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27_ATOS_PROCESSUAIS_E_NULIDADES_17

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Direito Processual CIVIL
ATOS PROCESSUAIS. NULIDADES.
SUMÁRIO
1. Introdução	3
2. Forma, tempo e lugar dos atos processuais	4
3. Prazos processuais	6
4. Comunicação dos atos processuais	9
4.1 Citação	9
4.2 Intimação	16
5. Negócios jurídicos processuais	17
6. Nulidades	19
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	21
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	21
ATUALIZADO EM 21/08/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
ATOS PROCESSUAIS. NULIDADES.
1. Introdução
O processo é um procedimento realizado em contraditório que visa à tutela jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva (art. 5.º, XXXV, LV e LXXVIII, da CF). O procedimento é uma sequência de atos processuais estruturada a partir de posições jurídicas outorgadas às partes e ao juiz pelo legislador.
Atos processuais são declarações de vontade que visam à criação, modificação ou extinção de situações processuais. Trata-se de espécie do gênero fato jurídico processual.
#SELIGA: Fatos jurídicos processuais são todos os acontecimentos da vida processual que acabam por criar, modificar ou extinguir situações processuais e que possuem o processo como espaço próprio de ocorrência.
Tendo em conta as bases democráticas em que se assenta o Estado Constitucional, os atos processuais devem ser públicos (arts. 5.º, LX, 93, IX, da CF, e 11 e 189 do CPC), sendo admitido o segredo de justiça apenas quando: I) em que o exija o interesse público ou social; II) que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; III) em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; e IV) que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
#SELIGA: O segredo prevalece apenas para o público em geral. Nos feitos que se sujeitam às restrições do procedimento em segredo de Justiça, as audiências realizam-se sem acesso público (art. 368), com a presença apenas do juiz e seus auxiliares, bem como das partes e seus advogados, e, ainda, do representante do Ministério Público, quando funcionar como custos legis.
Os atos das partes produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais (art. 200). Essa é a regra da eficácia imediata dos atos processuais das partes, cujos corolários são: I) a desnecessidade de qualquer ato judicial ulterior para outorgar-lhe eficácia e II) a adoção da regra da preclusão consumativa (uma vez praticado o ato, consome-se a possibilidade de fazêlo outra vez).
#ATENÇÃO: Apenas excepcionalmente se exige para eficácia da desistência da ação a homologação do ato por sentença (art. 200, parágrafo único). A desistência do recurso, porém, independe de homologação (art. 998).
2. Forma, tempo e lugar dos atos processuais
A forma dos atos processuais é uma concretização do princípio da segurança jurídica, na medida em que viabiliza cognoscibilidade à maneira pela qual os atos processuais devem ser praticados e ao mesmo tempo assegura previsibilidade da respectiva realização em um dado modo.
Quanto à forma, os atos jurídicos em geral costumam ser classificados em solenes ou não solenes. Solenes são aqueles para os quais a lei prevê determinada forma como condição de validade. E não solenes, os atos de forma livre, i.e., que podem ser praticados independentemente de qualquer solenidade e que se provam por quaisquer dos meios de convencimento admitidos em direito.
No processo civil brasileiro, não há nem a adoção de um sistema rígido de formas, nem a adoção de um sistema livre. Adotamos o sistema da instrumentalidade das formas, que permite ao juiz considerer a finalidade do ato e a ausência de prejuízo aos fins de justiça do processo para analisar a validade de um ato processual, nada obstante o desvio formal (arts. 188 e 277). A violação relevante à forma implica invalidade processual.
#ATENÇÃO: Para o Código, portanto, as formas que prescrevem são relevantes, mas sua inobservância não é causa de nulidade, a não ser que dela tenha decorrido a não consecução da finalidade do ato.
#SELIGA: Vários atos processuais têm forma legalmente determinada: as citações, por exemplo, devem ser realizadas na forma legalmente prescrita (art. 246). As sentenças, ainda, têm de ser redigidas de acordo com a forma legal (art. 489).
