científica e seus efeitos.
Veja como a aula prática é importante. A utilização de 
situações concretas e experimentações é um grande instrumento 
de aprendizagem, pois a partir dela é possível que os estudantes 
pensem, ajam e observem. 
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Figura 3 - Aulas práticas e a aprendizagem significativa
Fonte: Freepik 
De acordo com os parâmetros curriculares nacionais, 
há diferentes modalidades de aulas práticas. Elas vão desde 
as demonstrações em sala de aula até experimentações 
em laboratório. Muitas vezes os docentes não utilizam essa 
metodologia porque a escola não tem a estrutura “desejada” para 
realizar aulas práticas. Além disso, faltam recursos para compra 
de materiais. Mas é possível que a partir de planejamentos, 
pesquisa e vontade, uma sala de aula – usando apenas copos de 
vidro e reagentes baratos – possa ter aulas práticas motivadoras 
e cheias de conhecimento. Para isso é necessária uma atitude de 
interesse no fazer pedagógico.
SAIBA MAIS
Para saber como transformar a sua sala de aula em 
um laboratório de ciências, acesse o artigo Como 
transformar a sala de aula em um laboratório 
de Ciências, clique no QR-Code.
https://bit.ly/2LdJ47G
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Como mediador da aprendizagem, o professor necessita 
contextualizar a fundamentação teórica com a prática, para 
promover uma ação mais coerente com a realidade da sala de 
aula.
O ensino e aprendizagem a 
partir das aulas práticas
As aulas práticas são uma metodologia que propicia 
maior participação dos alunos e nela há possibilidade de realizar 
atividades propostas que serão condicionadas e dirigidas pelo 
professor. Diversos autores relatam que a partir das aulas 
práticas é possível que sejam gerados motivação e desafios. 
Dessa forma, o estudante pode desenvolver um olhar novo em 
relação ao mundo, partindo de seus próprios conhecimentos e 
experiências cotidianas.
No ensino de ciências, a utilização dessa metodologia é 
necessária pois pode promover um interesse maior do educando. 
Essa disciplina tem como característica promover informações 
e conhecimentos sobre os fenômenos que estão a sua volta, o 
que promove uma relação íntima com o pensamento científico 
e crítico, e não simplesmente um pensamento informativo e 
mecânico. O pensar científico é desenvolvido não apenas a partir 
de um depósito de informações, mas realizado ao atrelar a teoria 
com a prática. sabendo-se que há uma interdependência dessas, 
isso influencia diretamente na construção do saber. 
A discussão sobre a aplicação do ensino prático nos 
currículos escolares tem sido realizada há algum tempo, e 
mesmo após a sua implementação ocorreram mudanças 
significativas. Mesmo assim, em sala de aula pouco vemos a 
utilização das aulas práticas como promotoras de mudanças. 
Os docentes reconhecem a importância das aulas práticas, 
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embora a maioria não participe de formações continuadas para 
desenvolver essas habilidades. O que limita cada vez mais o 
desenvolvimento dessa metodologia são a falta de interesse e 
a dificuldade em elaborar materiais didáticos. Nesse processo 
de ensino e aprendizagem, o professor deve criar um ambiente 
que seja propicio à aprendizagem. Dessa forma, deve agir como 
mediador, organizador e motivador da aprendizagem. Com 
isso, aulas práticas e demonstrativas podem se encaixar nesse 
contexto, havendo sempre a necessidade de planejamento.
Figura 4 - Aulas práticas em ciências
Fonte: Pixabay.
 As aulas práticas se originaram há mais de um século por 
influência das universidades. Nesse sentido, havia a necessidade 
de lapidar os conteúdos científicos, notava-se que os alunos 
aprendiam os conteúdos teóricos, mas não sabiam aplicá-los e, 
na verdade, esse fazer não é uma tarefa nada fácil, concorda?
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REFLITA
Pense na aula de citologia (estudo das células) 
que você teve durante o ensino fundamental II e 
o ensino médio. Ao falar sobre os constituintes 
celulares, conhecidos também como organelas, a 
professora citava o núcleo celular, a mitocôndria, 
os cloroplastos e suas respectivas funções, e após 
abordar tantas palavras e conceitos complicados, 
aplicava uma prova. Dessas palavras que citei, 
tenho certeza que muitas você esqueceu, e por 
qual motivo?
Talvez isso tenha ocorrido por falta de estudo, falta 
de interesse ou motivação para compreender a 
relação deste assunto com a sua vida. Agora pense 
em uma professora que, ao abordar este mesmo 
conteúdo, leve para a sala um modelo didático feito 
por ela, no qual os alunos podem ter contato com 
a célula animal, analisar a localização de algumas 
organelas, e suas respectivas funções e, após essa 
demonstração, reproduzir o modelo. Percebe 
como abordamos o mesmo assunto, mas com 
olhares diferentes? Dessa forma a aprendizagem 
não se torna mais interessante?
O tempo de atenção de um aluno a uma exposição é de 
aproximadamente dez minutos. Dessa forma, o professor não 
pode passar o tempo de hora/aula apenas com demonstrações, 
mas planejando novas intervenções de ensino, para que o 
aluno se prenda àquela aula. Assim, vemos que o ensino de 
ciências se diferencia das demais disciplinas por promover 
maior interesse do educando, além de propiciar a execução de 
aulas com diferentes metodologias, e despertar nos discentes o 
pensamento científico, crítico sobre o mundo e não apenas um 
raciocínio mecânico.
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É importante que o educador reflita sobre o método, 
sobre o fazer educativo e, para isso, recomenda-se a adoção 
de um método experimental ou prático como um recurso que 
possibilite maior interesse em relação ao ensino. Além disso, os 
principais objetivos da aprendizagem não devem ser resultados 
únicos e poucos satisfatórios, mas a aprendizagem significativa 
dos discentes.
SAIBA MAIS
Para saber mais assista ao vídeo Metodologias 
ativas - Turbinando a aprendizagem em aulas, 
ele o motivará a refletir sobre as metodologias 
que podem ser utilizadas em sala de aula e de que 
forma elas podem ser utilizadas para melhorar sua 
prática docente, clique no QR-Code.
A relação entre teoria e prática 
no ensino de ciências
A ciência como atividade complexa sofre influência de 
diversas questões, dentre elas sociais, culturais, éticas, políticas, 
tecnológicas. Vemos que, dessa maneira, ela não propõe verdades 
absolutas, mas modelos explicativos que podem ser desenvolvidos 
a partir de modelos científicos. O docente que ensina ciências 
deve compreender essa relação entre os elementos naturais 
e os conteúdos gerados a partir das explicações de fenômenos 
relacionados a esses elementos. O docente que ensina ciências 
pode ser considerado um artista, pois tem a função de ensinar, 
mas também aprende com seus alunos a partir de suas vivências 
e contextos trazidos para a sala de aula.
https://www.youtube.com/watch?v=lgD_G0_5EYE
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REFLITA
Teoria e prática são “necessários para o ensino 
os saberes basilares à formação inicial e para o 
aperfeiçoamento da prática, com destaque para os 
saberes disciplinares, experienciais, curriculares, 
culturais e pedagógicos além de um suporte para a 
prática educativa” (TARDIF, 2004).
Figura 5 - A relação entre a teoria e a prática
Teoria Prática
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
As aulas práticas desempenham um papel considerado 
como fundamental no âmbito do ensino de ciências, tornando 
ainda possível que os alunos tenham experiênciadireta e concreta 
com os conceitos que estão sendo estudados. As mencionadas 
aulas práticas consistem em uma forma de aprendizagem ativa, 
em que os alunos participam de maneira ativa do processo de 
investigação, experimentação e descoberta. As aulas práticas 
são responsáveis por proporcionar uma série de vantagens de 
benefícios, tanto para os alunos, quanto para os professores, e 
entre as principais vantagens podem ser mencionadas:
 • Aprendizagem significativa.
 • Desenvolvimento de habilidade científicas.
 • Estímulo ao pensamento crítico e criativo.
 • Promoção da curiosidade e do interesse pela ciência.
 • Integração de diferentes habilidades e conhecimentos.
 • Contextualização e conexão com a realidade.
