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História Antiga
Professor Cleber Henrique Sanitá Kojo
AUTOR
Professor Cleber Henrique Sanitá Kojo
●	 Licenciatura	Plena	em	História	pela	UNESPAR	–	FAFIPA,	Paranavaí.
●	 Licenciatura	Plena	em	Sociologia	pela	UNAR	-	Centro	Universitário	de	Araras	
“Dr.	Edmundo	Ulson”.
●	 Especialista	em	História	e	Geografia	pela	Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí.
●	 Especialista	em	Gestão	Escolar,	Supervisão	e	Orientação	pela	ESAP	-	Faculda-
des	Integradas	do	Vale	do	Ivaí.
●	 Especialista	em	Educação	de	Jovens	e	Adultos	pela	ESAP	–	Faculdades	Inte-
gradas	do	Vale	do	Ivaí.
●	 Docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio)	da	SEED,	PR.
●	 Docente	do	ensino	superior	na	UniFatecie.
●	 Coordenador	Pedagógico	da	educação	básica	(Médio)	do	Colégio	Fatecie	Pre-
mium.
●	 Supervisor	de	tutoria	e	Tutor	da	EAD	UniFatecie.
Ampla	experiência	como	docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio),	Pro-
fessor	de	cursinhos	pré-vestibulares	em	história	e	filosofia	e	prática	docente	na	educação	
a	distância.
Endereço	para	acessar	este	CV:	http://lattes.cnpq.br/7716876167354361
http://lattes.cnpq.br/7716876167354361
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a)	 acadêmico(a),	 que	 bom	 que	 está	 iniciando	 seu	 estudo	 na	 História	
Antiga.	Preste	muita	atenção,	pois,	se	em	você	ocorreu	um	fascínio	sobre	assunto	desta	
disciplina,	é	o	início	de	uma	grande	viagem	histórica	que	vamos	realizar	juntos.	Proponho	
uma	construção	conjunta	sobre	a	formação	da	história	e	a	ideia	de	história	antiga.	
Gostaria	de	desenvolver	esse	estudo	junto	com	você,	construindo	nosso	conheci-
mento	sobre	os	conceitos	fundamentais	que	norteiam	a	história	na	antiguidade,	começando	
pela	evolução	do	homem	e	seu	convívio	inicial	em	sociedade,	passando	pelas	primeiras	so-
ciedades	antigas,	as	sociedades	ribeirinhas,	e	entendendo	toda	sua	importância	na	história.
Na	Unidade	I	começaremos	a	nossa	jornada	pela	introdução	histórica	e	os	conceitos	
que	norteiam	esse	período	histórico.	Assim,	entenderemos	também	a	formação	da	história	
antiga,	que	nós	chamamos	de	Pré-História.	Vale	 ressaltar	que	essa	noção	é	necessária	
para	 que	 possamos	 trabalhar	 a	 segunda	 unidade,	 em	 que	 introduziremos	 as	 primeiras	
sociedades	antigas,	as	chamadas	sociedades	ribeirinhas.
Já	na	Unidade	II	vamos	ampliar	nossos	conhecimentos	sobre	as	sociedades	anti-
gas,	fazendo	uma	viagem	sobre	a	Mesopotâmia,	passando	pela	importância	dos	rios	Tigre	
e	Eufrates,	pela	religião,	economia,	cultura	e	tudo	que	cerca	seu	legado,	como	a	invenção	
da	escrita	cuneiforme	e	pelo	primeiro	código	de	leis	escrito	no	mundo.	Vale	ressaltar	ainda	
que	 nessa	 unidade	 conheceremos	 também	o	Egito	 antigo	 e	 todo	 o	 seu	 fascínio	 com	o	
legado	histórico,	cultural,	entre	outros.
As	Unidades	III	e	IV	serão	compostas	pela	Grécia	e	Roma	antiga,	com	todos	seus	
feitos	históricos	e	políticos	e,	assim,	entenderemos	o	porquê	de	o	chamarmos	de	berço	da	
nossa	civilização.
Ao	fim	dessa	apostila	espero	que	seu	horizonte	histórico	seja	modificado	e	am-
pliado,	entendo	que	muita	coisa	existente	em	nossa	sociedade	atual	é	herança	do	legado	
desses	povos	antigos.	Aproveito	 também	para	 reforçar	 o	 pedido	a	 você,	 para	 percorrer	
essa	jornada	de	construção	do	conhecimento	observando,	estudando	e	avaliando	todos	os	
assuntos	abordados	em	nosso	material.	
Esperamos	contribuir	para	seu	crescimento	pessoal	e	profissional.	
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE	I	...................................................................................................... 5
História Antiga
UNIDADE	II	................................................................................................... 26
O Estudo da Antigas Civilizações
UNIDADE	III	.................................................................................................. 49
O Mundo Grego
UNIDADE	IV	.................................................................................................. 73
Roma Antiga
5
Plano de Estudo:
●	 INTRODUÇÃO E CONCEITOS: HISTÓRIA ANTIGA
●	 A PRÉ-HISTÓRIA
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conhecer	a	introdução	e	os	conceitos	que	envolvem	o	estudo	de	história.
•	Entender	os	calendários	através	dos	tempos.
•	Contextualizar	todo	o	processo	histórico	que	envolve	a	história	antiga.
•	Compreender	as	transformações	ao	longo	da	pré-história.
UNIDADE I
História Antiga
Professor Cleber Henrique Sanitá Kojo
6UNIDADE I História Antiga
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo (a)!
Prezado(a)	educando(a),	sinta-se	abraçado(a)	e	cheio(a)	de	entusiasmo	para	iniciar	
a	nossa	disciplina	de	História	Antiga.	
Agora	 preste	 muita	 atenção,	 pois	 acredito	 que	 estamos	 iniciando	 um	 caminho	
repleto	de	conhecimento	que	você	precisa	compreender	para	o	desenrolar	da	unidade	a	
seguir.
A	 partir	 de	 agora,	 partimos	 para	 uma	 jornada	 no	 tempo	 em	 busca	 das	 nossas	
experiências	históricas,	viajando	para	as	mais	remotas	civilizações	da	antiguidade.	Para	
que	 isso	ocorra,	 iremos	 iniciar	nossa	viagem	através	de	uma	 leve	 introdução	histórica	e	
partiremos	ao	ponto	de	conhecer	alguns	conceitos	que	norteiam	o	estudo	da	história.
Nesta	unidade	vamos	fazer	uma	viagem	no	tempo	em	todos	os	sentidos,	pois	iremos	
conhecer	o	tempo	e	a	história,	passando	pelo	tempo	cronológico	e,	por	fim,	conhecendo	
alguns	calendários	criados	pelos	homens	durante	seu	processo	de	desenvolvimento.	Vale	
destacar	que,	durante	essa	viagem,	vamos	conhecer	também	da	divisão	eurocêntrica	da	
história,	partindo	da	pré-história	e	passando	por	idade	antiga,	idade	média,	idade	moderna	
e	idade	contemporânea.	No	entanto	o	foco	principal	de	estudo	entre	esses	períodos	histó-
ricos	abordados	será	a	pré-história.
Dentro	da	pré-história	abordaremos	o	surgimento	do	homem	moderno,	seu	conceito	
e	produções	durante	o	tempo,	passando	pelos	períodos	do	Paleolítico,	Neolítico	e	Idade	
dos	metais.	
Por	fim,	desejamos	que	esta	unidade	possa	fortalecer	seu	desenvolvimento	pessoal	
através	do	conhecimento	sobre	os	conceitos	de	história	e,	principalmente,	da	pré-história.	
Muito obrigado e bom estudo!
7UNIDADE I História Antiga
1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS: HISTÓRIA ANTIGA
Em	pleno	século	XXI,	ainda	nos	perguntamos	o	porquê	de	estudar	história.	Por	que	
falar	de	civilizações	tão	antigas?	O	que	isso	soma	na	nossa	vida?	Talvez	você	já	tenha	se	
deparado	com	essas	perguntas	por	várias	vezes	durante	sua	vida,	pois	elas	têm	tomado	
conta	de	nosso	cotidiano	e	nos	conduzem	ao	senso	comum.	Vale	ressaltar	que	uma	simples	
frase,	como:	“Papai,	me	explica	para	que	serve	a	história”,	pode	trazer	um	grande	feito	no	
estudo	e	no	entendimento	da	história	em	si.	Vale	ressaltar	que	essa	frase	foi	realizada	pelo	
filho	do	historiador	Marc	Bloch,	que	fez	com	que	ele	escrevesse	o	livro	Apologia da História 
ou O Ofício de Historiador,	com	mais	de	200	páginas	em	5	capítulos,	sendo	que	o	último	
não	 foi	 concluído,	 pois	 o	 autor	 foi	 fuzilado	 por	 nazistas,	 deixando	 sua	 obra	 incompleta.	
Talvez	esse	pequeno	relato	sobre	a	história	de	Marc	Bloch	possa	demonstrar	a	importância	
de	se	estudar	e	compreender	a	história	como	um	todo.
A	história	 não	é	 simplesmente	 o	 estudo	do	passado,	 como	muitos	 acreditam.	A	
história	é	o	estudo	do	passado	para	compreender	o	presente	e,	quem	sabe,	mudar	o	futuro.	
Com	 essa	 afirmação	 podemos	 começar	 a	 entender	 a	 importância	 da	 chamada	 história	
antiga	e	toda	sua	interpretação	e	construção	da	história.	
Assim,	começamos	a	falar	do	chamado	“pai	da	história”,	ou	seja,	começamos	a	falar	
do	grego	Heródoto,	que	viveu	no	século	V	a.C.	e	batizou	de	história	o	estudo	que	realizou	
8UNIDADE I História Antiga
das	civilizações	com	a	qual	seu	povo	mantinha	contato	comercial.		Por	que	a	batizou	de	
história?	Qual	o	significado	dessa	palavra?	
Vale	ressaltar	que	“história”	é	uma	palavra	grega,	que	significa	investigação,	e	que,	
por	sua	vez,	deve	ser	imparcial,	deixando	seu	preconceito	de	lado,	abordando	basicamente	
o	fato,	sem	ideologias,sem	interesses	individuais	ou	de	um	grupo.	O	historiador	deve	ter	
um	grande	cuidado	para	não	cometer	anacronismo.	Vale	destacar	que	essa	neutralidade	
temporal	do	historiador	é	quase	impossível	de	ser	atingida.	Com	isso,	devemos	analisar	do-
cumentos,	relatos,	objetos	arqueológicos,	pinturas,	utensílios,	monumentos	arquitetônicos	
e	escritos	literários.	
Assim,	podemos	afirmar	que	a	história	se	constrói	através	das	 fontes	e	do	posi-
cionamento	do	historiador	em	relação	a	seu	 tempo,	pois	 temos	que	construi-la	como	se	
estivéssemos	montando	um	grande	quebra-cabeça,	como	afirma	Redfield	(1994,	p.	147).
[...]	a	história	não	são	as	fontes.	A	história	é	uma	interpretação	das	realidades	
de	que	as	fontes	são	“sinais	indicativos	ou	fragmentos”.	É	certo	que	partimos	
de	um	exame	das	fontes,	mas	através	delas	tentamos	observar	a	realidade	
que	apresentam	ou	que,	por	vezes,	não	conseguem	representar,	deturpam	e	
até	dissimulam.	
Após	 analisarmos	 as	 fontes	 históricas,	 devemos	 iniciar	 sua	 interpretação	 com	
pesquisas	e	cautela.	Temos	que	analisar	também	a	cultura	do	povo,	pois	cada	um	tem	uma	
determinação	cultural	em	um	determinado	fato	histórico.	Como	exemplo	podemos	destacar	
a	 chegada	 dos	 portugueses	 no	Brasil,	 em	que	 temos	 a	 visão	 eurocêntrica,	 ou	 seja,	 da	
cultura	europeia	que	despreza	o	nativo	americano.	Observe	o	trecho	da	carta	de	Pero	Vaz	
de	Caminha	a	seguir:
Ali	 veríeis	 galantes,	 pintados	 de	 preto	 e	 vermelho,	 e	 quartejados,	 assim	
pelos	corpos	como	pelas	pernas,	que,	certo,	assim	pareciam	bem.	Também	
andavam	entre	eles	quatro	ou	cinco	mulheres,	novas,	que	assim	nuas,	não	
pareciam	mal.	Entre	elas	andava	uma,	com	uma	coxa,	do	joelho	até	o	quadril	
e	 a	 nádega,	 toda	 tingida	 daquela	 tintura	 preta;	 e	 todo	 o	 resto	 da	 sua	 cor	
natural.	Outra	trazia	ambos	os	joelhos	com	as	curvas	assim	tintas,	e	também	
os	colos	dos	pés;	e	suas	vergonhas	tão	nuas,	e	com	tanta	inocência	assim	
descobertas,	que	não	havia	nisso	desvergonha	nenhuma	(BERUTTI;	FARIA;	
MARQUES,	2001,	p.	27).
Ainda	em	sua	carta,	que	é	uma	das	principais	fontes	históricas	da	descoberta	do	
Brasil,	Caminha	diz:	
Nela,	até	agora,	não	pudemos	saber	que	haja	ouro,	nem	prata,	nem	coisa	
alguma	de	metal	ou	ferro;	nem	lho	vimos.	Porém	a	terra	em	si	é	de	muito	bons	
ares	[...].	Porém	o	melhor	 fruto	que	dela	se	pode	tirar	me	parece	que	será	
salvar	esta	gente	(BERUTTI;	FARIA;	MARQUES,	2001,	p.	27-28).