Ao lado da forma, nosso Código disciplina o tempo (arts. 212 a 216) e o lugar (art. 217) dos atos processuais. Os atos processuais devem ser praticados nos dias úteis das seis às vinte horas, observadas as particularidades pertinentes (arts. 212).
Entende-se por dias úteis aqueles em que há expediente forense, de modo que “durante as férias forenses e nos feriados não se praticarão atos processuais” (art. 214). O mesmo se diz dos sábados e domingos, que, conforme a maioria das organizações judiciárias, não são dias úteis.
Salvo no caso de citação e intimação, de nenhum efeito são os atos praticados em dias não úteis ou fora do horário legal. Permite-se, contudo, que os atos iniciados em momento adequado possam se prolongar além das 20 horas, “quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano”.
#ATENÇÃO: No âmbito dos juizados especiais os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno (Lei nº 9.099/1995, art. 12).
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II - a tutela de urgência.
Férias forenses são as paralisações que afetam, regular e coletivamente, durante determinados períodos do ano, todo o funcionamento do juízo, por determinação da Lei de Organização Judiciária. Ao contrário do feriado, que diz respeito pontualmente a determinado dia, as férias correspondem à ideia de suspensão dos serviços forenses por um período prolongado.
Constituem dias não úteis, e equiparam-se aos feriados, os que se compreendem nos períodos de férias da Justiça. Tanto nos feriados como nas férias não se praticam atos processuais. Em caráter excepcional, porém, permite o Código a prática de determinados atos.
Além dos atos processuais isolados que o art. 214 permite sejam praticados durante a suspensão da atividade forense, há processos que têm curso normal no período de férias, i.e., processam-se durante as férias e não se suspendem, como os demais, pela superveniência delas. Acham-se eles enumerados pelo art. 215 e são os seguintes: (a) os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento (inciso I); (b) a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador (inciso II); (c) os processos que a lei determinar (inciso III).
#SELIGA: Processam-se durante as férias as ações relativas a: a) acidente do trabalho; b) acidente de trânsito; c) adjudicação compulsória; d) desapropriação; e) processo falimentar; f) produção antecipada de prova; g) ações locatícias (despejo, consignatória de aluguel, renovação e revisão de locação).
Não correm durante as férias as ações pertinentes a: a) separação litigiosa; b) consignação em pagamento; c) prestação de contas; d) divórcio; e) posse; f) usucapião; g) exibição; h) rescisória; i) execução por título extrajudicial; j) embargos à execução; k) processo cautelar; l) mandado de segurança; m) alimentos; n) nunciação de obra nova; o) execução fiscal.
3. Prazos processuaisO impulso do processo rumo ao provimento jurisdicional (composição do litígio) está presidido pelo sistema da oficialidade, de sorte que, com ou sem a colaboração das partes, a relação processual segue sua marcha procedimental em razão de imperativos jurídicos lastreados, precipuamente, no mecanismo dos prazos.
Prazos são lapsos temporais que existem entre dois termos dentro dos quais se prevê a oportunidade para uma ação ou omissão. O termo inicial é chamado de dies ad quo e o termo final de dies ad quem.
#SELIGA: A observância dos prazos constitui direito das partes e representa garantia de segurança e igualdade ao longo do processo.
#VEMDETABELINHA:
	CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
	QUANTO À ORIGEM
	PRAZOS JUDICIAIS
	PRAZOS LEGAIS
	Fixados pelo juiz
	Fixados pela lei*
	QUANTO À ALTERABILIDADE
	PRAZOS DILATÓRIOS
	PRAZOS PEREMPTÓRIOS
	prazos que podem ser livremente modificados pelas partes.
	só podem ser modificados mediante a observância de certas condições.
