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1. RECURSOS TRABALHISTAS Os recursos são remédios processuais utilizados de maneira mais comum pelas partes para impugnar uma decisão judicial com a qual não concordam. 1.1. Conceito, natureza jurídica e fundamentos. • É a possibilidade de reexame da decisão, geralmente por outro juízo ou tribunal, de acordo com a matéria. • A natureza jurídica do recurso é o direito subjetivo da parte poder • ou não utilizar o recurso. • O recurso fundamenta-se em: Aspectos jurídicos: erro, ignorância ou má fé do juiz; possibilidade de exames por juízes mais experientes; possibilidade de uniformização da jurisprudência (TST). Aspectos psicológicos: tendência humana de não se conformar com um único julgamento; possibilidade da reforma da decisão em razão de ser injusta. Duplo grau de jurisdição. Se levar em conta o desenho do sistema do Poder Judiciário, temos múltiplos graus de jurisdição (VT>TRT>TST). 1.2. Princípios Informadores a) Princípio da Taxatividade O artigo 22, I, da Constituição Federal de 1988, dota à União Federal a competência privativa para se legislar sobre direito processual, sendo que assim, somente deve ser considerado recursos no processo do trabalho, aqueles expressamente previstos em Lei Federal. A importância de tal principio se da justamente de modo a evitar que as partes criem recursos ao longo do processo, instaurando um caos normativo e comprometendo de forma definitiva a celeridade e a eficácia processual. b) Princípio da Singularidade ou da Unirrecorribilidade: Principio que faz jus ao fato de que a lei prevê somente um tipo de recurso para cada decisão, sendo que dessa forma as partes não podem interpor dois ou mais recursos simultaneamente contra uma mesma decisão proferida. A consequência direta de tal logica é que os recursos devem ser interpostos sucessivamente, e jamais de forma simultânea. Só é possível a interposição de um recurso de cada vez. Não há simultaneidade da interposição de recursos, mas a sucessividade. c) Princípio do duplo grau de jurisdição Tem a finalidade de garantir a realização de um novo julgamento, por parte dos órgãos superiores, daquelas decisões proferidas em primeira instância. O duplo grau tem por finalidade não permitir o controle da atividade do juiz, mas propiciar ao vencido a revisão do julgado. d) Princípio da Fungibilidade: quando ocorre o aproveitamento do recurso erroneamente nominado, como se fosse o que deveria ser interposto. Requisitos: (a) dúvida; (b) inexistência de erro grosseiro; (c) deve ser apresentado no prazo para o recurso que seria cabível. e) Princípio da Temporalidade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em lei, sob pena de ser extemporâneo. f) Princípio da variabilidade dos recursos implica na possibilidade de atacar a mesma decisão com dois ou mais recursos sucessivos; vale dizer, a interposição de um recurso não obsta o direito de impugná-la novamente, desde que no prazo. g) Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias: Não cabe recurso para qualquer decisão interlocutória. É um principio próprio do processo do trabalho. ➢ Exceção: Súmula 214 do TST: Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. g) Vedação da Reformatio in Pejus O presente princípio postula que é vedado ao Tribunal no julgamento de um determinado recurso proferir decisões desfavoráveis para o recorrente, de forma a coloca-lo em situação mais gravosa do que aquela em que este já se encontra posto a sentença prolatada em primeira instância. A sentença pode vir a ser impugnada de forma total ou parcial, contudo não de forma a trazer mais danos ao recorrente do que outrora já existia. 1.3. Efeitos a) Devolutivo: quando reabre o debate para instância superior. Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. b) Suspensivo: quando obsta o andamento do processo. - Em regra, no processo de trabalho, não há efeito suspensivo nos recursos. - Exceção: se interpuser outros expedientes. Súmula nº 414 do TST MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24 e 25.04.2017 I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015. c) Translativo: questões de ordem pública, que não foi apreciada em instância inicial, mesmo que não arguida no recurso interposto pelo recorrente, podendo ser apreciada. Ä A instância superior, verificando matéria de ordem pública, pode reformar a decisão em prejuízo a recorrente (exceção ao princípio da proibição da reformacio in pejus). d) Substitutivo – Art. 1008 do CPC – Decorre do julgamento de mérito do recurso, que gera a substituição da decisão recorrida pela decisão proferida no recurso. Assim, o acórdão que julga o recurso ordinário substituiu a sentença, o acórdão proferido no recurso de revista substituiu o acórdão do TRT. Atenção apenas para a necessidade de que o mérito do recurso tenha sido julgado para que haja a substituição. 1.4. Pressupostos Recursais Pressupostos de admissibilidade são exigências legais, que devem ser cumpridas, a fim de que seja analisado o mérito do recurso. Os pressupostos são subdivididos em pressupostos intrínsecos (subjetivos) e pressupostos extrínsecos (objetivos). Todos devem ser preenchidos, sob pena de não conhecimento do recurso. Os pressupostos de admissibilidade intrínsecos relacionam-se com as partes. São eles: legitimidade, capacidade e interesse. Os pressupostos de admissibilidade extrínsecos referem-se ao recurso. São pressupostos de admissibilidade extrínsecos: tempestividade, depósito recursal, custas e regularidade de representação, além da recorribilidade do ato e adequação do recurso. I – Objetivos ou extrínsecos: a) Previsão legal: as partes somente podem utilizar-se os recursos previstos em lei. - No processo do trabalho são os previstos no art. 893 da CLT: ordinário, de revista, embargos, agravo de instrumento e de petição. b) Adequação ou cabimento: o ato a ser impugnado deve ensejar o apelo escolhido pelo recorrente. c) Tempestividade: os recursos dever ser interpostos no prazo previsto em lei. Nos casos dos trabalhista o prazo é de 8 (oito) dias. d) Preparo: é composto pelas custas e/ou depósito. - As custas serão pagas pelo vencido. O valor das custas processuais corresponde a 2% do valor da condenação ou, na ausência deste, 2% do valor da causa [Art. 789, CLT], que deverá recolhê-las no prazo do recurso (8 dias) e se não recorrer, deverá recolhê-las após o