9UNIDADE I História Antiga
Quando	analisamos	trechos	dessa	fonte	histórica,	percebemos	o	choque	do	encon-
tro	e	o	etnocentrismo	escancarado,	pois,	para	os	portugueses,	sua	chegada	é	para	trazer	o	
desenvolvimento	para	os	pobres	coitados	que	andam	com	suas	vergonhas	de	fora,	quando,	
na	verdade,	foi	uma	imposição	da	cultura	portuguesa,	desprezando	a	dos	nativos.	
Podemos,	então,	afirmar	que	a	 influência	de	cada	povo	em	sua	história	está	em	
todos	os	lugares,	como	vemos	a	cultura	Greco-Romana	em	nosso	dia	a	dia	ou,	até	mesmo,	
na	contagem	do	tempo	de	cada	povo.	Você	sabe	como	se	chama	o	nosso	calendário?	Por	
que	tem	o	nome	de	calendário	gregoriano	cristão?
Cada	civilização	aponta	um	marco	cultural	para	apontar	o	início	de	sua	contagem	
de	tempo.	Normalmente	utiliza-se	a	sua	origem,	a	origem	do	mundo	e	até	mesmo	marcos	
religiosos.	No	nosso	caso,	dividimos	o	tempo	cronológico	em	anos,	décadas,	séculos,	mi-
lênios	e	assim	por	diante.	Vale	ressaltar	que,	no	final	do	século	XVIII,	quando	se	inventou	
o	relógio	mecânico,	houve	a	contagem	do	tempo	também	em	segundos,	minutos	e	horas.	
Que	 tal	 se	 perguntar,	 por	 exemplo,	 quantas	 horas	 tem	 o	 dia?	A	 resposta	mais	
comum	seria	de	24	horas,	mas,	na	verdade,	ele	tem	o	total	de	23	horas,	56	minutos	e	4	
segundos.	É	por	isso	que	de	quatro	em	quatro	anos	ocorre,	em	nosso	calendário,	o	ano	
bissexto,	quando	se	aumenta	um	dia	no	mês	de	fevereiro.	
Nossa!	Mas	por	que	o	ano	tem	365	dias?	Por	que	na	contagem	do	tempo	existem	os	
calendários	lunares,	que	observam	o	ciclo	da	lua,	e	os	calendários	solares,	que	observam	
o	tempo	que	a	terra	demora	para	realizar	a	circunferência	do	sol?	A	palavra	calendário	vem	
do	latim	calendarium,	que	significa	“livro	das	calendas”,	utilizado	para	contar	os	dias	das	
festas	religiosas	marcadas	no	início	de	cada	mês	lunar,	na	Roma	Antiga.	
Agora	vamos	conhecer	alguns	calendários,	com	a	questão	cultural	associada	ao	
tempo.	Observe	com	atenção.
●	 Calendário Gregoriano Cristão: é	o	calendário	mais	adotado	nas	sociedades	
atuais,	pois	é	um	calendário	solar	e	 tem	como	marco	 inicial	o	nascimento	de	
Cristo.	Vale	ressaltar	que	a	partir	desse	marco	contamos	o	que	ocorreu	antes	
e	depois,	ou	seja,	todos	os	fatos	históricos	ocorridos	antes	do	nascimento	de	
Cristo	ficaram	conhecido	como	a.C e,	como	d.c os	acontecimentos	históricos	
depois	de	Cristo.
●	 Calendário Judeu: esse	 é	 um	 calendário	 solar	 que	 tem	 como	marco	 inicial	
a	 criação	 do	mundo,	 ou	 seja,	 outro	 calendário	 com	marco	 cultural	 religioso,	
baseado	no	calendário	egípcio.
10UNIDADE I História Antiga
●	 Calendário Islâmico: é	 um	 calendário	 lunar	 que	 tem	 como	 marco	 inicial	 e	
cultural	 a	 chamada	Hégira,	 ou	 seja,	 a	 fuga	 do	 profeta	Maomé	da	 cidade	 de	
Meca	para	cidade	de	Medina.
●	 Calendário Chinês:	 esse	calendário	é	 considerado	um	dos	mais	antigos	do	
mundo,	tem	como	marco	cultural	o	nascimento	do	patriarca	Huang-ti.	Vale	des-
tacar	que	é	uma	mistura	de	calendário	solar	e	lunar,	ou	seja,	é	um	calendário	
“lunisolar”.
Como	seria	a	contagem	em	outras	civilizações	da	antiguidade?	Que	tal	falarmos	
do	berço	de	nossa	civilização?	Por	exemplo,	a	contagem	do	tempo	na	Grécia	antiga,	pois	
eram	utilizados	os	termos	“kronos” e	“kairós”	para	se	referir	ao	tempo.	Utilizavam	o	kronos	
para	medir	o	tempo	dos	homens,	tempo	cronológico,	medido	em	unidades.	Já	o	kairós	era	
o	tempo	dos	deuses,	podendo	ser	alterado	de	acordo	com	o	humor	dos	deuses,	desde	o	
infinito	ao	rápido.	
Na	contagem	do	tempo	em	Roma	podemos	destacar	o	calendário	Juliano	e	o	con-
cílio	de	Niceia,	que	é	a	base	para	o	calendário	gregoriano,	cristão.
Outros	historiadores	assumem	a	questão	do	tempo	de	maneira	variada,	por	exemplo	
o	historiador	Fernand	Braudel	(1969)	afirmou	que	a	pesquisa	histórica	deveria	ser	adaptada	
ao	tempo	histórico.	Deve-se	classificar	como	tempo	de	curta,	média	e	longa	duração,	ou	
seja,	curta	duração	são	eventos	históricos	que	duram	anos,	média	duração,	em	torno	de	um	
século,	enquanto	longa	duração,	tempo	maior	que	um	século.	
Por	fim,	alguns	historiadores	fazem	a	divisão	do	tempo	através	de	rupturas	históricas	
e	classificam	a	história	em	Pré-história,	Idade	antiga,	Idade	média,	Idade	moderna	e	Idade	
contemporânea,	cada	um	com	um	marco	de	ruptura.	Vale	ressaltar	que	nossa	disciplina	vai	
abordar	a	Pré-história	e	a	Idade	antiga.	
Você	pode	estar	se	perguntando	quais	são	as	rupturas	de	cada	período	histórico,	
por	isso	vamos	apresentar	cada	ponto	com	sua	ruptura	na	tabela	a	seguir.
Tabela 1 -	Divisão	do	tempo	e	história
Início Término
PRÉ-	HISTÓRIA Surgimento	do	homem	moderno. Invenção	da	escrita.
IDADE	ANTIGA Invenção	da	escrita. Queda	do	império	romano.
IDADE	MÉDIA Queda	do	império	romano. Queda	de	Constantinopla.
IDADE	MODERNA Queda	de	Constantinopla. Revolução	francesa.
IDADE	COMTEMPORÂNEA Revolução	francesa. Atualidade.
Fonte:	o	autor.
11UNIDADE I História Antiga
Com	 o	 apoio	 demonstrativo	 da	 Tabela	 1,	 podemos	 afirmar	 que	 a	 Pré-história	
começa	a	ser	contada	a	partir	da	evolução	do	homem	segundo	Darwin.	Tem	 início	com	
o	surgimento	do	homem	moderno	ou	das	cavernas	e	vai	até	o	aparecimento	da	escrita,	
iniciando	a	história	antiga.	Assim,	podemos	entrar,	de	fato,	no	nosso	conteúdo	de	história	
antiga,	pois	até	agora	estávamos	estudando	conceitos	e	definições	de	história.
Que	 tal	começarmos	com	a	 ideia	de	história	antiga?	Agora	você	vai	conhecer	o	
conceito	da	“criação	do	antigo”	que	surgiu	no	século	XII.	Vale	destacar	que	não	havia	uma	
disciplina	a	ser	estudadae	sim	o	que	podemos	chamar	de	noção	de	herança.	Essa	ideia	de	
antigo	passa	a	se	desenvolver	organizando	e	reconstruindo	a	história,	reconstruindo	o	que	
chamamos	de	memória.	
Nos	séculos	XV	e	XVI,	já	se	falava	no	estudo	da	história	antiga,	assim	como	Gua-
rinello	(2003,	p.	51)	nos	afirma:
A	idéia	da	existência	de	uma	História	antiga	foi	desenvolvida	por	pensadores	
do	Renascimento	[...].	Pressupunha,	ao	mesmo	tempo,	uma	ruptura	e	uma	
recuperação,	religiosa	e	cultural,	entre	dois	mundos.	Uma	ruptura	que	dava	
um	 certo	 sentido	 à	 História,	 como	 recuperação	 de	 algo	 perdido,	 como	 a	
restauração	de	um	 laço	que	 tinha	sido	 rompido	durante	a	assim	chamada	
História	 do	Meio,	 a	História	Medieval.	 Deste	modo,	 associava	 seu	mundo	
contemporâneo,	a	Europa	dos	séculos	XV-XVI,	com	um	certo	passado.	Para	
eles,	era	a	História	Antiga	do	seu	mundo.
Já	nos	séculos	XVII	e	XVIII	 temos	a	criação	da	disciplina	de	história	antiga	e	o	
desenvolvimento	proposto	pelo	iluminismo.	Somente	no	século	XIX	temos	um	olhar	mais	
apurado	 a	História	Antiga,	 pois	 esta	 recebe	 influências	 das	 ciências	 sociais	 em	 si	 e	 da	
própria	arqueologia.	Com	isso,	temos	uma	absorção	maior	pela	sociedade,	pela	família	e	
pelo	indivíduo,	tornando-a	mais	acessível	a	diferentes	culturas	que	passaram	e	entender	
e	compreender	melhor	a	influência	do	“antigo”	em	sua	vida	e	seu	desenvolvimento	social.	
A	história	antiga	se	torna	uma	espécie	de	memória	social,	essencial	para	as	sociedades	
modernas.	
Assim,	vamos	dar	partida	na	viagem	pela	história	antiga.	Preparado(a)?
12UNIDADE I História Antiga
2 A PRÉ-HISTÓRIA 
Para	que	você	comece	a	se	interessar	pela	pré-história,	temos	que	retornar	às	pá-
ginas	anteriores	e	à	tabela,	entendendo	que	utilizamos	esse	termo	para	designar	o	período	
que	se	estende	desde	o	aparecimento	do	homem	moderno	na	Terra	até	a	 invenção	da	
escrita.	Assim,	começamos	a	identificar	alguns	equívocos	da	história,	pois	quando	falamos	
em	escrita	parece	que	estamos	falando	de	uma	coisa	uniforme,	perfeita	e,	na	realidade,	
isso	não	ocorreu.	A	escrita	não	apareceu	de	forma	igual	em	diferentes	locais,	em	diferentes	
civilizações.	 Para	 que	 você	 entenda	melhor,	 é	 só	 comparar	 a	 pré-história	 europeia	 e	 a	
americana.	Você	perceberá	enormes	diferenças!
No	entanto	faremos	a	uma	abordagem	tradicional,	ou	seja,	começaremos	através	
da	abordagem	do	surgimento	do	homem,	até	a	escrita.	Vale	ressaltar	que	iniciamos	desde	
sua	interpretação	de	mundo,	descobertas	e	soluções,	até	a	agricultura	e	a	sedentarização	
humana,	o	surgimento	de	estratificação	social,	entre	outros.	
Vamos	 começar	 nosso	 estudo	 sobre	 a	 pré-história	 delimitando	 nossa	 área	 de	
abordagem,	pois	precisamos	compreender	o	tempo	cronológico	das	páginas	anteriores	e	
parágrafo	anterior.	Como	assim,	tempo	cronológico?	Do	surgimento	do	homem	ao	apare-
cimento	da	escrita.	
Mas	que	tal	começarmos	com	uma	pergunta	simples:	o	que	se	entende	por	homem?	
O	que	é	o	homem?	Sabemos	que	o	homem	ou	a	espécie	humana	é	uma	evolução	de	longo	
13UNIDADE I História Antiga
período,	que	nos	 remete	aos	mamíferos	e,	posteriormente,	aos	primatas.	Vale	 ressaltar	
que	utilizaremos	a	questão	evolutiva	de	Charles	Darwin	e	peço,	por	gentileza,	 que,	em	
nossos	estudos,	seja	abandonado	qualquer	conceito	de	teor	religioso,	pois	abordaremos	
somente	o	científico.	Vale	apontar	ainda	que	para	que	não	ocorra	um	conflito	interpessoal,	
partiremos	da	espécie	humana	conhecida	como	homo sapiens/sapiens, pois	aqui	temos	o	
desenvolvimento	humano	e	pré-histórico.
Você	já	parou	pra	pensar	que,	nesse	período,	o	homem	convivia	com	animais	muito	
maiores	que	ele,	mais	rápidos,	mais	agressivos	e	mais	fortes?	E	que	nesse	tempo	o	homem	
utilizava	de	sua	habilidade	de	adaptação	para	produzir	uma	força	que	vai	além	do	corpo	
humano,	ou	seja,	tudo	que	pudesse	produzir	para	superar	seus	inimigos	mais	fortes,	como	
armas,	ferramentas,	utensílios	e	tudo	que	pudesse	ajudá-lo	nesse	processo?	Para	que	isso	
ocorresse,	o	homem	necessitou	de	capacidade	mental,	que,	de	acordo	com	estudiosos,	
ainda	temos	de	sobra,	e,	principalmente,	mãos	e	a	postura	ereta.	
O	homem	sapiens/sapiens	passou	a	se	destacar,	aperfeiçoando	suas	habilidades	
mentais,	físicas,	motoras	e	se	sobressaindo	aos	animais	existentes	no	período;	mas	sem	
desprezar	os	antigos	hominídeos,	que	também	possuíam	algumas	capacidades	semelhan-
tes	ao	homo	sapiens/sapiens.	
