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24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 1/16 O roteiro de estudos abordará os principais temas relacionados à regulação do mercado da saúde suplementar, trazendo informações relevantes de como a saúde suplementar e os planos de saúde surgiram no Brasil, qual é o órgão que regulamenta os planos de saúde, quais são os mecanismos utilizados pelas operadoras para controlar a assistência à saúde e muitos outros temas essenciais para a sua formação. Caro(a) estudante, ao ler este roteiro você vai: aprender sobre a evolução do sistema de saúde no Brasil; re�etir sobre o surgimento da saúde suplementar e dos planos de saúde no Brasil; compreender como funciona a regulação dos sistemas de saúde privado no Brasil; estudar as características que diferem os contratos e os convênios; avaliar como funcionam os planos de saúde e os seus mecanismos de controle; conhecer e entender a relação entre o setor público e o setor privado. Introdução No início da década de 1950, juntamente com o desenvolvimento da indústria no Brasil, os empresários estrangeiros propuseram aos seus trabalhadores uma assistência hospitalar especí�ca. Como as indústrias cresceram, foi identi�cada a oportunidade de oferecer acesso a serviços de saúde à população, o que resultou no incentivo ao credenciamento de serviços na área da saúde. Desde 1950, o mercado da saúde suplementar no Brasil passa por grandes Regulação do Mercado da Saúde Suplementar Roteiro deRoteiro de EstudosEstudos Autor: Ma. Amanda Caroline Sartori Revisor: Adriana Furquim 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 2/16 mudanças ao longo dos anos. No início da implementação, não existiam normas regulamentadoras e competitividade de mercado e, assim, as operadoras cometiam inúmeros exageros. No entanto, atualmente, o mercado da saúde suplementar no Brasil encontra-se consolidado e com uma ampla concorrência. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi criada em 28 de janeiro de 2000, para elaborar regulamentações e normas para a saúde suplementar, além de controlar e �scalizar as atividades desenvolvidas por esse segmento, assegurando a qualidade da assistência em saúde prestada aos usuários dos planos de saúde e a sustentabilidade do setor de saúde suplementar. Sistemas de Saúde: o Surgimento da Saúde Suplementar e dos Planos de Saúde Até o início do século 20, para ter acesso à assistência à saúde, a população brasileira precisava recorrer aos médicos particulares ou às instituições �lantrópicas. Na década de 1960, o governo criou o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que, posteriormente, passou a ser o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) (SOUZA, 2002). O INPS foi criado em consequência da aliança dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) de várias categorias pro�ssionais organizadas, como industriários e bancários. Depois, foram ampliados e viraram o Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) (SOUZA, 2002). O INAMPS prestava assistência à saúde somente para os trabalhadores da economia formal e seus dependentes, e era necessária a construção de grandes centros de assistência hospitalar e ambulatorial para atender a essa demanda. Desse modo, o INAMPS investia recursos nos estados, por meio de suas superintendências regionais, para o atendimento à saúde de maneira proporcional ao arrecadado e de associados existentes (SOUZA, 2002). Naquele período, a assistência à saúde dos brasileiros estava dividida em três distintas categorias: Aqueles que podiam pagar pela assistência em saúde; Aqueles que tinham direito à assistência à saúde prestada pelo INAMPS; 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 3/16 Aqueles que não possuíam nenhum direito à saúde. Na década de 1970, com a crise de �nanciamento da Previdência, o INAMPS assume diversas medidas para racionalizar seus gastos e, a partir da década de 1980, passa a adquirir os serviços do setor público, realizando convênios. Assim, o INAMPS começa a �nanciar a assistência à saúde prestada pela rede pública somente para os seus bene�ciados, preservando o caráter de universalidade dos associados (SOUZA, 2002). No �m da década de 1980, o INAMPS deixou de exigir a Carteira de Segurado do INAMPS e passou a prestar assistência nos seus hospitais próprios e nos conveniados com a rede pública de saúde, aproximando o INAMPS à cobertura universal do cliente. Ressalta-se que esse processo resultou na criação do