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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – MARIANA MARQUES • Distúrbio endócrino que os hormônios se encontram desequilibrados. • Causa anovulação crônica (ausência de ovulação), devido a resistência à insulina. • O principal achado clínico nas pacientes com SOP é o hiperandrogenismo e da anovulação. FUNÇÃO OVARIANA: • Os ovários possuem como função a produção de secreção hormonal e a ovulação, assim, quando há uma patologia ovariana, ocorre problemas na produção e excreção hormonal ou na ovulação (anovulação). • Quando há bloqueio da função ovariana, ocorre regressão das funções ovarianas de forma progressiva, causando alteração dos ciclos ovarianos, insuficiência lútea e anovulação, podendo levar a amenorreia. SOP: • A anovulação crônica ocorre devido falhas persistentes da ovulação devido interferências no mecanismo de feedback do eixo C-H-H-0. • Essas alterações podem ser causadas ou causar: ➔ Aumento de androgênios ovarianos; ➔ Potencializa ação do LH nos ovários; ➔ Obesidade; ➔ Produção excessiva de estrogênio; ➔ Menor produção SHBG – fígado; ➔ Produção de estrogênios e androgênios; ➔ Aumento de LDL e TG e diminuição do HDL; ➔ Hiperinsulinemia e resistência à insulina. • Alteração Menstrual: ➔ Espaniomenorreia: espaçamento anormal do ciclo (intervalo maior e menstruação menos frequente); ➔ Oligomenorreia: duração menor da menstruação; ➔ Sangramento endometrial anormal. • Infertilidade; • Hirsutismo: presença de acne, pele oleosa e aumento da pelificação (distribuição masculina de pelos). • Obesidade. • É diagnóstico de exclusão. • História Clínica: irregularidade menstrual, sinais de hiperandrogenismo, infertilidade e obesidade. • Exames complementares: ➔ Se hirsutismo: testosterona, DHEA-S, cortisol. ➔ Dosar TSH, T4 livre. ➔ Realizar curva de Glicose e insulinemia. ➔ Imagem: fazer USG pélvico. CONSENSO DE ROTTERDAM – 2004: • Hiperandrogenismo clínico ou laboratorial: aumento da pilificação (hirsutismo). • Oligo-amenorreia: ciclos irregulares e espaçados, por, no mínimo, 2 anos após a menarca. • Critérios ultrassonográficos: ovário maior que 10cm ou com múltiplos cistos são indicativos de SOP. Observação: para diagnóstico a paciente deve ter ao menos 2 dos 3 critérios acima. ATENÇÃO: • Deve-se excluir outras etiologias que causam hiperandrogenismo antes de fechar o diagnóstico: ➔ Hiperplasia Congênita de Supra-Renal; ➔ Tumores secretores de androgênios (ovários); ➔ Síndrome de Cushing Observação: a identificação de resistência insulínica, intolerância à glicose ou DM não faz parte do diagnóstico da SOP, mas, quando houver a associação com esses distúrbios, deve-se identificar e tratar adequadamente para evitar a síndrome metabólica e a doença cardiovascular. • Afastar causas extra ovarianas de anovulação; • Considerar de início a frequente associação com resistência periférica à insulina (metiformina); • Obesidade: tratar c/ dieta, exercícios, metiformina; • Corrigir dislipdemias: estatinas. • Prolactinemia: tratar com bromocriptina; • Epilepsia (hiperatividade lobo temporal): hidantoina; • Alterações menstruais: corrigir ciclo (estradiol, ACO) • Hirsutismo: combater efeitos metabólicos e estéticos • Infertilidade: induzir ovulação (citrato de clomifeno, metiformina, gonadotrofinas); • Cirurgia: operação de Thaler ou drilling (perfurações múltiplas). DISFUNÇÃO MENSTRUAL: • A primeira opção p/ adolescentes que com disfunção sem hiperandrogenismo cutâneo é os progestagênios. ➔ Pode ter administração intermitente: por 10 dias (15º ao 25º dia do ciclo) a 14 dias (15º ao 29º dia do ciclo), visando normalização do padrão menstrual ou realizada de forma contínua. ➔ Principal indicação: desogestrel (75 µg ao dia). • Nas mulheres em que o padrão menstrual não se regularizou com a conduta medicamentosa (metformina) ou o uso de progestagênios, podem-se usar os anticoncepcionais hormonais combinados (melhoram a irregularidade menstrual, atenuam o hiperandrogenismo cutâneo moderado e podem evitar gravidez, porém, a terapia estroprogestativa não promove melhora da resistência à insulina).