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Processo do Trabalho: Atos e Prazos

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AULA 05- PROCESSO DO TRABALHO 
FASE POSTULATÓRIA 
ATOS PROCESSUAIS 
Previsão legal: art. 770 CLT
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente.
Art. 771 : os termos e atos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.
OBS: informatização/ Não aplicação do principio da pessoalidade – sumula 16 TST
Prazos peremptórios: são os prazos fatais que não podem ser alterados. 
Próprios: o descumprimento gera algum efeito. 
Impróprios: não produz efeitos 
Prazos dilatórios: motivo para requerer que o prazo seja alterado/estendido. Art. 775 CLT
“Prazo de lei”: 05 dias. 
CONTAGEM DO PRAZO 
Art. 774 - Salvo disposição em contrário, os prazos previstos neste Título contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Trabalho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal.
Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem
Art. 775 CLT: “Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento”. 
Notificação postal: o começo do prazo ocorre no dia da ciência do ato pela parte, presumindo-se recebida a notificação em 48 horas da data de sua postagem (Súmula 16 do TST).
Notificação eletrônica: considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico (CPC, art. 224, § 2º) e o início da contagem do prazo ocorrerá no primeiro dia útil que se seguir ao da publicação (CPC, art. 224, § 3º).  
CONTAGEM DO PRAZO 
Data da ciência: exclui esse dia
Data do vencimento: inclui; 
Início e término devem ser dias úteis.
JURISPRUDENCIA 
Recebimento pelo porteiro
Há exigência da notificação ser recebida pela pessoa que está na lide?
CITAÇÃO INICIAL. VIA POSTAL. ART. 841 DA CLT. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. Segundo disposto no art. 841 da CLT, não há exigência da entrega pessoal da citação inicial, na medida em que, realizada por via postal, esta poderá ser recebida por qualquer pessoa que se encontrar no local, procedimento que também se observa quando a citação inicial é procedida por Oficial de Justiça, como no caso dos autos, em que a citação foi efetuada no endereço do executado na pessoa do seu filho, sendo, portanto, perfeitamente válida e eficaz, mormente quando inexistente prova em contrário. Agravo de petição desprovido (TRT 4ª R., AP 0102300-65.2005.5.04.0701, Rel. Hugo Carlos Scheuermann, DJ 21-1-2010). 
CONTAGEM DO PRAZO
Súmula 1 do TST: PRAZO JUDICIAL – INTIMAÇÃO EM SEXTA-FEIRA. Quando a intimação tiver lugar na sexta- feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá do dia útil que se seguir. 
PRAZOS DIFERENCIADOS
Prazos diferenciados – prazo em dobro para a Fazenda Pública e Ministério Público do Trabalho;
Litisconsórcio e procuradores distintos (OJ 310 do TST) 
OJ 310 SDI1 TST.
LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1o E 2o DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO. (atualizada redação pela Resolução n. 208 do TST, de 19.04.2016.
Inaplicável ao processo do trabalho a regra contida no art. 229, caput e §§ 1o e 2o do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973)  em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DOS PRAZOS
Suspensão
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. § 1º Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas seguintes hipóteses: I – quando o juízo entender necessário; II – em virtude de força maior, devidamente comprovada. § 2º Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito. 
Suspensão de atos processualis nos sábados, domingos e feriados. 
Súmula 262, II: “O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais”. 
SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DOS PRAZOS
Interrupção: o prazo se reinicia e devolvido integralmente à parte
DISTRIBUIÇÃO 
Na localidade em que houver mais de uma Vara de Trabalho (art. 714 CLT)
a) a distribuição, pela ordem rigorosa de entrada, e sucessivamente a cada Vara, dos feitos que, para esse fim, lhe forem apresentados pelos interessados; 
b) o fornecimento, aos interessados, do recibo correspondente a cada feito distribuído;
c) a manutenção de 2 (dois) fichários dos feitos distribuídos, sendo um organizado pelos nomes dos reclamantes e o outro dos reclamados, ambos por ordem alfabética; 
d) o fornecimento a qualquer pessoa que o solicite, verbalmente ou por certidão, de informações sobre os feitos distribuídos; 
e) a baixa na distribuição dos feitos, quando isto lhe for determinado pelos Juízes Titulares das Varas, formando fichários à parte, cujos dados poderão ser consultados pelos interessados. 
DISTRIBUIÇÃO 
Art. 785 - O distribuidor fornecerá ao interessado um recibo do qual constarão, essencialmente, o nome do reclamante e do reclamado, a data da distribuição, o objeto da reclamação e a Junta ou o Juízo a que coube a distribuição.
Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de sua redução a termo.
Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida no art. 731.
Art. 787 - A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar.
Art. 788 - Feita a distribuição, a reclamação será remetida pelo distribuidor à Junta ou Juízo competente, acompanhada do bilhete de distribuição.
Obs: O pagamento de custas e despesas processuais não é feito no momento da propositura da ação 
DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDENCIA
Art. 286 CPC: I – quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; II – quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; III – quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, do CPC, ao juízo prevento. 
 Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor
PROCESSO ELETRÔNICO –LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
DA INFORMATIZAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL
Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei.
§ 1º Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição.
§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se:
I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e arquivos digitais;
II - transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores;III - assinatura eletrônica as seguintes formas de identificação inequívoca do signatário:
a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma de lei específica;
b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Art. 2º O envio de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrônica, na forma do art. 1º desta Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos respectivos.
§ 1º O credenciamento no Poder Judiciário será realizado mediante procedimento no qual esteja assegurada a adequada identificação presencial do interessado.
§ 2º Ao credenciado será atribuído registro e meio de acesso ao sistema, de modo a preservar o sigilo, a identificação e a autenticidade de suas comunicações.
§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário poderão criar um cadastro único para o credenciamento previsto neste artigo.
Art. 3º Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.
Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.
§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser assinados digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada na forma da lei específica.
§ 2º A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem intimação ou vista pessoal.
§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de ampla divulgação, e o ato administrativo correspondente será publicado durante 30 (trinta) dias no diário oficial em uso
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art. 2º desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.
§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo.
§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual nos termos do § 3º deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.
§ 5º Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo possa causar prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada qualquer tentativa de burla ao sistema, o ato processual deverá ser realizado por outro meio que atinja a sua finalidade, conforme determinado pelo juiz.
§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão consideradas pessoais para todos os efeitos legais.
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
DO PROCESSO ELETRÔNICO
Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver sistemas eletrônicos de processamento de ações judiciais por meio de autos total ou parcialmente digitais, utilizando, preferencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por meio de redes internas e externas.
Parágrafo único. Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados eletronicamente na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 9º No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei.
§ 1º As citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão consideradas vista pessoal do interessado para todos os efeitos legais.
§ 2º Quando, por motivo técnico, for inviável o uso do meio eletrônico para a realização de citação, intimação ou notificação, esses atos processuais poderão ser praticados segundo as regras ordinárias, digitalizando-se o documento físico, que deverá ser posteriormente destruído.
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Art. 10. A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das petições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico, podem ser feitas diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade da intervenção do cartório ou secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma automática, fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo.
§ 1º Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição eletrônica, serão considerados tempestivos os efetivados até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia.
§ 2º No caso do § 1º deste artigo, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível por motivo técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à resolução do problema.
§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de digitalização e de acesso à rede mundial de computadores à disposição dos interessados para distribuição de peças processuais
PROCESSO ELETRÔNICO – LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006
Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão considerados originais para todos os efeitos legais.
§ 1º Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.
§ 2º A argüição de falsidade do documento original será processada eletronicamente na forma da lei processual em vigor.
§ 3º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2º deste artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.
§ 5º Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande volume ou por motivo de ilegibilidade deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os quais serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado.
§ 6º Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico estarão disponíveis para acesso por meio da rede externa pelas respectivas partes processuais, pelos advogados, independentementede procuração nos autos, pelos membros do Ministério Público e pelos magistrados, sem prejuízo da possibilidade de visualização nas secretarias dos órgãos julgadores, à exceção daqueles que tramitarem em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 13.793, de 2019)
§ 7º Os sistemas de informações pertinentes a processos eletrônicos devem possibilitar que advogados, procuradores e membros do Ministério Público cadastrados, mas não vinculados a processo previamente identificado, acessem automaticamente todos os atos e documentos processuais armazenados em meio eletrônico, desde que demonstrado interesse para fins apenas de registro, salvo nos casos de processos em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº 13.793, de 2019)
Art. 12. A conservação dos autos do processo poderá ser efetuada total ou parcialmente por meio eletrônico.
§ 1º Os autos dos processos eletrônicos deverão ser protegidos por meio de sistemas de segurança de acesso e armazenados em meio que garanta a preservação e integridade dos dados, sendo dispensada a formação de autos suplementares.
§ 2º Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos em papel, autuados na forma dos arts. 166 a 168 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, ainda que de natureza criminal ou trabalhista, ou pertinentes a juizado especial.
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará os autores ou a origem dos documentos produzidos nos autos, acrescentando, ressalvada a hipótese de existir segredo de justiça, a forma pela qual o banco de dados poderá ser acessado para aferir a autenticidade das peças e das respectivas assinaturas digitais.
