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Ação Revisional de Alimentos

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AO JUÍZO DE DIREITO DA _ VARA DE FAMÍLIA REGIONAL DA BARRA DA 
TIJUCA DA COMARCA DA CAPITAL/RJ 
 
 
 
Processo nº 
 
 
 
 
 
M.G.B, brasileiro, divorciado, motorista, portador da carteira de identidade 
521851 DETRAN/RJ, e do CPF 000.2852.648-63, residente e domiciliado na Av. 
Vieira Alonso, 358, barra da tijuca, Rio de Janeiro/RJ, por meio de seu advogado 
infra-assinado mediante procuração, vem, respeitosamente perante Vossa 
Excelência, com fundamento no art. 1.699 do Código Civil de 2002; arts. 13 e 15 
da Lei 5.478/68; art. 28 da Lei 6.515/77 e demais dispositivos pertinentes à 
espécie, propor a presente 
 
AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS c/c TUTELA DE URGÊNCIA DE 
NATUREZA ANTECIPADA 
 
em face de menores impúberes com representação legal da mãe, V.P.J, 
brasileira, divorciada, professora, portadora da carteira de identidade 2687213 
DETRAN/RJ, e do CPF 2385.158.189-53, residente e domiciliada na Rua da 
Vitória, 52, apartamento 608, barra da tijuca, Rio de Janeiro/RJ, expondo e 
requerendo, pelos fundamentos fáticos e jurídicos que serão a seguir 
apresentados. 
 
 
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
 
O Requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com 
fundamento no art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil c/c art. 5º, LXXIV, 
da Constituição Federal, tendo em vista não possuir condições financeiras para 
arcar com despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo próprio 
ou da família. 
 
II. DA TUTELA DE URGÊNCIA: 
 
 
 Notoriamente é crucial que seja desde logo definido o valor da obrigação 
alimentar em novas bases, incidindo os requisitos estabelecidos pela lei para 
antecipação de efeitos previsto no art. 300 do CPC, pois o requerente já se 
encontra em atraso de 3 meses, estando assim em risco iminente de ser preso, 
o que seria uma grande injustiça. 
 
III. DOS FATOS 
 
O requerente firmou acordo onde ficou estipulado que seria pago o valor 
de 2 salários-mínimos como pensão alimentícia no dia 21 de setembro de 2010 
nos autos do processo número 5700/10 que tramitou na 2 vara de família da 
comarca regional da barra da tijuca. 
 
Ocorre que no presente ano o requerente não vem mais conseguindo 
arcar com o acordado no curso da ação em 2010 pois o mesmo perdeu o seu 
emprego de motorista profissional e por estar enfrentando dificuldades de 
contratação vem trabalhando como Uber, recebendo atualmente o valor mensal 
de R$ 2.000,00, o que torna impossível o adimplemento da obrigação alimentar. 
 
Importante salientar que o requerente não conseguiu pagar o valor de 
pensão alimentícia referente aos meses de março, abril e maio. Dessa forma, 
V.P.J vem sendo enfática que não abrirá mão dos valores que são devidos, tendo 
inclusive ingressado com ação de execução para haver esses valores. 
 
Logo, imprescindível a adequação dos alimentos fixados para a realidade 
contributiva do genitor, alterando-o para o valor cabível a ser pago de 1 salário-
mínimo como pensão alimentícia. 
 
III. DO DIREITO 
 
Conforme o § 1º do artigo 1.694 e 1695 do Código Civil, na fixação de 
alimentos, deverá ser observado o binômio da necessidade do alimentando e a 
possibilidade do alimentante. Este preceito, sendo observado, inviabiliza o 
pagamento mensal de 2 salários-mínimos por parte do Requerente, embora não 
deseje se eximir da obrigação de contribuir com o pagamento dos alimentos. 
 
 Diante da necessidade de mudança do valor dos alimentos, o Código Civil 
brasileiro prevê medidas para que uma nova deliberação judicial venha revisar o 
valor do encargo às reais capacidades do provedor, visto que a fixação de 
alimentos não faz coisa julgada em sentido material. Nesse sentido, preceitua o 
§ 1 do art. 1699 do Código Civil: 
 
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na 
situação financeira de quem os supre, ou na de quem os 
recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as 
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do 
encargo § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção 
das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa 
obrigada. 
 
 Ademais, a Lei nº 5.478/68, em seu artigo 15, preceitua a revisão da 
ação de alimentos, a qualquer momento, desde que ocorram alterações no 
contexto financeiro do Requerente ou Requerida, in verbis: 
 
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em 
julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da 
modificação da situação financeira dos interessados. 
 
Logo, o princípio da cláusula “rebus sic stantibus” é fundamento vital na 
fixação dos alimentos e na sua permanência dentro das fronteiras estipuladas 
pelas partes. Nesse sentido, devido a diminuição de sua situação econômica, 
necessita o requerente da redução de sua obrigação, havendo modificação do 
que fora judicialmente homologado. 
 
IV. DOS PEDIDOS: 
 
Em face do exposto, requer-se a Vossa Excelência: 
 
a) Que seja DEFERIDO os benefícios da ASSISTÊNCIA GRATUITA em prol do 
Requerente, com fulcro no Artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal e Artigo 98 
do Código de Processo Civil, em face de ser o mesmo pobre na acepção jurídica 
do termo, não possuindo condições de arcar com as despesas do processo sem 
prejuízo do próprio sustento e de sua família; (Se houver) 
 
b) A CITAÇÃO POR CORREIO da Requerida para, querendo, apresentar 
contestação no prazo legal, sob pena de incorrer nos efeitos da revelia; 
 
c) A INTIMAÇÃO do ilustre representante do Ministério Público para intervir no 
feito ad finem, a luz do inciso II do art. 178 do CPC; 
 
d) A TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA do feito com fulcro no artigo 1048, II do Código 
de Processo Civil em razão de envolver menor, conforme faz prova documento 
acostado; 
 
e) A CONCESSÃO IN LIMINE LITIS DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
ANTECIPADA pleiteada, consequentemente alterando-o a obrigação alimentar 
para o valor de 1 salário-mínimo. 
 
f) Que ao final seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, 
consequentemente DECRETANDO resolução de mérito no sentido de reduzir o 
quantum da obrigação alimentar, por conseguinte confirmando em sentença final 
definitiva a Tutela de Urgência In Limine Litis concedida nos exatos termos 
integralmente pleiteados. 
 
 
Dar-se-á causa o valor de R$ XXX, nos termos do inciso III, art. 292, do 
CPC. 
 
NESTES TERMOS, 
PEDE DEFERIMENTO. 
 
Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2023. 
 
ADVOGADA 
OAB/N° XXX

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