	QUANTO AO DESCUMPRIMENTO
	PRAZOS PRÓPRIOS
	PRAZOS IMPRÓPRIOS
	existem para balizar o exercício de direitos e o desempenho de ônus ao longo do procedimento. inobservância dos prazos próprios gera preclusão temporal, isto é, gera a impossibilidade de se praticar o ato posteriormente, salvo alegação e prova de justa causa (art. 223).
	Existem para moldar o cumprimento de deveres – por essa razão, o seu descumprimento não gera a
impossibilidade de prática posterior do ato.
	QUANTO À EXCLUSIVIDADE
	PRAZOS COMUNS
	PRAZOS PARTICULARES
	destinados à atuação de ambas as partes.
	destinados à atuação de apenas uma das partes.
*ATENÇÃO: Havendo dupla omissão, isto é, da lei e do juiz, o prazo para a prática do ato processual será de cinco dias. Nesse caso, porém, as intimações só obrigarão ao comparecimento depois de decorrido o prazo de espera de quarenta e oito horas.
O prazo flui a partir do momento em que existe. Conta-se o prazo a partir do momento em que é computado para fins da própria extinção (art. 231).
Os prazos processuais são normalmente contados em dias. Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade de comunicação eletrônica. A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que se seguir ao da publicação. Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico (art. 224, § 2.º). Não se considerará intempestivo o ato processual praticado antes do início da contagem do prazo (art. 218, § 4.º).
#ATENÇÃO: Na contagem de prazos processuais em dias – a regra não se aplica, portanto, aos prazos prescricionais e decadenciais, bem como a quaisquer outros prazos que pertençam igualmente ao direito material – não se computam os dias feriados. Só se computam os dias úteis (art. 219).
Durante a sua fluência, os prazos podem ser suspensos ou interrompidos. Os prazos podem ser suspensos ou interrompidos por expressa determinação legal.
#DEOLHONATABELA:
	INTERRUPÇÃO 
	SUSPENSÃO 
	importa em cortar-se o prazo que ainda flui e devolvê-lo à parte por inteiro depois de cessada a causa de interrupção.
	coloca em suspenso o prazo durante a sua fluência e a cessação da causa suspensiva devolve à parte tão-somente o que faltava do prazo para a sua própria ultimação
Todos os prazos processuais, mesmo os dilatórios, são preclusivos. Portanto, “decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial”. Opera, para o que se manteve inerte, aquele fenômeno que se denomina preclusão processual. E preclusão, nesse caso, vem a ser a perda da faculdade ou direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil. Recebe esse evento a denominação técnica de preclusão temporal.
Permite o CPC, não obstante, que após a extinção do prazo, em caráter excepcional, possa a parte provar que o ato não foi praticado em tempo útil em razão de “justa causa”. Nessa situação, o juiz, verificando a procedência da alegação da parte, permitirá a prática do ato “no prazo que lhe assinar”, que não será, obrigatoriamente, igual ao anterior, mas que não deverá ser maior, por motivos óbvios.
É possível a renúncia, pela parte, de prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa. Para que essa faculdade seja exercida, é necessário que o prazo não seja comum; que o direito em jogo seja disponível; e que a parte seja capaz de transigir. A renúncia para a lei deve ser sempre expressa.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Em razão da autonomia dos litisconsortes e da maior complexidade que dela resulta, na prática, para o andamento do processo, há no Código uma regra especial sobre contagem de prazo: quando forem diferentes os procuradores dos vários litisconsortes, de escritórios de advocacia distintos, serão contados em dobro os prazos para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. A regra, porém, só se aplica quando, na fase recursal, persiste o litisconsórcio. Se este desaparece, porque apenas um dos litisconsortes sucumbiu, e, portanto, só ele terá legitimidade para recorrer, não há mais como dispensar-lhe o tratamento especial do prazo duplo. 
#ATENÇÃO: Também não prevalecerá quando os advogados dos litisconsortes, embora distintos, pertencerem ao mesmo escritório de advocacia.
