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Infecções das vias aéreas na infância

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Thaiane Barros – MEDICINA P3 - @thaianebarros__ 
 
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Tutor: Ana Paula 
Relator: Joici Sabrina 
Coordenador: Ivan Gabriel 
 
PASSO 5- LISTANDO OS 
OBJETIVOS: 
1♡ Conhecer os marcos do 
desenvolvimento; 
2♡ esclarecer as IVAS e IVAI; 
3♡ Apontar as causas de contágio 
das IVAS e IVAI na infância; 
4♡ Relacionar as medidas 
preventivas; 
 
PASSO 6- DESCREVENDO OS 
OBJETIVOS: 
 
1 Marcos do desenvolvimento: 
 
Conceito: 
 
 Desenvolvimento se refere a uma 
transformação complexa, contínua, 
dinâmica e progressiva, que inclui, 
além do próprio crescimento, a 
maturação, a aprendizagem e os 
aspectos psíquicos e sociais. 
 
 O desenvolvimento da criança é 
relacionado a 3 aspectos chaves 
(biológicos/neurológicos/psíquicos): 
 
• Características biológicas: posição 
ereta, aparelho visual e flexibilidade 
manual, capacidade de se comunicar 
através da fala, evolução social; 
 
 
♡ POSIÇÃO ERETA: esta é a posição 
que facilita a locomoção e permite 
manter uma série de atividades 
efetivas, deixando as mãos livres para 
a construção dos objetos da cultura, 
que não são outra coisa senão um 
prolongamento do equipamento 
biológico com o qual a criança nasce. 
Da posição supina em que se encontra 
o recém-nascido até quando ele é 
capaz de se colocar na posição ereta, 
inúmeros eventos ocorrem, passando 
por várias etapas preditivas e pré-
determinadas que se traduzem como 
desenvolvimento motor; 
 
♡ APARELHO VISUAL E FLEXIBILIDADE 
MANUAL: permitem a coordenação e 
habilidade para construir e usar 
equipamentos o pode ser observado 
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através do que chamamos de visão e 
movimentos finos motores; 
 
♡ CAPACIDADE DE SE COMUNICAR 
ATRAVÉS DA FALA: envolve a 
competência auditiva e a escuta, e o 
uso da fala e da linguagem. Por isso, a 
criança pequena é chamada infante, 
porque não fala, embora possa se 
comunicar de outras maneiras. O 
surgimento da fala é um dos aspectos 
importantes no acompanhamento do 
bebê e o seu atraso é uma das queixas 
mais comuns nos ambulatórios de 
pediatria. A avaliação da fala e 
linguagem sempre consta de 
qualquer escala ou roteiro de 
avaliação do desenvolvimento da 
criança; 
 
 
 
 
♡ EVOLUÇÃO SOCIAL: O homem vive 
em uma estrutura social complexa e 
desde cedo o bebê tem de se adaptar 
à mãe e aos outros. Nos roteiros de 
avaliação, essa área está sempre 
presente, denominada como social ou 
pessoal social. 
 
• Aspectos neurológicos: inicia-se 
desde a concepção. As interações do 
indivíduo com o seu meio ambiente 
modelam, tanto a estrutura como o 
funcionamento do seu sistema 
nervoso central; 
O desenvolvimento neurológico não 
acontece de maneira arbitrária, mas 
de acordo com um plano contido no 
potencial genético, através de etapas 
previsíveis e pré-determinadas, no 
sentido céfalocaudal e do centro para 
a periferia.; 
 
 
 
 
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• Aspectos psíquicos: diferentemente 
das estruturas biológicas, em que os 
fatores congênitos são determinantes, 
o psiquismo do ser humano se 
constitui no decorrer das 
relações/trocas realizadas entre a 
criança e os outros, desde os 
primórdios de sua vida. 
 
Objetivo: 
 
Na atenção básica, o objetivo dessa 
análise visa promoção, proteção e a 
detecção precoce de possíveis 
doenças, distúrbios e atrasos 
relacionadas ao desenvolvimento, 
permitindo ações que possam mudar 
positivamente sua vida futura. 
 