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Na literatura, os conceitos de teoria e prática podem ser 
aplicados de forma separada; muitas vezes argumenta-se que 
a razão está ligada ao intelecto, e a prática aos sentidos, aos 
trabalhos manuais. 
Exemplo 
Para este fazer educativo, a base teórica é de extrema 
importância. Vamos pensar no conhecimento como um 
projeto da construção de uma casa: para que ela seja 
levantada, o que é necessário? Primeiramente você deve 
pensar sobre a matéria prima (tijolos, cimento, ferros 
etc.), um bom engenheiro, pedreiros e auxiliares, ok? 
No processo da construção, a base dessa casa deve ser 
firmada, o que chamamos de alicerce. É nessa base que a 
casa será construída, esse é o papel da teoria no ensino, a 
teoria se constitui a base do conhecimento, em nosso caso, 
o científico. Por isso a aula teórica não deve ser dissociada 
do ensino, pois serve para trazer alicerce aos discentes. E, 
nesse sentido, o professor é o engenheiro, o que media a 
construção dessa base. Depois do alicerce, a casa é erguida 
e para isso são usados muitos meios, muitos formatos, 
ideias. Nesse caso, as diferentes metodologias são esses 
meios. As aulas práticas, expositivas, experimentais 
servem como meios para que a aprendizagem seja efetiva 
e completa. Ou seja, a partir dessa analogia, vemos que a 
teoria sem a prática não existe e vice-versa. 
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A prática como metodologia no ensino é fundamental 
para a assimilação do conteúdo. No ensino de ciências, a 
utilização de laboratórios, experiências e analises de dados pode 
ser importante para introduzir ao discente o mundo da ciência 
bem como promover uma aprendizagem significativa. Para que 
essa relação seja permanente, a formação do professor não deve 
ser encerrada com o título de licenciatura.
A formação continuada do professor atualmente é uma 
temática que vem sendo debatida constantemente, devido 
ao fato da prática docente necessitar de debate e reflexão 
constantes. Compreende-se que a educação básica nacional deve 
ser ministrada com qualidade, assim, a formação de professores 
deve ser realizada com este propósito. É necessário que o 
professor reconheça que a maior finalidade da tarefa educativa 
não é a mera transmissão metódica do conhecimento ou o saber 
sistematizado, mas estabelecer novas formas de conceber o 
mundo, o trabalho e as relações sociais e de vida. 
Para isso, deve-se entender a prática pedagógica como 
um processo que parte de um ponto e necessita de entendimento 
sobre a prática social. Portanto, os professores devem construir 
e reconstruir sua própria prática constantemente, a fim de 
contemplar os fundamentos teóricos que a sustentem e explicam, 
para que a prática seja realizada de maneira consistente. 
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que ensinar e aprender 
são dois conceitos relevantes no ato de ensinar. 
Diversos trabalhos vêm relatando a utilização de 
atividades experimentais como uma das soluções 
para melhorar o ensino-aprendizagem em ciências. 
A associação entre os conteúdos, métodos e 
técnicas é imprescindível no fazer educativo, e essa 
concepção deve estar clara no fazer pedagógico do 
professor. O uso das aulas práticas é uma forma 
de promover maior ensino e aprendizagem, além 
de facilitar a compreensão dos conteúdos teóricos. 
As aulas práticas são uma metodologia que 
propicia maior participação dos alunos e nela há 
possibilidade de realizar atividades propostas que 
serão condicionadas e dirigidas pelo professor. A 
discussão sobre a aplicação do ensino prático nos 
currículos escolares tem sido realizada há algum 
tempo, e mesmo após a sua implementação 
ocorreram mudanças significativas. O docente que 
ensina ciências deve compreender essa relação 
entre os elementos naturais e os conteúdos 
gerados a partir das explicações de fenômenos 
relacionados a esses elementos.
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Modalidades didáticas para o 
ensino de ciências
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como analisar as diferentes modalidades 
de atividades práticas para o ensino de ciências 
para crianças. Isso será fundamental para o 
exercício de sua profissão. As pessoas que 
tentaram realizar o ato educativo sem a devida 
instrução tiveram problemas ao se deparar com 
dificuldades em compreender de que maneira o 
ensino de ciências pode auxiliar na formação do 
discente. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Figura 6 - A escola auxilia na construção do conhecimento
Fonte: Freepik. 
Aulas teóricas no ensino de 
ciências
A aprendizagem é um processo inerente ao ser humano; 
aprendemos sempre e de diversas formas, aprendemos durante 
a infância, com os nossos pais, avós, professores. Aprendemos 
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durante uma viagem, uma ida ao supermercado. E nesse 
processo estamos aptos a ensinar e, para isso, não buscamos 
suporte teórico explicativo. Entretanto, no ato educativo de 
um professor, durante o planejamento de uma aula, o suporte 
teórico é extremamente importante.
O papel do professor é de ensinar, transmitir conhecimento 
e para isso utiliza metodologias que auxiliem nesse processo, 
bem como estuda e constrói o conhecimento dentro de sua 
mente. Com isso, com um bom embasamento teórico, a escolha 
das demais metodologias e do seu fazer pedagógico contribuirão 
para a melhoria do ensino-aprendizagem. É notável que cada 
discente tem uma forma de aprendizagem, e essa questão tem 
relação com a forma como o conhecimento é transmitido. 
Figura 7 - Formas de transmissão do conhecimento
5% - Assistir uma palestra
10% - Ler
20% - Utilizar recursos audio-visuais
30% - Demonstrar/Usar imediatamente
50% - Discutir em grupo
75% - Praticar o conhecimento
85% - Ensinar aos outros
Fonte: Elaborado pela autora (2023).
Perceba quem ao ensinar aos outros, a aprendizagem 
se torna mais significativa, mas, para ensinar, aprender, ouvir, 
ler, todas essas alternativas de possibilidade de conhecimento 
necessitam de um embasamento teórico. O que eu quero 
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dizer com isso? Muitas vezes colocamos a aula prática como a 
detentora do conhecimento, como aquela que irá transformar o 
ensino e fará com que o aluno tenha total interesse em aprender. 
E sabe qual é a verdade?
A verdade é que o conhecimento sem base teórica não faz 
nenhum sentido, para que você mude sua prática, para realizar 
uma aula expositiva, experimental, prática, é necessário que 
você tenha base teórica, que estude, aprenda o conteúdo. Para 
professores de ciências, a ciência tem um papel super importante 
na validação do que possa ser considerado um conhecimento 
confiável a ser ensinado nas escolas. 
Dessa forma, vemos a importância do método científico. 
Ele foi desenvolvido durante a modernidade, modificou a 
forma como os pesquisadores fazem ciência e gerou muitos 
conhecimentosque são incorporados ao currículo atual. ..... Você 
como professor deve se interessar pela ciência, estar atualizado 
nas publicações científicas geradas mensal, anualmente. Deve 
se comportar como um agente de investigação, interessado e 
estudioso. 
Para um bom embasamento teórico, a história da ciência 
é uma questão também importante. Entender a maneira como 
aquele conhecimento foi consolidado ao ponto que conhecemos 
atualmente é primordial para o fazer educativo. Muitas vezes os 
professores se limitam a apresentar aos discentes conhecimentos 
científicos basais, alguns sem contextualização com a realidade 
ou com a própria ciência. 
A ciência não é uma área neutra, objetiva e sistemática! 
ela está sujeita à ação do tempo e quanto mais tecnologias e 
avanços, mais conhecimento será gerado. Agora, saiba que 
um bom embasamento teórico não deve engessar sua prática 
docente; o ensino tradicionalista está enraizado na maioria das 
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escolas brasileiras, a utilização dos mesmos roteiros, jargões, 
escritas no quadro e de livros didáticos durante todo um ano 
letivo torna a aula do professor desmotivadora e pouco atraente. 
Com o advento das tecnologias, os discentes têm acesso 
constante à internet, tablets, celulares e diversas atividades de 
entretenimento. Porque não utilizar essas metodologias para o 
ensino? 
