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Avaliação Nutricional na gestante

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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL 
PRÉ-NATAL
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
DE GESTANTES
Prof. MsC. Débora Marques 
ASSISTÊNCIA PRÉ -NATAL
CALENDÁRIO DE 
CONSULTAS:
 ACIMA DE 6 CONSULTAS
 1 : 2 :3
 NUTRIÇÃO: 4 consultas ou +
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ -NATAL
PRONTUÁRIO COM AS SEGUINTES 
ETAPAS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL:
 Avaliação clínica
 Avaliação física
 Avaliação dietética
 Avaliação laboratorial (bioquímica)
 Complicações e intercorrências
 Avaliação das condições de aleitamento materno 
 Avaliação da PA e presença de edemas
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ -NATAL
PRONTUÁRIO REVISADO COM OS 
SEGUINTES DADOS DA AVALIAÇÃO 
NUTRICIONAL: 
Avaliação física  ganho de peso
 Avaliação clínica  novos sinais e sintomas
 Avaliação dietética  adesão / adequação / ...
 Avaliação laboratorial  evolução...
 Complicações e intercorrências  investigação
 Avaliação das condições de aleitamento materno  incentivo
e esclarecimentos
 Avaliação da PA e presença de edemas  investigação contínua
Objetivos da Avaliação Nutricional de 
Gestantes
 Identificar gestantes em risco
nutricional (baixo peso ou
sobrepeso) no início da gestação
 Identificar as gestantes com ganho
de peso menor ou excessivo para a
idade gestacional, em relação ao
EN prévio
 Melhorar o EN em casos de
gestante de risco, suas condições
para o parto e o peso do recém-
nascido
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ -NATAL
 Primeiro passo (primeira consulta)
Conhecendo o peso pré-gestacional:
 Para gestantes adultas – calcular o IMCPG e avaliar 
pela tabela de classificação do MS/IOM/OMS
 Para gestantes adolescentes – calcular o IMCPG, 
consultar a classificação (OMS, 2006) e aplicar 
procedimentos específicos para este grupo (Cap 27 – Vitolo, MR).
Realize o diagnóstico nutricional 
utilizando o Quadro 1. Localizar
na primeira coluna a semana gestacional 
calculada e identifique, nas colunas 
seguintes, em qual faixa está situado o 
IMC da gestante.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
O ideal é que o IMC considerado no 
diagnóstico inicial da gestante
seja o IMC pré-gestacional referido (limite 
mínimo são 2 meses antes) ou o IMC
calculado a partir de medição realizada até 
a 13a semana gestacional. Caso
isso não seja possível, inicie a avaliação da 
gestante com os dados da primeira
consulta de pré-natal, mesmo que esta ocorra 
após a 13a semana gestacional.
2º) Estimar o ganho de peso para gestantes utilizando o 
Quadro 2
Além da Avaliação Antropométrica...
O atendimento nutricional envolve:
 Anamnese alimentar
 Exames físicos (sinais clínicos): Edema, anemia, 
hipovitaminoses
 Exames bioquímicos (Ocorrências mais comuns: Anemia 
ferropriva e DMG)
 Orientações Nutricionais (para a gestante, incentivar e 
preparar a mãe para o AM)
 Conduta dietoterápica geral ou específica (DMG, 
hiperêmese, azia, eclâmpsia, pica, anemia, 
constipação...)
Gestante adolescente
 Esta classificação não é específica, porém pode ser 
usada sendo flexível - especificidade desde grupo;
 > 2 anos da menarca: equivale a de adultos;
 < 2 anos de menarca: ⇑⇑ Baixo peso;
 Altura deve ser mensurada em todas as consultas 
fase de crescimento
 Mais importante: acompanhamento do traçado da 
curva que deve ser ascendente;
 Sempre tratar como risco nutricional;
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ -NATAL
 Inquérito dietético completo e detalhado
 Avaliar uso de refrigerantes, bebida alcoólica, infusões em 
geral (chás, café);
 Produtos dietéticos e edulcorantes;
 Tabus alimentares
 Alergias ou intolerâncias
 Picamalácia
 Se nas preferências há consumo de alimentos de todos os 
grupos essenciais
 Verificar se não há gula ou preferência por alimentos 
açucarados e/ou lipídicos 
 levantar o uso de suplementos nutricionais; se tomava parou 
quando? 
ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PRÉ -NATAL
Investigar sinais e sintomas digestivos:
 Náuseas e vômitos
 Azia (pirose)
 Sialorréia (salivação excessiva)
 Dores abdominais e cólicas 
 flatulência e obstipação
 hemorróidas
 Sangramento nas gengivas
 Investigar outros sinais mais comuns:
 Tonturas, fraqueza e desmaio
 Queixas urinárias 
 corrimento vaginal 
 falta de ar e dificuldade para respirar 
 dor nas mamas; dor lombar e câimbras 
 cefaléia
 Varizes, estrias, cloasma gravídico 
ACHADOS SUGESTIVO DE:
OLHOS:
 Palidez da mucosa conjuntival
 Vermelhidão e fissuras nos epicantos
 Xantelasmas
Anemia
 B2 e B6
 Hiperlipidemia
FACE:
 Seborréia nasolabial  B2 
LÁBIOS E LÍNGUAS:
 Estomatite angular
 Língua magenta
 B2 
GLÂNDULAS;
 Bócio  Iodo
OUTROS:
 Fraqueza, fadiga ao menor esforço, baixa 
imunidade
 Anemia ferropriva
 Gengivas sangrantes e pequenas 
hemorragias cutâneas
 Carência de vit. C
AVALIAÇÃO 
BIOQUÍMICA DA 
GESTANTE
DEVE SER FEITA NA PRIMEIRA 
CONSULTA E REPETIDO A 
CRITÉRIO DA EQUIPE 
1- HEMOGRAMA
INFECÇÕES ANEMIAS
SUPLEMENTOS 
VITAMÍNICOS
EXEMPLO: 
2- PROVA DE 
COOMBS
Avalia se a mãe, que tem Rh negativo, produz 
anticorpos contra o sangue do bebê. Caso 
confirmado e, dependendo da quantidade de 
sangue do feto destruída durante a gravidez, faz-se 
uma transfusão intra-útero ou logo que ele nasce. É 
indispensável sempre que a mulher tem Rh negativo e 
o futuro pai, positivo.
3. GLICEMIA
Controla a presença de DMG: a doença pode provocar
hipoglicemia no bebê (baixa perigosa das taxas de glicose)
logo após o parto, ou promove MACROSSOMIA. Solicitado
na primeira consulta, verificando fatores causais. Entre a 24ª e
a 28ª semanas, o obstetra costuma pedir um outro exame, o
Teste de Tolerância à Glicose, para fazer duas dosagens: a
primeira, em jejum e outra, uma hora depois de uma
sobrecarga de açúcar.
3. GLICEMIA
4. URINA – TIPO 
EAS
Detecta uma possível infecção urinária. Se não for 
tratada, pode desencadear anemia, ruptura 
prematura da bolsa amniótica e parto prematuro.
Se faz praticamente durante toda a gravidez, em 
intervalos de um a dois meses. E sempre que houver 
queixas como ardor ao urinar acompanhado ou não 
de febre.
5. URINA –
CULTURA
Identifica a bactéria que causa a infecção. 
Pode-se, também, pesquisar a que tipo de 
antibiótico ela se mostra sensível.
Se faz quando a grávida apresenta sintomas de 
infecção urinária ou se o exame de urina mostrou 
alteração. O resultado demora de 3 a 7 dias.
6. PARASITOLÓGICO DE 
FEZES
Verifica se existem vermes roubando sangue e 
nutrientes da gestante, o que ocasiona anemia. Se faz 
logo na primeira consulta. Analisa em conjunto com o 
resultado de eosinófilos do hemograma. 
E avalia a necessidade de se repetir o exame.
7. SOROLOGIA PARA 
TOXOPLASMOSE
Provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii, sendo responsável por 
malformações fetais. 
Transmissão: contato das fezes de animais como gatos, cachorros e pombos 
(portadores do parasita), além de carne de boi contaminada e mal 
cozida. 
Resultado negativo: acompanhar a grávida mais de perto. 
Resultado positivo: médico deve pedir um exame específico para definir se 
a toxoplasmose se encontra ou não em atividade. Tratamento deve ser 
precoce.
Em casos de resultado negativo, repete-se a cada três meses.
8. SOROLOGIA PARA 
RUBÉOLA
A doença afeta gravemente o bebê, sobretudo nos primeiros meses. Até a 12ª 
semana da gestação, esta possibilidade ultrapassa 80%. Se o exame revelar uma 
titulagem superior a 1:16, significa imunidade da mãe. Ou seja, os riscos estão 
afastados. Caso não sejam encontrados anticorpos contra a rubéola (ou um 
número muito baixo deles), o sinal é de alerta: como a mulher está suscetível a 
contrair a doença, precisa fazer uma vigilância especial.