Influencias no desenvolvimento 
neuropsicomotor: 
 
Esse desenvolvimento sofre a 
influência contínua de fatores 
intrínsecos e extrínsecos que 
provocam variações de um indivíduo 
para outro e que tornam único o curso 
do desenvolvimento de cada criança. 
 
Os fatores intrínsecos determinam as 
características físicas da criança, a cor 
dos seus olhos e outros atributos 
geneticamente determinados. 
 
Os fatores extrínsecos começam a 
atuar desde a concepção, estando 
diretamente relacionados com o 
ambiente da vida intrauterina, 
proporcionado pela mãe por meio das 
suas condições de saúde e nutrição. 
Além disso, mãe e feto sofrem os 
efeitos do ambiente que os circunda. 
O bem-estar emocional da mãe 
também influencia de forma 
significativa o bem-estar do feto, 
embora esse tipo de influência não 
funcione, necessariamente, como 
causa direta de problemas de 
desenvolvimento ulteriores. 
 
 
Após o nascimento, o ambiente em 
que a criança vive, os cuidados que lhe 
são dispensados pelos pais, o carinho, 
estímulos e alimentação passam a 
fazer parte significativa no processo 
de maturação que a leva da 
dependência à independência. 
 
OBS: Baixo peso ao nascer e 
prematuridade são fatores de risco 
para alterações no desenvolvimento, 
como distúrbios na linguagem, 
motricidade, aprendizagem e atraso 
neuropsicomotor. 
 
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 O tecido nervoso cresce e se 
desenvolve sobretudos nos primeiros 
anos de vida, por isso a importância 
do acompanhamento 
neuropsicomotor até os 2 anos d e 
vi da, lembrando sempre de realizar 
a “idade corrigida” dos RN pré-termo. 
 
 Assim, o desenvolvimento é 
comandado pelo SNC dependendo 
de: 
 
•MIELINIZAÇÃO: membrana de 
bainha de Mielina ao redor dos 
axônios, desenvolvida desde o 3º 
trimestre de vida até os 25-30 anos 
de vi da. Acontece de maneira 
craniocaudal. 
 
•ORGANIZAÇÃO NEURONAL: até os 
5 anos de vida, através de eventos 
aditivos e progressivos, como 
formação de ramificações dendríticas 
e axoniais, apoptose celular e 
formação de sinapses. 
 
 Desenvolvimento 
Neuropsicomotor é avaliado através 
dos MARCOS DO 
DESENVOLVIMENTO e pelos 
REFLEXOS PRIMITIVOS: 
 
 
 
 
PERÍODOS/ ETAPAS/ MARCOS DO 
DESENVOLVIMENTO 
 
 PERÍODO PRÉ-NATAL (DA 
CONCEPÇÃO AO NASCIMENTO: 
 
 No momento da concepção, a 
herança dos pais é transmitida através 
dos seus genes: 
é o que determinará a cor dos olhos, 
cabelos, pele, ou seja, as futuras 
características físicas da criança. 
 
 Durante a gestação, a interação 
mãe-feto é a mais íntima possível, 
podendo inclusive influenciar o 
crescimento e desenvolvimento do 
bebê: doenças maternas, nutrição, 
hábitos, situações emocionais, por 
exemplo. 
 
 Antes mesmo do nascimento o 
bebê 
o feto reage ao movimento e sono 
maternos, e que ainda dentro do 
útero difere de sua mãe por sua 
própria dinâmica de maturação: já 
tem certo grau de autonomia, na 
medida em que seu funcionamento 
sensorial não está em total conexão 
com a vida sensorial da mãe. Pode 
reagir a sons, seu ciclo de sono-
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vigília não coincide 
necessariamente com o da mãe, já 
possui um certo grau de olfato, 
visão e tato. 
 
 
 PERÍODO NEONATAL (0 A 28 DIAS 
DE VIDA): 
 A postura e os movimentos amplos 
do recém-nascido são muito 
importantes e devem ser sempre 
observados: o recém-nascido normal 
mantém as pernas e braços fletidos 
tanto na posição supina como prona. 
As pupilas reagem à luz. Apresenta 
uma reação global a barulhos muito 
fortes. Dorme grande parte do tempo. 
Tem percepções visuais, alguma 
discriminação olfativa; em torno da 
segunda semana de vida, a voz da 
mãe ou mesmo de outra mulher, 
modulada por tonalidades afetivas, é 
capaz de desencadear sorrisos mais 
facilmente que qualquer outro som. 
 