A metodologia é o ponto de partida no ensino-
aprendizagem; dessa forma, o professor deve estar aberto a 
uma nova postura pedagógica. Para isso, o recurso escolhido 
é bastante importante, pois permite criar uma aula dinâmica e 
segura. Como já falamos, cada aluno é um indivíduo e se comporta 
de uma maneira com o conteúdo que é explanado. Para isso, 
conhecer e abordar as diferentes metodologias é um caminho 
para um ensino que abarque a maior parte dos discentes.
E aí eu te pergunto: o que é necessário para que o 
professor consiga abordar as diferentes metodologias do ensino 
em sala de aula? 
O ato da pesquisa é inerente à condição humana, o homem 
está sempre buscando conhecimentos, e você como professor 
que leciona ciências deve saber que esta área se constitui como 
uma das formas de gerar conhecimentos significativos para a 
sociedade contemporânea. Mas, para que essa pesquisa seja 
efetiva, é necessário que o docente saia de sua zona de conforto, 
o conhecimento só surge a partir de contradições, conflitos, 
necessidades humanas que estimulem estes avanços. Portanto, 
mais uma vez relatamos que um bom embasamento teórico 
juntamente com a utilização de outras metodologias irá te levar 
a uma nova prática docente. 
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Diante do exposto, as aulas teóricas, ainda que criticadas 
em alguns aspectos, não podem ser ignoradas ou ter a sua 
importância deixada de lado pelos problemas que ainda se fazem 
presentes no sistema educacional brasileiro, são tidas como 
fundamentais na promoção do ensino da ciência, já que por meio 
delas são fornecidos aos alunos fundamentos teóricos tidos como 
necessários para a compreensão dos conceitos científicos.
Nesse sentido, o cenário ideal da educação será aquele 
que conta com uma cooperação firmada entre as aulas práticas e 
as aulas teóricas, já que enquanto as primeiras são importantes 
no campo prático e experimental, as aulas teóricas são 
fundamentais para a construção de uma base dotada de maior 
solidez no campo dos conhecimentos científicos.
Entre os principais benefícios das aulas teóricas no 
âmbito das ciências podem ser mencionados:
 • Construção do conhecimento – as aulas teóricas são 
responsáveis por fornecer aos alunos as informações 
e os conceitos tidos como fundamentais para 
compreender os princípios científicos, e tais aulas 
são responsáveis por apresentar de maneira clara e 
organizada os conteúdos científicos, permitindo que 
os alunos adquiram o conhecimento necessário para 
avançar em sua compreensão da disciplina.
 • Compreensão dos conceitos complexos – por meio 
dessa modalidade de aula os alunos possuem a 
oportunidade de compreender os conceitos científicos 
complexos de maneira mais abrangente, dessa 
forma as aulas teóricas tornam possível a exploração 
em profundidade de teorias, modelos e princípios 
científicos, proporcionando aos alunos uma visão mais 
ampla do funcionamento do mundo natural.
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 • Estímulo do pensamento crítico – as aulas teóricas 
estimulam o pensamento crítico dos alunos, desafiando-
os a questionar, analisar e avaliar as informações 
apresentadas. Os alunos são incentivados a pensar de 
forma independente, a formular perguntas e a buscar 
evidências para fundamentar suas ideias.
 • Contextualização e conexão com a realidade – ainda 
que tenham como base o conhecimento conceitual, 
é importante que elas sejam contextualizadas e 
conectadas com a realidade.
 • Preparação para aprofundamento – as aulas teóricas 
fornecem uma base sólida de conhecimento científico 
que permite aos alunos aprofundarem seus estudos em 
áreas específicas, tendo em vista que são ferramentas 
fundamentais para o avanço de estudos e para a 
exploração de interesse particular.
Assim, é fato que as aulas teóricas devem ser 
complementadas por atividades práticas, discussões em sala de 
aula, trabalhos em grupo e avaliações formativas para garantir 
uma abordagem mais completa e equilibrada no ensino de 
ciências. Ao combinar as aulas teóricas com as aulas práticas, 
os professores podem proporcionar aos alunos uma experiência 
de aprendizagem mais rica, que abrange tanto a compreensão 
teórica quanto a aplicação prática dos conceitos científicos.
Aulas práticas no ensino de 
ciências
Agora você já sabe sobre a importância do embasamento 
teórico na construção do ensino-aprendizagem do professor 
e que ela seja levada ao discente. Vamos entender como as 
aulas práticas podem auxiliar nesse processo. Primeiramente, 
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você acha que aulas práticas são aquelas realizadas apenas em 
laboratórios de ciências?
O ensino baseado nas ciências foi incorporado ao 
currículo a partir da década de 1930, e todos os anos os conceitos 
e modelos associados a este tipo de aula sofreram modificações. 
A partir da década de 1950 os primeiros kits de experimentos 
foram criados e aplicados nos centros de ensino de ciência.
A relação entre a teoria e prática é o pilar do ensino 
de ciências, bem como a relação entre o senso comum e o 
conhecimento científico e foi a importância dessa relação que 
gerou toda a cascata de desenvolvimento de materiais, artigos 
e ideias relacionadas ao ensino prático na ciência. As atividades 
práticas podem ser aliadas no momento de explanar um 
conteúdo, bem como no momento de reforçá-lo ou torná-lo 
mais significativo. As disciplinas de ciências naturais são vistas 
por muitos estudantes como experimentais, e eles esperam por 
essas aulas. É comum que durante o ensino de algum conteúdo de 
ciências, você se depare com um aluno perguntando: “Professor, 
que dia iremos analisar tal organismo? Ou tal órgão?” 
Para isso é importante que o professor utilize vários 
métodos, para o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem, 
fazendo a interação entre os conteúdos teóricos abordados 
nos currículos, e que esses estejam ligados diretamente com o 
cotidiano dos discentes. As aulas práticas, além de sua atuação 
motivadora, também propiciam a construção de uma consciência 
crítica. Dessa forma, o aluno tem a oportunidade de pensar, 
criticar, criar, formular hipóteses e obter respostas. Para que isso 
ocorra, o professor deve saber ministrar aulas práticas com seus 
alunos. 
Como já abordamos anteriormente, o ensino teórico é 
base para a construção do conhecimento; entretanto, não deve 
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ser a única abordagem a se realizar. No ensino tradicionalista, os 
discentes ficam restritos ao ato de decorar nomes complicadose conceitos com a finalidade de obter uma nota ao abordar uma 
avaliação. Dessa forma, não relacionam o que foi aprendido em 
sala de aula com o seu cotidiano e a aprendizagem não ocorre de 
maneira significativa.
SAIBA MAIS
Para saber mais acesse a matéria Aulas práticas 
na escola: Como ir além do ensino tradicional? 
na qual uma escola realiza muitas de suas aulas 
com a aplicação de metodologias experimentais e 
expositivas, acesse e confira aqui.
Nesse sentido, você, como professor transformador de 
sua prática, deve fugir de qualquer processo prático que leve a 
memorização, falta de estímulos e desistência do discente. 
A educação deve atuar na transformação do aluno, 
mudando a sua forma de pensar, contribuindo para o seu 
crescimento. Portanto, vemos que as atividades práticas são 
uma forma de trabalho do professor, e sua utilização não 
depende apenas de um ato de boa vontade, mas também de sua 
formação e das condições que a escola fornece para que ela seja 
executada. 
A escolha sobre como a aula será executada é uma 
tarefa importante e decisiva na prática docente. Nesse processo 
o professor deve pensar sobre a forma como vai agir, avaliar 
crenças, valores e conhecimentos adquiridos em sua formação 
e no exercício de sua profissão. Se as aulas práticas são 
importantes para a aprendizagem de acordo com o professor, 
https://glo.bo/37UdtSa
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ele buscará meios para desenvolvê-las e superar obstáculos para 
que se efetivem. 
Existem aprendizagens que a aula teórica não propicia, 
sendo efetivada por meio da aula prática. Quer um exemplo? 
Vamos lá.