trânsito em julgado [Art. 789, § 1º, CLT]. - A parte deverá fazer o pagamento das custas mediante DARF. Súmula nº 25 do TST CUSTAS PROCESSUAIS. INVERSÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA. (alterada a Súmulae incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 104 e 186 da SBDI-1) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015 I - A parte vencedora na primeira instância, se vencida na segunda, está obrigada, independentemente de intimação, a pagar as custas fixadas na sentença originária, das quais ficara isenta a parte então vencida; II - No caso de inversão do ônus da sucumbência em segundo grau, sem acréscimo ou atualização do valor das custas e se estas já foram devidamente recolhidas, descabe um novo pagamento pela parte vencida, ao recorrer. Deverá ao final, se sucumbente, reembolsar a quantia; (ex-OJ nº 186 da SBDI-I) III - Não caracteriza deserção a hipótese em que, acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas e tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final; (ex-OJ nº 104 da SBDI-I) IV - O reembolso das custas à parte vencedora faz-se necessário mesmo na hipótese em que a parte vencida for pessoa isenta do seu pagamento, nos termos do art. 790-A, parágrafo único, da CLT. - Para a empresa recorrer é preciso que seja garantido o juízo com o deposito recursal. - O depósito recursal é feito na conta vinculada do FGTS do empregado. Inexistindo conta vinculada, a empresa deverá abrir conta em nome do empregado para esse fim, ou fazer depósito em conta à disposição do juízo que renda juros e correção monetária. Súmula nº 426 do TST DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA GUIA GFIP. OBRIGATORIEDADE (editada em decorrência do julgamento do processo TST-IUJEEDRR 91700- 09.2006.5.18.0006) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado mediante a utilização da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 899 da CLT, admitido o depósito judicial, realizado na sede do juízo e à disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não submetida ao regime do FGTS. Súmula nº 128 do TST DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex- Súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-OJ nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) TST: CLT, 899, § 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) § 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) • Demais hipóteses em que o depósito recursal é inexigível: O depósito recursal só será exigível quando houver condenação em pecúnia (súmula 161, TST). A massa falida é isenta do depósito, bem como do recolhimento das custas processuais. Tal vantagem, entretanto, não se aplica às empresas em liquidação extrajudicial. Nesse sentido é a súmula 86 do TST: Súmula nº 86 do TST DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. (primeira parte - ex-Súmula nº 86 - RA 69/78, DJ 26.09.1978; segunda parte - ex-OJ nº 31 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994) Nos termos do art. Art. 1º, IV, do Dec. Lei 779/69, a União os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações públicas que não explorem atividade econômica estão dispensadas da realização de depósito recursal. § 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro garantia judicial. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) CPC: Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. [...] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 § 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. [...] § 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. [...] § 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. CLT, Art. 896, § 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) Em caso de acordo entre as partes, as custas serão rateadas, salvo se as partes dispuserem de forma diversa [art. 789, § 3º, CLT]. A extinção do processo sem resolução de mérito gerará ao reclamante a obrigação de recolher custas. Na fase de execução as custas processuais SEMPRE serão recolhidas pelo executado, em valor definido no artigo 789 – A da CLT. e) Representação: no processo do trabalho não há necessidade da parte estar assinada por advogado (art. 791 e 839 da CLT). Podem as partes exercer o ius postulandi. - No entanto, se a parte irá apresentar recurso por advogado, deve estar ter procuração para esse fim, sob pena de não-conhecimento do recurso. OJ 120 da SDI-I do TST. RECURSO. ASSINATURA DA PETIÇÃO OU DAS RAZÕES RECURSAIS. ART. 932, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC DE 2015. (alterada em decorrência do CPC de 2015) Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016 I - Verificada a total ausência de assinatura no recurso, o juiz ou o relator concederá prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o recurso será reputado inadmissível (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015). II - É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões recursais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm#art1 Súmula nº 383 do TST RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO.CPC DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em 30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015). Súmula nº 427 do TST INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE (editada em decorrência do julgamento do processo TST- IUJERR 5400-31.2004.5.09.0017) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo. II - Subjetivos a) Legitimidade: somente aquele que teve sentença que lhe foi desfavorável, no todo ou em parte, poderá recorrer. O art. 499 do CPC dispõe que poderão o terceiro interessado, a parte, e a Procuradoria do Trabalho. - Das decisões proferidas em dissídio coletivo que afete empresa de serviço público, ou, em qualquer caso, das proferidas em revisão, poderão recorrer, além dos interessados, o Presidente do Tribunal e a Procuradoria da Justiça do Trabalho (art. 898 da CLT). - O Ministério Público do Trabalho pode recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tantos nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei. b) Capacidade: é necessário que as partes tenham capacidade para estar em juízo. Não havendo capacidade da pessoa num certo momento, ela também não poderá recorrer. c) Interesse: na interposição do recurso, a parte tem demonstrar interesse. - O terceiro também tem que mostrar interesse para recorrer. Observações: Conforme já mencionado, no Processo do Trabalho os litisconsortes com procuradores diferentes não possuem prazo em dobro pra recorrer (OJ 310, SDI-I, TST). O prazo para Fazenda Pública e MPT recorrer será em dobro, inclusive para opor embargos de declaração (OJ 192, da SDI-I do TST) Cabe à parte comprovar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local e de dia útil em que não haja expediente forense (súmula 385, TST) A súmula 387 do TST, por sua vez, regula a contagem dos prazos quando o recurso for interposto via fac-símile (fax). 