Reflexos Primitivos: 
As respostas a estímulos evoluem de 
reflexos generalizados, envolvendo 
todo o corpo para ações voluntárias, 
definidas pelo córtex. São os 
chamados reflexos corticais. Essa 
especialização permite à criança 
passar de reações simétricas, 
involuntárias em respostas ao meio 
ambiente (gritar, agitar os braços, dar 
pontapés), para movimentos 
assimétricos voluntários, em funçãode determinado estímulo. Essas 
funções nervosas, ou reflexos, podem, 
conforme sua evolução, ser divididas 
em três grupos: 
 
1) apresentam MANIFESTAÇÕES 
NORMAIS DURANTE ALGUM TEMPO 
E QUE DESAPARECEM COM A 
EVOLUÇÃO, somente reaparecendo 
em condições patológicas: 
♡ REFLEXO TÔNICO CERVICAL E DE 
RETIFICAÇÃO CORPORAL: RN realiza 
rotação de 90 graus da cabeça, 
extensão dos membros superiores 
para o l ado da cabeça e flexão dos 
membros do l ado oposto. Está 
presente desde o nascimento e 
deve desaparecer até o 3º mês de 
vida; 
 
♡ REFLEXO DE MORO: RN realiza 
extensão e abdução dos membros 
superiores com abertura da s mãos, 
seguidas de adução e flexão dos 
membros superiores. Normalmente é 
acompanhado de choro, e está 
presente desde o nas cimento 
devendo desaparecer até os 5 meses 
de vida (em torno de 4-6 meses); 
 
 
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♡ SINAL DE BABINSKI OU CUTÂNEO 
PLANTAR: estimula-se a porção 
lateral do pé, e o RN realiza 
extensão do hálux. Está presente 
desde o nascimento e deve 
desaparecer até os 18 meses. 
 
♡ PREENSÃO PLANTAR: RN realiza 
flexão dos dedos do pé quando o 
médico pressiona o dedo contra a 
planta do pé. Está presente desde o 
nascimento e deve desaparecer com 
15 meses de vida 
 
♡ REFLEXO DE SUCÇÃO REFLEXA: RN 
realiza sucção vigorosa quando há 
estimulação dos lábios. Está presente 
desde o nascimento até o 4º mês de 
vida 
 
♡ REFLEXO DE MARCHA: RN “imita” 
uma marcha quando apoiado pelo 
tronco encosta a planta na superfície. 
Está presente desde o nascimento e 
deve desaparecer até o 1º ou 2º mês 
de vida. 
 
♡ REFLEXO DE BUSCA: RN segue em 
direção ao estímulo de toque à face 
por exemplo, a fim de “buscar” o 
objeto. Presente desde o nascimento 
até 2 meses. 
 
♡ REFLEXO OLHOS DE BONECA: RN 
gira a cabeça e os olhos acompanham. 
 
♡ REFLEXO DE LANDAU: RN em 
suspensão ventral, podendo realizar 
extensão ou flexão da cabeça. 
 
 
 
2) reflexos que existem 
normalmente, desaparecem com a 
evolução e reaparecem como 
atividades voluntárias: reflexo de 
preensão, sucção e marcha, por 
exemplo. 
 
3) Manifestações que persistem por 
toda a vida: os vários reflexos 
profundos e os reflexos cutâneos 
abdominais 
 
 PRIMEIRA INFÂNCIA: LACTENTE 
(29 DIAS A 2 ANOS EXCLUSIVE): 
 
No LACTENTE ocorrem as maiores e 
mais rápidas modificações no 
desenvolvimento da criança, 
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principalmente no domínio 
neuropsicomotor. 
 
 O desenvolvimento cefálico 
antecede o caudal, e o proximal 
antecede o distal. Portanto, os braços 
passam a obedecer ao controle 
cortical e à orientação visual antes que 
as pernas. 
 
 Os membros superiores tornam-se 
gradativamente cada vez mais ágeis 
para alcançar, segurar e manipular 
objetos. 
 
 Primeiro, agarra o objeto com a 
mão; depois, usa os dedos e 
finalmente o movimento de pinça fina 
(polegar e indicador). 
 