Exemplo
Vamos pensar no conteúdo, sistema digestório/digestivo, 
o qual é abordado no 7.º ano do ensino fundamental II. O 
processo digestivo tem início na boca, com um processo 
denominado digestão mecânica que ocorre com a ação 
dos dentes e da língua. Nesse processo, o alimento 
que virará bolo alimentar sofre ação de substâncias 
denominadas enzimas, que são úteis para acelerar 
a quebra de um dos componentes do alimento que, 
neste caso, é o carboidrato amido. Perceba que se você 
deposita essa quantidade de informações no aluno, com 
essa intensidade, será apenas um acúmulo de conteúdo. 
Concorda? 
Agora se eu, como professora motivadora e 
transformadora, com minha prática docente levo até o discente 
uma aula prática na qual ele entenda de que maneira a enzima 
atua sobre o alimento, o aprendizado será muito mais efetivo 
e visual. Por exemplo, existe uma prática na qual, a partir da 
utilização de um comprimido efervescente triturado e outro 
inteiro, dentro de um copo com água, as velocidades de ação e 
dissolução são diferentes. Fazendo uma analogia, o comprimido 
inteiro é apenas o fenômeno da mastigação mal realizada sem 
ação das enzimas, já o comprimido triturado se refere à ação 
das enzimas e um bom processo de mastigação. O que podemos 
concluir com essas aulas? Que as enzimas atuam acelerando 
a velocidade de uma reação, permitindo que a digestão seja 
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efetivada. Perceba que é o mesmo conteúdo abordado de uma 
forma prática e outra teórica; entretanto, a forma como ele foi 
transmitido é a diferença no processo do ensino-aprendizagem. 
Na metodologia tradicional, sem o uso de laboratórios, 
não há maiores reflexões sobre a importância da prática na 
aprendizagem das ciências. 
As possibilidades de aprendizagem que são 
proporcionadas a partir das aulas práticas dependem 
diretamente da forma como são propostas e desenvolvidas com 
os discentes. A investigação e os questionamentos a partir das 
ideias prévias trazidas pelos discentes no contexto do ensino são 
fatores determinantes para que essa metodologia promova o 
conhecimento.
O papel do professor frente às 
modalidades didáticas no ensino 
de ciências
A educação atual ainda apresenta diversas características 
de um ensino tradicional. O professor ainda é visto como o 
detentor do saber, enquanto os alunos são considerados agentes 
passivos de sua prática, que estão ali apenas para receber 
informações e armazená-las. Esse modelo provoca nos alunos 
desinteresse, pois não há novidades; além disso, se este discente 
tem notas baixas no decorrer de uma unidade ou trimestre, a 
situação se torna mais desestimulante, o que promove total 
desistência em relação à disciplina. 
Nesse sentido, é necessário o debate acerca da formação 
do professor. Mas você deve estar se perguntando, não estamos 
falando sobre o aluno? Sim; entretanto, uma parcela significativa 
do despertar de interesse do aluno acontece a partir do 
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professor. A sua ação pode mudar toda a atmosfera de uma sala, 
promovendo transformações e avanços. No ensino de ciências, 
essa formação dos docentes deve ser realizada não apenas 
com interesse de obtenção de um título, mas para que, desde 
os primeiros semestres da graduação, o aluno compreenda que 
as ciências e a biologia são disciplinas que apresentam grande 
complexidade de conceitos e conteúdo.
A necessidade de compreensão sobre metodologias que 
possam promover aprendizagens é importante. Além disso, a 
transposição didática deve ser feita e, para isso, é necessário que 
se entenda o conceito dessa expressão e a forma como ela deve 
ser realizada. Você a conhece?
DEFINIÇÃO
Transposição didática é entendida como um 
processo em que um conteúdo do saber que foi 
designado sofre um conjunto de transformações 
adaptativas que o tornam apto para ocupar um 
lugar entre os objetos de ensino.
Nesse aspecto, o professor pode utilizar jogos, filmes, 
oficinas, aulas em laboratórios, saídas de campo para que a 
compreensão do aluno possa ser efetiva. Nesse sentido, essas 
diferentes modalidades podem despertar no discente raciocínio, 
memória, atenção, curiosidade, interesse, concentração, o 
trabalho em equipe e a aprendizagem de um novo conteúdo. 
Dessa forma, vemos que à frente de alguns recursos didáticos 
como esses, o professor propicia ao aluno novas experiências. 
Nesse sentido, há um maior despertar de interesse pelas aulas, o 
que torna a aprendizagem mais fácil e instigante.
EXPLICANDO 
MELHOR
A transposição didática está diretamente 
relacionada à forma como se ensina e se aprende, 
é a dinâmica educacional.
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Percebemos que o conhecimento não é estático e, nesse 
sentido, a necessidade de ensinar o conhecimento deve promover 
a possibilidade de modificá-lo. No currículo ou na ementa escolar 
o conteúdo se apresenta como um objeto de ensino. Muitas 
vezes, da forma como se apresenta, ele não é compreensível, é 
necessário transformá-lo. Todo professor já teve a necessidade 
de adaptar um conteúdo ou outro a depender da turma, 
entretanto, muitas vezes isto não é realizado de maneira efetiva.
REFLITA
A transposição didática é como colocar um 
diamante bruto que acabou de ser encontrado a 
fim de que possa servir para a confecção de um 
anel. Como você faria? É necessário lapidá-lo.
Da mesma forma ocorre com o conhecimento. Você, como 
professor, deve atuar para modificar a sua prática, tendo um olhar 
sensível para sua turma, seu público. Deve perceber que muitas 
vezes o conteúdo do livro didático não pode ser abordado daquela 
maneira. Que dessa forma não promoverá significado ao aluno. 
Deve-se considerar que o trabalho pedagógico é extremamente 
complexo e a necessidade de integração dos diversos saberes 
é imprescindível na prática docente. É importante romper com 
o isolamento docente, promovendo comunicação com outras 
áreas, bem como formações que possibilitem melhorias na 
prática docente.
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RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que a aprendizagem é um 
processoinerente ao ser humano; aprendemos 
sempre e de diversas formas, aprendemos 
durante a infância, com os nossos pais, avós, 
professores. Por isso, cada aluno é um indivíduo 
e se comporta de uma maneira com o conteúdo 
que é explanado. Para isso, conhecer e abordar as 
diferentes metodologias é um caminho para um 
ensino que abarque a maior parte dos discentes. 
As atividades práticas podem ser aliadas no 
momento de explanar um conteúdo, bem como 
no momento de reforçá-lo ou torná-lo mais 
significativo. As disciplinas de ciências naturais são 
vistas por muitos estudantes como experimentais, 
e eles esperam por essas aulas. A educação deve 
atuar na transformação do aluno, mudando a 
sua forma de pensar, contribuindo para o seu 
crescimento. A educação atual ainda apresenta 
diversas características de um ensino tradicional, o 
professor ainda é visto como o detentor do saber, 
enquanto os alunos são considerados agentes 
passivos de sua prática, que estão ali apenas para 
receber informações e armazená-las. Percebemos 
que o conhecimento não é estático, e nesse 
sentido a necessidade de ensinar o conhecimento 
deve promover a possibilidade de modificá-lo. 
No currículo ou ementa escolar o conteúdo se 
apresenta como um objeto de ensino.
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Materiais didáticos de ciências 
naturais
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz 
de apontar diferentes materiais didáticos de 
ciências naturais para as séries iniciais. Isso será 
fundamental para o exercício de sua profissão. 
As pessoas que tentaram realizar o ato educativo 
sem a devida instrução tiveram problemas ao 
se deparar com dificuldades em sua prática 
docente. E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Figura 8 - Materiais didáticos
Fonte: Freepik 
O que entendemos por material 
didático
O ensino no Brasil em sua grande totalidade é realizado a 
partir de aulas teóricas, nas quais o professor expõe o conteúdo 
e o aluno como agente passivo recebe a informação passada. 
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Essa metodologia é conhecida como expositiva dialogada. 
Entretanto, essa não é a única metodologia conhecida, o uso de 
aulas práticas pode contribuir para uma melhor compreensão 
sobre o ensino.
Muitas vezes a confecção de um material didático pode 
auxiliar na explanação daquele conteúdo permitindo que o 
conhecimento atinja uma maior parcela de alunos e, assim, 
diferentes níveis de aprendizado sejam alcançados. Atualmente, 
os professores têm uma grande possibilidade para usar materiais 
didáticos. Mas afinal, o que é um material didático?
