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Seminário -
Caso 1
Defesa
Discentes: Gabriela Souza, João Flávio Cândido, Kamila
Maestro, Karoline Salvador, Mariana Santos, Nathan
Fiorotti & Pedro Aredes.
Apresentação do caso
Paciente de cinco anos de idade com insuficiência renal progressiva não tem
conseguido se adaptar bem à hemodiálise crônica;
Possibilidade de sucesso no transplante é questionável;
Histocompatibilidade difíceis de serem encontradas em um doador;
A equipe médica não cogita a possibilidade de utilizar os rins das duas irmãs, pois tem
dois e quatro anos;
Mãe não é histocompatível, já o pai é histocompatível e possui características
anatômicas circulatórias que favorecem o transplante;
A nefrologista diz que o prognóstico da paciente é "incerto", com isso, o pai decide
não doar por medo e insegurança;
O pai pede a médica que diga aos familiares que ele não é histocompativel; 
Após muito refletir, a médica disse que "por razões médicas, o pai não podia doar o
rim";
Tempo depois, a mãe denuncia a médica para o Conselho Regional de Medicina, após
descobrir em uma discussão doméstica do casal do ocorrido e da participação da
médica do fato; 
Problemática
A médica mencionou que a não doação seria por razões
médicas, porém, foi por razões pessoais.
 CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº
2.217/2018
CAPÍTULO III: RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
É vedado ao médico:
Art. 1 - Causar dano ao paciente, por ação ou omissão,
caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência. 
Parágrafo único: A responsabilidade médica é sempre pessoal e
não pode ser presumida.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.217/2018:
CAPÍTULO I: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
I - A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e
da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma
natureza.
VI - O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará
sempre em seu benefício.Jamais utilizará seus conhecimentos para
causar sofrimento físico ou moral, etc.
XXI - No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo
com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico
aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos
procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos,
desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas.
Responsabilidade
Profissional
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.217/2018.
CAPÍTULO IV: DIREITOS HUMANOS
Art. 24 - Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de
decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como
exercer sua autoridade para limitá-lo.
CAPÍTULO V: RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES
É vedado ao médico:
Art. 31 - Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante
legal de decidir livremente sobre a execução de práticas
diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de
morte.
O princípio de respeito à autonomia ao estabelecer a autonomia do
paciente, o profissional deve investigar sua vontade e trabalhar com
informações compreensíveis, sem fazer prevalecer sua indicação,
para que o paciente se manifeste livremente.
Relação com
pacientes e familiares
Doação e transplante de
órgãos e tecidos
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA.
Resolução CFM nº 2.217/2018
CAPÍTULO VI: DOAÇÃO E TRANSPLANTE
DE ÓRGÃOS E TECIDOS
É vedado ao médico:
Art. 44. Deixar de esclarecer o doador,
o receptor ou seus representantes
legais sobre os riscos decorrentes de
exames, intervenções cirúrgicas e
outros procedimentos nos casos de
transplante de órgãos.
BRASIL. Decreto nº 9.175, de 18 de outubro
de 2017. Regulamenta a Lei nº 9.434
Art. 29. Somente será permitida a doação
referida nesta Seção quando se tratar de
órgãos duplos, de partes de órgãos,
tecidos, células e partes do corpo cuja
retirada não impeça o organismo do doador
de continuar vivendo sem risco para a sua
integridade e não represente grave
comprometimento de suas aptidões vitais e
de sua saúde mental e não cause mutilação
ou deformação inaceitável.
É vedado ao médico:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do
exercício de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou
consentimento, por escrito, do paciente.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Parecer CFM nº 5/2020.
Informações médicas são sigilosas e privativas do paciente, sendo
que sua divulgação somente ocorre com seu consentimento
formal, exceto em cumprimento de determinação judicial, quando,
nesse caso, o sigilo ficará sob a guarda do Juízo solicitante.
O médico ou a instituição de saúde NÃO PODEM SER OBRIGADOS a
divulgar qualquer resultado de exames de seus pacientes, posto
que são documentos sob o sigilo médico e há proibição expressa
no Código de Ética Médica.
Sigilo Médico e sua
importância
Direitos do paciente
Deveres do médicoAspectos
Éticos no
Atendimento
É direito do paciente receber
informações de
maneira clara e coerente, assim como,
ter informações sobre possíveis
malefícios do procedimento em
questão
É dever do médico esclarecer tudo que
será realizado e , assim, permitir que o
paciente tome sua própria decisão.
Também é dever manter o sigilo de
todo atendimento
O médico
julga?
É dever do médico julgar a decisão do
pai? Cabe a nós julgar se o pai foi ou
não egoísta?
 É dever do médico intervir na família,
desrespeitando a decisão do paciente
doador?
Onde o médico errou?
Respeitar o paciente doador é
prejudicar o paciente que receberia o
órgão?
Qual é o dever
do médico?
É orientar!
Manter sigilo!
Respeitar a autonomia do paciente!
Trabalhar com possibilidades reais!
Não assumir o papel de julgador!
Conclusão
A médica não pode divulgar resultados de exames de
seu paciente e assim o fez, visto que a Constituição
Federal de 1988 garante tutela à intimidade de todos os
indivíduos, ou seja, também ampara o sigilo profissional.
É vedado à nefrologista divulgar, até mesmo para a
família, informações fornecidas pelo paciente durante o
atendimento de saúde independentemente do teor da
discussão.
A dignidade humana é a autonomia do ser humano, vale
dizer, consiste na liberdade intrínseca, própria da
natureza da pessoa, que é dotada de razão, de poder
decidir livremente e por si mesma (livre arbítrio).
Referências
BRASIL. Decreto nº 9. 175, de 18 de outubro de 2017. Regulamenta a Lei nº
9.434, de 4 de fevereiro de 1997, para tratar da disposição de órgãos, tecidos,
células e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. 2017.
BRASIL. Portaria nº 2.600, de 21 de outubro de 2009. Aprova o Regulamento
Técnico do Sistema Nacional de Transplantes. 2009.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Parecer CFM nº 5/2020. Informações
médicas são sigilosas e privativas do paciente, sendo que sua divulgação
somente ocorre com seu consentimento formal, exceto em cumprimento de
determinação judicial, quando, nesse caso, o sigilo ficará sob a guarda do Juízo
solicitante. 2020
Referências
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM nº 2.217/2018. Aprova o
código de ética médica. Diário Oficial da União. Brasília, p. 179, 1º nov 2018.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Recomendação CFM nº1/2016. Dispõe
sobre o processo de obtenção de consentimento livre e esclarecido na
assistência médica. 
HOSSNE, William Saad. Bioética - e agora, o que fazer?. Bioethikos, Centro
Universitário São Camilo, São Paulo, Brasil, v. 4, n. 1, p. 99-102, jan/mar. 2010.
PAZINATTO, Márcia Maria. A relação médico-paciente na perspectiva da
Recomendação CFM 1/2016. Revista Bioética, v. 27, p. 234-243, 2019

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