#SELIGA: A contagem em dobro não se aplica aos processos eletrônicos.
4. Comunicação dos atos processuais 
A comunicação dos atos processuais pode ocorrer por três formas típicas: cartas (arts. 260 e ss.), das quais são espécies as cartas de ordem, rogatórias, precatórias e arbitrais (art. 69, § 1.º), citação (arts. 238 e ss.) e intimações (arts. 269 e ss.).
Art. 237. Será expedida carta:
I - de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º do art. 236 ;
II - rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;
III - precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa;
IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.
4.1 Citação 
Citação é o ato pelo qual alguém é chamado para integrar o processo na qualidade de parte (art. 238). A citação faz-se pela comunicação pessoal ao réu – ou, eventualmente, a seu representante legal ou ainda ao seu procurador legalmente autorizado – da existência da ação proposta em detrimento de sua esfera jurídica, convocando-o a participar do processo na qualidade de parte.
A exigência legal da citação diz respeito a todos os processos (de conhecimento e de execução), sejam quais forem os procedimentos (comum ou especiais). Até mesmo os procedimentos de jurisdição voluntária, quando envolverem interesses de terceiros, tornam obrigatória a citação (art. 721).
#SELIGA: se o réu comparecer espontaneamenteao processo, a falta da citação será suprida e desse momento correrá o prazo para contestação.
*(Atualizado em 11/09/2021): #NOVIDADELEGISLATIVA A Lei 14.195/2021 alterou dispositivos no Código de Processo Civil:
PRAZO MÁXIMO PARA A CITAÇÃO
A Lei nº 14.195/2021 acrescentou o parágrafo único ao art. 238 prevendo que a citação deve ser feita no prazo de até 45 dias da propositura da ação:
Art. 238.  Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da propositura da ação.
Esse prazo de 45 dias é para que o juiz determine a citação ou para que ela seja efetivamente realizada (concluída)?
Trata-se de um prazo para que todo o ato seja efetivamente realizado.
Assim, o réu deverá ser efetivamente citado em até 45 dias.
Qual é a consequência processual imediata caso esse prazo seja descumprido?
Nenhuma. Consiste em prazo impróprio. Isso significa que o seu descumprimento não gera qualquer consequência jurídica imediata.
Trata-se, contudo, de um parâmetro objetivo que pode ser invocado para que a parte autora exija a efetivação da citação. Desse modo, se, por exemplo, a ação foi proposta há 60 dias sem que a citação tenha ocorrido, o autor poderá exigir, valendo-se desse parâmetro objetivo do art. 238, parágrafo único, do CPC, que a citação ocorra imediatamente.
Este prazo de 45 dias é contado em dias úteis ou corridos?
Dias úteis, nos termos do art. 219 do CPC:
Art. 219.  Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.
Regra específica no caso da citação por meio eletrônico
Importante ressaltar que, se a citação for por meio eletrônico, o que é a regra geral no ordenamento jurídico, o prazo máximo para a citação fica reduzido a, no máximo, 2 dias úteis.
*(atualizado em 21/08/2022) Na contagem realizada conforme o disposto no art. 219 do CPC/2015, não se deve computar o dia em que, por força de ato administrativo editado pela presidência do Tribunal local, os prazos processuais estavam suspensos. STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1.788.341-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 03/05/2022 (Info 738).
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) .
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º.
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei.
#SELIGA: A litispendência e a litigiosidade são considerados efeitos processuais da citação; a constituição em mora e a interrupção da prescrição, efeitos materiais.
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
*(Atualizado em 11/09/2021): #NOVIDADELEGISLATIVA A Lei 14.195/2021 alterou dispositivos no Código de Processo Civil:
CITAÇÃO ELETRÔNICA PASSA A SER O MEIO PREFERENCIAL
Espécies de citação
Existem cinco formas de citação previstas no CPC:
a) por meio eletrônico;
b) pelo correio;
c) por oficial de justiça;
d) pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
e) por edital.