DEFINIÇÃO
Material didático é um instrumento e um produto 
pedagógico utilizado em sala de aula como material 
instrucional com uma finalidade didática.
A presença de materiais didáticos nas aulas vem sendo 
incentivada, e esse recurso é essencial para que o processo 
de ensino ocorra. Entretanto, sabemos que não basta utilizar 
o material, se ele ficar restrito à manipulação do aluno, mas 
não tiver função educativa. É importante que seu uso esteja 
atrelado a objetivos definidos quanto ao aspecto da promoção 
da aprendizagem.
É necessário que o professor tenha claro em mente que 
apenas o material didático não é capaz de gerar conhecimento 
para o; é necessária a intervenção do professor que deve usar 
as tendências de ensino. E antes de levar o material didático 
para a sala de aula, é importante que ele seja analisado pelo 
docente. Além disso, o professor deve saber utilizar esse 
material, e incorporá-lo a sua prática cotidiana, de acordo com 
as necessidades dos discentes e da instituição de ensino. 
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A utilização do material didático como meio de promoção 
do ensino possibilita que o aluno visualize e construa significados, 
conduzindo o discente ao raciocínio. É a partir disso que o 
professor pode fazer estimativas, observar, comparar resultados, 
produzir novas ideias. Nesse sentido, vemos que o professor atua 
como um meio para que o aluno consiga aprender, facilitando 
dessa forma a aprendizagem. Para que tudo isso ocorra, a 
palavra necessária é PLANEJAMENTO.
DEFINIÇÃO
Planejamento: serviço de preparação de um 
trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento 
de métodos convenientes.
Figura 9 - O planejamento é um diferencial na construção
Fonte: Freepik. 
O professor que não planeja a sua prática pode fracassar. 
A utilização de um material didático em sala de aula pode tornar 
o processo de aprendizagem mais concreto, eficaz e eficiente. 
E para que o professor tenha acesso aos diferentes materiais 
didáticos que abrangem a sua área, o que é necessário?
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A resposta é: uma formação sólida. A partir de uma 
formação inicial e continuada, o professor poderá permanecer 
constantemente atualizado em sua área de ensino e, dessa 
maneira, a sua prática será um reflexo de sua formação. Para isso, 
é importante que esta formação não abarque apenas o ideário 
pedagógico que permeia os materiais didáticos, mas também os 
saberes e experiências vividas por esses profissionais na escola.
Perceba a importância desse meio para que a 
aprendizagem se torne efetiva. Vamos agora pensar sobre quais 
são os recursos/materiais didáticos que estão disponíveis para 
a utilização de nós professores. Se você realizar um exercício 
de pesquisa no Google, colocando a palavra-chave: materiais 
didáticos, e olhar as imagens, perceberá que as principais são 
livros didáticos. Entretanto, eu te pergunto, este é o único 
material didático que temos disponível no fazer pedagógico? 
Claro que não.
Exemplo
Uma matéria em uma revista relatando sobre uma 
tragédia ambiental, por exemplo, pode servir como 
material didático para o desenvolvimento de sua aula. 
Um vídeo contendo um trecho de um filme, uma música, 
podem servir como materiais didáticos, até mesmo as 
vidrarias de um laboratório.
SAIBA MAIS
Para saber mais, leia esta matéria que informará 
sobre como os materiais didáticos auxiliam na 
formação e no processo da aprendizagem do 
jovem, disponível aqui.
https://glo.bo/37UdtSa
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Materiais didáticos e seus 
aspectos relevantes
Os materiais didáticos desempenham um papel de 
grande relevância no campo do ensino das ciências, tendo em 
vista que auxiliam os professores na transmissão dos conteúdos 
científicos, fazendo com que esses sejam compartilhados de 
maneira clara e a atrativa, ao mesmo tempo em que promovem 
o envolvimento ativo dos alunos.
Entre os aspectos tidos como de maior relevância no 
âmbito dos materiais didáticos no ensino das ciências, temos:
 • Livros didáticos – os livros didáticos são uma fonte 
comum de materiais para o ensino das ciências, 
por meio do qual são fornecidos conteúdos bem 
fundamentados e estruturados. Nos mesmos também 
podem ser apresentadas teorias, exemplos práticos e 
atividades voltadas para os alunos. Os livros didáticos 
são cuidadosamente organizados e sequenciados, 
proporcionando uma progressão lógica dos conceitos 
científicos.
 • Experimentos e materiais práticos – os experimentos 
práticos podem ser considerados como ferramentas 
valiosas destinadas para o campo do ensino das 
ciências, tornando possível que os alunos estejam 
aptos a explorar os conceitos científicos através da 
observação e da manipulação.
 • Recursos multimídia – os recursos multimídia como, por 
exemplo, os vídeos, as animações, as simulações e os 
aplicativos interativos são cada vez mais utilizados no 
âmbito do ensino das ciências, tais recursos permitem 
que os alunos visualizem processos complexos, 
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explorem ambientes virtuais, realizem simulações de 
experimentos e interajam com conceitos científicos de 
forma dinâmica.
 • Tecnologias digitais – o uso das tecnologias veem se 
tornando cada vez mais frequentes nos maisdiversos 
aspectos da sociedade, não poderia ser diferente 
no ensino das ciências. Os dispositivos eletrônicos, 
por exemplo, possibilitam o acesso a recursos on-
line, como bases de dados científicas, ferramentas de 
pesquisa e programas específicos para a exploração 
de conceitos científicos. As tecnologias digitais 
ampliam as possibilidades de ensino e aprendizagem, 
proporcionando acesso a informações atualizadas, 
colaboração on-line e novas formas de interação com o 
conteúdo científico.
 • Materiais de apoio e complementares – todos os 
materiais abordados até o presente momento 
são fundamentais para o ensino das ciências, mas 
além desses devem e podem ser utilizados outras 
modalidades de recursos de apoio e complementares, 
estando inclusos nesses os livros científicos, artigos 
científicos, revistas especializadas, sites educacionais, 
jogos educativos e materiais produzidos pelos próprios 
professores. Por meio dos materiais adicionais 
promove-se uma abordagem dos conteúdos científicos, 
além disso, os mesmos também podem oferecer 
diferentes perspectivas, ampliar o conhecimento e 
estimular a pesquisa.
É comum que exista uma certa confusão entre o que 
são os materiais didáticos e os livros didáticos, pois ainda que 
tais termos em muito se assemelhem não podem ser encarados 
como sinônimos. Assim, ambos os termos possuem relação com 
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o contexto educacional, mas possuem distinções quanto às suas 
definições e abrangências.
O material didático engloba um conjunto mais amplo 
de recursos e ferramentas utilizados no processo de ensino 
e aprendizagem, ou seja, incluem qualquer tipo de material, 
impresso ou digital, que seja utilizado pelo professor para 
auxiliar na transmissão de conhecimentos e na promoção da 
aprendizagem dos alunos. Isso pode incluir livros, apostilas, 
cadernos de atividades, recursos multimídia, jogos educativos, 
experimentos práticos, materiais manipulativos, entre outros. 
Em suma, o material didático é uma categoria mais abrangente 
que abarca todos os recursos utilizados na prática educativa.
Por outro lado, o livro didático é um tipo específico de 
material didático que se caracteriza por ser um recurso impresso, 
organizado em forma de livro, destinado a fornecer conteúdos 
estruturados e orientações didáticas para os professores e 
estudantes. Os livros didáticos são elaborados por especialistas, 
seguindo uma sequência lógica e progressiva de conteúdos, e 
geralmente são adotados como referência nas escolas para o 
ensino de determinadas disciplinas, como matemática, língua 
portuguesa, ciências, entre outras. Eles apresentam teoria, 
exemplos práticos, atividades e exercícios que visam auxiliar o 
aluno na compreensão dos conteúdos e no desenvolvimento de 
habilidades e competências específicas.