Agora	vamos	refletir	um	pouco	se	o	homem	vai	conquistando	essa	destreza	auto-
maticamente	ou	se	vai	evoluindo	e	transformando	seu	meio	ambiente.
A	pré-história	é	algo	fascinante,	pois	através	desse	estudo	conseguimos	compreen-
der	a	evolução	humana	ou	a	evolução	histórica	do	homem	em	si	e	em	sociedade.	Vale	
ressaltar	que	a	pré-história	ocupa	um	espaço	extremamente	longo	na	história	em	relação	
ao	tempo	cronológico.	Trabalhamos	toda	a	pré-história	em	um	único	período,	mas	dividido	
em	fases,	para	que	possamos	nos	situar	nos	diferentes	níveis	da	evolução	cultural	humana.	
Nesse	momento	iremos	atuar	observando	essa	divisão	e	nos	colocando	no	processo	de	ab-
sorção	dos	termos	Paleolítico e	Neolítico. Tomaremos	como	base	determinante	de	estudo	
o	grau	de	elaboração	dos	objetos,	instrumentos,	utilizados	pelo	hominídeo	e	sua	evolução.	
2.1. O Paleolítico
 Caro(a)	aluno(a),	nosso	estudo	dará	continuidade	ao	conhecimento	do	pri-
meiro	período	da	pré-história,	o	chamado	Paleolítico	ou	também	conhecido	como	Idade	da	
Pedra	Lascada.	Esse	período	da	história	é	o	momento	em	que	homem	dá	seus	primeiros	
passos	ao	desenvolvimento,	 pois	 se	encontra	no	estágio	mais	 primitivo	de	organização	
social,	mas	já	aparece	com	o	homem	Neandertal. 
14UNIDADE I História Antiga
Esse	período	vai até	a	descoberta	da	agricultura,	ou	seja,	o	Paleolítico	é	o	período	
anterior	ao	aparecimento	da	agricultura,	quando	o	homem	vivia	basicamente	do	que	a	na-
tureza	podia	lhe	oferecer.	Assim,	o	homem	é	simplesmente	o	coletor	e	não	um	produtor	de	
alimentos.	Vale	ressaltar	que	as	comunidades	humanas	se	alimentavam	além	da	coleta	de	
alimentos,	da	caça	e	da	pesca,	que	fornecia	a	proteína	necessária	para	o	desenvolvimento	
humano.
O	homem	passou	a	desenvolver	objetos	para	caça	e	pesca,	pois	o	hominídeo	era	
muito	frágil	em	relação	a	tudo	que	o	cercava	e	isso	fez	com	que	os	homens	se	agrupassem	
com	outros	de	sua	espécie	para	uma	melhor	proteção	e	fortalecimento	da	caça.	Mas	você	
pode	se	perguntar:	quais	são	os	elementos	para	o	vínculo	humano?	Como	eles	se	uniam?	
Para	responder	essas	perguntas,	os	historiadores	colocam	a	forma	mais	primitiva	e	ele-
mentar	de	vínculos,	ou	seja,	os	laços	sanguíneos.	Assim,	podemos	entender	a	formação	
da	maior	parte	das	comunidades	paleolíticas,	que,	por	sua	vez,	se	apresentava	no	formato	
familiar,	gerando	o	que	iremos	chamar	de	clãs, gens ou tribos.
Depois	de	conhecermos	algumas	características	comuns	no	paleolítico,	damos	se-
guimento	a	uma	particularidade	muito	importante	para	o	desenvolvimento	do	período,	que	é	
a	questão	da	aquisição	de	recursos	gerados	pela	natureza.	Vale	destacar	que	o	homem	era	
incapaz	de	repor	esse	alimento	coletado	e	caçado	em	seu	ambiente,	promovendo,	assim,	
o	que	chamamos	de	nomadismo,	que	nada	mais	é	que	a	mudança	constante	de	lugar.	Os	
homens	não	tinham	uma	habitação	fixa	e	ficavam	procurando	sempre	o	melhor	ambiente	
para	seu	grupo.	
Será	que	existia	a	divisão	sexual	do	 trabalho	nesse	período?	Com	certeza	não,	
tanto	homens	quanto	mulheres	eram	responsáveis	por	adquirir	alimentos.	No	entanto	os	
homens	se	distanciavam	mais	do	acampamento	em	busca	da	caça,	enquanto	as	mulheres	
geralmente	permaneciam	nas	proximidades,	coletando	frutas,	raízes,	grãos	e	defendendo	
o	acampamento	de	ataques	de	animais.	Podemos	perceber	isso	na	afirmação	de	Leakey	
(1995,	p.	120):
Na	 maioria	 das	 sociedades	 de	 caçadores-coletores	 que	 os	 antropólogos	
estudaram,	há	uma	clara	divisão	de	trabalho,	com	os	machos	responsáveis	
pela	caça	e	as	fêmeas	pela	coletade	alimentos	de	origem	vegetal.	O	acam-
pamento	é	um	lugar	de	intensa	interação	social,	e	o	lugar	onde	a	comida	é	
partilhada;	quando	há	carne	vermelha	disponível,	esta	partilha	muitas	vezes	
envolve	um	ritual	elaborado,	governado	por	regras	sociais	estritas	(LEAKEY,	
1995,	p.	120).
Ainda	sobre	a	divisão	do	trabalho,	Leakey	(1995,	p.	146)	afirma	que,
Mais	cedo,	antes	do	nascer	do	Sol,	quatro	machos	adultos	do	grupo	haviam	
partido	em	busca	de	carne.	O	papel	das	fêmeas	é	coletar	alimentos	vegetais,	
15UNIDADE I História Antiga
que	todos	percebem	ser	o	principal	produto	econômico	em	suas	vidas.	Os	
machos	caçam,	as	 fêmeas	coletam;	é	um	sistema	que	 funciona	espetacu-
larmente	bem	para	o	nosso	grupo	e	por	tanto	tempo	quanto	qualquer	um	é	
capaz	de	lembrar-se.
Com	as	constantes	mudanças	para	a	obtenção	de	alimentos,	os	homens	passa-
ram	a	se	preocupar	cada	vez	mais	com	seu	grupo.	A	temperatura	baixa	os	obrigava	a	se	
recolher	em	cavernas	e,	assim,	 temos	a	chamada	domesticação	do	 fogo.	Este	permitiu	
ao	homem	uma	maior	habilidade	de	defesa,	aquecimento,	alimentação	e	iluminação.	Vale	
ressaltar	que	existem	alguns	estudos	recentes,	como	o	dos	pesquisadores	Wil	Roebroeks,	
da	Universidade	de	Leiden	na	Holanda,	e	Paola	Villa,	curadora	do	museu	da	Universidade	
do	Colorado,	apontam	o	domínio,	de	fato,	do	fogo	somente	no	período	Neolítico.	Entretanto	
não	desmentem	estudos	históricos	do	primeiro	grupo	de	historiadores	que	apontam,	atra-
vés	da	arqueologia,	o	domínio	do	fogo	com	o	atrito	das	pedras.	Vale	destacar	ainda	que	o	
fogo	trouxe	um	bem-estar	biológico,	pois,	com	ele,	os	alimentos	eram	cozidos	e,	com	isso,	
ficavam	mais	brandos	para	mastigação	e	de	melhor	digestão.	
Mesmo	com	a	vida	difícil	no	período,	o	homem	precisava	de	um	território	gerador	
de	sustento	para	sua	sobrevivência.	Isso	fez	com	que	os	grupos	humanos	utilizassem	as	
terras	na	coletividade,	sem	estabelecer	o	vínculo	de	posse	da	terra,	ou	seja,	proprietários	
e	não	proprietários.	Vale	ressaltar	que	isso	demonstra	outra	característica	do	paleolítico:	a	
ausência	de	classes	sociais,	em	que	os	indivíduos	viviam	de	forma	igualitária	em	relação	à	
apropriação	das	riquezas.
Outra	característica	importante	do	paleolítico	é	o	início	do	desenvolvimento	de	uma	
linguagem	oral,	pois	o	homem	necessitava	de	diálogo	para	a	articulação	e	execução	da	
caça.	Vale	ressaltar	que	essa	comunicação	não	foi	como	conhecemos	hoje,	e	não	foi	em	um	
único	lugar.	Ela	se	desenvolveu	por	muito	tempo,	talvez	por	milhares	de	anos.	Destacando	
ainda	que	a	comunicação	foi	um	importante	instrumento	para	transmissão	de	experiências	
e	conhecimento	entre	as	gerações	humanas.
Com	isso	temos	outras	características	da	cultura	humana,	como	as	alianças	entre	
homens	para	sua	sobrevivência,	até	mesmo	o	início	de	rituais	mágicos,	que	demonstraram	
o	aparecimento	de	uma	espiritualidade,	uma	religiosidade.
As	mulheres	 também	 apreciam	 nas	 pinturas	 rupestres,	muitas	 vezes	 ocupando	
lugar	de	destaque,	como	as	apontadas	pela	Fundação	Museu	do	Homem	Americano	(FUM-
DHAM),	no	sítio	arqueológico	em	São	Raimundo	Nonato	no	Piauí.	Além	da	religiosidade,	
apresenta	a	presença	do	feminino	no	período.	
16UNIDADE I História Antiga
Nas	pinturas	rupestres	do	Parque	Nacional	Serra	da	Capivara,	existem	cenas	
rupestres	de	“mulheres”	aparentando	gravidez,	em	posições	de	parto,	pare-
cendo	amamentar	ou	em	 relações	de	sexo.	Existem	 também	as	cenas	de	
danças	que	podem	ser	remetidas	a	coparticipação	das	mulheres	juntamente	
aos	homens,	visto	que	as	cenas	de	dança,	em	sua	maioria,	não	apresentam	
as	genitálias	dos	partícipes.		Há	ainda	indícios	etnológicos	de	que	algumas	
cenas	de	humanos	dançando	são	 representações	das	mulheres	 indígenas	
em	um	 ritual	 e	 ou	 cerimonial,	 como	se	 faz	ainda	hoje	 (BASTOS,	2010,	 p.		
64-65).
As	pinturas	nas	cavernas,	realizadas	nesse	período,	foram	conhecidas	como	pin-
turas	 rupestres,	 que	 são,	 na	 verdade,	 representações	 do	 cotidiano,	 da	 religiosidade	 na	
pré-história.	 Eram	 aplicadas	 nas	 paredes,	 nos	 tetos	 das	 cavernas	 ou	 abrigos	 humanos	
desse	período.	
A	pesquisadora	Matilde	Muzquiz	Pérez-Seoane,	em	sua	tese	de	doutorado,	publi-
cada	em	1988,	na	Universidade	de	Complutense	de	Madri,	apresentou	estudos	sobre	as	
pinturas	 rupestres	encontradas	nas	cavernas	de	Altamira	na	Espanha,	que	 remontam	o	
cotidiano	pré-histórico,	como	caçadas	e	danças;	também	apresenta	na	tese	os	pigmentos	
utilizados	nas	paredes	das	cavernas.	
Outro	exemplo	a	ser	apresentado	é	a	imagem	da	Vênus	de	Willendorf,	relaciona	a	
religiosidade.	Através	dessa	imagem,	que	traz	a	fertilidade	da	mulher	associada	à	fertilidade	
da	terra.	Vale	ressaltar	que,	essa	imagem	foi	produzida,	com	detalhamento,	uma	mulher	e	
a	fertilidade	da	gravidez	humana,	para	celebrar	a	fertilidade,	o	alimento,	a	terra.	Com	isso,	
podemos	afirmar	a	postura	mística	do	homem	nesse	período.
Sabemos	que	nosso	planeta	já	passou	por	enormes	transformações	e	degelos	de	
eras	glaciais,	obrigando	o	homem	a	fazer	intensas	migrações	em	busca	de	alimentos.	Vale	
ressaltar	que,	mesmo	com	essas	mudanças,	o	homem	pré-histórico	passou	a	desenvolver	
cada	vez	mais	 instrumentos	para	 regrar	e	melhorar	sua	vida.	O	homem	buscou	 intenso	
melhoramento	dos	instrumentos	que	utilizava	para	adquirir	alimentos.	
Com	toda	a	evolução	dos	instrumentos	de	trabalho	na	pré-história,	temos	o	cres-
cimento	de	grandes	agrupamentos	humanos	nessa	região,	que	passaram	a	ser	aldeias	e	
comunidades	em	si,	com	o	início	de	estruturas	sociais	e	promovendo	o	próximo	período,	
que	chamamos	de	Neolítico.
2.2 O Neolítico
O	marco	inicial	para	o	Neolítico	é	a	criação,	pelo	homem,	da	agricultura	e	da	domes-
ticação	de	animais,	pois	o	homem	passa	a	produzir	seu	próprio	alimento,	transformando	a	
natureza.
17UNIDADE I História Antiga
Para	começar	nossos	estudos	desse	período,	vamos	tentar	trazer	à	mente	a	im-
portância	da	criação	da	agricultura,	pois	o	homem	deixa	de	ser	nômade,	mudando	cons-
tantemente	de	lugar,	passando	à	sedentarização,	principalmente	em	regiões	ribeirinhas,	ou	
seja,	às	margens	de	rios	e	obtendo,	assim,	um	controle	maior	da	produção	e	do	bem	estar	
humano.	
