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Resenha da obra "O trabalho compulsorio na antiguidade capitos 1,2,3. Autor CARDOSO, Ciro Flamarion.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS-CCH 
DISCIPLINA: HISTÓRIA ANTIGA I 
PROFESSOR: TITO BARROS LEAL DE PONTES MEDEIROS 
ALUNA: GABRIELE MARQUES DE ALBUQUERQUE 
 
 
 
CARDOSO, Ciro Flamarion S. O trabalho compulsório na antiguidade: ensaio 
introdutório e coletânea de fontes primárias, Rio de Janeiro: edições graal, 1984, p 17-
37. 
 
 Nesta resenha os três primeiros capítulos da obra O trabalho compulsório 
na antiguidade do autor Cardoso Flamarion será abordado, a onde o autor descreve as 
formas de trabalho compulsório na antiguidade. No primeiro capítulo generalidades o 
autor discorre sobre o vocabulário usual de nossa Ciência Sociais que está muito marcada 
pela herança do Direito Romano e pela idade Média Ocidental. Com relação à força de 
trabalho, em todas as sociedades de classe, possuem três categorias possíveis os Livres, 
servos e escravos. No extremo inferior da escala social temos os escravos, na Atenas 
clássica os cidadãos Livres tinham direitos e deveres políticos, os escravos nenhum, mas 
em uma sociedade autocrática governada por um monarca, é difícil afirmar que qualquer 
homem, a não ser o rei seja verdadeiramente Livre. Cardoso adota o conceito de w. 
kloosterboer para definir o trabalho compulsório: “aquele trabalho para o qual o 
trabalhador tivesse sido recrutado sem seu consentimento voluntário; e/ou do qual não se 
puder retirasse assim o desejar, sem ficar sujeito a possibilidade de uma punição”. 
 No segundo capítulo falando sobre o Egito, o texto visa uma análise das 
formas de trabalho compulsório no Egito faraônico no período da unificação á conquista 
da Macedônia (aprox.3000-332 a.c), destacando três categorias de trabalhadores: o 
trabalhador livre, camponês e o escravo. A estrutura do Egito era marcada por um estado 
burocrático, a economia natural baixamente tecnificada e mercantilizada que se baseava 
na distribuição dos excedentes, que ficava em sua maioria concentrado nas mãos do 
governo faraônico e dos templos, para estes fazerem posteriormente uma redistribuição 
parcial. Havia um grande Abismo entre as classes, um dos fatores era que havia uma 
pequena classe dominante com acesso a uma boa vida por fazer um controle sobre o 
trabalho e os excedentes produzidos pela maioria da população através dos tributos e 
corvéias. E ainda estavam ligados a essa Elite funcionários e sacerdotes, artesãos muito 
qualificados artistas etc., que se aproveitam menos centralmente desse sistema, um 
exemplo dessa grande distâncias entre os grupos pode ser vista nos grandes textos 
funerários a onde aparecem três grandes classes; pat (patrícios), henmemet (povo solar) e 
rehyt (plebe). É vale ressaltar que foi no Reino Novo que o comércio começou a se 
intensificar, entretanto o modelo de economia natural foi quase sempre o mais importante. 
 Nota-se que a divisão fundamental da sociedade egípcia não era feita por 
livres ou escravos e sim por uma escala de privilégios, que não significa que não existisse 
escravos ou termos para designa-los. Fortemente influenciado pelas ideias de j. Pirenne, 
G.Dykmans escrevendo em 1936 acerca do Egito do lll Milênio a.c ., afirmou que as 
dinastias lll e lV se teriam caracterizado pela Liberdade dos Camponeses, sujeitos ao 
trabalho só por contrato. Inexistiriam então escravos privados, embora o autor ache 
possível imaginar que houvesse escravos do estado (prisioneiros de guerra). Já no período 
que começa no final da V dinastia, teria manifestado um “tendência ao feudalismo” —
termo usado para designar um processo de descentralização e de aumento de poderes dos 
nobres— a qual, fortalecendo-se na dinastia seguinte, teria levado um “regime senhorial”, 
com os Camponeses ligados hereditariamente à terra. 
 Mesmo deixando de lado a questão de saber se um trabalho assalariado 
contratual e —precisa Dykmans— ligado a um direto “individualista” seria 
minimamente possível como categoria predominante, no contexto das forças produtivas 
do antigo Egito, basta Recordar de uma instituição cuja existência não é nem poderia ser 
negada por aquele autor a corveia real, a qual hoje se tem um grande conhecimento graças 
a publicação de w.c Hayes, de um documento de fins do Reino médio: O papiro Brooklyn. 
Através dos estudos feitos pelo papiro descobriu-se que pessoas em princípios livres, e 
que exerciam profissões variadas quando chamadas a corveia real, eram encerradas a 
noite na prisão local durante o período de trabalho compulsório, cuja natureza era 
variável: conserto de diques, e canais de irrigação, tarefas agrícolas, construções ente 
outros, se tentasse escapar a corveia pela fuga, depois de um prazo de seis meses 
transformavam-se em escravos hereditários. Para forçar os fugitivos de entrega-se 
familiares seus podiam ser aprisionados. 