Sistema Uni�cado e Descentralizado de Saúde (SUDS), concretizado por meio da formalização de convênios entre o INAMPS e os governos estaduais. Desse modo, podemos identi�car que ali começava a ser elaborado um sistema de saúde que possuía tendência à cobertura universal da população, até mesmo antes da publicação da Lei nº 8.080/90 que estabeleceu o Sistema Único de Saúde (SUS) (SOUZA, 2002). Isso foi causado pela crise de �nanciamento do modelo de assistência médica da Previdência Social e também pela ampla mobilização política dos centros universitários, dos trabalhadores da saúde e de setores organizados da sociedade que formavam o movimento da Reforma Sanitária. Os primeiros planos de saúde no Brasil surgiram na década de 1950, vinculados às empresas e considerados um benefício aos trabalhadores. Esses planos de saúde não possuíam uma base legal apropriada e eram muito semelhantes aos planos de autogestão (SCHEIDWEILER, 2019). De acordo com Malta et al . (2017, p. 2), as operadoras de planos de saúde atuam no Brasil desde a década de 1940, e o subsetor Saúde Suplementar (SS) compreende o mercado de planos privados de assistência à saúde. O segmento comercial é composto pelas cooperativas de trabalho médico, cooperativas odontológicas, as empresas de medicina de grupo, as empresas de autogestão e as seguradoras. Outro segmento, sem �ns lucrativos, portanto, não alcançado pela regulação do Setor/ANS, constitui o segmento de Instituições Públicas, de instituição de assistência de servidor público (municipal, estadual ou militar). A PNS ampliou, ainda, os temas pesquisados, como doenças crônicas, estilos de vida, dentre outros. É importante destacar que a Constituição Federal de 1988, além de determinar os princípios para o atendimento público de saúde, também apresentou a oportunidade de oferta de serviços de saúde pela iniciativa privada, contudo, era necessário o acompanhamento e a vigilância do Estado. Os planos de saúde como conhecemos hoje surgiram apenas no �nal da década de 1960, denominados planos de assistência médica, que, na década de 1970, originaram os seguros-saúde (ROCHA, 2012). 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 4/16 Outro ponto importante foi a criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC), no início da década de 1990, por meio da Lei Federal nº 8.078/90, com a �nalidade de proteger o direito dos consumidores, inclusive o dos usuários dos planos de saúde, já que, por não ter uma legislação e regulamentação especí�cas e existir pouca concorrência entre os planos, eram cometidos vários exageros e abusos pelas operadoras (ROCHA, 2012; SCHEIDWEILER, 2019). Em 3 de junho de 1998, foi sancionada a Lei nº 9.656, que dispunha sobre os planos privados de assistência à saúde, envolvendo regras especí�cas para eles. Além disso, em 1999, depois de algumas medidas provisórias e legislações isoladas, foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),para estabelecer uma regulamentação bem mais detalhada para os planos de saúde privados no Brasil (ROCHA, 2012; SCHEIDWEILER, 2019). O plano de saúde privado no Brasil deve assegurar o direito à assistência à saúde dos usuários em nível ambulatorial eletivo ou emergencial, assim como garantir o atendimento relacionado à internação hospitalar, exames complementares, tratamentos envolvendo altos custos, procedimentos cirúrgicos e o que for necessário para a recuperação dos usuários, independentemente de o plano de saúde ser contratado por meio da empresa a que o paciente está vinculado ou por uma pessoa física (SCHEIDWEILER, 2019). No entanto, existe o período de carência dos planos de saúde, que nada mais é do que um espaço de tempo em que o contratante do plano de saúde paga a sua mensalidade, mas não pode utilizar alguns serviços. Tudo isso está previsto e determinado em contrato. Veja as seguintes situações e o período de carência após a contratação do plano de saúde de acordo com a ANS (2020a). 