 A partir daí, começa a brincar e 
utilizar os objetos para mordê-los e 
jogá-los fora e assim vai construindo a 
sua vida psíquica e relações com o 
mundo. A progressão do 
desenvolvimento vai desde o período 
em que o bebê está totalmente 
dependente até o final de seu 
primeiro ano de vida, quando, o 
lactente, dá os seus primeiros passos, 
adquirindo mobilidade e habilidades 
de manipulação que lhe permitem 
explorar a maior parte do meio 
ambiente 
 
 O mesmo acontece com a 
aquisição da linguagem, que se inicia 
pelas trocas sonoras, ritmadas e 
prazerosas com sua mãe e vai 
evoluindo até a criança poder falar de 
si mesma e se afirmar dizendo não, 
fazendo suas escolhas, conhecendo e 
agindo no seu pequeno universo. 
Assim, aprendem a caminhar, 
alcançam objetos desejados, se 
separam de suas mães, abrem portas 
e começam a descobrir o mundo. 
 SEGUNDA INFÂNCIA (OU PRÉ 
ESCOLAR - 2 A 6 ANOS, EXCLUSIVE): 
 
 Período caracterizado pelo 
aprimoramento das habilidades até 
então adquiridas, em especial a 
capacidade de comunicação, 
locomoção (andar e correr com 
segurança, subir escadas, etc.), 
manuseio de objetos e jogos 
simbólicos. É a idade do explorar e do 
brincar. Embora essas funções tenham 
certa autonomia neuromotora, elas 
não se organizam, dependendo da 
atividade centralizadora do psiquismo 
que possibilita suas articulações numa 
direção determinada por cada sujeito. 
 
 Aos 3 anos, a criança incorpora 
muitos aspectos ou traços da cultura 
humana. Reconhece o outro, sabe 
esperar sua vez. Gosta de participar de 
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brincadeiras com outras crianças, de 
jogar, negociar, mas também de 
brincar sozinha. Começa a perceber a 
diferença entre a palavra falada, o 
movimento corporal e a postura 
correspondente. 
 
 É comum, nesse período, surgirem 
manifestações de medo (de escuro, 
água, animais domésticos, etc.), isso 
implica que a criança percebe que 
existem limites, que ela não pode 
tudo, que existe uma lei reguladora 
dos atos humanos a qual ela tem que 
se submeter. 
 
 Em torno dos 6 anos, a criança 
consegue adiar a realização de um 
desejo em virtude da aceitação e 
compreensão das proibições, como 
também por levar em consideração o 
outro, suas próprias limitações e 
possibilidades. 
 
SINAIS DE ALARME NOS MARCOS 
DO DESENVOLVIMENTO: 
Por fim, é importante que você 
observe alguns sinais de alarme, que 
possam apontar para outros 
distúrbios e doenças relacionadas ao 
desenvolvimento. 
 
 No fim do 1º trimestre: ausência 
de sorriso social; olhar vago, pouco 
interessado; o menor ruído 
provocando grande sobressalto; 
nenhuma reação a ruídos fortes 
(surdez); mãos persistentemente 
fechadas. 
 
 No fim do 2º trimestre: não vira a 
cabeça para localizar sons (4 meses); 
hipertonia (rigidez) dos membros 
inferiores; hipotonia do eixo do corpo: 
controle deficiente da cabeça; criança 
exageradamente lenta e sem 
interesse; movimentos bruscos do 
tipo “descarga motora”; não dá risada; 
falta de reação aos sons 
(considerando a possibilidade de 
surdez). 
 
 Aos 9 meses: é obrigatório tomar 
providência quando a criança não 
senta sem apoio (hipotonia do 
tronco); possui pernas duras, “em 
tesoura” (espasticidade); pernas moles 
em “posição de rã” (hipotonia); mãos 
persistentemente fechadas. Deve-se 
observar também se há preensão em 
pinça; incapacidade de localizar um 
som (considerando surdez); ausência 
de balbucio (considerando distúrbio 
articulatório); sorriso social pobre; não 
tem interesse no jogo “esconde-
achou”. 
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 1º aniversário: ausência de 
sinergia pés-mãos (colocada em pé 
com apoio não procura ajudar com as 
mãos); criança parada ou mumificada; 
movimentos anormais; psiquicamente 
inerte ou irritada, sorriso social pobre; 
não fala sílabas; cessação do balbucio 
(considerando a possibilidade de 
surdez). 
 
a Ficha de Acompanhamento do 
Desenvolvimento: 
 
Ficha que vem sendo adotada desde 
1984 pelo Ministério da Saúde, que 
serve como roteiro de observação e 
identificação de crianças com 
prováveis problemas de 
desenvolvimento, incluindo alguns 
aspectos psíquicos. 
 