1.5. OBJETIVOS DO RECURSO: JUÍZO DE MÉRITO: Será alcançado após o juízo positivo de admissibilidade, em que é constatada a presença de todos os pressupostos de admissibilidade pelos juízos a quo e ad quem. REFORMA (error in judicando) – Consiste no erro de julgamento, hipótese em que o Magistrado se equivoca ao julgar, ao analisar as provas. O Tribunal dará provimento ao recurso e proferirá um anova decisão de mérito, seja integral, seja parcial. ANULAÇÃO (error in procedendo) – Erro de procedimento, violação a normas que tratam da realização dos atos processuais. O Tribunal dará provimento para anular a decisão, determinando a remessa dos autos ao juízo a quo para realizar novamente os atos processuais. 1.6. FORMA DE INTERPOSIÇÃO E EFEITOS: Os recursos serão interpostos mediante simples petição e terão efeito meramente devolutivo, ou seja, não tem efeito suspensivo, não tendo o condão de suspender o início da execução provisória, a qual se limita à penhora. 899, CLT. As contrarrazões deverão ser apresentadas no mesmo prazo do recurso. [Art. 900, CLT]. Os recursos no processo do trabalho, com exceção dos embargos de declaração. O juízo que proferiu fará o primeiro juízo de admissibilidade, verificando a presença dos pressupostos de admissibilidade do recurso (tempestividade; depósito; custas; regularidade de representação; etc.). Caso o juízo que proferiu a decisão verifique que todos estão presentes, receberá o recurso, intimando a parte contrária para apresentação das contrarrazões, encaminhando os autos para o tribunal competente para o julgamento. Quando o recurso chega ao tribunal, o relator faz novo juízo de admissibilidade e, em verificando que todos os pressupostos de admissibilidade estão presentes, conhece o recurso, encaminhando-o para turma para julgamento, caso em que esta lhe dará ou não provimento. 2. PRINCIPAIS RECURSOS TRABALHISTAS 2.1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO a) Previsão legal: Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) ➢ Embargos infringentes: CLT, 897-A, § 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) b) Prazo: 5 dias c) Interrupção do prazo recursal: CLT, art. 897-A, § 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte ou ausente a sua assinatura. d) Embargos protelatórios: CPC, ART. 1.026, § 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. § 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9957.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13015.htm#art1 da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. § 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. 2.2. RECURSO ORDINÁRIO a) previsão legal – Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: b) cabimento: Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e ➢ é a hipótese mais comum, mas não é a única. É cabível tanto pra sentenças definitivas quanto para terminativas. II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. ➢ Acórdão – Em ações de competência originária dos TRT’s, como mandado de segurança, dissídios coletivos, ações rescisórias e ações cautelares.Cabe também recurso ordinário das decisões de processos de competência originária do TRT, como: a) Dissídios coletivos; b) Ação rescisória; c) Mandado de segurança; d) Habeas corpus; e) Decisões que aplicam penalidades a servidores da Justiça do Trabalho. · Não cabe recurso ordinário da decisão que homologa acordo entre as partes, pois tal decisão é irrecorrível (par. único do art. 831 da CLT). Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. Parágrafo único. No caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. ➢ Decisões interlocutórias: Art. 799, § 2º - Das decisões sobre exceções de suspeição e incompetência, salvo, quanto a estas, se terminativas do feito, não caberá recurso, podendo, no entanto, as partes alegá-las novamente no recurso que couber da decisão final. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) Súmula nº 214 do TST DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. a) prazo – 8 dias úteis. A parte contrária será intimada para contrarrazoar em 8 dias. Não é obrigatória. ➢ Prazo recursal para Fazenda Pública DL Nº 779/69, Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: III - o prazo em dôbro para recurso; ➢ Juízo de Admissibilidade Aquele que proferiu a decisão atacada terá o primeiro juízo de admissibilidade, analisando a presença ou ausência dos pressupostos recursais que nós já vimos (tempestividade, legitimidade e preparo). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art799 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art799 Após, os autos serão remetidos ao Juízo ad quem, que realizará o segundo juízo de admissibilidade e se também positivo, julgará o recurso pelo colegiado ou monocraticamente. (Súmula 435 TST – Art. 932 CPC) Súmula nº 435 do TST DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973). ➢ Decisão Colegiada – é a regra geral dos julgamentos dos tribunais, havendo a reunião de magistrados para, em conjunto, analisarem a situação, proferindo um acórdão, que nos termos do art. 204 do CPC é o pronunciamento colegiado dos Tribunais. ➢ Decisão Monocrática – Excepcionalmente admite-se que o julgamento seja feito por um único Magistrado nos tribunais, que é denominado Relator que assume a função de decidir o mérito, além da tradicional função de realizar o juízo de admissibilidade. Art. 932 já mencionado. b) efeito – devolutivo. c) preparo – custas + depósito recursal. d) interposição – perante a autoridade judicial trabalhista prolatora da decisão recorrida. Súmulas do TST Súmula nº 158 do TST AÇÃO RESCISÓRIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho, em ação rescisória, é cabível recurso ordinário para o Tribunal Superior do Trabalho, em face da organização judiciária trabalhista (ex-Prejulgado nº 35). Súmula nº 192 do TST AÇÃO