§ 4º Feita a autuação na forma estabelecida no § 2º deste artigo, o processo seguirá a tramitação legalmente estabelecida para os processos físicos.
§ 5º A digitalização de autos em mídia não digital, em tramitação ou já arquivados, será precedida de publicação de editais de intimações ou da intimação pessoal das partes e de seus procuradores, para que, no prazo preclusivo de 30 (trinta) dias, se manifestem sobre o desejo de manterem pessoalmente a guarda de algum dos documentos originais.
Art. 13. O magistrado poderá determinar que sejam realizados por meio eletrônico a exibição e o envio de dados e de documentos necessários à instrução do processo.
§ 1º Consideram-se cadastros públicos, para os efeitos deste artigo, dentre outros existentes ou que venham a ser criados, ainda que mantidos por concessionárias de serviço público ou empresas privadas, os que contenham informações indispensáveis ao exercício da função judicante.
§ 2º O acesso de que trata este artigo dar-se-á por qualquer meio tecnológico disponível, preferentemente o de menor custo, considerada sua eficiência.
NULIDADES PROCESSUAIS 
“Os atos processuais que tenham irregularidades, defeitos ou vícios podem ser nulos, anuláveis ou inexistentes”. 
Nulidade absoluta: a forma é prevista por norma de ordem pública, compromete a validade total ou parcial do processo.
Pode ser decretada de oficio no mesmo processo e alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição
Nulidade relativa: a forma é prevista por descumprimento da norma voltado ao interesse da parte. 
Não pode ser decretada de oficio pelo juiz 
Vicio sanável 
Irregularidades 
Vicio mais simples, não gera tanta relevância processualmente. 
NULIDADES PROCESSUAIS 
Princípios incidentes ao tema das nulidades
1) Princípio da instrumentalidade das formas: se a finalidade foi alcançada não há que se falar em nulidade. O ato pode ser válido se realizado de outro modo, mas alcançou o fim 
Exemplos na base legal
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. 
Art. 796. A nulidade não será pronunciada: a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (...)
 Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam consequência. 
NULIDADES PROCESSUAIS
Exemplos jurisprudenciais:
RECURSO DE REVISTA. DESERÇÃO. GUIA DARF. PREENCHIMENTO INCOMPLETO. AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO A QUE SE REFERE. No caso dos autos, a guia DARF apresenta o valor devido, a parte depositante, com o respectivo número do CGC, o Código da Receita e o período de apuração. O equívoco na indicação do número do processo não pode ser motivo para que o recurso não seja conhecido por deserto, pois a norma contida no artigo 789, § 1º, da CLT não exige tal requisito. Adotando o princípio da instrumentalidade das formas e verificando-se que o depósito atingiu a finalidade de ressarcir a União das despesas processuais, considera-se válido o ato (art. 244 do CPC). Recurso de revista conhecido e provido (TST-RR 871/2007-562-09-00.6, j. 14-10-2009, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª T., DEJT 23-10-2009)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CUSTAS. PREENCHIMENTO INCORRETO DA GUIA DARF. DESERÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. ÓBICE AFASTADO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL N. 282 DA SBDI-1 DO TST. É firme a jurisprudência desta Corte uniformizadora no sentido de que, inexistindo preceito normativo específico para o preenchimento da guia de custas, há de prevalecer o princípio da instrumentalidade das formas (CPC, art. 154), segundo o qual os atos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial, sob pena de ofensa ao direito de defesa. Cumpre, assim, afastar o óbice da deserção apontado no despacho denegatório, para prosseguir no exame dos demais pressupostos extrínsecos e intrínsecos do recurso de revista denegado (Orientação Jurisprudencial n. 282 da SBDI1 do TST) (TST-AIRR 146240-86.2002.5.17.0131, 1ª T., Rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, DEJT 4-2-2010). 
FONTE: CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE
NULIDADES PROCESSUAIS
2) Principio da economia processual 
A nulidade não será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato (art. 796,a, CLT)
A parte pode regularizar algo sem suspender o processo. 
NULIDADES PROCESSUAIS
3) Principio do interesse de agir 
“A nulidade do ato processual não será pronunciada quando arguida por quem lhe tiver dado causa”. Art. 796, b, CLT.
Hipótese de nulidade relativa 
NULIDADES PROCESSUAIS
Principio da convalidação e preclusão
“as nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos”. Art. 795 CLT.
Provocação das partes
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Ação: direito que se tem de reclamar e obter do Estado uma tutela jurisdicional. 
No processo do trabalho a ação pode ser chamada de reclamação trabalhista ou dissídio trabalhista.
