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Epifisiolistese proximal do fêmur 1 Epifisiolistese proximal do fêmur Created Tags Marcela Cavalcanti Patologia que acomete o quadril do adolescente caracterizado pelo deslizamento da parte proximal do fêmur em relação à cabeça do fêmur A cabeça do fêmur sempre permanece dentro do acetábulo Fisiopatologia Somente no esqueleto imaturo pois precisa que a fise esteja presente Alargamento e enfraquecimento da camada hipertrófica (terceira camada da fise) Fatores como estresse mecânico local, crescimento e aumento de peso e a teoria hormonal podem levar ao escorregamento do fêmur proximal obs: a teoria hormonal é uma das mais aceitas Epidemiologia June 16, 2021 1039 AM Observar que, no lado esquerdo, a cabeça do fêmur está no acetábulo mas a parte proximal do fêmur está desviada para anterior e superior em relação à cabeça Epifisiolistese proximal do fêmur 2 Sexo masculino é 2 vezes mais acometido Raça negra Adolescente gordo e baixo ou alto e magro Ocorre no estirão da pré-adolescência → fase de crescimento rápido quando o esqueleto ainda é imaturo Meninos: 10 a 13 anos Meninas: 12 a 14 anos → raro após a menarca Bilateral: 37% Etiologia Teoria hormonal → muito relacionada ao biotipo (hormônios sexuais e de crescimento) Froehlich: obesidade e hipogonadismo Mickulicz: alto, magro e crescimento rápido Teoria mecânica Achados clínicos Dor localizada na face anterior do quadril ou na região medial da coxa e joelho Dor inicialmente leve que aumenta gradativamente Marcha claudicante → o paciente pode chegar a parar de andar por causa da dor intensa Membro inferior em rotação externa e encurtado Sinal de Drehman: ao fazer a flexão do quadril e joelho o membro inferior roda externamente obs: é uma doença progressiva!! Classificação quanto a duração dos sintomas Agudo: sintomas com menos de 3 semanas Crônico: sintomas com mais de 3 semanas Crônico agudizado: exacerbação recente da dor em casos crônicos Classificação quanto à estabilidade Epifisiolistese proximal do fêmur 3 Escorregamento estável: a criança consegue andar e suportar o peso do corpo, mas precisa de muletas. Prognóstico melhor Escorregamento instável: criança sente dor forte e não consegue deambular. Prognóstico pior Classificação quanto ao deslizamento I - Pré-deslizamento: não existe deslizamento mas existe um alargamento da fise. Era o momento ideal para o diagnóstico, mas muito raro de acontecer II - Leve: cerca de 30% de desvio III - Moderado: 30 a 60% de desvio IV - Grave: mais de 60% de desvio Diagnóstico radiológico O melhor exame e também o mais simples é a radiografia Epifisiolistese proximal do fêmur 4 Normalmente se solicita o raio-x de bacia uma vez que permite a visualização dos dois quadris possibilitando fazer a comparação entre os mesmos Alargamento da placa no lado em que há queixas clínicas Linha de Klein: Sinal de Trethowhan: traça uma linha no bordo superior do colo femoral que tem que cruzar a epífise proximal do fêmur (linha de Klein). Quando existe deslizamento, a linha de Klein não cruza a epífise proximal do fêmur. Quando há desvio também podemos observar que a altura da epífise é menor Sinal de Steel: quando temos um desvio proximal do fêmur para cima e para frente forma um sombreamento em meia lua obs: lembrar que essa patologia pode ser bilateral e em estágios diferentes em cada lado Epifisiolistese proximal do fêmur 5 Tratamento O tratamento é uma urgência!! Feito o diagnóstico, deve-se internar o paciente para programar o tratamento cirúrgico. Fixação "in situ" → é o tratamento padrão ouro nos casos de pré- deslizamento e deslizamento leve e consiste na colocação de um parafuso para fixar a parte proximal do fêmur com a epífise femoral para tentar evitar maior deslizamento Em casos graves muitas vezes não é possível fazer a fixação, sendo necessário recorrer as osteotomias As osteotomias são realizadas quando o diagnóstico é feito de forma mais tardia e já existe um desvio moderado ou grave, ou seja, acima de 30% Osteotomia proximal do fêmur Epifisiolistese proximal do fêmur 6 Osteotomia no colo femoral Osteotomia subtrocantérica Osteotomia da bacia Cirurgia de Salter Cirurgia de Dega Objetivos do tratamento: Principal: parar o escorregamento através de uma epifisiodese Secundário: reorientação proximal do fêmur → osteotomia obs: fixação profilática → ainda é um tema controverso a fixação in situ do quadril contralateral de forma profilática uma vez que há uma chance de quase 40% de aocmetimento bilateral. Cabe avaliar cada caso individualmente, em casos em que o paciente tem poucas condições socioeconômicas, com risco de não fazer o acompanhamento, é melhor fazer logo a fixação profilática contralateral. Outro caso especial é na existência de doenças endócrinas, como um hipogonadismo, que aumentam a chance do desvio ocorrer nos dois lados. Fixação in situ com parafuso canulado Epifisiolistese proximal do fêmur 7 Complicações Condrólise Relacionada com a perfuração da superfície articular, da cartilagem, na hora que se introduz o parafuso para fixação Necrose avascular Frequente nos casos em que se tenta reduzir o desvio no pré-operatório Coxartrose Nos casos em que o diagnóstico é feito tardiamente, o desvio é muito grande, ocorreu condrólise, e pode ser inerente da própria patologia Osteotomias