RESCISÓRIA. COMPETÊNCIA (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 212/2016, DEJT divulgado em 20, 21 e 22.09.2016 I - Se não houver o conhecimento de recurso de revista ou de embargos, a competência para julgar ação que vise a rescindir a decisão de mérito é do Tribunal Regional do Trabalho, ressalvado o disposto no item II. II - Acórdão rescindendo do Tribunal Superior do Trabalho que não conhece de recurso de embargos ou de revista, analisando arguição de violação de dispositivo de lei material ou decidindo em consonância com súmula de direito material ou com iterativa, notória e atual jurisprudência de direito material da Seção de Dissídios Individuais (Súmula nº 333), examina o mérito da causa, cabendo ação rescisória da competência do Tribunal Superior do Trabalho. (ex- Súmula nº 192 – alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003) III – Sob a égide do art. 512 do CPC de 1973, é juridicamente impossível o pedido explícito de desconstituição de sentença quando substituída por acórdão do Tribunal Regional ou superveniente sentença homologatória de acordo que puser fim ao litígio. IV – Na vigência do CPC de 1973, é manifesta a impossibilidade jurídica do pedido de rescisão de julgado proferido em agravo de instrumento que, limitando-se a aferir o eventual desacerto do juízo negativo de admissibilidade do recurso de revista, não substitui o acórdão regional, na forma do art. 512 do CPC. (ex-OJ nº 105 da SBDI-2 - DJ 29.04.2003) V- A decisão proferida pela SBDI, em agravo regimental, calcada na Súmula nº 333, substitui acórdão de Turma do TST, porque emite juízo de mérito, comportando, em tese, o corte rescisório. (ex-OJ nº 133 da SBDI-2 - DJ 04.05.2004). 2.3. RECURSO DE REVISTA a) Previsão legal: Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) b) Cabimento: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 13.015, de 2014) b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13015.htm#art1 observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998) c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 1998) O fundamento do recurso deve ser com relação: a) Divergência jurisprudencial entre TRTs em relação à lei federal, violação de súmula b) ou jurisprudência uniforme do TST, violação de súmula vinculante do STF; b) Divergência jurisprudencial entre TRTs em relação à lei estadual, convenção ou acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área de mais de um tribunal. c) Violação de lei federal e afronta direta e literal da Constituição Federal. OBS: Em relação a divergência apontada cabe menção ao §7º do art. 896 da CLT, que diz que a divergência entre tribunais que enseja a admissibilidade do recursotem que ser atual, não se podendo falar mais em divergência quando a matéria já tiver sido objeto de súmula do TST ou STF ou jurisprudência dominante, na medida em que aquela já se mostraria pacificada. No processo de execução, o recurso de revista somente pode versar sobre afronta direta e literal da Constituição Federal. (§2º) §9º - Procedimento sumaríssimo – Para esse rito os únicos fundamentos que poderão ser objeto do recurso de revista são: a) Violação a lei federal; b) Afronta à súmula do TST ; c) Afronta à Súmula Vinculante do STF. OBS: Não cabe violação à OJ do TST, conforme súmula 442 do TST. Súmula nº 442 do TST PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO. RECURSO DE REVISTA FUNDAMENTADO EM CONTRARIEDADE A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL. INADMISSIBILIDADE. ART. 896, § 6º, DA CLT, ACRESCENTADO PELA LEI Nº 9.957, DE 12.01.2000 (conversão da http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 Orientação Jurisprudencial nº 352 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 ➢ Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no aTranscert. 896, § 6º, da CLT. c) Prazo: 8 dias Sobre o juízo de admissibilidade, prevê o §1º-A, que é ônus da parte, sob pena de inadmissão do recurso, demonstrar que a matéria está prequestionada. ➢ Matéria prequestionada – Quando há decisão efetiva na decisão recorrida. A reforma trabalhista inseriu o §14 no art. 896 da CLT, afirmando a possibilidade de o recurso de revista ser inadmitido pelo relator, por decisão monocrática, quando o apelo for intempestivo, deserto, carecer de regularidade de representação ou pela ausência de qualquer outro pressuposto processual. ➢ Transcendência - Por fim a reforma trabalhista incluiu no art. 896- A, §1º os indicadores da presença da transcendência, pressuposto específico do recurso de revista, que demonstra ser o recurso importante para a coletividade, não apenas para o recorrente: I – econômica, o elevado valor da causa; II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV – Jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. Súmula nº 221 do TST RECURSO DE REVISTA. VIOLAÇÃO DE LEI. INDICAÇÃO DE PRECEITO. (cancelado o item II e conferida nova redação na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como violado. Súmula nº 333 do TST RECURSOS DE REVISTA. CONHECIMENTO (alterada) - Res. 155/2009, DEJT 26 e 27.02.2009 e 02.03.2009 Não ensejam recurso de revista decisões superadas por iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 2.4. AGRAVO DE PETIÇÃO a) Previsão legal – Arts. 855-A, §1º, II e 897, “a” da CLT. Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções; b) Cabimento – Contra decisão proferida em processo de execução. Inclusive nas decisões que acolham ou rejeitem o incidente de desconsideração da personalidade jurídica ou que julguem embargos de terceiros. Súmula nº 416 do TST MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO. LEI Nº 8.432/1992. ART. 897, § 1º, DA CLT. CABIMENTO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 55 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo. (ex-OJ nº 55 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) C) PRAZO – 8 dias ÚTEIS. D) EFEITO –Devolutivo (em profundidade). E) PREPARO – Depósito Recursal (caso a sentença tenha elevado o valor da condenação para importância acima da garantia do juízo). Nos termos do inciso II da Súmula 128 do TST, é inconstitucional a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão proferida na fase executória quando o juízo se encontra garantido: Súmula nº 128 do TST DEPÓSITO RECURSAL (...) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo. (ex-OJ nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) (...) F) INTERPOSIÇÃO – Perante o juiz da execução. 