Outro	ponto	a	ser	discutido	é	a	sedentarização	ribeirinha.	No	período	neolítico	essa	
é	a	preocupação	humana	que	passa	a	dominar	o	ambiente,	controlando	os	benefícios	e	os	
problemas	dos	rios,	ou	seja,	as	cheias	que	poderiam	destruir	as	plantações,	até	os	canais	
de	irrigação	que	poderiam	levar	água	até	as	plantações.	
Assim,	os	homens	passaram	a	desenvolver	obras	hidráulicas,	e	a	observar	e	estudar	
a	natureza,	entendendo	que	existiam	períodos	de	cheias	e	de	secas,	escolhendo,	assim,	a	
melhor	época	para	o	plantio.	Assim,	o	homem	começou	a	desenvolver	calendários	através	
de	suas	observações	aos	astros,	e	a	criação	de	técnicas	de	cálculos,	desenvolvendo	cada	
vez	mais	a	agricultura.
As	inovações	foram	surgindo,	o	homem	foi	se	aprimorando,	a	população	aumen-
tando	e	todo	aquele	antigo	sistema	de	aldeias,	comunidades	sem	estratificação	social,	foi	
sendo	superado.	Surgiu,	então,	a	necessidade	de	criar	algo	que	suportasse	as	grandes	
aglomerações	humanas.	Dessa	forma,	temos	o	que	chamamos	de	revolução urbana,	ou	
seja,	as	primeiras	civilizações.
Uma	característica	importante	da	revolução	urbana	é	o	surgimento	de	algumas	ne-
cessidades,	como	instrumentos	de	trabalho	com	maior	desenvolvimento,	exigindo	dos	ho-
mens	uma	certa	especialização	para	a	criação	e	manuseio	desses	objetos.	Nasce	também	
a	necessidade	de	proteção	do	que	foi	criado,	pois	temos	uma	disputa	entre	os	homens	pela	
posse	das	terras	férteis,	promovendo	a	criação	de	uma	defesa	armada	–	grupos	armados	
e	prontos	a	cederem	a	vida	pelo	seu	território.	
Vale	ressaltar	que,	com	esse	desenvolvimento	forçado,	tivemos	o	início	de	divisão	
de	classes	sociais	dentro	desses	aglomerados	humanos.	No	entanto,	o	mais	 importante	
desse	desenvolvimento	técnico	e	forçado	foi	o	aumento	na	produção	de	alimentos,	gerando	
um	excedentealimentício	que	não	servia	mais	só	para	sua	subsistência	e	sim	para	contatos	
com	outros	aglomerados	humanos.	
A	produção	desse	excedente	alimentar	fez	com	que	nascesse	a	necessidade	de	
uma	nova	liderança,	que	pudesse	administrar	a	vida	em	comunidade	e	soubesse	gerir	esse	
alimento.	Quem	pode	governar?	O	que	precisaria	 ter	ou	ser	para	governar?	A	 resposta	
18UNIDADE I História Antiga
está	ligada	à	religiosidade	pré-histórica,	pois	o	homem	utilizou-se	de	explicações	físicas	e	
naturais	para	aliar-se	ao	sobrenatural	e	dominar-se	entre	si.
As	lideranças	das	comunidades	neolíticas	estiveram	ligadas	diretamente	à	religio-
sidade	e	ao	poder	divino.	Vale	destacar	que	muitos	historiadores	apontaram	que	o	mesmo	
lugar	que	seria	um	templo	religioso	também	era	usado	para	armazenar	alimentos	nesse	
período.	Só	como	caráter	de	imaginação,	podemos	até	visualizar	os	indivíduos	do	neolítico	
gritando:	“Viva	os	Sacerdotes!	Viva	a	ligação	que	eles	têm	com	os	deuses!	Viva	sua	lide-
rança!”.	
Assim,	a	camada	superior	no	neolítico	seria	a	dos	sacerdotes,	que	iniciaram	a	ideia	
de	nobreza,	de	privilégio,	de	riqueza,	de	tudo	que	era	superior	aos	homens.	Assim,	pode-
mos	destacar,	com	toda	veemência,	que	não	se	trata	de	uma	simples	divisão	do	trabalho	
humano	e	sim	de	uma	grande	estratificação	social,	com	níveis	superiores	e	níveis	inferiores.
Já	o	final	do	período	neolítico	(palavra	derivada	do	grego,	em	que	néos significa 
novo e	lithicos significa pedra),	a	agricultura	foi	a	base	da	revolução	urbana.	Temos	o	que	
chamamos	de	idade	dos	metais,	período	marcado	pela	intensificação	do	uso	dos	metais,	
como	cobre,	bronze	e	ferro.	As	técnicas	de	fundição	de	metais,	em	que	se	derretia	e	mis-
turava	uns	com	os	outros,	fizeram	com	que	os	produtos	ficassem	cada	vez	mais	 fortes,	
pois	temos	produção	de	instrumentos	de	trabalho	e	principalmente	de	armas	potentes	que	
fortaleceram	o	poder	da	elite,	que	tinha	acesso	aos	metais	e	o	controle	de	distribuição	de	
alimentos.
Temos,	então,	o	domínio	baseado	na	força	militar,	com	metais	em	suas	armas,	so-
mada	com	o	poder	religioso,	tudo	ligado	à	uma	pequena	parte	da	sociedade.	Vale	ressaltar	
que	alguns	historiadores	colocam	aqui	a	ideia	de	criação	de	estado	e	sociedade,	nascendo,	
até	mesmo,	com	alguns	impérios.	
Com	tanto	desenvolvimento,	seja	alimentício,	militar	ou	social,	surge	a	necessidade	
de	se	controlar	cada	vez	mais	o	que	era	produzido	com	o	que	era	consumido,	sobrando	o	
que	chamamos	de	excedente.	Parece	matemática	e	é	matemática	pura!	
Mas	como	controlar	isso	com	tanta	gente	envolvida?	Como	se	comunicar	com	os	
outros?	Para	que	houvesse	harmonia	nessa	conta	matemática	e	administrativa,	foram	cria-
das,	entre	4.000	e	3.000	a.C.,	marcas,	sinais	como	fruta,	grão,	para	sinalizar	ou	referir-se	
a	diversos	produtos	comercializados.	Esse	 foi	o	primeiro	passo	para	criação	da	escrita,	
que,	além	da	utilização	dos	metais,	fez	com	que	mudasse	muito	a	relação	entre	todos	os	
homens,	ou	seja,	a	invenção	da	escrita	mudou	as	relações	humanas.
19UNIDADE I História Antiga
Enfim,	para	melhor	fixação	do	conteúdo,	gostaria	que	observasse	a	tabela	da	cro-
nologia	geral,	apresentada	a	seguir.
Tabela 2 -	Cronologia	geral	da	Pré-história
PERÍODOS CARACTERÍSTICAS SOCIEDADES
Paleolítico Coup de poing (Machado	manual	sem	cabo).
Coup de poing (aperfeiçoamento).
Ossos	utilizados	para	confecção	de	objetos.
Nascimento	da	arte:	Arte	rupestre.
Início	de	uma	religiosidade.
Pequenas	esculturas	(Vênus	de	Willendorf).
Sociedade	Comunitária.
Nascimento	da	família.
Domínio	do	fogo.
Rituais	funerários.
Famílias,	Clãs.
Redução	do	nomadismo.
Aparecimento	e	linguagem.
Neolítico Agricultura.
Domesticação	de	animais.
Teares	Simples.
Cerâmicas.
Formação	 de	 consciência	 em	 gru-
pos.
Vida	 humana	 organizada	 em	 al-
deias.
Sedentarismo.
Idade	 do	
Metais
Utilização	do	cobre,	bronze	e	ferro.
Desenvolvimento	da	agricultura.
Escrita.
Vida	urbana.
Sociedade	estratificada.
Surgimento	de	estado	e	religião.
Fonte:	o	autor.
20UNIDADE I História Antiga
SAIBA MAIS
Que	tal	conhecer	um	pouco	mais	sobre	o	sagrado	na	pré-história?
Manifestações do sagrado na Pré-História do Ocidente peninsular: A “síndrome 
das placas loucas”
As	placas	de	xisto	gravadas	do	III	milénio,	no	Centro	e	Sul	de	Portugal,	são	componen-
tes	votivos	de	deposições	em	antas,	tholoi,	grutas	naturais	e	artificiais	ou	mesmo	em	
deposições	funerárias	não	estruturadas.	Apresentam,	por	vezes,	uma	perturbação	na	
composição,	 normalmente	muito	 regular	 e	 normalizada,	 dos	 seus	motivos	 principais.	
O	 autor	 designa	 essa	 particularidade,	 extremamente	 rara,	 por	 “síndrome	 das	 placas	
loucas”	e	procura	explicar	a	razão	desta	ruptura	do	conceito	de	simetria.	Essa	ruptura	
regista-se	em	duas	categorias	diversas,	ainda	que	partilhando	a	mesma	designação:	
a	Variante	1	agrupa	as	placas	em	que	apenas	a	Cabeça	regista	a	assimetria	de	com-
ponentes	específica	de	esta	situação;	a	Variante	2	agrupa	as	placas	cujo	Corpo,	resul-
tante	de	segmentação	da	placa	ou	construído	com	um	mesmo	tratamento	geral	dado	à	
superfície	do	suporte,	é	“decorado”	assimetricamente.	Esta	primeira	aproximação	parte	
do	Grupo	megalítico	de	Reguengos	de	Monsaraz,	para	um	enquadramento	mais	geral	
da	questão,	alargada	a	outros	grupos	megalíticos	e	a	outras	manifestações	simbólicas	
das	antigas	sociedades	camponesas.
Fonte:	Gonçalves	(2003).	Online.
21UNIDADE I História Antiga
REFLITA
Você	já	pensou	como	era	a	vida	sem	uma	linguagem?	Qual	a	diferença	entre	homens	e	
os	animais?
Leia	o	texto	a	seguir	e	reflita	sobre	o	tema.
“Ao tecer comentários sobre aqueles que defendem a singularidade da linguagem hu-
mana, a psicóloga da Universidade do Texas Kathleen Gibson escreveu recentemente: 
“Embora científica em seus postulados e discussão [esta perspectiva] encaixa-se firme-
mente na longa tradição filosófica ocidental, que remonta pelo menos aos autores do 
Gênesis e aos escritos de Platão e Aristóteles, que sustentam que a mentalidade e o 
comportamento humanos [são] qualitativamente diferentes daqueles dos animais”.
Fonte:	Leakey	(1995,	p.127	).
22UNIDADE I História Antiga
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a)	acadêmico(a),	chegamos	ao	final	dessa	unidade.	No	decorrer	dela	contem-
plamos	diversas	temáticas	sobre	as	mais	remotas	civilizações	da	antiguidade;	isso	ocorreu	
através	de	uma	introdução	histórica,	abordando	alguns	conceitos	que	norteiam	o	estudo	da	
história.	Você	consegue	se	lembrar?	Espero	que	nesse	momento	do	processo	de	ensino/
aprendizagem	você	esteja	encantado(a)	ou	fascinado(a),	sabendo	um	pouco	sobre	o	tempo	
e	a	história,	o	tempo	cronológico	e	sobre	os	calendários	lunares	e	solares.	Se	lembra	qual	
é	o	nosso	calendário?	Espero	que	sim.
Que	bom	foi	conhecer	a	divisão	eurocêntrica	da	história,	partimos	da	pré-história	
e	passamos	por	idade	antiga,	idade	média,	idade	moderna	e	idade	contemporânea.	Vale	
ressaltar	que	nosso	foco	principal	de	estudo	foi	a	pré-história.	Na	pré-história	abordamos	
o	surgimento	do	homem	moderno,	seu	conceito	e	produções	durante	o	tempo,	passamos	
pelos	períodos	Paleolítico,	Neolítico	e	Idade	dos	metais.
Por	fim,	quero	agradecer	você	por	esse	tempo	de	estudos	que	passamos	juntos,	
com	a	certeza	de	que	o	conhecimento	adquirido	sobre	alguns	conceitos	históricos	e	da	
pré-história	vão	promover	em	você	uma	corrente	de	expansão	desse	conhecimento,	pois	
durante	o	processo	foi	descortinada	toda	beleza	e	riqueza	desse	processo	de	formação	do	
homem.
Enfim,	sucesso	e	nos	vemos	na	próxima	unidade.
Obrigado!
23UNIDADE I História Antiga
MATERIAL COMPLEMENTAR
WEB	
OKUMURA,	M.	Dardo	ou	flecha?	Testes	e	reflexões	sobre	a	tec-
nologia	de	uso	de	pontas	de	projétil	no	Sudeste	e	Sul	do	Brasil	
durante	a	pré-história.	Cadernos do LEPAARQ,	v.	XII,	n.	24,	2015.
Disponível	 em:	 https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/
lepaarq/article/view/5623/4487
LIVRO	
•	Título:	A	Pré-história	-	Coleção	Desafios	
•	Autor:	Rosicler	Martins	Rodrigues
•	Editora:	Moderna•	Edição:	3
•	Sinopse:	Quem	somos?	De	onde	viemos?	Para	onde	vamos?	
Essas	são	perguntas	que	os	seres	humanos	se	 fazem	há	muito	
tempo,	procurando	respostas	na	Religião,	na	Arte,	na	Filosofia	e	
na	Ciência.	Os	caminhos	da	Ciência	são	recentes.	Foi	somente	no	
século	XX	que	a	interpretação	dos	fósseis	se	aliou	ao	estudo	dos	
povos	primitivos	e	do	comportamento	dos	chimpanzés,	formando	
uma	história	fascinante	sobre	as	origens	da	espécie	humana.	Este	
livro	percorre	um	caminho	de	milhões	de	anos	para	contar	essa	
história.	A	narrativa	e	as	ilustrações	se	unem	para	recriar	a	vida	na	
Pré-história	e	nos	levam	a	reflexões	que	ajudam	a	compreender	o	
presente.