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 5/16 Quadro 1 - Período de carência dos serviços em saúde de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar Fonte: ANS (2020a). Apesar disso, a vida é bem maior do que tal período de carência, e é garantida em lei, como na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, e no Código de Ética Médica, no artigo 31: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988, on-line). É vedado ao médico desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte (CFM, 2010, p. 38). Ressalta-se que, no momento da contratação do plano de saúde, é solicitado que o sujeito assine o formulário de Declaração de Saúde, com a �nalidade de conhecer o estado de saúde e as possíveis lesões ou doenças que o usuário pode possuir. Além disso, esse formulário também é importante para que a operadora possa ou não propiciar a Cobertura Parcial Temporária (CPT), que consiste no período de 24 meses em que �ca restrita a cobertura de cirurgias, procedimentos de alta complexidade e leitos de alta tecnologia, desde que relacionados com a doença ou lesão preexistente (ANS, 2020b). Situação Tempo de carência Casos de urgência (acidentes pessoais ou complicações no processo gestacional) e emergência (risco imediato à vida ou lesões irreparáveis) 24 horas Partos a termo, excluídos os partos prematuros e decorrentes de complicações no processo gestacional 300 dias Existência de doenças ou lesões preexistentes (quando o usuário contrata o plano e sabe que já possui uma doença ou lesão) 24 meses Demais situações, como internações, cirurgia, procedimentos e outros 180 dias 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 6/16 A Regulação dos Sistemas de Saúde Privado no Brasil É importante que você saiba que, quando é acordado um contrato, o plano de saúde possui a obrigação de cumprir o que foi estabelecido previamente, considerando que o contrato do plano de saúde é um contrato de adesão, ou seja, são relações contratuais nas quais as cláusulas são de�nidas precocemente por uma das partes, e a outra parte decide aderir ou não a que já se de�niu. Nessa forma de contrato, é proibido o renunciamento prévio a direito decorrente do próprio negócio. Assim, se o plano de saúde não cumprir o contrato de forma adequada e o bene�ciário sofrer algum dano, o plano de saúde pode responder de forma civil e até criminalmente. Por exemplo, se o plano se recusar a realizar a colocação do DIU (Dispositivo Intrauterino), que consiste em LIVRO SUS e ESF – Sistema Único de Saúde e Estratégia Saúde da Família Autora : Elisabete Cordoba Editora : Rideel Ano : 2013 Comentário : a obra aborda desde a história do SUS até como agir com o paciente, de acordo com a sua fase de vida ou suas doenças. Essa obra foi elaborada a partir da experiência das autoras, com o objetivo de ampliar o conhecimento de estudantes e pro�ssionais da área da saúde apresentando, portanto, conteúdo com linguagem acessível. Disponível na Biblioteca Virtual. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 7/16 um procedimento coberto pela Saúde da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a organização pode responder civil e criminalmente. Já vimos que a ANS foi criada com o objetivo de controlar e �scalizar o sistema de saúde privado e é associada ao Ministério da Saúde. Além de monitorar o sistema, essa agência busca aperfeiçoar as possíveis falhas, como problemas contratuais, que resultam em consequências para os clientes e para a instituição de saúde (BRASIL, 2002). Quando a instituição de saúde não cumpre suas obrigações, ela tem que responder judicialmente por responsabilidade civil e criminal, pois, de acordo com o Código de Ética do Conselho Federal de Medicina (2010), nenhum paciente pode ser submetido à tortura, ao tratamento desumano e degradante. Também com a Lei nº 9.656 de 1998, os clientes dos planos de saúde passaram a possuir uma certa segurança em relação aos exageros que eram cometidos antes da lei. Com isso, as operadoras passaram a ser mais cuidadosas, sobretudo com o que continha nos contratos e com o seu cumprimento efetivo (ANS, 2017; BRASIL, 2002). Além disso, surgiu a necessidade de as operadoras trabalharem com uma gestão mais e�ciente sobre os riscos. Assim, o crescimento da idade média dos brasileiros, as pesquisas mais recentes sobre as respectivas faixas etárias e o seu desenvolvimento passaram a ser considerados. Desse modo, as operadoras, fundamentadas em meios de ordem legal e regulamentos, passaram a modi�car os esquemas de reajuste, realizando reajustes corretivos ou por avanço na faixa etária (BRASIL, 2002; SCHEIDWEILER, 2019). Segundo Freitas, Fonseca e Queluz (2020, p. 13), conclui-se que a judicialização da saúde pode apontar falhas na gestão e disfunções nos sistemas de saúde. Os motivos são, em sua maioria, demandas para acesso a medicamentos. As ações são predominantemente individuais, não resultando em benefícios coletivos. Não há consenso sobre as características de renda dos demandantes, assim como não se pode a�rmar, nem negar, que os valores dos bens ou serviços de saúde demandados possam comprometer o orçamento do SUS. Dessa forma, baseados em uma determinada faixa etária, os contratos sobrecarregam mais os planos de saúde e acabam se tornando mais caros para os usuários. Isso signi�ca um obstáculo para os processos da operadora, considerando que a operadora presta muitos serviços para a população acima de 60 anos. No entanto, o usuário é colocado em uma posição difícil, pois, pelos altos valores cobrados, aos poucos vai perdendo o acesso ao plano de saúde (BRASIL, 2002; SCHEIDWEILER, 2019). 