2.5. AGRAVO DE INSTRUMENTO a) Previsão legal: Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos. (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) § 2º - O agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende a execução da sentença. (Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992) § 4º - Na hipótese da alínea b deste artigo, o agravo será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada. (Incluído pela Lei nº 8.432, de 1992) § 5o Sob pena de não conhecimento, as partes promoverão a formação do instrumento do agravo de modo a possibilitar, caso provido, o imediato julgamento do recurso denegado, instruindo a petição de interposição: (Incluído pela Lei nº 9.756, de 1998) b) Cabimento: dos despachos que denegarem a interposição de recursos. ➢ Finalidade AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESFUNDAMENTAÇÃO. A finalidade do agravo de instrumento é a desconstituição da decisão monocrática que nega seguimento ao recurso de revista, devendo os agravantes atacar diretamente os fundamentos do despacho, não os da sentença ou do acórdão regional. Em razão da ausência de impugnação específica à decisão http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8432.htm#art49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8432.htm#art49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8432.htm#art49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8432.htm#art49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8432.htm#art49 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art897 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art897 agravada não prospera o agravo de instrumento.Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR: 2114200112002518 2114200-11.2002.5.18.0900, Relator: Wilma Nogueira de Araújo Vaz da Silva, Data de Julgamento: 22/10/2003, 3ª Turma,, Data de Publicação: DJ 14/11/2003.) c) Prazo: 8 dias § 6o O agravado será intimado para oferecer resposta ao agravo e ao recurso principal, instruindo-a com as peças que considerar necessárias ao julgamento de ambos os recursos. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 1998) d) Efeito: devolutivo e) Preparo: art. 899, § 7o No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. (Incluído pela Lei nº 12.275, de 2010) § 8o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudênciauniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) f) Interposição: perante o juízo a quo. 2.6. AGRAVO INTERNO Previsão: CPC, Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. CPC, Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art897 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12275.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12275.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13015.htm#art1 b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. PRAZO: 8 dias Lei nº 5.584/1970: Art 6º Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893). Interposição: o recurso será dirigido ao próprio relator, que intimará o recorrido para apresentação de contrarrazões, cabendo juízo de retratação. Procedimento: não havendo retratação, o agravo será remetido para julgamento pelo colegiado, sendo vedado ao relator repetir os fundamentos da decisão monocrática. CPC, art. 1021, § 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. Agravo interno manifestamente inadmissível ou improcedente incidirá ao recorrente o pagamento de multa. CPC, art. 1021, § 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art893 § 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 2.7. EMBARGOS NO TST Duas são as espécies de embargos que são julgados pelo TST, previstos no art. 894 da CLT, à saber: A) Recursos de Embargos Infringentes: são julgados pela Seção de Dissídios Coletivos, sendo interpostos de decisões não unanime em julgamento de dissídio coletivos de competência originária do TST. Assim, se for instaurado um dissídio um dissídio coletivo de competência do TST julgado por decisão não unanime pela SDC, em 8 dias, visando reverter a decisão de forma a que o voto minoritário passe a vencedor. B) Recursos de Embargos de Divergência: o recurso é julgado pela SDI quando a decisão de Turma do TST contrariar acordão de outra turma da SDI, súmula do TST, OJ do TST ou súmula vinculante. 2.8. RECURSO ADESIVO Previsão: art. 997 do CPC Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. Súmula nº 283 do TST RECURSO ADESIVO. PERTINÊNCIA NO PROCESSO DO TRABALHO. CORRELAÇÃO DE MATÉRIAS (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. Os recursos ordinários, revista, agravo de petição e embargos no TST podem ser interpostos de duas formas: no prazo legal contado da intimação da decisão que poderia ser chamado de “forma normal”, além de uma forma diferenciada, no prazo de que a parte recorrida possui para apresentar as contrarrazões, hipótese em que o apelo é interposto de “forma adesiva”. Assim, o recurso adesivo é apresentado no prazo de contrarrazões pela parte que não quis recorrer na “forma normal”, por não possuir tanto interesse na reforma da decisão que surgiria caso nenhuma das partes recorresse. 3. DISSÍDIO COLETIVO 3.1. Introdução: Trata-se de uma hipótese de heterocomposição, ou seja, aquele que necessita da intervenção do Estado para que seja realizada a solução justa ao caso concreto. O dissídio coletivo temos a discussão de direitos e interesses abstratos de pessoas indeterminadas, para a criação ou modificação das condições gerais de trabalho, no caso de dissídio coletivo de natureza econômica, ou também a interpretação ou declaração do alcance de uma norma jurídica já existente, aqui chamado de dissídio coletivo de natureza jurídica 3.2. Base Legal: • Artigos 114 e 115 da Constituição Federal de 1988; • Artigos 856 a 870 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 3.3. Definição: Dissídio coletivo é uma espécie de ação coletiva conferida a determinados entes coletivos, geralmente os sindicatos, para a defesa dos interesses cujos titulares materiais não são pessoas individualmente consideradas, mas sim grupos ou categorias econômicas, profissionais ou diferenciadas, visando à criação ou interpretação de normas que irão incidir no âmbito dessas mesmas categorias (Bezerra Leite). 