Ideal prevenir: antes de engravidar, quando ainda é possível tomar a vacina. Ou 
logo no começo da gestação, se não houve este cuidado prévio. Existindo qualquer 
suspeita de contaminação, o exame será repetido em 15 dias e comparado ao 
anterior.
9. SOROLOGIA 
PARA SÍFILIS
Trata-sede doença sexualmente transmissível e que gera 
malformações. Um tratamento precoce, até o 4º, 5º mês, à base 
de penicilina, afasta o risco. 
Quando se faz - No primeiro trimestre. O futuro pai também faz o 
exame, para que não venha a contaminar a companheira. 
12. SOROLOGIA PARA 
HEPATITE B
Se ficar comprovado que a mãe tem o vírus, há 
possibilidade de a criança ser infectada no momento do 
parto. Como prevenção, faz-se uma vacina, no bebê, com 
os anticorpos para hepatite. Na maioria dos casos, a 
medida é eficaz.
Quando se faz - Antes da gravidez, como prevenção. Ou
logo nos primeiros meses. O resultado sai em um dia.
13. ELISA: ANTI-HIV
O HIV é uma doença sexualmente transmissível. Ou seja, a mulher portadora
do vírus pode passá-lo ao filho durante a gravidez ou no parto. O exame
permite que o obstetra tome medidas para proteger a saúde da mãe e do bebê,
reduzindo-se, consideravelmente, o perigo de contaminação da criança.
Como se faz - A partir de uma amostra do sangue materno. O resultado sai no
dia seguinte. Em caso positivo, o Ministério da Saúde recomenda que se repita
o teste para uma pesquisa ainda mais detalhada, confirmando ou não o
diagnóstico.
Quando se faz - No começo da gravidez. Muitos médicos ainda não o
solicitam, mas deveriam.
.
15. AMNIOCENTESE
Detecta doenças cromossômicas.
Como se faz - Através de uma punção abdominal. 
Risco de interrupção da gravidez de até 1%.
Quando se faz - Entre a 14ª e a 17ª semanas.
Quem deve fazer - As gestantes que não se submeteram à biópsia 
do vilo-corial. Também se houver histórico de doença familiar para 
ela ou o marido.
18. SECREÇÃO 
VAGINAL
Pesquisa a bactéria Streptococcus beta hemolítico, com 
alto poder de contaminação. Pode causar, inclusive, 
infecção generalizada no bebê, na hora do parto.
Como se faz - Através de amostra da secreção vaginal.
Quando se faz - Entre a 35ª e a 37ª semanas.
Quem deve fazer - Todas as gestantes.
20. OUTROS EXAMES 
BIOQUÍMICOS
SÉRICOS
MEDIDAS REFERÊNCIAS MEDIDAS REFERÊNCIAS
ALBUMINA 2,5 g% ou 32g/L PROTEÍNAS TT 6-7 g%
COLESTEROL 
TOTAL
200-325 mg /100mL HDL
LDL
> 50 mg/dL
< 160 mg/dL
CREATININA 0,5-1,0 mg% TG < 150 mg%
AST (TGO) Até 22 U/L ALT (TGP) Até 22 U/L
ÁCIDO ÚRICO 2,0-5,0 mg% URÉIA 10-20 mg%
TIROXINA LIVRE 0,7-2,0 ng/dL TSH 0,4-6,0 UI/mL
DADOS BIOQUÍMICOS SÉRICOS COMPARANDO GESTANTE E NÃO GESTANTE 
(Gaw et al., 2001).
DOSAGENS SÉRICAS GESTANTE (3º TRIM.) NÃO GESTANTE
SÓDIO (mmol/L) 132-140 135-145
POTÁSSIO (mmol/L) 3,2-4,6 3,4-4,9
CLORO (mmol/L) 97-107 95-105
BICARBONATO (mmol/L) 18-28 21-28
URÉIA (mmol/L) 1,0-3,8 2,5-8,0
GLICOSE DE JEJUM (mmol/L) 3,0-5,0 4,0-5,5
CÁLCIO (mmol/L) 2,2-2,8 2,2-2,6
MAGNÉSIO (mmol/L) 0,6-0,8 0,7-1,0
ALBUMINA (g/L) 32-42 40-52
BILIRRUBINA (mol/L) 3-14 3-22
ALT / TGO (U/L) 3-28 3-55
AST / TGP (U/L) 3-31 12-48
FOSFATASE ALCALINA (U/L) 175-400 80-280

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