 Outro excelente exemplo de relatividade que é preciso atribuir a 
“expressão trabalho livre” no caso do Antigo Egito, é os dos construtores das tumbas dos 
faraós, trabalhadores altamente especializados, como forma de pagamento recebiam 
(cereal para pão e cerveja) ou a intervalos menos regulares (peixe, legumes, azeite, 
gordura, combustível e roupas). Tratava-se, pois, de uma categoria muito especial de 
trabalhadores apreciados, privilegiados em comparação com a maioria dos artesãos e 
artistas do país. Viviam em povoados compactados nos quais as casas se pegavam umas 
às outras ao longo das ruas. Os arqueólogos revelaram e estudaram detalhadamente três 
dessas assim chamadas —impropriamente— de “cidades operárias”; a dos construtores 
da pirâmide de Senuosret ll (1897-1878 a.C.), em Kahun (no Fayum); a de Deir-el-
Medinah, na parte ocidental de Tebas, ocupada da XVIII à XX dinastia 
(aproximadamente de fins do século VXl até o século Xll a.C.); e a de Teu el-Amarna, a 
efêmera capital do faraó Akhenaton (século XlV a.C.). Nos três casos, são verdadeiros 
povoados-prisões, cercados de muralhas com uma só via de ingresso e patrulhados por 
guardas. Assim, estes trabalhadores de alto nível, alguns dos quais donos de campos, 
escravos e ouro, levavam uma vida de quase prisioneiros cujos movimentos eram 
limitados, submetidos a uma vigilância constante. 
 Outra classe bastante pertinente são os camponeses, porém por falta de 
documentos suficiente numerosas tornam muitos questionamentos difíceis de serem 
respondidas. Numa tumba do Reino Antigo (aprox. 2330 a.C.), vemos um escriba fazendo 
entrega dos suprimentos de grãos para semente ao chefe da aldeia. Por outro lado, os 
relevos das tumbas da mesma época também mostram que, em caso de não pagamento 
integral dos impostos por alguma aldeia, era o seu chefe que se tornava responsável diante 
dos tribunais. Assim, dificilmente se pode duvidar, tratando-se do III o milênio a.C., da 
existência de uma solidariedade coletiva aldeã diante do imposto e das tarefas agrícola. 
Sua remuneração principal parece ter consistido no direito, quando da colheita, de 
colherem para si mesmos durante um dia depois de vários dias colhendo para o dono da 
terra, além de receberem rações de alimentos. 
 Com relação aos escravos egípcios até pouco tempo acreditava-se que não 
houvesse antes do reino novo, (segunda metade do segundo Milênio a.C.), escravos 
possuídos por particulares, ou mesmo uma definição jurídica Clara de escravidão. Hoje 
em dia através dos estudos do papiro Brooklyn 35.1446, mostra que essa afirmação é um 
equívoco, e que um único funcionário sob a Xlll dinastia possuía 92 funcionários. As 
origens da escravidão egípcia eram, quanto aos escravos estrangeiros — líbios, núbios e 
sobretudo asiáticos —, a captura na guerra, o comércio (feito por mercadores 
estrangeiros), a prole dos escravos e, no Reino Novo, o tributo imposto às regiões 
dominadas (o qual incluía cativos). A situação dos cativos variava muito de acordo com 
o tipo deatividade que desempenhavam, os escravos domésticos, os artesãos, os artistas, 
ao que tudo indica, tinham melhor sina. 
 No terceiro capítulo a história antiga da Baixa Mesopotâmia apresenta 
certas peculiaridades em comparação com a egípcia. A cidade-estado, e não reino 
Unificado, foi a unidade política básica durante longo tempo, mais do que uma história, 
temos de fato, uma multiplicidade de histórias paralelas ou em eventual intersecção. A 
baixa Mesopotâmia, região aberta e desprovido de recursos naturais básicos — pedra, 
metal, madeira — nos territórios sob jurisdição direta de suas cidades e posteriormente 
de seus reinos, sofreu com maior frequência do que o Egito o impacto cultural, Imaginário 
e político dos povos nômades do deserto e da montanha, além de ter conhecido um 
desenvolvimento incomparavelmente maior do Comércio à longa distância e dos 
interesses privados. 