3.4. Etapas Comuns de um Processo de Dissídio Coletivo: • Negociação: Inicialmente, as partes envolvidas tentam negociar um acordo. Isso pode envolver reuniões entre representantes dos trabalhadores e da empresa para discutir os termos do contrato. • Mediação: Se as negociações diretasfalharem, um mediador neutro pode ser chamado para ajudar a resolver o impasse. O mediador não toma partido, mas ajuda as partes a encontrar um terreno comum. • Arbitragem: Se a mediação não for bem-sucedida, o próximo passo pode ser a arbitragem. Isso envolve a nomeação de um árbitro imparcial que ouvirá os argumentos de ambas as partes e tomará uma decisão vinculativa. • Greve ou Lockout: Se nenhum acordo for alcançado, os trabalhadores podem decidir entrar em greve, ou os empregadores podem optar por um lockout. Isso pode ser uma pressão adicional para as partes envolvidas chegarem a um acordo. • Decisão Judicial: Em alguns casos, o dissídio econômico pode ser resolvido através do sistema judicial, com um juiz tomando uma decisão final sobre a disputa. 3.5. Classificação: a) Econômicos - são aqueles que se destinam a criação ou modificação das normas gerais de trabalho, que não foram acordadas previamente, através da representação dos interessados por meio dos sindicatos. Normalmente, essas disputas estão relacionadas a questões econômicas, como aumento de salário, benefícios, horas extras, entre outros. b) Jurídicos - tem como finalidade a interpretação, assim como a declaração do alcance da norma jurídica existente, sendo sentenças normativas, instrumento de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, entre outros. Distinção entre dissídio econômico do jurídico Quando o dissídio é suscitado por entidade sindical tem que tiver por objeto a interpretação de norma legal, regulamentar ou convencional, de interesse de um grupo, que representa, constituído de pessoas não identificadas, a controvérsia é coletiva e de natureza jurídica, sendo resolvida por sentença declaratória. Não se confunde com o dissídio coletivo de natureza econômica, que tem em mira a criação, por sentença constituitiva, de novas normas ou condições de trabalho para a categoria, nem como o dissídio individual, no qual um ou mais trabalhadores, identificados como partes no litígio, pleiteiam o cumprimento de uma obrigação prevista em norma jurídica aplicável. c) Originários ou iniciais - quando não houver sido estipulada data base da categoria, pela inexistência de norma coletiva anterior. Este tipo de dissídio não passa pela fase de tentativa de conciliação na esfera administrativa ou de primeira instância. Ele é utilizado quando não há possibilidade de se alcançar um acordo entre as partes por meios extrajudiciais, ou quando a matéria em questão é de competência originária do Tribunal. A sentença normativa no dissídio originário ou inicial tem natureza jurídica de uma norma coletiva, que deve ser seguida pelas partes envolvidas. d) Revisionais - são aquelas que visam modificar norma anterior. Um dissídio coletivo revisional ocorre quando já existe um acordo coletivo em vigor e uma das partes deseja modificá-lo. Aqui, um dos participantes do acordo (trabalhadores ou empregadores) solicita a revisão das condições do acordo coletivo. Natureza Jurídica da Sentença Normativa dos Dissídios Revisionais: A sentença normativa em um dissídio coletivo revisional também tem natureza jurídica de título executivo judicial. Isso significa que também tem força executiva, podendo ser executada diretamente para garantir o cumprimento das novas condições estabelecidas. e) Extensão - quando buscam estender uma norma a trabalhadores que por ela não tinham sido alcançadas. Portanto, trata-se de um processo judicial no qual o sindicato ou os sindicatos representativos dos trabalhadores e o sindicato ou sindicatos representativos dos empregadores não conseguem chegar a um acordo e, portanto, recorrem ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para resolver o conflito. Garante a uniformidade de direitos e deveres dos empregados e empregadores de determinada categoria profissional em uma determinada região. Portanto, a natureza jurídica da sentença normativa de Dissídio Coletivo de Extensão é de norma jurídica, impondo-se às partes envolvidas na ação, com o mesmo peso e caráter de uma norma legal. f) De greve: O dissídio coletivo de greve é um processo jurídico utilizado para resolver conflitos coletivos no ambiente de trabalho. Ele envolve interesses comuns de um grupo de trabalhadores e empregadores, mediados por entidades sindicais. • Natureza Mista: O dissídio coletivo de greve pode ter natureza mista quando a sentença normativa declara a abusividade ou legalidade da greve e ainda julga procedentes os pedidos constantes da pauta de reivindicações 3.6. Terminologia: A parte instauradora do dissídio leva a denominação de suscitante e a parte contra quem foi ajuizado chama-se suscitado. 3.7. Partes / legitimados: São grupos econômicos e profissionais, representados por organizações (sindicatos ou não), para a solução de conflitos de natureza coletiva. CLT, Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer suspensão do trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 7.321, de 14.2.1945) Parágrafo único. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ou profissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, no âmbito de sua representação. (Redação dada pela Lei nº 2.693, de 23.12.1955) ➢ Polo ativo a) O sindicato b) federações c) confederações d) Ministério Público, nos casos de greve conforme disposição do art. 856 da CLT e art. 114, §3° da Constituição Federal. OBS: A doutrina em sua grande maioria entende que não possui mais aplicação o art. 856 da CLT ao que menciona a legitimidade ativa do Presidente do Tribunal Regional do Trabalho para a instauração de ofício do dissídio coletivo de greve, em razão desta possibilidade não ter sido recepcionada pela Constituição Federal, ante a vedação constitucional de interferência pelo Estado na organização sindical, principio esse encontrado no art. 8º, I da Constituição Federal. Neste mesmo sentido, preleciona o art. 2° do CPC ao fixar o princípio da inércia da jurisdição pelo qual nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. Além disso, A Lei n.