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EAD – UAB – UVA 
Fundamentos Psicológicos da Educação II – MÓDULO I 
Profa.: Juliane de Sousa Elesbão 
Período: 04/03 a 05/05/2024 
Carga Horária: 60 h/a 
POLO: Amontada 
EQUIPE: Maria Cristiane Rocha, Maria Eliane dos Santos, e Karolaine Lemos dos 
Santos. 
 
AVALIAÇÃO PARCIAL I – ATIVIDADE CRÍTICA 
 
1. A professora jovem e idealista Erin Grunwell inicia sua docência em uma 
escola nova. Infelizmente, ela se depara com uma turma de adolescentes 
“desinteressados” e marcados por chagas decorrentes de situações duras que 
cada um vive em seu cotidiano. Quais estratégias ela utilizou para superar a 
resistência inicial da turma com as suas aulas? 
 
 Por ser uma professora recém-formada, Erin Grunwell, ao chegar na nova escola, 
de imediato já encontrou contratempos e indiferenças, começando pela coordenação, 
avisada que assumiria uma sala de aula por alunos adolescentes totalmente diferentes, e 
complexos, assim, no seu primeiro dia de aula, ela percebeu a falta de motivação dos 
alunos, e parecia estar num campo de batalha, sendo bombardeada por jovens insultantes, 
rebeldes, mal-educados, problemáticos e divido por classes sociais. 
 Analisando aquele ambiente, Erin logo percebeu, tratava-se de jovens vindo de 
famílias desestruturadas, e de um vocabulário informal, pois vinham de uma cultura e 
convivência numa comunidade baseada em violências, diante da situação, esses jovens 
cresceram acreditando que deveriam seguir com o mesmo legado familiar, carregados 
com sentimento de vingança e justiça. A professora logo percebeu que não seria fácil 
trazer mudanças, e uma vida melhor para aqueles adolescentes, com tudo, ela não desistiu, 
e seguiu com seu plano, deixando até mesmo a sua própria vida de lado em prol de mudar 
a vida daqueles jovens. 
Para acabar a guerra temos que começar pela sala de aula, 
então, a luta verdadeira deve começar lá. (ESCRITORES da 
liberdade, 2007) 
 A professora sentia a necessidade de fazer algo para que o ambiente escolar 
tornasse acessível e inclusivo, que deveria promover a escuta de cada um, então ela 
começa a utilizar uma didática diferente do habitual, a obstinada professora inicia 
interagindo com eles, abrindo espaço para opiniões, desabafos, e suas emoções. Erin 
naquele momento queria apenas ganhar a confiança dos alunos e fazer com que eles 
sentissem que eram ouvidos e que suas dores também eram as dores de seus colegas, a 
partir dali a professora começa um trabalho incansável na busca pela igualdade entre eles, 
pois o preconceito entre os colegas de sala de aula era visível. O método que mais chama 
a atenção no filme é que a professora busca a todo momento ampliar a visão que os alunos 
têm do mundo através dos livros que se encaixem com a realidade daqueles jovens, sendo 
assim começou a inserir o “Diário de Anne Frank”. O livro despertou o interesse dos 
adolescentes, que começaram a mergulhar nos perigos do preconceito e extremismo. 
Finalmente Grunwell, percebeu que os adolescentes eram capazes de conseguir 
aprender, pois via neles a oportunidade de se tornarem alunos diferentes e futuros jovens 
de destaque na sua comunidade, então começou a saga de ensino aprendizagem. Erin teve 
a ideia de cada um escrever um diário, relatando ali suas Histórias de vida que ocorriam 
no seu dia a dia, a ideia foi genial, e aqueles jovens passaram a ser motivados, e 
começaram a ver sua realidade por outro ângulo. 
A professora se envolve por completo com a situação daqueles alunos e resolve ir 
mais além, decide fazer trabalhos extras para comprar materiais e livros, e uma viagem 
com eles ao museu do holocausto, Grunwell também conseguiu doações de computadores 
para escola, diante daquela grande mudança, a mesma resolve trabalhar junto deles a 
escrita, solicitando que cada um escrevessem um livro com seus depoimentos, e assim, 
colocaram como o tema ‘‘O DIÁRIO DOS ESCRITORES DA LIBERDADE!”.
 Portanto, Erin Grunwell trouxe uma boa reflexão: somos a chave para abrir o 
mundo através da educação, romper as discriminações sociais, e mudanças são possíveis 
quando partem para o meio educacional, Erin utilizou ferramentas que facilitou o 
aprendizado dos alunos, melhorando seu desempenho no geral, o vínculo que ela 
estabeleceu entre aqueles jovens foi primordial, além de solucionar seus conflitos no meio 
social e familiar. Foi enriquecedor para o futuro deles, muitos se formaram, sendo um dos 
primeiros de sua família. Podemos ver o quanto a educação é libertadora, pois, transforma 
o homem em um ser livre, capaz de se perceber dentro da sua realidade, o poder de 
transformar todos a sua volta. 
‘‘Quando o homem compreende a sua realidade, pode 
levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar 
soluções. Assim pode transformá-la e o seu trabalho pode criar 
um mundo próprio, seu EU e as suas circunstâncias,” (Freire, 
Educação e Mudança.1983) 
2. A intervenção da professora Grunwell na vida dos adolescentes foi 
responsável pelas mudanças nos seus referenciais de identificação, 
possibilitada por um trabalho longo e contínuo. A vida daqueles jovens era 
definida por pessoas que exerciam algum tipo de poder sobre eles (gangues, 
escola, polícia, etc). Aponte uma dessas mudanças ocorridas e compare o 
cenário escolar do filme com a educação brasileira na atualidade. 
 