Elementos da Ação
	Sujeitos, o objeto e a causa de pedir.
	Sujeitos: capacidade de ser parte na demanda. 
Ex: empregado, empregador, os representantes legais, sindicatos de classe, e as Procuradorias Regionais do Trabalho 
	Objeto: a pretensão pelo reclamante. 
	Causa de pedir: direito material que foi violado.
FASES DO PROCESSO E TIPOS DE AÇÃO
Postulatória; Conciliatória; Instrutória; Decisória; Recursal; Executória. 
Ações de conhecimento
Condenatórias
Declaratórias 
Constitutivas 
Ações cautelares (CPC: produção antecipada de prova, sequestro, etc.)
Ações executórias
CONDIÇÕES DA AÇÃO
Possibilidade jurídica do pedido: norma de direito material;
Interesse de agir: interesse em buscar o judiciário para resolver o conflito;
Legitimidade de parte (ou ad causam): quem tem interessada na demanda.
PETIÇÃO INICIAL/ RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
MEIO QUE O AUTOR PROVOCA O ESTADO PARA LHE CONCEDER O QUE ENTENDE SER DE DIREITO, EM RAZÃO DA PRETENSÃO RESISTIDA DA PARTE CONTRARIA. 
Previsão legal na CLT: art. 840. 
Pode ser escrita ou verbal (atermação)
Quando escrita o que é necessárioobservar?
1) Precisão
Os fatos devem ser narrados de forma precisa, tendo em vista permitir a resposta do réu e a exata compreensão, pelo juiz, da dimensão do litígio
2) Clareza
A linguagem deve ser simples, direta, de tal forma a se fazer entender
3) Concisão
§1º do art. 840 da CLT: “breve exposição dos fatos de que resulta o litígio”
Necessidade de expor apenas os fatos que sejam relevantes para a causa
Narração deve ser objetiva
A quantidade de narração deve estar articulada com a necessidade de intelecção
REQUISITOS PARA A PROPOSITURA
Art. 840, §1º, da CLT
1) Designação do juízo 
2) qualificação das partes
3) breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio
4) pedido que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor
5) data e assinatura do reclamante ou de seu representante
6) valor da causa (Lei n° 5.584/70)
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Art. 319, II, do CPC: os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu. 
Resolução 185/17 do CSJT
Art. 19. A petição inicial conterá, além dos requisitos do art. 840, § 1º, da CLT, a indicação do CPF ou CNPJ das partes (art. 15, caput, da Lei nº 11.419/06) 
§ 1º No lançamento de dados do processo pelo usuário externo, além dos dados contidos no caput deste artigo, sempre que possível serão fornecidos, na forma do art. 31, II, da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho (CPCGJT): I – o CEI (Cadastro Específico do INSS contendo número da matrícula do empregador pessoa física); II – o Número de Identificação do Trabalhador (NIT) perante o INSS; III – o PIS ou PASEP; IV – o número da CTPS do empregado; e V – o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – código do ramo de atividade) do empregador. 
IV – o número da CTPS do empregado
V – o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – código do ramo de atividade) do empregador
NOME DA MÃE, DATA DE NASCIMENTO? 
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
§ 2º O PJe fornecerá, na distribuição da ação, o número atribuído ao processo, o órgão julgador para o qual foi distribuída e, se for o caso, o local, a data e o horário de realização da audiência, da qual estará a parte autora imediatamente intimada. 
§ 3º - Os dados da autuação automática serão conferidos pela unidade judiciária, que procederá, com determinação do magistrado e registro no PJe, à intimação da parte para alteração em caso de desconformidade com a petição e documentos
§ 4º - A ausência de retificação dos dados da autuação automática, referente à petição inicial, no prazo de 15 dias, ensejará a aplicação do disposto no art. 321, § único, do CPC
FATOS E FUNDAMENTOS
3) Breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio (Silogismo jurídico) 
Causa de pedir reunião de fatos + fundamentos jurídicos
Lembrar da forma coesa, precisa e concisa 
Petição simples 
4) Pedido
Resumo daquilo que se postula 
Certo, determinado e com indicação de seu valor
Pretensão processual como objeto do processo
Artigo 840, § 3º CLT
Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1º deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito
5) Data e assinatura do reclamante ou de seu representante
6) Valor da causa 
Exigência está contida na Lei n° 5.584/70
Efeito de custas 
Definição do rito
Sumaríssimo: até 40 salários mínimos 
Ordinário: acima de 40 salários mínimos
EMENDA DA INICIAL
Art. 321 do CPC - O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial
REQUISITOS DO ARTIGO 319 DO CPC 
(NÃO CITADOS NA CLT)
1) Fundamentos jurídicos
2) Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados
3) Requerimento para citação do réu
4) Opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação
APONTAR SE HOUVER PRIORIDADE
Doença grave, idoso, criança e adolescente, deficiente, massa falida, liminar, tutela provisória 
DOCUMENTOS QUE DEVEM ACOMPANHAR A PETIÇÃO INICIAL 
 
Artigo 787 CLT: a inicial deve ser instruída com os documentos em que se fundar
Ex: contrato de trabalho, contracheques, Termo de rescisão contratual (TRCT), cópia da CTPS, acordo ou convenção coletiva de trabalho, cartas, comunicações, entre outros
Documento eletrônico: considerado original (Pje)
Classificação de documento no processo eletrônico
Se não houver a especificação do documento? 