LIVRO
Título:	Pré-história:	uma	breve	introdução
•	Autor:	Rosicler	Martins	Rodrigues
•	Editora:	L&PM
•	 Sinopse:	 As	 pessoas	 se	 definiam	 socialmente	 por	 meio	 dos	
objetos	que	confeccionavam	e	usavam,	descobrindo	novas	dimen-
sões	 de	 humanidade.	A	 pré-história	 é	 o	 período	 em	que	muitas	
dimensões	foram	exploradas	e	expandidas.	O	imenso	escopo	de	
tempo	em	que	a	pré-história	está	inserida	e,	especialmente,	a	falta	
de	registros	devido	à	ausência	da	escrita	neste	período	nos	leva	
a	formular	grandes	perguntas	acerca	do	que	nos	torna	humanos.	
Mas	o	que	há	de	fascinante	em	um	tempo	que	remonta	a	6	milhões	
de	anos?	Escrever	a	pré-história	é	uma	questão	de	aliar	a	análise	
arqueológica	das	tecnologias	e	ferramentas	utilizadas	por	nossos	
antepassados	 à	 reconstrução	 majoritariamente	 imaginária	 de	
como	viviam	e	de	que	maneira	evoluíram.	É	esse	delicado	equilí-
brio	entre	fatos	e	inferências	que	encontramos	nas	esclarecedoras	
páginas	deste	volume.
24UNIDADE I História Antiga
LIVRO
•	Título:	As	Religiões	da	Pré-história
•	Autor:	André	Leroi-Gourhan
•	Editora:	Edições	70
•	Edição:	1	
•	Sinopse:	Publicado	pela	primeira	vez	em	1964,	numa	prestigiada	
coleção	dirigida	por	Georges	Dumézil,	este	pequeno	grande	livro,	
do	 autor	 de	O Gesto e a Palavra,	 continua	 a	 ser	 uma	 obra	 de	
consulta	indispensável	para	todos	os	estudiosos	da	Pré-história	e	
da	Antropologia.
FILME/VÍDEO 
•	Título:	10.000	a.C.
• Ano:	2008
• Diretor:	Roland	Emmerich
•	Roteirista:	Roland	Emmerich	e	Harold	Kloser.			
•	Sinopse:	Num	período	 em	que	 homens	 e	 feras	 pré-históricas	
lutavam	pela	sobrevivência	na	Terra,	D’Leh	é	um	jovem	caçador	
que	lidera	um	exército	ao	longo	de	um	vasto	e	perigoso	deserto.	
Enfrentando	mamutes	e	tigres	dente-de-sabre,	ele	segue	caminho	
rumo	a	uma	civilização	perdida	para	salvar	sua	amada	Evolet	das	
mãos	de	um	maligno	e	poderoso	guerreiro	determinado	a	possuí-
-la.
FILME
•	Título:	A	Guerra	do	Fogo
•	Ano:	1981
•	Diretor:	Jean-Jacques	Annaud
•	Roteirista:	Gerard	Brach
•	Sinopse:	 Na	 pré-história,	 a	 pouco	 desenvolvida	 tribo	 Ulam	 é	
composta	por	membros	que	se	comunicam	por	gestos	e	grunhidos	
e	acreditam	que	o	fogo	é	sobrenatural.	Quando	a	fonte	única	de	
calor	se	apaga	após	um	ataque,	 três	guerreiros	saem	numa	 jor-
nada	em	busca	de	outra	chama	e	acabam	conhecendo	os	Ivaka,	
grupo	com	hábitos	avançados	e	comunicação	complexa,	além	de	
domínio	da	produção	do	mítico	fogo.
25UNIDADE I História Antiga
FILME
•	Título:	O	Elo	Perdido
•	Ano:	2005
•	Diretor:	Régis	Wargnier
•	Roteirista:	Régis	Wargnier
•	Sinopse: África	central,	1870.	Acompanhado	por	um	grupo	de	
caçadores	indígenas,	o	antropólogo	escocês	Jamie	Dodd	(Joseph	
Fiennes)	atravessa	a	floresta	tropical	à	procura	de	uma	nova	espé-
cie.	Ao	encontrar	uma	tribo	de	pigmeus,	Jamie	acredita	ter	achado	
o	“elo	perdido”	que	faria	a	ponte	evolucionária	entre	o	homem	e	o	
primata.	Ele	captura	dois	pigmeus	chamados	Toko	(Lomama	Bo-
seki)	e	Likola	(Cécile	Bayiha)	para	apresentá-los	na	Academia	de	
Ciência	de	Edimburgo.	A	amizade	que	surge	entre	os	três	termina	
colocando	em	risco	a	carreira	do	cientista.
26
Plano de Estudo:
●	 ESTUDO DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES
●	 A MESOPOTÂMIA
●	 O EGITO ANTIGO
Objetivos de Aprendizagem:
•	Conhecer	as	antigas	civilizações	e	sua	ligação	com	a	Mesopotâmia	e	o	Egito.
•	Conhecer	a	formação	da	Mesopotâmia.
•	Conhecer	os	principais	pontos	do	Egito	antigo.
UNIDADE II
O Estudo da Antigas Civilizações
Professor Cleber Henrique Sanitá Kojo
27UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a)	educando(a),	 que	bom	que	estamos	nos	encontrando	em	mais	uma	
etapa	de	nosso	estudo.	Espero	que	esteja	cheio(a)	de	entusiasmo	para	continuar	nossa	
disciplina	de	História	Antiga.	
Vamos	partir	para	uma	nova	viagem	histórica,	começando	os	estudos	das	civiliza-
ções	antigas.	Nesse	caminho	 repleto	de	conhecimento,	espero	que	você	compreenda	o	
desenrolar	dessas	civilizações	e	seu	desenvolvimento	ribeirinho.
A	partir	de	agora,	iniciamos	uma	jornada	pela	civilização	mesopotâmica	e	seu	le-
gado	histórico.	Nesta	unidade	vamos	conhecer	seu	desenvolvimento	e	a	experiência	que	
transformou	nossa	história,	pois	 iremos	entender	desde	a	primeira	escrita	conhecida	na	
história,	a	escrita	“cuneiforme”,	suas	características	que	puderam	iniciar	o	primeiro	código	
de	leis	escrita	na	história,	conhecido	como	código	de	Hamurabi,	baseado	na	lei	do	talião	
(olho	por	olho	e	dente	por	dente).
Nesta	unidade	vamos	visualizar	a	importância	dos	rios	Tigre,	Eufrates	e	Nilo,	pois	
várias	civilizações	cresceram	às	margens	deles.	Tais	civilizações	foram	conhecidas	como	
civilizações	hidráulicas,	ou	seja,	dependentes	dos	rios	e	dessas	águas.	
Vamos	entender	que	 temos	a	criação	de	estados	despóticos	e	burocratizados	e	
principalmente	teocráticos	que	praticavam	a	corveia	real.
Então,	vamos	abordar	o	Egito	antigo	com	todas	suas	maravilhas	históricas	e	sua	
organização,	conheceremos	sua	divisão	histórica,	começando	pelo	antigo	império,	médio	
e	novo	império.
Por	fim,	desejo	que	esta	unidade	possa	fortalecer	seu	desenvolvimento	educacio-
nal	e	de	compreensão	dessas	civilizações	através	do	conhecimento	sobre	os	conceitos	
deixados	ao	longo	da	história.	
Muito obrigado e bom estudo!
28UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
1. ESTUDO DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES
Quando	entramos	no	estudo	da	antiguidade,	da	história	antiga,	ouvimos,	através	do	
senso	comum,	que	é	um	período	histórico	em	que	conhecemos	as	primeiras	civilizações.	
Vale	 ressaltar	que	é	 isso	mesmo,	mas	não	podemos	colocar	uma	civilização	superior	à	
outra,	pois	temos	diferenças	culturais	entre	esses	povos	e,	ao	mesmo	tempo,	caraterísticas	
comuns.	
Geralmente,	 afirmamos	 que	 uma	 civilização	 ou	 um	 povo	 é	melhor	 que	 outro	 e	
nem	nos	preocupamos	com	essa	afirmação.	Vale	ressaltar	que	desde	as	competências	e	
habilidades	propostas	pelo	MEC,	no	Enem	e	na	BNCC,	deixam	claro	que	não	existe	cul-
tura	melhor	que	a	outra,	mas	simplesmente	diferenças	culturais.	Partindo	desse	princípio,	
iremos	demonstrar	as	primeiras	civilizações	antigas	e	suas	características	específicas	de	
maneira	cuidadosa,	como	um	historiador	deve	agir	e	trabalhar.	
Não	podemos	apontar	que	uma	civilização	se	desenvolveu	primeiro	que	a	outra,	
pois,	na	maioria	das	primeiras	civilizações,	o	processo	de	fixação	no	território	foi	simultâneo	
em	várias	regiões,	 isso	falando	do	pós	pré-história.	A	característica	básica	das	primeiras	
civilizações	foi	a	dependência	dos	rios,	pois	a	água	foi	fator	determinante	para	renovação	do	
solo,	criando	nessas	sociedades	a	necessidade	da	criação	de	grandes	obras	hidráulicas	de	
irrigação	e	drenagem.	Com	isso,	poderiam	produzir	um	excedente	e	estruturar	seus	meca-
nismos	de	poder,	tendo	como	base	a	religião,	o	poder	no	divino,	assim	como	estudamos	na	
29UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
unidade	anterior.	Para	confirmar	isso,	destacamos	o	estudioso	e	historiador	Karl	Wittfogel	
que	pode	ser	considerado	um	dos	criadores	da	expressão	“civilizações	hidráulicas:
O	 escritor	 e	 pensador	 teuto-americano	Karl	Wittfogel	 cunhou	 a	 expressão	
“civilizações	hidráulicas”	para	se	referir	às	sociedades	em	que	a	necessidade	
de	 controlar	 a	 água	 requeria	 uma	ação	 coletiva,	 estimulando,	 com	 isso,	 o	
desenvolvimento	de	uma	burocraciaorganizadora,	o	que,	a	seu	ver,	 levou	
inevitavelmente	ao	típico	domínio	despótico	oriental	(KRIWACZEC,	2018,	p.	
26).	
Então	podemos	afirmar	que	as	primeiras	civilizações	surgiram	às	margens	de	gran-
des	rios	da	região	chamada	de	médio	oriente,	ou	seja,	as	margens	do	rio	Tigre,	Eufrates	e	
Nilo.	Assim,	vamos	abordar,	nesse	momento,	alguns	pontos	da	civilização	do	antigo	Egito,	
da	Mesopotâmia,	que	cresceu	às	margens	dos	rios	Tigre	e	Eufrates,	e	também	civilizações	
como	a	persa,	hebraica	e	fenícia.	Vale	ressaltar	que	essa	grande	região	onde	essas	civili-
zações	surgiram	ficou	conhecida	como	crescente	fértil.
De	forma	geral,	essas	sociedades	se	estruturaram	através	da	produção	asiática,	
com	escravidão,	estruturas	econômicas	rigidamente	fixas,	prática	de	escrita,	facilitando	o	
controle	da	produção,	cobrança	de	impostos,	entre	outros.	
Embora	essas	características	fiquem	expressas	claramente	na	Mesopotâmia	e	no	
Egito,	 outras	 civilizações	 próximas	 também	se	 estruturaram	nesse	 contexto	 com	 carac-
terísticas	 parecidas.	Assim,	 todas	 as	 vezes	 que	 estudarmos	 a	 primeiras	 civilizações	 na	
história,	iremos	apresentar	e	compreender	a	forma	mais	primitiva	de	organização,	além	dos	
conceitos	de	cidades-estados,	teocracia	e	modo	de	produção	(nesse	caso,	o	asiático).
Ao	 citarmos	o	mundo	oriental,	 podemos	apontar	 civilizações	 como	a	 chinesa,	 a	
indiana,	os	persas,	os	hebreus,	além	dos	greco-romanos,	ou	seja,	de	forma	rápida	iremos	
destacar	algumas	das	civilizações	para	depois	adentrarmos	na	Mesopotâmia	e	Egito	antigo.	
Que	 tal	 começarmos	 pelos	Hebreus?	Vamos	 lá.	 Se	 você	 já	 ouviu	 falar	 no	 cris-
tianismo,	com	certeza	conhece	algo	dos	hebreus,	ou	seja,	se	você	ouviu	falar	em	“bíblia	
sagrada”,	 você	 já	conhece	algo	sobre	os	hebreus.	Pois	quando	utilizamos	a	Torá	como	
fonte	histórica,	podemos	entender	que	os	 judeus	surgiram,	aproximadamente,	nos	anos	
2	mil	a.C.	Podemos	perceber	também	a	questão	da	confirmação	da	data	na	afirmação	de	
Pinsk	(2011,	p.	138):
A	questão	da	historicidade	dos	patriarcas	tem	a	ver	com	a	própria	questão	
de	quem	teria	sido	o	primeiro	hebreu,	isto	é,	de	quando	poderíamos	datar	a	
existência	dos	hebreus	como	povo.	As	opiniões	são	muitas.	Ouve-se,	com	
frequência,	a	data	de	2000	para	Abrahão,	seguido	de	seus	descendentes.	