 A intervenção da professora Erin Grunwell foi crucial para mudar a vida dos 
adolescentes, já que ela conseguiu introduzir uma mudança significativa nos referenciais 
de identificação desses jovens, pois seus alunos eram membros marginalizados, que 
sofriam por influência das gangues, autoridades escolares e policiais. Porém Grunwell 
conseguiu mudar a percepção desses jovens, transformando-os em indivíduos engajados 
e motivados, cheios de novas perspectiva sobre suas vidas e seus futuros. Anteriormente, 
eles se viam como vítimas de um sistema opressor, achavam que estavam inseridos em 
uma realidade inevitável, pois o único caminho era a violência e a revolta. 
 Por isso que os diários pessoais foram cruciais para essa transformação, já que por 
meio deles Erin passou a conhecer a realidade de cada uma daquelas crianças, 
incentivando-os a contarem suas dores, traumas e medos, dessa maneira eles passaram a 
ser protagonistas da sua própria vida, aprenderam que são capazes de mudar sua trajetória 
e que conseguiriam alcançar todos os seus objetivos, pois a professora a todo momento 
mostrava para eles o quanto eram capazes e passou a trabalhar na respectiva realidade de 
cada aluno e os maiores benefícios alcançados foram a autoconsciência, o 
empoderamento, o fortalecimento da autoestima e da autoconfiança que os alunos 
conseguiram adquirir, além de se enxergar como indivíduos, capazes de superar as 
circunstâncias e se tornarem pessoas melhores. 
 Ao comparar tudo isso com a educação brasileira na atualidade, é possível 
observar algumas similaridades como os desafios sociais econômicos e as necessidades 
de metodologias inovadoras. Já as diferenças seriam as infraestruturas, recursos, apoio 
institucional e políticas públicas. 
 As similaridades começam quando no filme os alunos enfrentam desafios 
relacionados a desigualdade social, pois isso também ocorre em muitas escolas 
brasileiras, além das violências e desestrutura mento familiar. As instituições escolares 
localizadas em áreas periféricas ou vulneráveis frequentemente lidam com problemas 
semelhantes aos retratados no filme, como a falta de motivação e os conflitos raciais e 
sociais, sendo muitas vezes essas escolas esquecidas pelo governo e limitadas a apenas 
conteúdos passados de forma ‘’robotizada’’ o que faz com que o aluno se enxergue apenas 
como mais um. 
 Erin fez um bom trabalho quando buscou por métodos inovadores demonstrou 
uma paixão genuína pela educação, hoje em dia muitos educadores buscam por formas 
criativas, que se conectem com as vivências de cada aluno, buscando entendero motivo 
de certos conflitos, permitindo que o aluno se sinta confortável em contar seus anseios 
para o docente, atualmente a realidade brasileira exige métodos pedagógicos que cativem 
e motivem os jovens dentro da sala de aula. 
 As diferenças são localizadas quando Erin eventualmente consegue apoio externo 
para financiar seus projetos, como livros e as organizações de visitas educativas, que por 
sinal marcaram esses momentos, porém a realidade aqui no Brasil é encontrada com a 
carência crônica que muitas escolas enfrentam de recursos e apoio, dificultando a 
implementação de iniciativas semelhantes. Além da falta de infraestrutura básica e os 
materiais didáticos que são desafios constantes. 
 Embora Grenwell sofra resistência da administração escolar, ela consegue avançar 
com seus projetos, já no Brasil a burocracia e a falta de políticas públicas eficazes, 
frequentemente acabam limitando a capacidade das mudanças significativas propostas 
pelos professores em sala de aula, pois o apoio institucional na maioria dos casos é 
insuficiente, e há uma necessidade urgente de políticas educativas que valorizem e apoiem 
iniciativas inovadoras. 
 A transformação obtida no filme pela professora evidencia o impacto que um 
educador dedicado pode ter na vida dos estudantes, não basta só entrar em uma sala de 
aula para receber o salário no fim do mês, é necessário que o educador tenha amor pela 
profissão, assim obterá sucesso e conseguirá fazer a diferença na vida dos alunos. 
Outrossim é que apesar de no Brasil haver uma falta de apoio institucional e recursos 
pedagógicos, tornando a implementação de projetos em sala de aula extremamente difícil, 
os professores podem ser facilmente influenciados pela história de Erin Grunwell e 
buscarem o sucesso de seus alunos através da criatividade, empatia e determinação. 
 
 
 
 
 
Referências: 
ESCRITORES da liberdade (Freedomwriters) distribuidora Paramount pictures. 
Alemanha/Estados Unidos:2007 
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro, 1983. P. 30

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