Recomendável juntar na ordem cronológica 
REQUISITOS IMPORTANTES NA PETIÇÃO INICIAL
PEDIDO
CERTO E DETERMINADO: art. 322, caput, CPC e 324 CPC; artigo 840 §1 e 3 da CLT – especificar o que e quanto pede. Sua falta torna a petição inepta.
GENÉRICO: quando não for possível determinar as consequências do ato ou do fato.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: art 327 CPC
Pedidos devem ser compatíveis entre si
Dentro da competência material, territorial
Processados no mesmo procedimento 
Alternativo: formulação dos pedidos que tem a mesma causa de pedir - neste caso, os pedidos devem ter a mesma hierarquia e o réu escolhe a forma como vai cumprir a obrigação);
Sucessivo: um pedido só será analisado se o principal for improcedente 
Cominatório : fixação de multa
PEDIDOS GENÉRICOS
CPC, art. 324, § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Doença ocupacional – Lesões não consolidadas
Pedido reintegração da empregada gestante
PEDIDOS IMPLÍCITOS
Ressarcimento das despesas processuais e os honorários advocatícios 
Juros legais
Correção
Multa de 50% sobre as verbas rescisórias incontroversas inadimplidas na primeira audiência (art. 467 da CLT);
Conversão da reintegração na indenização equivalente (art. 496 da CLT);
VALOR DA CAUSA - PROCEDIMENTO
Sumário: valor não ultrapasse dois salários mínimos 
Sumaríssimo: art. 852 A e 852-I – valores até 40 salários mínimos, exceto as que envolve a Fazenda Publica. Celeridade. Não há citação por edital. Máximo 2 testemunhas. 
Ordinário: acima de 40 salários mínimos. Máximo 3 testemunhas. 
Especial: inquérito para apuração de falta grave, ação de dissidio coletivo, ação de cumprimento, ação rescisória, consignação de pagamento, embargos de terceiro, homologação de acordo extrajudicial
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 330 CPC: a má formação da petição inicial poderá determinar sua extinção sem análise do mérito.
Estendido: art. 321 do CPC a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 319 e 320 do mesmo Código ou defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito. 
Emenda a inicial. 
Indeferimento: vicio insanável 
Súmula 263: Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Reforma trabalhista: inépcia no § 3º do art. 840 da CLT. 
§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seurepresentante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
A determinação e indicação do valor do pedido deve implicar sua extinção sem julgamento de mérito. 
o juiz deverá conferir prazo para que seja sanado o vício apontado e indicado.
EXERCÍCIO 
Pesquisar jurisprudências referentes às praticas de atos processuais.
Notificação postal, eletrônica, motivo de forma maior, citação não valida, entre outros que vimos na aula de hoje. 
SITUAÇÃO - PROBLEMA 
João ingressou com reclamação trabalhista em face da empresa X e empresa Y. As empresas rés possuem advogados distintos. O pleito eram horas extraordinárias e reflexos legais e a empresa Y como responsável subsidiária. Após a instrução probatória a ação judicial foi julgada procedente. Inconformada, a empresa X ingressou com recurso ordinário no oitavo dia útil e a empresa Y ingressou com recurso ordinário no décimo sexto dia útil após a intimação. Ao analisar a admissibilidade, o Juiz do Trabalho, negou seguimento ao recurso ordinário interposto pela empresa Y, sob o argumento que o mesmo estava intempestivo. Inconformada, tendo em vista que compreende que trata-se de litisconsórcio passivo com patronos distintos e o Código de Processo Civil prevê prazo em dobro. Analisando o entendimento legal, bem como do Tribunal Superior do Trabalho, esclareça se a empresa Y possui ou não razão em sua argumentação?
MOLINA, André Araújo. A Nova Petição Inicial Trabalhista.  Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/141692/2018_molina_andre_nova_peticao. pdf?sequence=1

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