 Qual é a espécie prioritária? Qual a forma que deve ser tentada em primeiro lugar?
	 Qual forma de citação deverá ser preferencialmente realizada?
	Antes da Lei nº 14.195/2021:
Citação pelo CORREIO
	Depois da Lei nº 14.195/2021:
Citação por MEIO ELETRÔNICO
	Art. 246. A citação será feita:
(...)
	Art. 246. A citação será feita preferencialmente por meio eletrônico (...)
	Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:
(...)
	Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo correio para qualquer comarca do País, exceto:
(...)
 
Essa foi uma das grandes novidades da Lei nº 14.195/2021.
Vejamos abaixo um resumo do procedimento a ser adotado para essa citação ser efetivada:
 Ajuizamento
Depois que for ajuizada a ação, o juiz determina a citação do réu, que deverá ser, preferencialmente, por meio eletrônico.
 Prazo para citação
A citação deve ocorrer no prazo de até 2 dias úteis contado da decisão que a determinar.
 Banco de dados com endereços eletrônicos
A citação ocorrerá por meio dos endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco de dados do Poder Judiciário. Esse banco de dados será regulamentado pelo CNJ.
 Cadastro nos sistemas dos Tribunais
Os Tribunais terão, em seus sistemas de autos eletrônicos (ex: PJE), uma ferramenta que já permite citar diretamente as pessoas físicas e jurídicas que já estão ali cadastradas. Ex: alguém propõe uma ação contra a Caixa Econômica Federal; o sistema já terá esse cadastro e determinará a citação eletrônica dessa empresa pública por meio dessa ferramenta.
O CPC afirma que as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nesses sistemas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.
As microempresas e as pequenas empresas deverão manter endereço eletrônico cadastrado no Redesim ou, se não tiverem, deverão fornecer o endereço eletrônico para o cadastro no CNJ.
 Réu tem o dever processual de confirmar o recebimento da citação eletrônica
O réu citando deverá, em até 3 dias úteis, confirmar que recebeu a citação eletrônica.
Se passar o prazo de 3 dias úteis e a secretaria da vara não receber essa confirmação, irá se entender que o réu, por algum motivo, não recebeu a citação eletrônica. Neste caso, deverá ser realizada a citação pelos meios tradicionais:
a) correio;
b) oficial de justiça;
c) escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
d) edital.
 Vale ressaltar que na citação por correio eletrônico deverão conter orientações ao réu explicando como ele deverá realizar a confirmação do recebimento da citação. Ele poderá entrar no site do Tribunal e digitar um código identificador que lhe será fornecido e com o qual será confirmado que ele está ciente do processo.
 Réu deverá explicar por que não confirmou o recebimento da citação eletrônica
Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu que não enviou o e-mail confirmando a citação, terá que apresentar justa causa para a ausência dessa confirmação.
Se o réu não justificar ou se o magistrado não concordar com a justificativa exposta, irá aplicar contra ele multa de até 5% do valor da causa por ato atentatório à dignidade da justiça:
Art. 246 (...)
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o réu citado nas formas previstas nos incisos I, II, III e IV do § 1º-A deste artigo deverá apresentarjusta causa para a ausência de confirmação do recebimento da citação enviada eletronicamente.
§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cento) do valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem justa causa, o recebimento da citação recebida por meio eletrônico.
 
Termo inicial da fluência do prazo de resposta em caso de citação por meio eletrônico
O art. 231 do CPC afirma, em seus incisos, quando se inicia a fluência dos prazos processuais de acordo com cada situação. 
	Se a citação ou intimação
for pelo/por...
	Qual é o dia do começo do prazo?
	CORREIO
	A data de juntada aos autos do aviso de recebimento (AR).
	OFICIAL DE JUSTIÇA
	A data de juntada aos autos do mandado cumprido.