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 8/16 Características que Diferem os Contratos e os Convênios É essencial conhecer as diferenças entre contratos e convênios, considerando que, no âmbito da saúde, vamos sempre estar participando da gestão de contratos, seja diretamente ou indiretamente. Na realidade, esse negócio jurídico determina de forma singular as atividades que serão executadas nas organizações. Ressalta-se que, no estabelecimento de convênios, a principal característica é a presença de interesses bilateral, ao passo que nos contratoshá existência de interesses opostos, executados pelo valor pago pelo propósito do contrato, seja entre empresas, pessoa jurídica ou pessoa física (SCHEIDWEILER, 2019). Quando falamos em contrato, logo pensamos em uma relação de con�ança e de �delidade. De fato, como o contrato é um instrumento �rmado por vontade de ambas as partes, é essencial que haja segurança. Em outras palavras, um contrato deve ser dispendioso para as partes e é pactuado consensualmente, necessitando ser cumprido pelo contratado. LIVRO Curso de direito de saúde suplementar: manual jurídico de planos e seguros de saúde Autor : Leonardo Vizeu Figueiredo Editora : Grupo GEN Ano : 2012 Comentário : no livro, podemos ver assuntos jurídicos muito importantes que devemos saber ao contratar um plano ou seguro de saúde. Mantenha atenção na leitura do Capítulo 4. Disponível na Minha Biblioteca. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mpqI… 9/16 A principal característica do convênio é que as partes possuem alguma coisa em comum, ou seja, existe algo de interesse de todos os participantes do convênio (SCHEIDWEILER, 2019). A Medicina de Família e Comunidade passa a �gurar como força de trabalho útil para o setor privado. De fato, a menor taxa de encaminhamentos e a racionalização do uso de exames complementares são habilidades que convêm a empresas e seguradoras do mercado. No entanto, a formação voltada para a comunidade, atividades em grupo, terapia familiar, práticas integrativas não fazem parte das competências priorizadas ou mesmo possíveis nesse cenário, de maneira que o título de médicos de família e comunidade é clivado em sua construção ideológica. Além disso, sua atuação é descolada de uma realidade socioterritorial e conduzida a uma outra lógica, mercantil e acessada por quem pode pagar (MACHADO, MELO; PAULA, 2019, p. 3). Os propósitos estabelecidos nos convênios são de caráter institucional e comum, isso é, os objetivos a serem alcançados são os mesmos. Desse modo, os convênios provocam uma associação maior sobre todas as particularidades, requerendo dos órgãos públicos e das entidades conveniadas o bilateral compromisso em idealizar as ações e em �rmar uma gestão de controle e �scalização comum (SCHEIDWEILER, 2019). Para que você entenda melhor sobre as distinções entre contratos e convênios, veja o quadro a seguir: Quadro 2 - Principais diferenças entre contratos e convênios Fonte: Scheidweiler (2019). Portanto, o que tem valor efetivamente jurídico é o contrato, ao passo que o convênio é uma regulação. Os contratos possuem maior relação com o ônus, nos quais a formação de interesse é estabelecida por uma união. Por outro lado, nos convênios, a matéria é moderada pela somatória dos interesses das partes. CONTRATOS CONVÊNIOS Interesses opostos e antagônicos Interesses convergentes Composição de interesses (juntam-se) Conjunção de interesses (somam-se) 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 10/16 Os Planos de Saúde e os Seus Mecanismos de Controle Os princípios de ordem legal que delimitam as ações e gestão dos planos de saúde são essenciais para garantirem a e�ciência dos processos. Os contratos que antecipam os vários meios de regulamentação permitem à operadora usar meios de controle da demanda de acordo com os serviços prestados aos clientes. Ressalta-se que qualquer meio de controle usado pelas operadoras está