É importante que se destaque que a seleção e o uso 
adequado dos materiais didáticos precisam ser feitos levando em 
consideração as necessidades e as características dos alunos, de 
maneira que também ocorra a inclusão da contextualização e da 
atualização dos conteúdos. Nesse sentido, cabe aos professores 
o papel de analisar de forma crítica os materiais disponíveis e 
de efetuar adaptações acerca dos mesmos em suas aulas e de 
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efetuar a devida complementação a partir de estratégias de 
ensino ativas e participativas.
Diante do exposto, os materiais didáticos podem ser 
compreendidos e elencados como ferramentas de grande eficácia 
para a promoção do aprendizado significativo e do interesse pela 
ciência como um todo.
Como desenvolver materiais 
didáticos para o ensino de 
ciências nas séries iniciais?
A disciplina de ciências ainda é considerada uma 
problemática na educação infantil e nos anos iniciais do ensino 
fundamental. Os parâmetros curriculares nacionais exigem sua 
abordagem desde os primeiros anos da jornada escolar de uma 
criança. Entretanto não basta lecionar, é necessário promover a 
aprendizagem do discente.
O professor como agente de transformação deve 
incentivar, valorizar e ajudar os alunos na construção do seu 
próprio saber baseado nos conceitos científicos, fazendo com 
que eles consigam perceber essa disciplina em seu cotidiano. 
Baseado nessa perspectiva, nota-se que os professores de 
ciências enfrentam um grande problema, que se relaciona com 
o fato dos professores terem dificuldades em explicar, apenas 
com aulas teóricas, alguns fenômenos associados aos conteúdos 
de ciências,.
Conteúdos como sistema solar, usando apenas aulas 
teóricas com lousa e giz são difíceis de serem abordados. Perceba 
a imensidão do nosso sistema e como figuras e modelos podem 
auxiliar nessa compreensão.
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Figura 10 - O sistema solar
Fonte: Freepik. 
Figura 11 - Modelo didático do sistema solar 
Fonte: Ellis (2017).
O papel do professor é necessário e para isso a reflexão 
de sua prática deve ser constante. Assim, é necessário que ele 
compreenda a relação entre ensinar e aprender. Dentro desse 
processo, a figura do professor é a mais importante. Para que o 
aprendizado ocorra, é necessário que ele tenha uma visão sobre 
o conjunto da sociedade e também como se desenvolvem os 
processos de aprendizagem vivenciados pelo estudante. 
https://blogdebrinquedo.com.br/author/dado-ellis/
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REFLITA
Há mais de duas décadas, a área de ensino de 
ciências vem se preocupando com a melhoria do 
ensino e da aprendizagem, buscando na psicologia 
cognitivista referenciais teóricos para esse 
empreendimento. Dessa busca saíram diversos 
resultados importantes para a sala de aula, entre 
os quais podemos citar: ideias de conflito cognitivo 
ou sócio cognitivo, conceito âncora, mapa 
conceitual, diagrama epistemológico, problema 
aberto, metacognição, trabalho cooperativo com 
projetos etc. Apesar de conhecer tais contribuições 
para a educação científica, os saberes necessários 
para esse empreendimento de maneira alguma 
se esgotam nessa linha teórica de investigação. 
Isso pode ser constatado quando se atenta para 
uma queixa comum por parte dos professores, 
a respeito do desinteresse dos seus alunos em 
aprender o que eles querem ensinar.
Nas crianças, a construção dos conceitos ocorre em uma 
fase bastante precoce, cuja compreensão depende das estruturas 
cognitivas cerebrais. Sabemos que para a aprendizagem se 
tornar significativa é necessário que ela se ancore em conceitos 
relevantes preexistentes na estrutura cognitiva do aprendiz. 
Nesse sentido, surge a necessidade de elaboração de um material 
didático, pois irá auxiliar no delineamento de determinado 
conhecimento a partir de um meio para, em seguida, ser utilizado 
de forma didática. 
Em alguns casos, o docente deverá produzir o conteúdo 
e o material didático e, para que isto ocorra, mais uma vez 
devemos recorrer ao planejamento. As fases de elaboração do 
material didático abrangem quatro passos:
1. Planejamento.
2. Construção.
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3. Produção.
4. Uso.
A partir do momento em que surge a necessidade de 
elaboração, há a necessidade de pensar nesse aspecto. Ao se 
produzir um material didático é importante considerá-lo como 
um objeto e conteúdo que propiciarão a aprendizagem.
Todos os conteúdos de ciências 
permitem a elaboração de 
materiais didáticos? 
O acesso à informação cientifica ocorre todos os dias, 
o que interfere em nossas ações, modo de vida e costumes. A 
ciência influencia até a forma como nos vestimos, ela está em 
todos os lugares. O conhecimento sobre as ciências não é apenas 
um assunto discutido e estudado por cientistas, mas faz parte da 
formação de um cidadão. 
É fundamental que o ensino de ciências na escola seja 
realizado de forma sistemática, aproximando o discente do 
cotidiano dos conhecimentos científicos. Esse estudo favorece 
a inserção dos alunos no mundo contemporâneo,promovendo 
o desenvolvimento da compreensão sobre a realidade e 
possibilitando o relacionamento deles com o ambiente natural.
Todos os conteúdos de ciências são passíveis de serem 
incorporados a um material didático. No livro utilizado na 
maior parte das práticas escolares, já é possível incluir todos os 
conteúdos abarcados pelos parâmetros curriculares nacionais 
(PCN). Cabe ao professor, estudar e planejar a elaboração e 
execução do material didático.
45METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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A utilização de um recurso didático coloca-se como uma 
alternativa para suprir algumas lacunas deixadas no ensino 
tradicional. Esses materiais se propõem a auxiliar na aprendizagem 
de conceitos que muitas vezes são vistos como abstratos. Eles 
envolvem o estudante no processo da aprendizagem.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. 
Você deve ter aprendido que o ensino no Brasil 
em sua grande totalidade ocorre a partir de aulas 
teóricas, nas quais o professor expõe o conteúdo e 
o aluno como agente passivo recebe a informação 
passada. Essa metodologia é conhecida como 
expositiva dialogada. A presença de materiais 
didáticos nas aulas vem sendo incentivada, e esse 
recurso é imprescindível para que o processo de 
ensino ocorra. A utilização do material didático 
como meio de promoção do ensino possibilita que o 
aluno visualize e construa significados, conduzindo 
o discente ao raciocínio. A disciplina de ciências 
ainda é considerada um problema na educação 
infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. 
Os parâmetros curriculares nacionais exigem sua 
abordagem desde os primeiros anos da jornada 
escolar de uma criança. O professor é necessário 
e, para isso, a reflexão de sua prática deve ser 
constante. É necessário que ele compreenda a 
relação entre ensinar e aprender.
46 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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Alternativas para o ensino de 
ciências
OBJETIVO
Ao término deste capítulo, você será capaz de 
entender como reconhecer propostas oficiais e 
alternativas para o ensino de ciências. Isto será 
fundamental para o exercício de sua profissão. 
As pessoas que tentaram realizar o ato educativo 
sem a devida instrução tiveram problemas ao se 
deparar com dificuldades em compreender quais 
desafios estão atrelados ao ensino de ciências nos 
dias atuais. E então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Então vamos lá. Avante!
Figura 12 - O ensino como degrau para a formação
Fonte: Freepik. 
47METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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Propostas oficiais para o ensino 
de Ciências
Considerando que o ensino das ciências é fundamental 
para a formação integral dos estudantes, já que é por meio 
dele que há a promoção da compreensão do mundo natural 
e da capacidade de que sejam tomadas decisões informadas. 
No contexto educacional, diversas propostas oficiais têm sido 
estabelecidas para nortear o ensino de ciências, fornecendo 
diretrizes e orientações voltadas para os educadores. Entre as 
principais propostas oficiais voltadas para o ensino de ciência 
estão:
 • Parâmetros curriculares nacionais (PCN).
 • Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
 • Programas e Diretrizes Estaduais e Municipais.
 • Referenciais curriculares.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados 
pelo Ministério da Educação do Brasil e são tidos como 
referências direcionados para a elaboração e para a construção 
dos currículos escolares presentes nas mais diversas disciplinas. 
Sob essa perspectiva, os PCNs fornecem orientações acerca 
dos conteúdos a serem ensinados em cada uma das etapas 
direcionadas para a educação básica e, além disso, também 
abordam e destacam a importância do desenvolvimento de 
habilidades e competências científicas.
