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Contexto Histórico e Social
A Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire se desenvolve dentro de um contexto histórico e social específico, 
marcado pela opressão e desigualdade em diversas partes do mundo. Freire vivenciou em primeira mão as 
realidades enfrentadas pelas populações marginalizadas e empobrecidas, especialmente no Nordeste 
brasileiro, onde atuou como educador e lutou pela justiça social.
O surgimento da Pedagogia do Oprimido está profundamente enraizado nos movimentos de emancipação 
política e cultural da década de 1960, em um momento de grandes transformações sociais e políticas. Freire 
pretendia criar uma pedagogia que fosse capaz de questionar e transformar as estruturas opressoras da 
sociedade, dando voz e protagonismo aos grupos historicamente excluídos.
Nesse contexto, a obra de Freire dialoga com as lutas anticoloniais, com os debates sobre o imperialismo e 
com as teorias críticas da educação que questionavam o modelo tradicional, classificado como "bancário" 
e "domesticador". A Pedagogia do Oprimido surge, assim, como uma alternativa radical e libertadora, 
voltada para a conscientização e a emancipação dos sujeitos.
Conceito de opressão
O conceito de opressão é fundamental na Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire. Opressão refere-se a 
uma condição de dominação, na qual um grupo social ou indivíduo é submetido à vontade e ao poder de 
outros, impedido de exercer sua liberdade e de se desenvolver plenamente. Essa relação assimétrica de 
poder é caracterizada pela imposição de valores, crenças e comportamentos do grupo dominante sobre o 
grupo dominado, negando-lhe a sua humanidade e autonomia.
Na perspectiva de Freire, a opressão é um fenômeno complexo, que envolve não apenas a exploração 
econômica, mas também a marginalização cultural, a negação de direitos e a violência simbólica. Os 
oprimidos, muitas vezes, internalizam a visão de mundo dos opressores, desenvolvendo uma consciência 
ingênua que os impede de enxergar a sua própria condição e de lutar pela transformação da realidade. 
Portanto, a superação da opressão demanda um processo de conscientização e de libertação, em que os 
oprimidos se tornam sujeitos de sua própria história.

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