	ATO DO ESCRIVÃO OU
DO CHEFE DE SECRETARIA
	A data de ocorrência da citação ou da intimação.
	EDITAL
	No dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz.
	ELETRÔNICA
	No dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê.
	EM CUMPRIMENTO
DE CARTA
	A data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida.
	DIÁRIO DA JUSTIÇA
(IMPRESSO OU ELETRÔNICO)
	A data de publicação.
	RETIRADA DOS AUTOS, EM CARGA, DO CARTÓRIO OU DA SECRETARIA
	O dia da carga.
 
A Lei nº 14.195/2021 acrescentou o inciso IX ao art. 231 do CPC prevendo que:
- se a citação foi feita por meio eletrônico;
- o prazo para resposta do réu começa no quinto dia útil
- após o dia em que ele confirmar que recebeu a citação.
                                                                           
Veja o dispositivo inserido:
Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
(...)
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio eletrônico.
 
Em regra, a citação deve ser sempre pessoal. Se incapaz o demandado, a citação será feita na pessoa de seu representante legal (pai, tutor ou curador). Se pessoa jurídica, em quem tenha poderes estatutários ou convencionais para representá-la em juízo.
O CPC excepciona a regra de citação pessoal dos respectivos gestores ou administradores quando o citando for a União, os estados, o Distrito Federal ou os municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público, hipótese em que o ato citatório será realizado perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
*(Atualizado em 11/09/2021) A citação pelo correio é a regra geral a ser observada no processo civil. As demais são exceções e dependem de certos requisitos expressamente preconizados pelo Código. A citação por meio eletrônico depende de achar-se o tribunal aparelhado para utilizar a informática como técnica de transmissão de dados.
No que tange ao conhecimento dos termos da demanda, o Código de Processo Civil concebe duas formas de citação: a citação real e a citação ficta. A diferença essencial entre ambas as figuras está em que, na primeira, é certa a ciência do réu quanto à propositura da ação, enquanto que na segunda incide mera ficção legal de conhecimento, satisfazendo-se com isso o ordenamento processual.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
Quando, por malícia do citando, o oficial de justiça não conseguir encontrá-lo para dar-lhe pessoalmente a ciência do ato de cuja prática foi incumbido, permite o Código que a citação se faça de forma ficta ou presumida, sob a denominação de citação com hora certa.
#ATENÇÃO: A citação do réu, quando feita com hora certa, é ficta ou presumida, visto que consumada sem a presença do citando. A intimação do terceiro a quem se entrega a contrafé (art. 253, § 3º) é, no entanto, efetiva (pessoal), devendo recair sobre pessoa capaz.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.
Ao autor incumbe a alegação dos pressupostos que autorizam a citação por edital. Se, porém, agir maliciosamente, fazendo afirmação falsa, além de ser nula a citação (NCPC, art. 280), incorrerá o autor em multa de cinco vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo (art. 258), que reverterá em benefício do citando (art. 258, parágrafo único). Para que se verifique essa responsabilidade, não basta a conduta culposa do autor. O Código expressamente a condiciona à ação dolosa da parte (art. 258, caput)
4.2 Intimação 
Ao lado da citação, prevê o Código de Processo Civil outro meio de comunicação dos atos processuais: a intimação. A intimação refere-se aos demais atos do processo, tendendo a dar ciência a ambas as partes dos movimentos processuais operados no curso do processo. 
As intimações podem ocorrer: I) por meio eletrônico; II) por publicação oficial; III) pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria, pessoalmente ou pelo correio, sendo possível inclusive por ato do advogado da parte contrária; IV) por oficial de justiça, inclusive por hora certa; e V) por edital.
#SELIGA: As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
Em razão do princípio do impulso oficial (art. 2º), as intimações não dependem de provocação das partes e são determinadas pelo juiz, de ofício, no curso do processo, salvo disposição em contrário.