Isso	 em	 uma	 região	 em	 que	 hoje	 se	 encontra	 a	 Síria,	 tiveram	 contato	 também	
com	os	Fenícios,	que	são	considerados	os	maiores	comerciantes	da	antiguidade.	Quanto	
30UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
aos	hebreus,	podemos	afirmar	que	eram	um	povo	de	pastores	nômades,	que	surgiram	na	
Caldeia	e,	por	não	conseguirem	combater	os	povos	mesopotâmicos,	iniciaram	sua	peregri-
nação.	Antes	da	chegada	dos	hebreus,	ali	moravam	os	Filisteus,	Cananeus	(que	deram	o	
nome	de	Canaã),	arameus,	moabitas,	edomitas	entre	outros.	Vale	ressaltar	que	o	próprio	
nome	hebreu	provém	da	língua	aramaica	e	significa	“o	povo	do	outro	lado	do	rio”,	assim,	
afirmamos	que	são	de	origem	mesopotâmica	e	migrante.
Podemos	 apresentar	 um	 breve	 resumo	 sobre	 sua	 divisão	 histórica,	 começando	
através	do	período	dos	patriarcas,	 quando	Abraão	 recebe	de	 Iavé	a	promessa	da	 terra	
prometida	que	 jorrará	“leite	e	mel”,	 também	conhecida	como	Maná.	Com	isso	passaram	
a	 ser	monoteístas,	marco	 diferencial	 dos	 povos	 existentes.	Assim	 se	 desenvolveram	 e,	
quando	Abraão	morreu,	ocorreu	uma	sucessão	até	Jacó,	também	conhecido	como	Israel,	e	
esse	teve	12	descendentes,	originando-se	as	12	tribos	de	Israel.
Acredita-se,	através	de	estudos	históricos	na	Torá	 judaica	e	na	Bíblia	cristã,	que	
vários	motivos	 levaram	esse	povo	a	 fuga	da	 região,	 entre	 eles	 podemos	 citar	 invasões	
estrangeiras,	 escassez	 de	 terras	 férteis,	 além	 da	 influência	 egípcia	 na	 antiguidade	 que	
provavelmente	os	atraiu	até	lá,	onde	permaneceram	por	um	longo	período,	como	trabalha-
dores,	servindo	através	da	corveia	real	até	o	conhecido	êxodo	em	torno	de	1250	a.C.
Podemos	destacar	que,	com	o	êxodo,	 temos	 fatores	marcantes	para	essa	civili-
zação,	como	o	Decálogo	(dez	mandamentos),	que	norteou	a	vida	dos	hebreus,	além	de	
confirmar	que	eram	o	povo	escolhido	por	Deus	e	iriam	receber	a	terra	prometida.
	Assim	que	termina	o	período	dos	patriarcas,	 temos	a	era	dos	 juízes	que	vai	de	
1200	a.C.	a	1010	a.C.	Esse	foi	o	período	de	guerra	com	os	cananeus,	que	já	possuíam	
carros	de	guerra	e	armas	de	ferro;	com	essas	necessidades	bélicas,	temos	uma	liderança	
entre	 os	 hebreus,	 que	 foram	 conhecidos	 como	 juízes,	 entre	 eles	 podemos	 citar	 Josué,	
Gideão,	Sansão	entre	outros.	
Em	seguida	temos	o	período	conhecido	como	a	era	dos	Reis,	em	que	temos	um	
líder	que	assume	esse	papel	guerreiro.	O	primeiro	foi	Saul,	que	não	conseguiu	dominar	os	
filisteus	e	nem	unificar	as	tribos	de	Israel	e	de	Judá,	como	podemos	perceber	na	citação:
Com	Saul,	instaura-se	a	monarquia	entre	os	hebreus.	Mas	já	nessa	ocasião	
havia	uma	divisão	entre	as	tribos	do	norte	(Israel)	e	as	do	sul	(Judá)	e	Saul	
fracassa	na	tentativa	de	atrair	Judá	ao	seu	reino.	Morre	nessa	tentativa	fra-
cassada	(PINSKI,	2011,	p.	141).
Em	 seguida	 temos	 o	 rei	Davi,	 que	 derrota	 os	 inimigos	 e	 amplia	 seu	 território	 e	
unifica	as	tribos.	
31UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
Davi	 tem	 mais	 sucesso.	 Começa	 organizando	 o	 pequeno	 reino	 de	 Judá,	
constituído	 de	 hebreus	 da	 tribo	 de	 Judá	 e	 de	 cineus,	 iemareus	 e	 outros	
povos	 não	 hebreus,	 sediados	 na	 cidade	 de	 Hebron.	 Bom	 soldado	 e	 líder	
carismático,	Davi	estende	seu	poderio	derrotando	os	arqui-inimigos	filisteus	e	
conquistando	a	cidade	de	Jerusalém,	a	qual	transforma	em	capital	do	reino.	
Manda	construir	um	palácio	e	verifica	que	falta	algo	muito	importante	ao	seu	
reino	 e	 a	 Jerusalém:	 o	 prestígio	 religioso.	 Descobre,	 ou	manda	 fazer,	 em	
algum	local	o	que	afirma	ser	a	arca	da	aliança	e	a	traz,	com	muita	pompa.	
Com	isso,	legitima	o	seu	poder	“pela	graça	de	deus”,	fortalecendo-o	mais	e	
mais	(PINSK,	2011,	p.	142).
Por	fim,	Salomão	que	se	beneficiou	de	um	período	de	paz	e	enriqueceu-se	explo-
rando	seu	território,	passagem	de	rotas	comerciais	que	 ligavam	o	Egito	à	Mesopotâmia,	
além	de	construir	o	famoso	templo	de	Jerusalém.	
Salomão	foi	um	soldado	inferior	a	seu	pai,	Davi,	mas	compensou	essa	defi-
ciência	com	uma	grande	habilidade	política.	Logo	que	subiu	ao	poder,	perdeu	
algumas	terras.	Compensou-as	com	acordos	e	casamentos	em	que	recebia	
como	dote	cidades	inteiras.	Foi	amigo	de	faraós	e	reis	fenícios,	possuiu	um	
enorme	harém,	construiu	palácios	e	fortalezas	(PINSK,	2001,	p.	143).
	Vale	ressaltar	que	estamos	passando	brevemente	por	esses	povos	como	os	he-
breus,	para	compreender	melhor	a	grande	influência	da	Mesopotâmia	e	do	Egito.	Assim,	
iremos	parar	por	aqui	o	estudo	dos	hebreus,	uma	grande	civilização	que	todo	cristão	conhece	
através	da	maior	fonte	histórica	do	seu	povo	–	a	Bíblia	sagrada	–,	pois	o	antigo	testamento	
do	livro	sagrado	cristão	é	a	Torá,	ou	seja,	o	pentateuco	hebraico,	sua	história	em	si.
Vamos	falar	agora	de	um	povo	que	era	vizinho	dos	hebreus,	os	chamados	fenícios.	
Vale	ressaltar	que	esse	povo	tinha	um	solo	pobre	e	montanhoso,	então	os	fenícios	passa-
ram	a	buscar	rotas	comerciais	pelo	mar.	Utilizando-se	de	seu	artesanato	e	até	mesmo	com	
o	comércio	da	“púrpura”,	que	era	extraída	de	um	molusco	comum	em	suas	terras,	o	múrex.	
O	corante	púrpura	era	utilizado	para	tingir	tecidos	com	tons	rosa	e	roxo,	tornando-se	uma	
das	mercadorias	mais	caras	da	antiguidade.	Assim,	podemos	afirmar	que	os	fenícios	foram	
os	grandes	navegadores	e	comerciantes	da	antiguidade,	passando	a	realizar	comércio	com	
a	Mesopotâmia	e	com	o	Egito	antigo.	
Para	concluir	a	citação	dessa	civilização	em	nossos	estudos,	vamos	afirmar	que	
desenvolveram	a	matemática	e	a	astronomia,	que	os	ajudou	muito	na	arte	da	navegação	
pelas	estrelas,	além	de	criarem	um	alfabeto	fonético	com	22	letras.
Outro	povo	ligado	a	essa	região	foi	o	Persa,	quese	situava	ao	leste	da	Mesopotâ-
mia,	um	território	que	necessitou	de	complexas	obras	de	irrigação.	Foi	composto	pelo	reino	
dos	“Medos”	e	reino	do	Persas.	Foi	sob	o	dominio	de	Ciro	I	que	os	persas	se	unificaram	
politicamente,	mas	seu	auge	foi	no	reinado	de	Dario	I	com	evolução	das	cidades	de	Susa,	
Persópolis	e	Passárgada,	terras	onde	possuía	os	fiéis	considerados	os	“olhos	e	ouvidos”	
32UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
do	rei,	pois	eram	extremamente	fiéis.	Povo	esse	também	importante	nas	relações	mesopo-
tâmicas.	
Agora	vamos	entrar	na	civilização	que	se	destacou	nesse	período,	a	grande	Meso-
potâmia.	Pronto(a)	para	nossa	viagem?				
33UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
2. A MESOPOTÂMIA
Para	falar	da	Mesopotâmia,	temos	que	argumentar	que	ela	foi	composta	por	várias	
civilizações	que	se	sucedem	na	região	e	ficaram	conhecidas	como	civilizações	mesopotâ-
micas;	situavam-se	onde,	hoje,	é	o	atual	Iraque.	Recebeu	esse	nome	justamente	por	ficar	
entre	os	rios	Tigre	e	Eufrates,	ou	seja,	Mesopotâmia	significa	terra	entre	rios.	Vale	ressaltar	
que	essa	civilização	foi	basicamente	o	berço	das	primeiras	civilizações	do	antigo	oriente,	
abrangendo	uma	extensa	região	que	passa	pelo	Irã,	Síria	e	pelo	golfo	pérsico.
A	Mesopotâmia	 se	difere	do	Egito	pela	 relação	 com	os	 rios,	 pois	 se	o	Nilo	 tem	
cheias	altamente	regulares,	a	Mesopotâmia	é	extremamente	desuniforme,	obrigando	uma	
ação	bem	mais	intensa	e	complexa	em	relação	ao	domínio	dos	rios	através	da	irrigação.
Assim,	partimos	de	uma	divisão	geográfica	da	Mesopotâmia,	classificando-a	como	
Alta	Mesopotâmia	e	Baixa	Mesopotâmia.	A	Alta Mesopotâmia	era	formada	por	terras	com	
muitas	montanhas	e	menos	férteis.	Já	a	Baixa Mesopotâmia	era	formada	por	terras	com-
postas	por	planícies,	possuía	solos	em	que	ocorria	transporte	de	minerais,	extremamente	
férteis,	com	uma	grande	quantidade	de	água,	promovendo	em	seus	habitantes	a	obriga-
toriedade	da	criação	de	canais	de	irrigação	e	drenagem.	Vale	ressaltar	que	esse	domínio	
do	território	foi	um	dos	fatores	para	seu	desenvolvimento	precoce	e	de	grande	densidade	
demográfica.	
Destacamos	ainda	que	a	Baixa	Mesopotâmia	não	tinha	uma	questão	bem	definida	
em	relação	à	precipitação	das	chuvas,	e	isso	provocava	inundações;	as	cheias	de	seus	rios	
34UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
eram	 irregulares,	necessitando	de	grandes	obras	hidráulicas,	 	esse	desarranjo	climático	
levou	 os	 primeiros	 povos	mesopotâmicos,	 como	 os	 sumérios,	 a	 deixarem	 escritos	 com	
versões	sobre	o	“dilúvio”,	chamado	de	“Epopeia	de	Gilgamesh”.	A	seguir	encontra-se	um	
pequeno	pedaço	desse	legado:
Por	seis	dias	e	seis	noites	os	ventos	sopraram;	enxurradas,	 inundações	e	
torrentes	assolaram	o	mundo;	a	tempestade	e	o	dilúvio	explodiam	em	fúria	
como	dois	exércitos	em	guerra.	Na	alvorada	do	sétimo	dia	o	temporal	vindo	
do	sul	amainou;	os	mares	se	acalmaram,	o	dilúvio	serenou.	Eu	olhei	a	face	
do	mundo	e	o	silêncio	 imperava;	 toda	a	humanidade	havia	virado	argila.	A	
superfície	do	mar	se	estendia	plana	como	um	telhado.	Eu	abri	uma	janelinha	
e	a	luz	bateu	em	meu	rosto.	Eu	então	me	curvei,	sentei	e	chorei.	As	lágrimas	
rolavam	pois	estávamos	cercados	por	uma	imensidade	de	água.	Procurei	em	
vão	por	um	pedaço	de	terra.	A	quatorze	léguas	de	distância,	porém,	surgiu	
uma	montanha,	e	ali	o	barco	encalhou	(SIN-LEQI-UNNINNI,	2017,	p.	82).
Assim	que	conhecemos	a	Epopeia	de	Gilgamesh,	somos	levados	a	comparar	com	o	
dilúvio	descrito	pelo	judaísmo	em	sua	torá	e	pelos	cristãos	em	sua	bíblia,	ou	seja,	podemos	
afirmar	que	a	 fertilidade	do	solo	mesopotâmico	e	suas	chuvas	são	coisas	que	deixaram	
marcas	em	todos	os	povos	que	ali	passaram.
A	Mesopotâmia	é	a	civilização	pioneira	da	antiguidade	e	tem	grandes	diferenças	en-
tre	o	Egito	antigo.	Uma	dessas	diferenças	citamos	anteriormente,	pois	se	aqui	no	crescente	
Fértil	as	chuvas	são	irregulares,	no	Egito	antigo	era	bem	definida	em	épocas	de	seca	e	de	
cheia.	Já	um	dos	fatores	marcantes	da	Mesopotâmia	que	diferencia	do	Egito	foi	o	papel	do	
deserto,	pois	se	era	uma	barreira	natural	para	as	invasões	no	território	egípcio,	na	Mesopo-
tâmia	era	uma	passagem	aos	povos	invasores,	fazendo	com	que	os	povos	mesopotâmicos	
desenvolvessem	um	aparato	militar	 para	 proteção,	 formando,	 assim,	 grandes	 exércitos.	