 Na versão atual, ao lado dos 
marcos de desenvolvimento 
maturativo, motor e social, foi 
acrescentado, em cada faixa 
correspondente à época da consulta, 
um marco ou indicador psíquico. 
Assim, cada faixa passou a contemplar 
quatro indicadores: 
 
(1) maturativo; (2) psicomotor; (3) 
social; e (4) psíquico; como pode-se 
verificar no exemplo abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 A área sombreada corresponde ao 
período de incidência ou 
desaparecimento de determinadomarco. 
 
 Com exceção dos indicadores 
psíquicos, os mesmos constam da 
maioria das escalas correntemente em 
uso, incluindo Denver (Ref. 1), 
Sheridan (Ref. 9) e Gesell (Ref. 3). Sua 
padronização de uso pode ser vista no 
Anexo 1 do presente manual. 
2 esclarecer as IVAS e IVAI: 
 
DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS 
IVAS: Infecções de Vias Aéreas 
Superiores IVAI: Infecções de Vias 
Aéreas Inferiores 
 
INTRODUÇÃO: As infecções 
respiratórias agudas (IRAs) são 
subdivididas em infecções de vias 
aéreas inferiores (IVAI) e infecções de 
vias aéreas superiores (IVAS). 
infecções do trato superior (acima 
da epiglote) ou do trato inferior ( 
abaixo da epiglote). 
 
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS 
IVAS: 
♡ CONCEITO: A infecção do trato 
respiratório superior (IVAS), também 
chamados de resfriado comum, são 
comumente caracterizadas por febre e 
tosse, mas, em contraste com a 
pneumonia, não apresentam sinais de 
consolidação na ausculta torácica. 
 
 Doença viral: 
- Tem curso clínico em torno de duas 
semanas- 
 
 Transmissão: 
- Gotículas produzidas pela tosse e 
espirros(como um aerossol); 
- Maioria por contato de mãos 
contaminadas com a via aérea de 
indivíduos sadios. 
 
 São a causa mais comum de 
infecção respiratória aguda em 
crianças. 
 São mais frequentes nos 
primeiros 5 anos. 
 
 Corresponde a 2/3 da 
emergência- No diagnóstico das 
IVAS é importante avaliar a 
cronologia e duração dos sintomas. 
 
 Mais de 200 subtipos de vírus 
foram associados ao resfriado 
comum. Os rinovírus, que incluem 
mais de 100 sorotipos, causam 
coletivamente de 30 a 50% dos 
resfriados. O coronavírus, influenza, 
parainfluenza e o vírus sincicial 
respiratório são outros importantes 
causadores de resfriado comum. 
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 Os sintomas podem variar 
substancialmente de paciente para 
paciente; rinite e congestão nasal 
são as mais comuns. Outros sintomas 
comuns incluem dor de garganta, 
tosse e mal-estar. A febre é incomum 
em adultos com resfriado, mas pode 
estar presente em crianças; a 
conjuntivite ocorre de forma variável 
em ambas as faixas etárias. 
 
 
 Nas Américas, as IVAS são 
responsáveis por 40 a 60% das 
consultas pediátricas e constituem 
o principal motivo para o uso de 
antibióticos na criança; 
 
 Embora a maioria das IVAS tenha 
etiologia viral, estima-se que até 
metade dessas infecções seja 
tratada com antibióticos, com ou 
sem prescrição médica; 
 
 As IVAS apresentam uma 
sazonalidade bem definida, 
sobretudo, nas regiões do mundo de 
clima temperado. A frequência em 
creches é um grande fator de risco 
para o aumento das infecções 
respiratórias. Outros fatores 
envolvidos na maior frequência de 
infecções respiratórias são: fatores 
genéticos e psicológicos e atividade 
esportiva exagerada; 
 
TIPOS: 
RINOFARINGITE AGUDA 
 
 Resfriado comum ou rinite viral 
aguda.- Crianças menores de cinco 
anos podem ter de cinco a oito 
episódios por ano. 
 