° 7.783/89 somente concede a iniciativa para provocar a instauração de dissídio coletivo em caso de paralisação do trabalho a qualquer das partes ou ao Ministério Público do Trabalho, estando, portanto, o art. 856 da CLT, neste particular, derrogado pela Lei, específica, de greve. ➢ Polo passivo: As mesmas entidades que possuem legitimidade ativa, com exceção do Ministério Público. 3.8. Competência: A competência para processar, conciliar e julgar os dissídios coletivos de trabalho é originariamente dos Tribunais, assim compreendidos os Tribunais Regionais do Trabalho e o Tribunal Superior do Trabalho. CLT, Art. 866 - Quando o dissídio ocorrer fora da sede do Tribunal, poderá o presidente, se julgar conveniente, delegar à autoridade local as atribuições de que tratam os arts. 860 e 862. Nesse caso, não havendo conciliação, a autoridade delegada encaminhará o processo ao Tribunal, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del7321.htm#art857 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del7321.htm#art857 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L2693.htm#art857p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L2693.htm#art857p fazendo exposição circunstanciada dos fatos e indicando a solução que lhe parecer conveniente. Numa situação comum, a competência é do TRT, conforme dispõe o art. 678, inciso I, da CLT: “Aos Tribunais Regionais, quando divididos em Turmas, compete, ao Tribunal Pleno, especialmente, processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos”. Tribunal Pleno é a composição plena dotribunal. A lei, ao dizer especialmente, já indica que não é exclusividade do Pleno, sendo, portanto, possível que o dissídio seja julgado pelas Sessões de Dissídio Coletivo (SDC), se o tribunal possuir. Em casos excepcionais, a competência para o julgamento do dissídio coletivo é do TST, conforme o disposto no artigo 2º da Lei 7.701/88: “Compete à seção especializada em dissídios coletivos, ou seção normativa, originariamente, conciliar e julgar os dissídios coletivos que excedam a jurisdição dos Tribunais Regionais do Trabalho”. 3.9. Procedimento ➢ Instauração Na primeira fase, a representação do dissídio é recebida e protocolada no tribunal. Se estiver na devida forma, o Presidente do Tribunal designará uma audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 dias. As partes envolvidas são, então, notificadas. CLT, Art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as emprêsas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação coletiva. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) § 3º - Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 (sessenta) dias anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter vigência no dia imediato a esse termo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969) ➢ Audiência de Conciliação, instrução e julgamento A segunda fase é a audiência de conciliação. As duas partes do dissídio comparecem (ou enviam seus representantes) e o Presidente do Tribunal as convida para se pronunciarem sobre os termos da conciliação. Art. 860 - Recebida e protocolada a representação, e estando na devida forma, o Presidente do Tribunal designará a audiência de conciliação, dentro do prazo de 10 (dez) dias, determinando a notificação dos dissidentes, com observância do disposto no art. 841. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0229.htm#art616 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art1 Art. 862 - Na audiência designada, comparecendo ambas as partes ou seus representantes, o Presidente do Tribunal as convidará para se pronunciarem sobre as bases da conciliação. Caso não sejam aceitas as bases propostas, o Presidente submeterá aos interessados a solução que lhe pareça capaz de resolver o dissídio. • Representação em audiência O empregador pode ser representado pelo gerente ou por qualquer outro colaborador preposto, que tenha conhecimento do dissídio. Em ambos os casos, ele será responsável pelas declarações do representante. O juiz do dissídio é responsável por despachar, instruir e realizar demais diligências necessárias ao processo. ➢ Julgamento A terceira fase é o desdobramento da audiência. Se ambas as partes aceitarem os termos propostos, o acordo será homologado na Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Se não houver acordo, o Presidente passa à fase de instrução, na qual interroga as partes para colher informações, para depois oferecer aos interessados uma solução que entenda ser capaz de resolver o dissídio (julgamento). Art. 863 - Havendo acordo, o Presidente o submeterá à homologação do Tribunal na primeira sessão. Art. 864 - Não havendo acordo, ou não comparecendo ambas as partes ou uma delas, o presidente submeterá o processo a julgamento, depois de realizadas as diligências que entender necessárias e ouvida a Procuradoria. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.737, de 19.1.1946) IMPORTANTE: é pouco provável que a audiência de conciliação resulte em acordo. Isso porque, a negociação e a conciliação são requisitos para se instaurar um dissídio coletivo. Conforme as leis que regem o assunto (Constituição, CLT e regimento interno do TST), só se pode recorrer à Justiça se foram esgotadas todas as possibilidades de acordo. Inclusive, o TST prevê que o processo pode ser extinto sem julgamento da matéria se não ficarem comprovadas as tentativas de negociação. 3.10. Decisão e recurso As sentenças proferidas pelo Poder Judiciário em dissídio coletivo, são denominadas de sentença normativa. Ressalte-se que não existe direito adquirido quanto às condições de trabalho fixadas por sentença normativa. De acordo com a súmula n. 277 do TST, as condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art864 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del8737.htm#art864 convenção ou acordos coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho. SUM-277 CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. (Súmula declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADPF nº 323/DF, Rel Min. Gilmar Mendes, DJE de 15/09/2022.) As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. ➢ Vigência: Art. 867 - Da decisão do Tribunal serão notificadas as partes, ou seus representantes, em registrado postal, com franquia, fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial, para ciência dos demais interessados. Parágrafo único - A sentença normativa vigorará: (Incluído pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969) a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do art. 616, § 