Podemos	 afirmar,	 então,	 que	 essa	 sociedade	 militarizada	 promoveu	 uma	 sucessão	 de	
povos	que	formou	a	identidade	mesopotâmica.	Vamos	conhecê-las?
2.1 Sumérios e Acádios
Os	Sumérios	deram	o	pontapé	inicial	na	história	dessa	região,	pois	foram	os	pio-
neiros	em	desenvolver	uma	organização	nesse	território,	eram	oriundos	da	região	do	Irã	e	
se	fixaram	na	Baixa	Mesopotâmia,	fundando	cidades	importantes	como	Ur,	Uruk,	Lagash,	
Nipur	entre	outras.
Buscaram	desenvolver	uma	sociedade	em	que	as	terras	eram	consideradas	dos	
deuses,	para	prover	o	sustento	dos	homens	e,	em	troca,	eles	deveriam	servir	aos	deuses.	
Essa	 é	 a	 explicação	 das	 grandes	 construções	 conhecidas	 como	 “Zigurates”,	 que	 eram	
grandes	templos	religiosos,	onde	os	deuses	ficavam	sempre	que	desciam	à	Terra.	Claro	
que	o	acesso	era	restrito	aos	homens	capazes	de	ter	contato	direto	com	os	deuses.	Assim,	
35UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
esses	homens	passaram	a	ter	um	domínio	total	da	população,	estruturando	um	governo	
ligado	à	religião,	tal	como	vimos	na	transição	da	pré-história	para	antiguidade,	no	final	da	
primeira	unidade.
Podemos	afirmar	uma	outra	diferença	entre	os	egípcios,	pois,	se	o	faraó	no	Egito	
era	visto	como	um	deus	vivo,	os	sumérios	apresentavam	o	chamado	Patesi ou Ensi,	que	
era	o	representante,	o	interlocutor	dos	deuses	com	os	homens.
Com	o	domínio	religioso	ficou	fácil	o	desenvolvimento	da	agricultura	e	do	comércio	
pelos	 sumérios,	os	 forçando	a	 tentar	 controlar	 todo	o	processo,	enfim	desenvolvendo	a	
primeira	escrita	conhecida	no	mundo,	a	chamada	escrita	cuneiforme.	Esse	nome	foi	dado	
por	cunhar	a	escrita	em	tabuletas	de	argila,	facilitando	os	registos,	os	cálculos	e	as	transa-
ções	comerciais.	Ainda	sobre	a	importância	da	escrita	cuneiforme,	Jaime	Pinsky	(2011,	p.	
55)	afirma:
A	complexidade	e	a	objetividade	das	 relações	econômicas	que	se	estabe-
lecem,	 decorrentes	 de	 sua	 amplitude	 em	 termos	 de	 espaço	 e	 tempo,	 vão	
exigir	cálculos	precisos	e	anotações	claras,	enfim,	registros	inteligíveis	não	
apenas	para	quem	os	fazia	como	para	outros	participantes	ou	coordenadores	
do	projeto	comum.	
Ainda	sobre	a	escrita	cuneiforme:
[...]	os	primeiros	símbolos	são	praticamente	auto-explicativos,	são	pictogra-
mas.	A	escrita	pictográfica	não	se	constitui,	contudo,	numa	exaustiva	repro-
dução	naturalista	do	objeto	a	ser	representado;	para	falar	de	boi,	não	havia	
necessidade	de	mostrar	seus	pelos	ou	seus	cascos	ou	o	comprimento	exato	
da	cauda.	bastava	traçar	sua	figura	de	forma	esquemática	para	se	saber	a	
que	se	queria	referir.
De	início,	essa	simplificação	encontrava	vários	caminhos:	para	um	bastava	
representar	a	cabeça	de	boi	para	saber	do	que	se	tratava;	para	outro	seria	
melhor	rascunhar	o	conjunto	do	seu	corpo	e	assim	por	diante.	Aos	poucos,	
convencionalmente,	 decidia-se	 por	 uma	 das	 versões	 ou	 pela	 síntese	 de	
algumas	delas,	de	acordo	com	o	interesse	e	o	consenso	do	grupo	(PINSK,	
2011,	p.	56).
Vale	 ressaltar	que,	com	o	desenvolvimento	da	escrita	e	de	suas	cidades,	houve	
uma	disputa	entre	elas,	que	favoreceu	um	povo	de	origem	semita,	conhecido	como	Acádios.	
Os	Acádios	 têm	como	grande	nome	o	rei	Sargão	 I,	que	unificou	a	Mesopotâmia	
no	período	e	proclamou-se	“O	Rei	dos	quatro	cantos	da	Terra”,	apesar	de	ser	uma	frase	
exagerada.	Sargão	I	criou	um	império	na	região,	adotando	a	absorção	da	cultura	suméria	
e	utilizando-se	da	escrita	cuneiforme.	Vale	ressaltar	que	ele	enfrentou	várias	revoltas	inter-
nas,	não	conseguindo	uma	estabilidade	governamental	e,	com	isso,	abriu	espaço	para	o	
domínio	Babilônico.	
36UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
2.2 Amoritasou Império Babilônico I
A	invasão	mais	importante	da	região	mesopotâmica,	que	destruiu	os	assírios,	foi	
a	do	povo	amorita,	de	origem	semita,	que	 implantaram	sua	capital	na	cidade	de	Babel,	
também	chamada	de	Babilônia.	Vale	 ressaltar	que	os	amoritas	eram	um	povo	guerreiro	
e	lutaram	em	toda	a	Mesopotâmia	para	que	ocorresse	um	domínio	total.	Foi	o	famoso	rei	
Hamurabi	que	conseguiu	esse	domínio	que	se	estendia	da	Caldeia	até	a	Assíria.	Por	que	
será	que	Hamurabi	se	tornou	famoso?	Você	já	ouviu	esse	nome?
O	rei	Hamurabi	instituiu	algo	muito	inovador	para	o	período	e	para	a	história,	pois	
criou	o	primeiro	código	de	leis	escritas	do	mundo.	Uma	vez	que	a	escrita	cuneiforme	foi	
absorvida,	o	rei	Hamurabi	utilizou-se	dela	para	desenvolver	e	espalhar	suas	regras.	Vale	
ressaltar	que	esse	código	 foi	escrito	em	colunas,	3600	 linhas	e	 trazia	282	cláusulas	ba-
seadas	na	 lei	do	Talião,	ou	seja,	 “olho	por	olho	e	dente	por	dente”.	Assim,	chegamos	à	
conclusão	de	que	a	punição	seria	equivalente	ao	ato	cometido	pela	pessoa,	respeitando	a	
posição	social	na	sociedade	babilônica.
Artigo	200:	Se	um	homem	arrancou	um	dente	de	um	outro	homem	livre	igual	
a	ele,	arrancarão	o	seu	dente.
Artigo	201:	Se	ele	arrancou	o	dente	de	um	homem	vulgar	pagará	um	terço	de	
uma	mina	de	prata.
Artigo	202:	Se	um	homem	agrediu	a	face	de	um	outro	homem	que	lhe	é	supe-
rior,	será	golpeado	sessenta	vezes	diante	da	assembleia	com	um	chicote	de	
couro	de	boi	(VICENTINO,	2001,	p.	47).
Mas	qual	 foi	a	 inovação	de	 tal	 código?	Será	que	não	existiam	essas	 regras/leis	
antes	de	Hamurabi?	Para	responder	essas	perguntas,	Pinsk	(2011,	p.	62)	afirma:
De	 início,	 imaginou-se	estar	diante	de	um	grande	 legislador,	autor	de	uma	
série	de	 leis	básicas	para	o	mundo	civilizado,	novas	e	até	 revolucionárias.	
Seu	 código,	 a	 partir	 do	momento	 de	 sua	 divulgação,	 há	 37	 séculos,	 vem	
merecendo	sucessivas	reedições	em	todas	as	línguas	civilizadas.
Depois,	verificou-se	que	Hamurábi	não	criará	novas	leis	e	que	seu	código	não	
era	propriamente	inovador,	já	que	revelava	apenas	práticas	sociais	comuns,	
encontradas	em	documentos	de	outros	povos	da	região.	E	passou-se	a	mini-
mizar	sua	importância.	
Um	ponto	muito	importante	sobre	esse	código	é	que,	apesar	de	decifrado,	preci-
samos	estudá-lo	cada	vez	mais,	pois	seu	achado	é	 relativamente	novo.	O	código	só	 foi	
descoberto	em	1901,	pela	expedição	de	Jacques	de	Morgan	na	região	que	corresponde	ao	
Irã.	Hoje,	se	encontra	exposto	no	museu	do	Louvre	na	França.
O	 rei	Hamurabi	 trouxe	desenvolvimento	para	a	 região	mesopotâmica,	pois,	com	
seu	 código	e	 com	a	 capital	 definida,	 temos	uma	Babilônia	 exemplar,	 que	 se	 tornou	um	
grande	centro	comercial	e	cultural	do	povo	ali	existente.	A	concentração	humana	era	muito	
37UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
grande	para	o	período,	havia	adorações	ao	deus	Marduk	e	visitações	ao	gigantesco	zigura-
te,	conhecido	como	torre	de	Babel	–	a	tentativa	do	homem	chegar	ao	céu.
A	morte	de	Hamurabi	trouxe	a	desestruturação	política	e	grandes	revoltas	internas,	
que	abriram	espaço	para	novas	invasões	e	domínio	dos	assírios.
2.3 Os Assírios
Os	Assírios	 transformaram	a	 cidade	de	Assur	 na	nova	 capital,	 absorvendo	uma	
grande	quantidade	de	madeira,	ferro,	cobre	e	retomaram	a	caça	e	a	agricultura,	mantendo	
uma	estrutura	militar	e	tornando	a	Mesopotâmia	um	estado	militarista	de	dominação.	Foi	o	
povo	que	tornou	ou	criou	o	primeiro	exército	organizado	da	Mesopotâmia,	pois	trazia	para	si	
agrupamentos	dentro	do	exército,	como	o	grupo	dos	carros	de	guerra,	cavalaria,	infantaria,	
divisões	de	armas	de	arremesso	entre	outros.	Assim,	os	Assírios	dominavam	pelo	medo	e	
pelo	terror,	não	tinham	piedade	dos	povos	conquistados,	sendo	considerados	ferozes.	
O	apogeu	dos	Assírios	ocorreu	no	governo	de	Senaqueribe,	que	transferiu	a	capital	
para	a	cidade	de	Nínive	e,	posteriormente,	o	 rei	Assurbanipal,	que	conquistou	o	Egito	e	
criou	a	famosa	biblioteca	de	Nínive,	com	muitas	obras,	acervos	de	toda	a	cultura	mesopotâ-
mica.	Vale	ressaltar	que	com	a	morte	de	Assurbanipal,	houve	disputas	internas	que	abriram	
espaço	para	dominação	dos	Caldeus.	
 
2.4 Os Caldeus ou Império Babilônico II
Temos	a	ascensão	dos	Caldeus,	povo	de	origem	semita,	que,	percebendo	o	colapso	
dos	Assírios,	se	organizou	e	trouxe	novamente	o	império	babilônico	sob	a	liderança	do	rei	
Nabucodonosor,	que	aparece	algumas	vezes	na	bíblia	cristã.	Esse	rei	dominou	o	reino	de	
Judá	e	levou	muitos	escravos	para	a	Babilônia,	o	famoso	“cativeiro	da	Babilônia”.	O	grande	
Nabucodonosor	fez	obras	gigantescas,	como	os	chamados	jardins	suspensos	da	Babilônia,	
além	da	criação	de	terraços	para	praticar	a	agricultura.	
Vale	 ressaltar	 que	 os	 jardins	 suspensos	 possuíam	 uma	 grande	 diversidade	 de	
plantas	em	toda	sua	extensão.	Não	é	possível	afirmar	com	exatidão	sua	existência,	pois	os	
únicos	vestígios	encontrados	sobre	ele	são	de	origem	escrita,	deixando	dúvidas	arqueoló-
gicas	até	os	dias	atuais.
O	fim	do	segundo	império	babilônico	ocorreu	quando	tivemos	a	morte	de	Nabuco-
donosor	e	seu	filho,	que	herdou	seu	lugar,	fez	um	governo	fracassado,	entrando	em	declínio	
e	abrindo	espaço	para	invasão	do	Persas,	liderados	pelo	rei	Ciro.
38UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
3. O EGITO ANTIGO
Com	 a	 revolução	Neolítica	 percebemos	 que	 o	 processo	 de	 sedentarização	 dos	
homens	começou	principalmente	às	margens	dos	rios.	O	Rio	Nilo	absorveu	uma	grande	
concentração	humana	em	suas	margens,	tornando	sua	população	dependente.	Vale	res-
saltar	que	o	“pai	da	história”,	como	é	conhecido	o	historiador	grego	Heródoto,	afirmava	que	
“o	Egito	é	uma	dádiva	do	Nilo”,	ou	seja,	o	Egito	só	existe	devido	à	abundância	das	águas	
do	Nilo,	pois	suas	cheias	proporcionaram	áreas	férteis	para	a	agricultura,	além	do	rio	ser	
gigantesco,	 com	mais	de	1200	quilômetros,	 	 facilitando	o	 transporte	de	excedente	para	
comercialização.	Vale	ressaltar	que	as	cheias	geraram	uma	área	de	aproximadamente	20	
quilômetros	de	 largura,	em	que,	em	período	de	seca,	com	os	húmus	ali	depositados,	se	
praticava	a	agricultura.	Podemos	destacar	ainda	que	a	 regularidade	das	 cheias	do	Nilo	
favoreceu	seu	domínio	pelo	homem,	pois	ali	foram	criados	canais	de	irrigação,	facilitando	a	
agricultura	e	o	povoamento	da	região.