 Agente etiológico: 
- Rinovírus, coronavírus, vírus sincicial 
respiratório (VSR), parainfluenza, 
influenza e adenovírus. 
 
Diagnóstico: 
 
-É essencialmente clínico. 
- A identificação de vírus é 
desnecessária. 
- Em algumas situações de 
importância epidêmica, pode ser 
conveniente a pesquisa de vírus 
respiratórios para melhor controle, ou 
prevenção, por parte da autoridade 
sanitária.- Ex. Covid 
 
 
 
 
 
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 Sinais e sintomas: 
- Febre alta, prostração, mialgia e 
calafrios. 
- Coriza, tosse e faringite.- Febre, 
diarreia, vômitos e dor abdominal são 
comuns em crianças mais jovens. 
- Tosse e fadiga podem durar várias 
semanas. 
 
 Tratamento: 
- Repouso no período febril- 
Hidratação e dieta conforme 
aceitação; 
- Higiene e desobstrução nasal.- 
Antitérmico e analgésico: paracetamol 
ou ibuprofeno 
 
Prevenção: -Vacinação. 
 
SINUSITE AGUDA 
 Definição: 
- Infecção bacteriana dos seios 
paranasais, com duração menor de 30 
dias; 
 
 Agente etiológico: 
Os agentes bacterianos mais comuns 
são o Streptococcus pneumoniae, o 
Haemophilus influenza e e a Moraxella 
catarrhalis 
 
 Sinais e sintomas: 
- Obstrução e secreção nasal 
purulenta, halitose. 
- Tosse diurna, com piora à noite.- 
Febre, edema palpebral, cefaleia, 
prostração. 
- Desconforto ou dor, espontâneos ou 
provocados, no local do(s) seio(s) 
afetado(s)(maxilar ou etmoidal). 
- O diagnóstico de sinusite aguda é 
clínico; 
 Tratamento geral: 
- Repouso inicial. 
- Umidificação do ar em lugares muito 
secos. 
- Analgésico e antitérmico: 
paracetamol ou ibuprofeno. 
- Higiene nasal com solução salina.- 
Antibioticoterapia: 
 
- Vários antibióticos de amplo 
espectro podem ser utilizados no 
tratamento da sinusite aguda. 
- 1ª escolha: Amoxicilina 80mg /kg 
/dia VO8/8h, por 14-21 dias. 
- Ausência de resposta ao tratamento 
de primeira escolha: Cefuroxima ou 
amoxicilina associada ao ácido 
clavulânico 
 
 Observações: 
- Deve-se trocar o antibiótico caso 
não haja atenuação dos sintoma sem 
72h. 
- Casos graves devem ser 
hospitalizados e tratados com 
antibióticos intravenoso. 
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FARINGOAMIGDALITE AGUDA 
ESTREPTOCÓCICA 
 
 Definição: 
 
- É uma infecção aguda da orofaringe. 
 
 Agente etiológico: 
- Mais comum: Estreptococobeta-
hemolítico, + Streptococcus pyogenes 
do grupo A; 
 
 Complicações: 
- Além das complicações supurativas 
provocadas diretamente pela 
infecção, ela pode desencadear 
reações não supurativas tardias, como 
febre reumática (FR) e 
glomerulonefrite difusa aguda 
(GNDA). 
 
 Sinais e sintomas: 
- Febre alta, dor de garganta, 
prostração, cefaleia, calafrios, vômitos 
e dor abdominal. 
- Orofaringe: há congestão intensa e 
aumento de amígdalas, com presença 
de exsudato purulento e petequeias 
no palato, adenite cervical bilateral; 
 
 Tratamento geral: 
- Repouso no período febril.- 
Estimular ingestão de líquidos não 
ácidos e não gaseificados e de 
alimentos pastosos, de preferência 
frios ou gelados. 
LARINGITE VIRAL AGUDA 
 
 Definição: 
- Também chamada de crupe viral. 
- É uma inflamação da porção 
subglótica da laringe, que ocorre 
durante uma infecção por vírus 
respiratórios. 
- O edema causa obstrução parcial da 
via aérea. 
 