3º, ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento; (Incluída pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969) b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do art. 616, § 3º. (Incluída pelo Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969) Art. 868 - Em caso de dissídio coletivo que tenha por motivo novas condições de trabalho e no qual figure como parte apenas uma fração de empregados de uma empresa, poderá o Tribunal competente, na própria decisão, estender tais condições de trabalho, se julgar justo e conveniente, aos demais empregados da empresa que forem da mesma profissão dos dissidentes. Parágrafo único - O Tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo de sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos. ➢ Recurso Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: (Vide Lei 5.584, de 1970) II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. (Incluído pela Lei nº 11.925, de 2009). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0424.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5584.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5584.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11925.htm#art1 Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) • derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; (Redação dada pela Leinº 9.756, de 1998) Efeitos do Dissídio Coletivo: 1. Sentença Normativa: • Estabelece as condições de trabalho aplicáveis a toda a categoria ou segmento econômico. • Tem força de lei entre as partes envolvidas. • Não possui efeito de ultratividade. Ou seja, que continuariam mantendo eficácia após o seu prazo de vigência. Assim, chegando a sentença normativa em seu prazo final de vigência esta perde seus efeitos. 2. Possíveis Decisões: • Aumento de salários; • Jornada de trabalho; • Condições de trabalho, entre outros. 4. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NA JUSTIÇA DO TRABALHO 4.1. ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA O objetivo da assunção de competência é a uniformização da jurisprudência evitando, assim, decisões díspares sobre a mesma matéria e garantido a segurança jurídica aos jurisdicionados. CPC, Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9756.htm#art896 A aplicação do instituto, conforme se depreende do caput do art. 947, prevê a ocorrência de três requisitos: (I) A existência de relevante questão de direito, (II) grande repercussão social e (III) inexistência de repetição em múltiplos processos. O parágrafo quarto do art. 947, disciplinou o cabimento do IAC "quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal". Dessa forma, o instituto também possui a finalidade de prevenir divergências entre os órgãos internos de um tribunal quanto à "relevante questão de direito" ou, compô-las, uma vez já instauradas. Tendo em vista o caráter vinculante das decisões ocorridas em IAC, a realização de audiências públicas e a intervenção de amicus curiae são plenamente possíveis. ➢ AMICUS CURIAE NO PROCESSO DO TRABALHO Amicus curiae - ou “amigo da corte” - é o instituto jurídico pelo qual terceiros intervêm em processos judiciais, fornecendo insights técnicos ou vivências a respeito de suas áreas de expertise, como forma de auxiliar o Juízo. O amigo da corte não é parte do processo, mas sim um auxiliar que tem por objetivo aprofundar o debate a respeito de uma temática. A admissão de terceiro como "amigo da corte" (amicus curiae) tem como premissa o auxílio ao Juízo na resolução de demandas cuja matéria seja de especial relevância ou especificidade, ou detenha repercussão social (art. 138 do CPC), e não a mera intervenção em benefício de alguma das partes. O pedido de habilitação como amicus curiae contrário a tal finalidade, por consistir em mero intuito de interceder em defesa dos interesses individuais é inadmissível. 2.10. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) presta-se a evitar que as ações que concernem a uma mesma questão de direito tenham provimentos diversos. Serve também para garantir uma mais ampla discussão da questão por ocasião do julgamento que venha a fixar essa orientação a ser seguida nos demais casos. Está regulado nos arts. 976 a 987 do CPC. Comentado [UdW1]: https://www.migalhas.com.br/depeso/236580/incidente-de-resolucao-de-demandas-repetitivas-irdr-pressupostos Assim, trata-se do mecanismo que permite aos tribunais de segundo grau (TRT’s) julgar por amostragem demandas repetitivas, que tenham por objeto controvertido uma mesma e única questão de direito. Seleciona-se como amostra um caso, ou um conjunto de casos, em que a questão jurídica repetitiva é discutida e que retrate adequadamente a controvérsia. Essa amostra servirá como base para a discussão e exame daquela questão. No IRDR, o caso-amostra pode ser um recurso, reexame necessário ou uma ação de competência do tribunal. Depois, aplica-se o resultado do julgamento do caso-amostra (i.e., a “decisão-quadro”) aos demais casos idênticos. 2.11. RECLAMAÇÃO CORRECIONAL A Reclamação Correicional Trabalhista se caracteriza por ser um procedimento judicial que demanda uma pronta solução por parte do julgador - o Corregedor -, dada a gravidade do tumulto processual eventualmente oriundo do ato judicial praticado em uma ação trabalhista e, evidentemente, os possíveis prejuízos decorrentes do referido tumulto. Ressalte-se que o tumulto processual configura-se como uma situação atípica, em termos processuais, e, portanto, é da parte litigante que invoca o que ocorre apenas excepcionalmente o ônus de o demonstrar. Mais um meio de reclamar a não aplicação dos precedentes judiciais, dos entendimentos sumulados dos tribunais, bem como demonstrar que foi proferida uma decisão em confronto com decisões proferidas pelos tribunais, foi inserido no NCPC, recebendo o nome de “reclamação”, não se trata de um recurso. Trata-se de um procedimento que não possui natureza recursal. CPC, Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: I - preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) § 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 § 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. § 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que possível. § 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam. § 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) § 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4