passível à ordem legal determinada pela ANS, ou seja, a agência é responsável por analisar e aprovar os mecanismos de controle empregados pela operadora de saúde e nunca devem limitar à assistência dos usuários do plano de saúde, contanto que esteja acordado no contrato assinado. LIVRO Planos de Saúde - Aspectos Jurídicos e Econômicos Autor : Luiz Augusto Ferreira Carneiro Editora : Grupo Gen Ano : 2012 Comentário : a obra apresenta material de re�exão para que as questões de saúde afetas à contratação da iniciativa particular mereçam adequado tratamento jurídico. O título aborda que, por meio da elaboração de trabalhos consistentes, voltados a elucidar questões já enfrentadas pelos pro�ssionais e pelos diretamente interessados, com a vocação de dirimir previamente os pontos controvertidos nessa relação tensional, aprimorar-se-á o sistema e, com isso, a cidadania poderá atingir um estágio de maturidade hoje ainda incipiente. Disponível na Minha Biblioteca. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 11/16 É importante que as operadoras de saúde mantenham os meios de controle satisfatoriamente, considerando que somente assim vão conseguir assegurar um sistema de gestão que possibilite suas ações e sua ininterrupção, sobrevivência e segmento no mercado. Desse modo, respeitando os contratos, as operadoras de saúde podem, por exemplo, pedir que o cliente apresente a aprovação prévia de solicitação de alguns procedimentos (SCHEIDWEILER, 2019). No caso de um paciente que precisa de medicamentos de alto custo para o tratamento de um câncer, é necessário que o médico responsável pelo caso apresente uma solicitação de tal medicação. Essa solicitação passará por análise de um médico auditor. O medicamento não será liberado de imediato, mas o médico auditor poderá pedir um parecer mais especí�co para o médico, para esclarecer a real necessidade de ser administrado aquele determinado medicamento. O que acontece é que, com um relatório médico, o plano de saúde custeia o medicamento da paciente. Da mesma forma, a operadora de saúde pode utilizar outros meios para controlar de maneira mais e�ciente a autorização de benefícios para os usuários. A coparticipação dos usuários é um ótimo exemplo disso: o usuário tem uma participação �nanceira nas consultas, exames e procedimentos, dependendo do contrato �rmado. A coparticipação é bené�ca porque evita exageros e a repetição de exames sem necessidade (SCHEIDWEILER, 2019). Podemos citar outra estratégia e�ciente muito utilizada atualmente pelas empresas e planos de saúde com coparticipação para controlar os custos, que é a contratação e manutenção de uma equipe para especialidades básicas. Essa equipe é responsável por fazer uma triagem no paciente e realizar um tratamento imediato e resolutivo, não sendo necessário o encaminhamento para um médico especialista. Porém, se houver a necessidade de um tratamento contínuo e mais especí�co, o médico da atenção básica encaminhará o paciente. Essa estratégia é e�ciente porque possibilita o controle da operadora, proporciona uma assistência de qualidade aos usuários, evita as internações e a realização de exames e procedimentos que não são necessários. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 12/16 Relação entre o Setor Público e o Setor Privado A assistência à saúde no Brasil possui uma con�guração indagadora, na qual o �nanciamento do setor público é menor do que os do setor privado. Isso é curioso, pois o setor público deve prestar assistência à saúde de toda a população brasileira e a iniciativa privada é destinada a assumir somente os gastos em saúde dos usuários dos planos privados (ZIROLDO; GIMENES; CASTELO JÚNIOR, 2013). O Sistema Único de Saúde (SUS) é o responsável por prestar atendimento em saúde à população pelo setor público. Na teoria, esse sistema é quase perfeito, porém, na prática, o sistema não funciona como deveria, deixando vários quesitos a desejar. Os recursos destinados à saúde pública também não permitem tantas transformações no sistema, considerando que os valores recebidos não dão conta de suprir todas as necessidades em saúde dos brasileiros. LIVRO Lei dos Planose Seguros de Saúde Comentada - Artigo por Artigo Autores : Maury Angelo Bottesini e Mauro Conti Machado Editora : Grupo Gen Ano : 2015 Comentário : os autores dão uma visão ampla do alcance dos dispositivos do direito posto, das diretrizes doutrinárias da matéria, sem descuidar de pequenos, mas precisos, registros da tendência da jurisprudência nos tribunais estaduais e superiores a respeito dos temas versados. Disponível na Minha Biblioteca. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 13/16 Por outro lado, o setor privado possui menos usuários e gasta menos que o SUS no âmbito da saúde, sendo visível a desigualdade entre esses dois setores. Como se isso já não bastasse, também existem falhas na lei, levando a judicialização de diversas questões em saúde tanto no setor privado como no setor público (RAMOS; SCATENA, 2014). Desse modo, é evidente que o Estado não consegue e não tem condições de atender à toda demanda do país, assim: [...] poder-se-ia pensar em cenário no qual a Saúde Suplementar atendesse a parcelas crescentes da população deixando o SUS livre para dedicar sua atenção aos brasileiros realmente desprovidos de recursos. Certamente, nesse contexto, uma integração positiva e proveitosa emergiria da relação SUS/ Saúde Suplementar (ZIROLDO; GIMENES; CASTELO JÚNIOR, 2013, p. 219). Para isso, esperava-se que o governo federal, por meio das políticas de incentivo, bene�ciasse a Saúde Suplementar, gerando condições de mais brasileiros aderirem aos planos de saúde disponibilizados pelo setor privado. E podemos citar a implementação da ANS como um marco regulatório fundamental no mercado da Saúde Suplementar para que a integração citada anteriormente pudesse ser �rmada (ZIROLDO; GIMENES; CASTELO JÚNIOR, 2013). Assim, perante os diversos desa�os enfrentados pela saúde pública no Brasil, veri�ca-se o problema de elaboração e manutenção de um modelo de gestão pública do SUS que tenha capacidade para realizar os serviços em saúde que a população necessita, sem a complementação da iniciativa privada (RAMOS; SCATENA, 2014). Com a atual situação do SUS, considerando que o setor privado precisa conviver com o setor público no mesmo âmbito social de garantias de direitos, o setor privado atua complementando a saúde pública por meio de acordo de colaboração e contratos de prestação de serviços (RAMOS; SCATENA, 2014). 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 14/16 Conclusão O sistema de saúde no Brasil passou por grandes mudanças ao longo dos anos, porém, com a Constituição Federal de 1988, o direito à saúde passou a ser um dever do Estado. Contudo, ao mesmo tempo em que o Estado proporciona a assistência em saúde para a população brasileira por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), ele também aceita a iniciativa privada e permite a realização de ações e serviços privados de saúde. Em 2000, foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por elaborar normas, controlar e �scalizar o setor dos planos de saúde no Brasil. Por meio da saúde suplementar, foi criado um sistema privado para a oferta de serviços de saúde mediante convênios ou planos de saúde. Assim, podemos destacar que o mercado da saúde suplementar é extremamente importante para a saúde e para a economia brasileira, pois é responsável por milhões de consultas, internações e exames por ano, desempenhando um papel fundamental na demanda da prestação dos serviços em saúde no Brasil. LIVRO SUS: estrutura organizacional, controle, avaliação e regulação Autora : Ivana Maria Saes Busato Editora : Intersaberes Ano : 2019 Comentário : o título explora os principais elementos que formam a estrutura organizacional do Sistema Único de Saúde (SUS), além de analisar os primórdios desse sistema e sua evolução nas últimas décadas. A obra discorre sobre o modelo assistencial de saúde no Brasil e sobre o planejamento e �nanciamento do SUS, além de discutir sobre os instrumentos de regulação, controle e avaliação em saúde. Disponível na Biblioteca Virtual. 24/03/2023, 23:02 Roteiro de Estudos https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=e%2fzrd8FyFF49UMi7mULlnQ%3d%3d&l=R0QQezb6Axbbq5vriDGqWA%3d%3d&cd=mp… 15/16 Referências Bibliográ�cas ANS – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Carência . 2020a. Disponível em: https://www.ans.gov.br/planos-de-saude-e-operadoras/espaco-do-consumidor/carencia . Acesso em: 15 fev. 2020. ANS – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Qual o objetivo da declaração de saúde? 2020b. Disponível em: http://www.ans.gov.br/aans/index.php? option=com_centraldeatendimento&view=pergunta&resposta=132&historico=21853288 . Acesso em: 15 fev. 2020. ANS – AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Caderno de informação da saúde suplementar : bene�ciários, operadoras, planos de saúde. 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