Em outras palavras, os PCNs são incumbidos da promoção 
de uma educação científica dotada de maiores significados e 
de uma contextualização mais ampla, de maneira que ocorra o 
incentivo a investigação, a experimentação e a reflexão crítica 
dos alunos. 
48 METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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Com a intenção de tornar mais fácil o trabalho das 
instituições, principalmente, no momento de elaboração do seu 
Projeto Político Pedagógico, existem seis volumes incumbidos de 
apresentar as principais áreas do conhecimento:
 • Língua portuguesa.
 • Matemática.
 • Ciências naturais.
 • História.
 • Geografia.
 • Arte. 
 • Educação física.
Além desses, existem outros volumes relativos ao 
PCN, em que o primeiro faz menção aos temas transversais. O 
primeiro volume explica e justifica o porquê da necessidade de 
se trabalhar temas transversais e a ética; já o segundo volume irá 
abordar os assuntos que tratam acerca da pluralidade cultural e a 
orientação sexual, enquanto que o terceiro volume é incumbido 
por abordar os desdobramentos e os assuntos vinculados ao 
meio ambiente e a saúde.
Os PCNs, ao abordar as Ciências Naturais deverão se 
organizar de maneira que até o término do ensino fundamental 
os alunos sejam capazes de:
compreender a natureza como um todo 
dinâmico, sendo o ser humano parte 
integrante e agente de transformações do 
mundo em que vive; identificar relações 
entre conhecimento científico, produção de 
tecnologia e condições de vida, no mundo de 
hoje e em sua evolução histórica; formular 
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questões, diagnosticar e propor soluções 
para problemas reais a partir de elementos 
das Ciências Naturais, colocando em 
prática conceitos, procedimentos e atitudes 
desenvolvidos no aprendizado escolar; 
saber utilizar conceitos científicos básicos, 
associados a energia, matéria, transformação, 
espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida; 
saber combinar leituras, observações, 
experimentações, registros etc., para coleta, 
organização, comunicação e discussão de fatos 
e informações; valorizar o trabalho em grupo, 
sendo capaz de ação crítica e cooperativa 
para a construção coletiva do conhecimento; 
compreender a saúde como bem individual 
e comum que deve ser promovido pela ação 
coletiva; compreender a tecnologia como 
meio para suprir necessidades humanas, 
distinguindo usos corretos e necessários 
daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza 
e ao homem. (BRASIL, 1997, on-line).
Por sua vez, a Base Nacional Comum Curricular 
consiste em um documento orientador que irá estabelecer os 
conhecimentos, as competências e as habilidades que todos os 
estudantes precisam desenvolver ao longo da educação básica. 
Quando nos direcionamos ao BNCC, esse dispõe acerca 
do ensino das ciências, e verifica-se que a mencionada base 
é incumbida por propor uma abordagem interdisciplinar, 
que forneça destaque a importância da contextualização dos 
conteúdos científicos e da conexão com a realidade dos alunos. 
A BNCC também dá ênfase ao desenvolvimento do pensamento 
científico, da investigação e da alfabetização científica dos 
estudantes.
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A Base Nacional Comum Curricular explica que ao estudar 
as ciências, os alunos irão aprender a respeito de si mesmas 
e da diversidade que os cercam, incluindo o ensino quanto 
aos processos de evolução e manutenção da vida, do mundo 
material, do planeta e do Universo como um todo. 
Nesse sentido, a BNCC, com a intenção de fornecer 
orientações quanto à elaboração dos currículos de ciências, 
tem que as aprendizagens essenciais a serem asseguradas no 
âmbito desse componente curricular foram organizadas em três 
unidades que se fazem presentes ao longo de todo o ensino 
fundamental, quais sejam:
 • Matéria e energia.
 • Vida e evolução.
 • Terra e universo.
Por sua vez, ao definir as competências específicas das 
Ciências da Natureza e de suas tecnologias no campo do Ensino 
Médio merecem destaque três competências principais, sendo 
essas:
 • Análise dos fenômenosnaturais e dos processos 
tecnológicos, tendo como base as interações e as 
relações existentes entre a matéria e a energia com 
a intenção de que sejam propostas ações individuais 
e coletivas voltadas para o aperfeiçoamento dos 
processos produtivos, a minimização dos impactos 
socioambientais e melhorias nas condições de vida em 
âmbito local, regional e global.
 • Análise e utilização das interpretações acerca das 
dinâmicas da vida, da Terra e do Cosmos quanto à 
elaboração de argumentos e o estabelecimento de 
previsões acerca do funcionamento e da evolução dos 
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seres vivos e do Universo como um todo; além disso, 
também terá como foco fundamentar e defender 
decisões éticas e responsáveis.
 • Investigar situações-problema e avaliar as aplicações 
do conhecimento científico e tecnológico, levando 
ainda em consideração as implicações que essas 
causam ao mundo como um todo, a partir do uso dos 
procedimentos e das linguagens próprios das Ciências 
da Natureza, para que sejam propostas soluções que 
levem em consideração tanto as demandas locais, 
como as regionais e/ou as globais. Além disso, também 
será competência dessa área, a comunicação de suas 
descobertas e a apresentação de suas conclusões para 
os mais variados públicos, sendo que tais temáticas 
precisam ser abordadas nos mais variados contextos 
e através de variadas mídias e tecnologias digitais de 
informação e comunicação (TDIC).
O Brasil é um país rico em extensão territorial e em 
números populacionais. Assim, é natural que nem todas as 
normas aplicadas a nível nacional tenham a mesma efetividade 
ao longo de toda a extensão territorial brasileira, em decorrência 
das especificidades que podem estar atreladas ao funcionamento 
de cada um dos estados e municípios.
Diante desse contexto, além das propostas nacionais, 
cada estado e município pode estabelecer suas próprias 
diretrizes e programas para o ensino de ciências. Essas 
propostas complementam as orientações nacionais, levando 
em consideração as particularidades locais e as necessidades 
específicas dos estudantes. Os programas e diretrizes estaduais 
e municipais têm o objetivo de adaptar e implementar as 
propostas oficiais de forma a promover a melhoria da educação 
científica em cada contexto educacional.
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A última proposta oficial direcionada para o campo das 
ciências naturais que merece destaque são os Referenciais 
Curriculares, que consistem em documentos que fornecem 
orientações dotadas de uma maior especificidade no campo 
do ensino das ciências em determinadas etapas ou níveis 
educacionais.
Desta feita, os Referenciais Curriculares podem ser 
elaborados por instituições de ensino, associações científicas 
ou órgãos governamentais. Os Referenciais Curriculares trazem 
contribuições valiosas para o planejamento e desenvolvimento 
das aulas de ciências, propondo atividades, experimentos e 
recursos didáticos adequados às características e necessidades 
dos estudantes.
Diante do exposto, as propostas oficiais para o ensino das 
ciências são incumbidas por desempenhar um papel considerado 
como fundamental na promoção de uma educação científica 
de qualidade. Os parâmetros curriculares nacionais, a Base 
Nacional Comum Curricular, os programas e diretrizes estaduais 
e municipais, e os Referenciais Curriculares fornecem diretrizes, 
conteúdos e estratégias voltadas para os educadores, tendo 
como intenção a formação de estudantes críticos, reflexivos e 
cientificamente alfabetizados.
Desta feita, a partir da compreensão e da aplicação das 
propostas em questão são alcançadas melhores contribuições 
direcionadas para o âmbito da construção de uma educação 
científica tida como dotada de maiores significados, 
contextualizações e que estão alinhadas com as principais 
demandas inseridas no contexto social.
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Propostas Alternativas para o 
Ensino de Ciências
As propostas oficiais não são as únicas tidas como 
relevantes para o ensino efetivo das ciências. Desta feita, são 
diversas as abordagens alternativas que buscam a promoção 
de um ensino de ciências que seja marcado por uma maior 
dinamicidade, participação e contextualização.
As propostas alternativas oficiais têm como objetivo 
principal tornar o ensino de ciências mais contextualizada, 
significativo e participativo, a partir da promoção de uma 
aprendizagem marcada por uma maior profundidade e que seja 
considerada como mais engajadora para os alunos.