 O livro analisa os acontecimentos a partir da fase que se estende das 
reformas de Urukagina de Lagash (2351-2342 a.C.) até a I dinastia de Babilônia (1894-
1595 a.C.). Um tipo de fonte que permite estudar a escravidão nos sucessivos Estados e 
sociedades da Baixa Mesopotâmia, e que falta totalmente no antigo Egito, originou-se no 
costume de compilar por escritos “julgamentos típicos" sobre casos concretos, 
transformando assim a jurisprudência em legislação. Nesta coletânea é citadas as leis de 
Ur Nammu (2112-2095 a.C.), primeiro rei da III dinastia de Ur, que estabelecem a 
recompensa a pagar a quem devolvesse ao dono uma escrava fugitiva numa passagem 
danificada, decidem sobre a compensação que deverá ao proprietário aquele que tiver em 
seu poder uma escrava pertencente ao primeiro; e falam acerca dos castigos a serem 
aplicados a escravas insolentes para com suas senhoras, ou que as atacassem. O "código" 
de Lipit-Ishtar (1934-1924 a.C.), da primeira dinastia de Isin, a onde é encontrado 
provisões acerca da compensação devida por quem ocultasse um escravo ou escrava que 
tivesse fugido de seu dono. As leis de Eshnunna, predomina a preocupação com a defesa 
dos direitos do proprietário de escravos. E o “código" de Hammurapi que era bem mais 
complexo. Embora também contenha as características já notadas nas leis de Eshnunna, 
nele o escravo aparece igualmente — em forma secundária — como sujeito de direitos. 
 Á escravidão na Baixa Mesopotâmia sob a I dinastia de Babilônia — ou 
seja, datam todos eles da primeira metade do II milênio a.C. Vemos aí que os escravos, 
como outras mercadorias quaisquer, são objetos de venda, são contados entre os bens das 
sociedades mercantis ou das partilhas sucessórias. Na Mesopotâmia, os escravos eram 
provenientes do exterior, através da guerra, da pirataria e do comércio, na sua maioria. 
Há casos comprovados, também, da escravização de crianças abandonadas, e da venda de 
si próprio ou de familiares, em especial em épocas de crise. A grande maioria dos 
trabalhadores da Mesopotâmia antiga, no entanto, não estava constituída por escravos, e 
nos remete a formas de trabalho cuja interpretação depende em grande medida da ideia 
que se fizer da antiga sociedade babilônica vista em conjunto, e de suas transformações. 
 Há trinta anos Igor M. Diakonoff propôs uma interpretação marxista das 
etapas de desenvolvimento mesopotâmico em diversos trabalhos posteriores. A. Leo 
Oppenheim ofereceu modelos diferentes: em certa ocasião, viu na interação de duas 
variáveis independentes — palácio e cidade — o fator determinante de todo o 
desenvolvimento histórico, político e econômico da Baixa Mesopotâmia. Diakonoff foi 
um dos autores que mais se destacou, um dos seus maiores méritos foi o de ter contribuído 
em forma decisiva para provar a existência das comunidades rurais ou aldeãs na 
Mesopotâmia antiga. Por meio fontes literárias e religiosas quanto ao III milênio a.C., e 
em períodos posteriores uma grande variedade de documentos, comprovam a presença de 
uma assembleia de homens livres dotados de plenos direitos (purhum), e de um "conselho 
de anciãos" mais restrito (shibutum), estudados por T. Jacobsen, ambos de clara derivação 
tribal e comunitária, e que se mantiveram até épocas bem tardias da história 
mesopotâmica. Por meio de documentações por volta do lll milênio se constatou que não 
existe um mercado regular de terras nem era o solo uma mercadoria no mesmo sentido 
em que o eram a prata, os escravos ou a cevada: a prova disto é a extrema flutuação do 
preço da terra, comprovada nos casos em que a extensão dos lotes vendidos pode ser 
conhecida. De uma maneira geral, a terra era vista como um bem comunal ou familiar. 
Diakonoff acredita que a comunidade se manteve economicamente forte até a época da l 
dinastia da babilônia. 
 Na suméria anterior, fundada por Sargão de Akkad (2334-2279ª.c.), As 
imensas terras dos templos dividiam-se em três partes: 1) extensões cultivadas 
diretamente sob a administração do templo, e cujo produto a ele se destinava; 2) lotes 
dados em usufruto a trabalhadores em troca de serviços; 3) lotes dados em arrendamento 
conforme contratos de parceria. Em seguida, sob a I dinastia de Babilônia, já no II milênio 
a.C., as terras do palácio apareciam divididas em: 1) terras reais sob administração direta; 
2) lotes dados em usufruto para pagamento de serviço militar e burocrático (Ilka); 3) lotes 
dados em usufruto ou parceria a trabalhadores braçais dependentes (ishshaku), ao mesmo 
tempo, a propriedade privada — em general pequena — conheceu um grande 
desenvolvimento. 
 Quanto à estrutura da sociedade babilônica conforme aparece no "código" 
de Hammurapi, com sua tripartição básica em awilu, mushkenu e wardu (escravos), há 
grande discussão a respeito da diferença existente entre as duas primeiras categorias. 
Alguns vêem nos awilu os nobres e nos mushkenu os homens livres comuns, ou súditos 
do rei. Ainda existem muitas dúvidas e questionamentos sobre as classes dominantes e 
dominadas dessa sociedade, mas a falta de fatos documentados dificulta muito nesses 
aspectos. Mas aos poucos pequenas descobertas e progressos estão sendo feitos nessas 
áreas de pesquisa, tornando-se fundamental para a compreensão da história desses povos.