Não há ofensa à prerrogativa de intimação pessoal prevista no art. 183 do CPC, quando o ente público deixa de realizar o necessário cadastramento no Sistema de Intimação Eletrônica do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 1.050 do CPC, sendo válida a intimação pela publicação no Diário de Justiça Eletrônico. STJ. 1a Seção. AR 6.503-CE, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/10/2021 (Info 716).
5. Negócios jurídicos processuais
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
O novo Código adotou a teoria dos negócios jurídicos processuais, por meio da qual se conferiu certa flexibilização procedimental ao processo, respeitados os princípios constitucionais, de sorte a que se consiga dar maior efetividade ao direito material discutido. Assim é que disciplinou a possibilidade de mudança procedimental pelas partes no art. 190 e seu parágrafo único.
ONCPC autoriza o negócio processual sob a forma de cláusula geral, sem, portanto, especificar expressamente os limites dentro dos quais a convenção das partes poderá alterar o procedimento legal. O convencionado entre as partes vinculará o juiz, não cabendo a estas, no entanto, eliminar as suas prerrogativas. Por outro lado, não se reconhece ao magistrado o poder de veto puro e simples. Toca-lhe apenas o poder de fiscalização e controle, de modo a impedir convenções nulas ou abusivas, como explicita o parágrafo único do art. 190.
#OLHAGANCHO: Jornadas de Direito Processual Civil.
Enunciado 16 – As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do CPC poderão aplicar-se aos procedimentos previstos nas leis que tratam dos juizados especiais, desde que não ofendam os princípios e regras previstos nas Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009.
Enunciado 17 – A Fazenda Pública pode celebrar convenção processual, nos termos do art. 190 do CPC.
Enunciado 18 – A convenção processual pode ser celebrada em pacto antenupcial ou em contrato de convivência, nos termos do art. 190 do CPC.
II JORNADA
Enunciado 112 – A intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica não inviabiliza a celebração de negócios processuais.
Enunciado 113 – As disposições previstas nos arts. 190 e 191 do CPC poderão ser aplicadas ao procedimento de recuperação judicial.
Enunciado 114 – Os entes despersonalizados podem celebrar negócios jurídicos processuais.
Enunciado 115 – O negócio jurídico processual somente se submeterá à homologação quando expressamente exigido em norma jurídica, admitindo-se, em todo caso, o controle de validade da convenção.
Enunciado 152 – O pacto de impenhorabilidade (arts. 190, 200 e 833, I) produz efeitos entre as partes, não alcançando terceiros.
Enunciado 153 – A penhorabilidade dos bens, observados os critérios do art. 190 do CPC, pode ser objeto de convenção processual das partes.
 Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
O CPC 2015 admite que as partes e o juiz, de comum acordo, fixem calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. Esse calendário é útil quando o processo envolva questões que se submetem a provas em foros distintos ou a perícias mais complexas; haja prazos comuns; etc. O calendário cumpre significativo papel na implementação do princípio de duração razoável do processo e de emprego de meios que acelerem sua conclusão (CF, art. 5º, LXXVIII), pois, uma vez estabelecido, os atos processuais se realizarão nos momentos predeterminados, sem depender de novas intimações.
6. Nulidades
Quando a lei estabelece forma, a sua inobservância pode acarretar a ineficácia do ato processual. O mesmo ocorre se houver desrespeito a requisitos quanto ao seu modo, tempo e lugar.
No direito civil, distingue-se o ato nulo do anulável: aquele não produz efeitos desde o momento em que praticado (ineficácia ex tunc), enquanto este só deixa de produzir efeitos depois de anulado por sentença. No processo civil, porém, os atos nulos e até os ineficazes podem produzir efeitos, sendo sempre indispensável uma decisão judicial que os declare ineficazes. Ficam, portanto, as imperfeições reduzidas a três categorias: as meras irregularidades, as nulidades e a ineficácia.
Atos meramente irregulars são aqueles que derivam da inobservância de formalidades consideradas não relevantes para a validade do ato processual.