Diversas podem ser as propostas alternativas. Todavia, 
no nosso estudo será dado destaque a quatro delas:
 • Pedagogia de projetos.
 • Aprendizagem baseada em problemas.
 • Educação científica integrada.
 • Abordagem STEAM.
A pedagogia de projetos é uma abordagem incumbida por 
envolver alunos quanto à realização de projetos investigativos e 
práticos, nos quais eles se engajem em atividades desafiadores 
relacionadas a uma determinada temática. Através dessa 
abordagem, há o estimulo à autonomia, à criatividade e ao 
pensamento crítico, além de promover a integração de diferentes 
áreas do conhecimento.
Por sua vez, a aprendizagem baseada em problemas insere 
os alunos no centro do processo de aprendizagem, na medida 
em que lhes apresenta uma série de problemas complexos 
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e desafiadores que requerem a aplicação de conhecimentos 
científicos destinados à sua resolução.
Quanto à proposta da educação integrada, essa irá buscar 
a promoção da interdisciplinaridade no âmbito do ensino das 
ciências, na medida em que estabelece ligações entre a ciência e 
outras áreas do saber, como é o caso da matemática, tecnologias 
e das ciências sociais.
Por fim, a abordagem STEAM (Ciências, Tecnologia, 
Engenharia, Artes e Matemática) enfatiza a integração dessas 
disciplinas, buscando promover a criatividade, a inovação e 
a resolução de problemas por meio de projetos e atividades 
práticas. A proposta STEAM incentiva a conexão entre a ciência 
e as artes, reconhecendo a importância da criatividade, do 
pensamento crítico e da expressão artística no processo de 
aprendizagem científica.
Mais uma vez, é importante enfatizar que esses são apenas 
exemplos de propostas alternativas. Assim, Leão, Dutra e Alves 
(2018), apresentam outras modalidades como, por exemplo:
 • Produção de paródias.
 • Elaboração de mapas conceituais.
 • Uso de jogos didáticos.
 • Fóruns de discussões.
 • Elaborações de portfólios.
 • Estudo de caso.
 • Uso de filmes cinematográficos.
 • Dentre outros.
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As mencionadas propostas alternativas possuem como 
ponto em comum entre si a ênfase dada para a necessidade de 
uma participação mais ativa e integrada dos alunos, bem como 
contam com a presença de elementos como a contextualização 
dos conteúdos científicos, a integração de diferentes áreas do 
conhecimento e o estímulo ao pensamento crítico e criativo.
Desta feita, as propostas alternativas têm como finalidade 
proporcionar uma educação mais significativa, promovendo a 
compreensão dos conceitos científicos, o desenvolvimento de 
habilidades científicas e a preparação dos alunos para os desafios 
do mundo contemporâneo.
Desafios para a melhoria do 
ensino de ciências
Atualmente nota-se que o índice de evasão escolar e o 
aumento de notas baixas tem sido frequentes principalmente nas 
disciplinas voltadas para as ciências naturais e matemática. Nesse 
momento, não há uma ideia fixa de quem são os responsáveis por 
esse processo: os pais culpam os professores; os professores, a 
gestão escolar e a gestão culpa os alunos. Mas será que a melhor 
saída está em atribuir culpa a um dos envolvidos no processo 
de ensino aprendizagem? Ou é melhor buscar alternativas que 
mudem esse resultado?
Talvez a segunda pergunta seja mais fácil de ser resolvida, 
ou alcançada. Nesse sentido, iremos proporalgumas alternativas 
que possam contribuir para melhorias do processo de ensino-
aprendizagem. 
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Atualmente diversas estratégias de ensino podem ser 
utilizadas pelo professor para realização do trabalho em sala de 
aula. O oferecimento de oportunidades que permitam vivenciar 
um universo interativo perpassa o plano teórico apresentado pelo 
professor em sala de aula. Nesse sentido, a utilização de atividades 
investigativas pode atuar como auxiliadora nesse processo, 
pois pode atuar como ponto de partida no desenvolvimento e 
compreensão de conceitos. Para isso, reforçamos a importância 
da prática nesse processo. A ausência dessa modalidade, muitas 
vezes provoca no aluno insatisfações e desmotivações que geram 
um bloqueio e inviabiliza a aprendizagem. Para que a escola 
como instituição formadora consiga exercer o seu papel social 
e educacional, podem ser usados métodos e estratégias para o 
aumento do desempenho dos discentes.
A escola exerce um papel social fundamental na formação 
do jovem aluno, pois a partir dela é possível entender qual é 
o seu papel na sociedade e quais são suas responsabilidades. 
Dessa forma, a educação é a base sólida que representaria o 
indivíduo como um todo, um ser ativo, político e social. Entender 
essa questão é de extrema importância na educação brasileira, 
é uma das formas de encararmos os problemas que estão 
permeando a educação atual. E assim, promover melhorias na 
vida das pessoas. 
Na condição atual as escolas brasileiras têm enfrentado 
diversos desafios . Nas escolas busca-se formar indivíduos que 
tomem conhecimento dos saberes historicamente acumulados, 
e atuem nos processos deliberativos da sociedade. Infelizmente, 
muitos obstáculos são enfrentados no processo de ensino- 
aprendizagem. 
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Tendências teóricas e 
metodológicas
Você já refletiu sobre a maneira como as ciências são 
ensinadas nas escolas atualmente? Na educação infantil? 
No ensino fundamental? Quais as inovações que vêm sendo 
propostas para esta área nos últimos anos? Quais avanços 
advindos da pesquisa nessa área têm impactado a maneira de 
ensinar e aprender? Algumas dessas questões já passaram pela 
sua mente como futuro professor?
Diante do quadro que enfrentamos, é possível afirmar que 
muitos artigos da área de ciências, relacionados ao ensino, vêm 
sendo publicados nos últimos anos, o que beneficia a geração 
de conhecimento relacionado à formação de professores de 
ciências. Algumas dessas publicações são expressas por meio 
dos parâmetros e diretrizes curriculares.
Na conjunção atual, muitas escolas brasileiras vêm 
apresentando como principal característica ser permeada por 
um ensino tradicionalista. Entretanto, há uma série de tendências 
e perspectivas relacionadas a novas metodologias no ensino de 
ciências. Nesse processo, é fundamental o desenvolvimento de 
espaços que propiciem a reflexão sobre as questões de produção 
de conhecimento no ensino de ciências, além da formação 
inicial e continuada de professores, e a reflexão sobre a prática 
pedagógica.
Outra questão que deve ser debatida é o fato de a 
aprendizagem estar apenas atrelada a espaços formais como é 
o caso da sala de aula. Entretanto, vemos que aulas de campo, 
visitas a museus e espaços públicos podem contribuir e muito 
para a formação do discente. Nesse sentido, vem a necessidade 
de ultrapassar os espaços formais de ensino, como é o caso da 
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escola, bem como adotar metodologias diferenciadas, que fujam 
do ensino tradicionalista baseado em quadros e lousas. Sabemos 
que uma instituição sozinha não é capaz de transmitir todo o 
conhecimento necessário para a aprendizagem de ciências.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza 
de que você realmente entendeu o tema de 
estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que 
vimos. Você deve ter aprendido que atualmente 
o índice de evasão escolar e o aumento de notas 
baixas têm sido frequentes principalmente nas 
disciplinas voltadas para as ciências naturais e 
matemática. Reforçamos a importância da prática 
nesse processo, a ausência dessa modalidade, 
muitas vezes propicia ao aluno insatisfações e 
desmotivações que provocam um bloqueio e 
inviabilizam a aprendizagem. A escola tem um 
papel social primordial na formação do jovem 
aluno, pois a partir dela é possível entender 
qual é o seu papel na sociedade e quais são 
suas responsabilidades. Diante do quadro que 
enfrentamos, é possível afirmar que muitos 
artigos da área de ciências, relacionados ao ensino, 
vêm sendo publicados nos últimos anos, o que 
beneficia a geração de conhecimento relacionada 
à formação de professores de ciências.
59METODOLOGIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS
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