O	povoamento	do	Egito	antigo	começou	antes	mesmo	do	fim	da	revolução	neolítica,	
pois	povos	de	origem	hamita	já	habitavam	a	região,	criando	as	primeiras	aldeias	neolíticas	
que	foram	crescendo	e	se	tornando	o	que,	na	história,	chamamos	de	nomos,	que	eram	
nada	mais	que	a	primeira	forma	de	organização	centralizada,	pois	ocorre	a	união	de	várias	
aldeias	na	região	que	era	governada	pelo	nomarca.
Com	o	desenvolvimento	da	agricultura	e	o	aumento	populacional,	 tivemos	o	sur-
gimento	dos	primeiros	grandes	grupos	humanos,	dando	origem	às	primeiras	cidades	que	
39UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
já	 possuíam	uma	 espécie	 de	 divisão	 de	 trabalho	 e	 controle	 do	 excedente	 da	 produção	
agrícola,	exigindo,	então,	um	maior	controle	sobre	o	Nilo	e	sobre	suas	margens,	ocorrendo,	
assim,	a	centralização	do	poder.	Vale	ressaltar	que	tivemos	os	primeiros	reinos,	conhecidos	
como	o	Alto	Egito,	ao	sul,	e	o	Baixo	Egito,	ao	norte.
A	divisão	entre	os	reinos	do	Alto	e	Baixo	Egito	terminam	quando	o	rei	do	Alto	Egito,	
chamado	Menés,	conquistou	o	Baixo	e	unificou	a	região,	se	tornando	o	primeiro	Faraó	do	
Egito.	Com	isso,	ele	passou	a	ter	todo	o	poder	administrativo	e	divino,	pois	o	faraó	passou	a	
ser	considerado	uma	divindade	na	terra.	O	faraó	exercia	um	poder	considerado	despótico,	
acumulando	todo	o	poder	em	suas	mãos.
Em	torno	do	faraó	temos	uma	grande	burocracia,	repleta	de	escribas,	funcionários	
e	sacerdotes,	aumentando	ainda	mais	a	divindade	citada,	pois	o	faraó	passou	a	ser	consi-
derado	um	deus	vivo,	que	dominava	cada	vez	mais	a	população	através	das	gigantescas	
obras.	Vale	ressaltar	que	o	faraó	tinha	um	papel	importantíssimo	naorganização	do	estado,	
ele	controlava	praticamente	tudo.	Segundo	Kemp	(2003,	p.	73),
Em	última	instância,	os	dogmas	serviam	para	reforçar	o	processo	histórico	
através	do	qual	uma	autoridade	central	apareceu	para	exercer	seu	controle	
sobre	 uma	 rede	 há	muito	 estabelecida	 de	 política	 de	 comunidades,	 e	 era	
continuamente	reforçada	nas	províncias	pelo	ritual	e	iconografia	do	ritual	que	
fizeram,	 por	 exemplo,	 do	 rei	 o	 responsável	 pelas	 cerimônias	 nos	 templos	
provinciais.
Os	egípcios	acreditavam	que	o	faraó	era	uma	divindade	encarnada,	que	era	des-
cendente	direto	do	deus	Amon-Rá	e,	ao	mesmo	tempo,	encarnação	de	Hórus,	ou	seja,	era	
a	junção	do	deus-sol	e	do	deus	falcão.	Percebemos	esse	poder	na	citação	a	seguir:
Levantai	vossas	faces,	ó	deuses	que	estão	no	outro	mundo,	porque	o	rei	veio	
para	vós	possais	vê-lo,	ele	se	tornou	o	grande	deus.	O	Rei	é	anunciado]	com	
temor,	o	rei	é	vestido.	Guardai-vos,	todos,	porque	o	rei	governa	os	homens,	
o	Rei	julga	os	vivos	no	domínio	de	Rá,	o	Rei	fala	a	sua	região	pura	à	qual	
fez	sua	morada	com	aquele	que	julgou	entre	os	dois	deuses.	O	rei	tem	poder	
em	sua	cabeça,	o	rei	porta	o	seu	cetro	e	Thot	mostra	respeito	pelo	rei.	O	Rei	
senta	com	aqueles	que	remam	a	barca	de	Rá,	o	rei	ordena	o	que	é	bom	e	Rá	
o	faz,	porque	o	Rei	é	o	grande	deus	(FAULKNER,	1969,	p.	252).
Ainda	sobre	o	poder	do	faraó,	podemos	afirmar	que	sua	divindade	ajudava	a	domi-
nar	todo	o	povo,	assim	como	explana	Gralha	(2002,	p.	173):
Como	a	religião	permeava	toda	a	sociedade	egípcia,	a	legitimidade	garantida	
através	 da	 esfera	 divina	 deveria	 ser	 o	 primeiro	 passo	 para	 a	 consecução	
do	projeto	político-religioso	do	rei.	Tal	legitimidade	seria	alcançada	pelo	de-
senvolvimento	da	parte	divina	da	natureza	dual	do	monarca,	entendendo	os	
egípcios	tal	natureza	ao	mesmo	tempo	divina	e	humana,	e	pelo	estreitamento	
da	relação	do	faraó	com	o	deus	(neste	caso,	uma	divindade	dinástica	com	
atributos	de	deus	primordial),	e	que	tal	abrangência	estivesse	presente	em	
todo	o	reino.
40UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
Para	exemplificar	melhor	o	desenvolvimento	do	Egito	antigo,	dividimos	sua	história	
em	impérios,	começando	pelo	antigo,	passando	pelo	médio	e	novo	império.	Vamos	conhe-
cê-los?			
					
3.1 O Antigo Império
O	antigo	império	ocorre	entre	3200	a	2300	a.C.,	para	ser	mais	exato,	com	a	uni-
ficação	proporcionada	por	Menés,	pois	ele	 criou	uma	burocracia	e	a	 ideia	de	divindade	
faraônica,	assumindo	todo	o	papel	de	liderança.	Logo	após,	ele	mudou	a	capital	para	Tinis,	
por	isso	alguns	historiadores	classificam	esse	período	como	Tinita,	mas	depois	temos	outra	
cidade	chamada	de	Mênfis,	 também	chamado	de	período	Menfita.	Vale	ressaltar	que	foi	
nesse	período	que	ocorreu	a	construção	das	três	pirâmides	de	Gizé,	chamadas	de	Quéfren,	
Queóps	e	Miquerinos,	que	simbolizavam	o	grande	poder	faraônico	e	sua	ligação	com	os	
deuses.		
Foi	nesse	período	que	os	egípcios	começaram	a	comercializar	com	outras	regiões	
e	graças	à	burocracia	formada	passou-se	a	ter	uma	arrecadação	de	impostos,	que	susten-
tava	o	Estado,	conseguindo	renda	para	construção	de	projetos	de	irrigação	e,	até	mesmo,	
das	pirâmides	citadas.	Essas	construções	conhecidas	como	pirâmides	eram	monumentos	
que	tinham	a	função	de	túmulo	dos	faraós	e	seus	subalternos	próximos.
Resumidamente,	podemos	afirmar	sobre	o	Antigo	Império	que	
Durante	o	Reino	Antigo,	o	Egito	experimentou	um	longo	e	ininterrupto	período	
de	prosperidade	econômica	e	estabilidade	política,	como	continuação	do	Pe-
ríodo	Pré-Dinástico.	O	país	rapidamente	cresceu	em	um	Estado	centralizado	
governado	por	um	 rei	que	se	acreditava	estar	dotado	com	poderes	sobre-
naturais.	Era	administrado	por	uma	elite	letrada	selecionada,	ao	menos	em	
parte,	por	mérito.	O	Egito	atingiu	quase	que	uma	completa	autossuficiência	
e	segurança	em	suas	fronteiras	naturais;	nenhum	rival	externo	ameaçou	seu	
domínio	no	nordeste	da	África	e	nas	áreas	imediatamente	adjacentes	da	Ásia	
Ocidental.	 Avanços	 nas	 ideias	 religiosas	 foram	 refletidos	 nas	 estupendas	
conquistas	na	arte	e	arquitetura	(MÁLEK,	2003,	p.	84).
3.2 Médio Império
O	médio	império	foi	um	período	em	que	os	poderes	do	faraó	não	foram	debatidos	
e	a	unidade	política	foi	fortalecida.	Houve	uma	nova	capital	chamada	de	Tebas,	em	que	os	
faraós	da	XII	dinastia	ordenaram	a	construção	de	novas	obras	de	irrigação,	aumentando	a	
área	agricultável	no	Egito,	desenvolvendo	e	trazendo	prosperidade	para	o	império.
O	 professor	Arnoldo	Walter	 Doberstein	 (2010),	 da	 PUC	 do	 Rio	 Grande	 do	 Sul,	
aponta	que	o	Médio	Império	foi	um	período	de	evolução	artística,	um	período	em	que	se	
desenvolveram	muitas	tumbas	do	Vale	dos	Reis.	Ocorreu	também	a	construção	de	grandes	
templos,	além	de	contatos	com	povos	como	os	hebreus,	fenícios	entre	outros.
41UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
Foi	nesse	período	que	ocorreu	a	invasão	dos	hicsos,	oriundos	da	Ásia	menor,	fa-
zendo	com	que	os	egípcios	fossem	dominados,	pela	primeira	vez,	por	povos	estrangeiros.	
Isso	se	deu	principalmente	pelo	desenvolvimento	militar	dos	hicsos,	que	utilizavam	cavalos,	
carros	de	guerra	e	armas	de	ferro,	instrumentos	inovadores	para	toda	região	do	Nilo.	Assim,	
o	Médio	Império	chega	ao	fim	por	sua	instabilidade	e	a	invasão	dos	guerreiros	hicsos.	
3.3 O Novo Império
Logo	após	a	invasão	dos	hicsos,	os	egípcios	começaram	e	se	organizar	e	a	criar	
uma	espécie	de	sentimento	nacionalista	e	principalmente	militarista,	isso	sob	a	liderança	de	
faraó	Amósis	I,	que	organizou	o	exército	e	recuperou	o	território,	fazendo	o	Egito	ser	ainda	
mais	respeitado.	Vale	ressaltar	que	a	confirmação	dessa	liderança	vem	logo	a	seguir,	com	
a	escravização	dos	hebreus,	que	conseguiram	sua	liberdade	muitos	anos	depois	através	
do	episódio,	conhecido	hoje	em	dia	como	êxodo.
O	Novo	Império	nada	mais	é	que	o	período	em	que	ocorreu	o	auge	do	Egito	antigo,	
pois	o	faraó	Tutmés	III	conseguiu	a	maior	expansão	territorial	dos	egípcios,	chegando	até	a	
Mesopotâmia,	bem	às	margens	do	rio	Eufrates.	Vale	ressaltar	que	a	expansão	é	aumentada	
por	Ramsés	II,	com	a	conquista	do	território	palestino.	
Com	tanta	força	militar,	os	egípcios	acumularam	cada	vez	mais	riquezas,	podendo	
construir	os	extraordinários	templos	de	Luxor	e	Karnac.	Infelizmente	o	império	começa	a	
decair	com	a	morte	de	Ramsés	II,	pois	os	conflitos	internos	aumentaram,	enfraquecendo	
cada	vez	mais	a	centralização	do	poder	egípcio,	abrindo	espaço	para	seu	término.
42UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
SAIBA MAIS
Religião	no	Egito	antigo
Você	sabia	que	a	religião	no	Egito	Antigo	era	politeísta,	ou	seja,	cultuavam	vários	deu-
ses	com	funções	diferentes	na	sociedade?
Os	deuses	egípcios	 tinham	muita	 coisa	em	comum	com	os	humanos,	pois,	 além	de	
nomes,	eles	tinham	sentimentos,	desejos	e	vontades.	Apesar	dessas	coisas	comuns	a	
todos	os	deuses,	eles	tinham	características	próprias,	desde	corpo	humano	e,	na	maio-
ria	das	vezes,	cabeças	de	animais,	mas	poderiam	ser	também	totalmente	humanos	ou	
inteiramente	animais.
Tinham	poderes	extremamente	fortes,	como	exemplo:	as	lágrimas	derramadas	por	eles	
poderiam	gerar	homens,	minerais	entre	outros.
Conheça	os	principais	deuses	egípcios	e	seus	significados	acessando	o	link:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-sa%CC%83o-os-principais-deuses-egipcios/
43UNIDADE II O Estudo da Antigas Civilizações
REFLITA 
“As	águas	do	Nilo	provêm	do	Nilo	azul,	que	nasce	nas	terras	altas	da	etiópia,	e	do	Nilo	
branco,	que	se	divide	num	emaranhado	de	regatos	no	Sudão	meridional	e	se	origina	no	
lago	vitória,	no	centro	da	África	[…]	no	Egito	a	água	do	Nilo	alcançava	o	nível	mais	bai-
xo	de	abril	a	junho.	já	em	julho	o	nível	subia	e	a	inundação	começava	normalmente	em	
agosto,	cobrindo	a	maior	parte	do	vale	desde	aproximadamente	meados	de	agosto	até	o	
final	de	setembro,	lavando	os	sais	do	chão	e	depositando	um	estrato	de	sedimentos	que	
crescia	a	um	ritmo	de	vários	centímetros	por	século.	depois