O ato é nulo quando praticado sem a observância dos seus requisitos de validade. A nulidade não se confunde com a mera irregularidade, porque a esta não se carreia nenhuma sanção, ao passo que aquela poderá resultar na retirada da eficácia do ato processual. No entanto, ela também não se confunde com a ineficácia, porque, mesmo as nulidades, no sistema processual civil, são, a partir de um certo momento, sanáveis. Tanto a nulidade quanto a ineficácia, para deixarem de produzir efeitos, dependem de decisão judicial, mas a nulidade sana-se após um determinado tempo (o prazo máximo é o transcurso in albis do prazo para a ação rescisória), ao passo que a ineficácia é insanável.
#VEMDETABELINHA:
	NULIDADES ABSOLUTAS
	NULIDADES RELATIVAS
	possibilidade de serem conhecidas e decididas pelo juiz de ofício.
	só serão reconhecidas se expressamente apontadas pela parte interessada.
	não preclui quando não alegada no momento oportuno.
	Sofrem preclusão.
	resultam de infração à ordem pública.
	o requerimento de declaração de nulidade
relativa só pode ser feito por quem tenha legítimo interesse.
Seja qual for o tipo de nulidade – absoluta ou relativa –, o juiz considerará válido o ato, e não lhe retirará a eficácia, se ele, realizado de outro modo, alcançar a finalidade (CPC, art. 277). Trata-se do princípio da instrumentalidade das formas.
#ATENÇÃO: Tanto para a nulidade absoluta quanto para a relativa, é preciso que haja prejuízo para a declaração de invalidade, sob pena de ofensa ao princípio da instrumentalidade das formas e do próprio processo.
#DEOLHONATABELA:[footnoteRef:2] [2: Retirada da obra Direito Processual Civil Esquematizado, de Marcus Vinicius Rios Gonçalves, pag.311.] 
	TIPO DE VÍCIO
	QUANDO OCORRE
	CONSEQUÊNCIAS
	RECONHECIMENTO E REGULARIZAÇÃO
	ATOS MERAMENTE IRREGULARES
	Decorrem da
inobservância de
formalidade não
relevante.
	Nenhuma.
	Desnecessários.
	NULIDADES RELATIVAS
	Inobservância
de forma estabelecida em benefício de uma
das partes.
	Deve ser alegada pelo
prejudicado na primeira
oportunidade, sob pena de preclusão. Só será declarada se trouxer prejuízo para o
litigante que a alegar.
	O reconhecimento depende de alegação pela parte prejudicada
e implicará retificação ou renovação do ato.
	NULIDADES ABSOLUTAS
	Inobservância
de forma estabelecida em razão do interesse
público.
	Pode ser conhecida de
ofício no curso do processo e não preclui, exceto depois de
transcorrido in albis o prazo da ação rescisória.
	Se o juiz, de ofício ou a requerimento, reconhecer a nulidade,
determinará que o ato viciado e os subsequentes dele
dependentes sejam renovados. Depois de encerrado o processo,
poderá caber ação rescisória, no prazo de dois anos.
	INEFICÁCIA
	Inobservância
de forma essencial,
estrutural, que constitua pressuposto processual de eficácia.
	Pode ser conhecida no
curso do processo e não
preclui nunca, podendo ser alegada a qualquer tempo.
	Verificado o vício no curso do processo, o juiz determinará o necessário para saná-lo, mandando que o ato viciado e os
subsequentes sejam renovados. Se o processo estiver concluído, poderá ser alegado em ação declaratória de ineficácia, impugnação ao cumprimento de sentença ou em embargos à execução.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Código de Processo Civil
	Art. 212 a 283
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Curso de Direito Processual Civil, Saraiva, 2020.
JÚNIOR, HUMBERTO THEODORO. Código de Processo Civil Anotado, 22ª edição, Forense.
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil, Volume 2.
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