 Agente etiológico: 
- Mais comuns: vírus parainfluenza I e 
II e o vírus sincicial respiratório 
-Adenovírus, influenza A e B, e vírus 
do sarampo também podem estar 
envolvidos. 
 
 Sinais e sintomas: 
- Coriza, obstrução nasal, tosse seca e 
febre baixa. 
- Evolução: tosse rouca, disfonia, 
afonia ou choro rouco e estridor 
inspiratório. 
- Em casos de obstrução mais grave, 
surge estridor mais intenso, tiragem 
supraesternal, batimentos de asa do 
nariz, estridor expiratório e agitação. 
- Nos casos extremos, além de intensa 
dispneia e agitação, surgem palidez, 
cianose, torpor, convulsões, apneia e 
morte. 
 
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 Sinais e sintomas de gravidade: 
- Indicam encaminhamento imediato 
para uma unidade de emergência e 
muito provável hospitalização. 
- Suspeita de epiglotite, estridor 
progressivo, estridor importante em 
repouso, retrações torácicas, agitação, 
febre alta, toxemia, palidez, cianose ou 
torpor. 
- Estes dois últimos são sinais tardios 
de insuficiência respiratória; 
 
 Tratamento geral: 
- Casos leves: tratamento domiciliar 
ou ambulatorial. 
- Alimentação leve, com pequenas 
porções e frequentemente. 
- Hidratação. 
- Nebulização com SF 0,9%. 
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) 
 
 A otite média aguda (OMA) é 
uma doença importante, 
principalmente porque atinge a 
população pediátrica mais jovem e 
por ser a doença bacteriana mais 
frequentemente diagnosticadaem 
pediatria. 
 
 A infecção atinge os espaços que 
contêm ar e são revestidos de 
mucosas do osso temporal, 
formando material purulento não 
somente no fundo da orelha média, 
mas também nas células aéreas, 
mastoides e ápice petroso quando 
estão pneumatizados. 
 
 As principais complicações são 
supurativas, como mastoidite e 
abscesso cerebral. Há também a 
possibilidade de causar perfurações 
na membrana timpânica 
colesteatomas e perda auditiva 
neurossensorial. No entanto, 
complicações de longo prazo são 
mais comuns e menos perceptíveis, 
como o comprometimento da 
linguagem, da comunicação e da 
audição. 
 
 A OMA é geralmente 
desencadeada por uma infecção 
viral do trato respiratório superior, 
que provoca um edema do conduto 
auditivo. Isso leva a um acúmulo de 
fluido e de muco, o qual se torna 
secundariamente infectado por 
bactérias. 
 
OTITE MÉDIA CRÔNICA (OMC) 
 
 costuma se desenvolver como 
consequência da OMA recidivante, 
embora possa ser decorrente de 
outras doenças e traumatismos. 
 
 Agentes etiológicos (OMA): 
-Apesar de haver a possibilidade de 
isolamento de vírus, estes são pouco 
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frequentes como agentes etiológicos 
isolados de OMA. Quase sempre se 
tem o envolvimento de uma 
bactéria associada a uma infecção 
viral. 
 
IVAI - infecções das vias aéreas 
inferiores : 
 
 As infecções das vias aéreas 
inferiores são divididas em: 
bronquite aguda, bronquiolite e 
pneumonia. 
 Constituem as doenças mais 
frequentes na infância. 
 A pneumonia causa mais de um 
milhão de mortes por ano em todo 
o mundo, na faixa etária pediátrica. 
No 
Brasil, 13% dos falecimentos de 
crianças entre 1-4 anos foram 
causados por pneumonia. 
 
FATORES DE RISCO: 
 
 As condições ambientais 
(sazonalidade, aglomeração, poluição 
atmosférica, poluição doméstica e 
tabagismo). 
 
 Exposição ao fumo passivo. 
 
 A exposição a aeroalérgenos, 
especialmente ao ácaro do pó 
doméstico, a componentes da saliva e 
aos pelos de animais. 
 
 Falta de aleitamento materno. 
 
 Baixo peso ao nascer. 
 
 Alguma condição subjacente no 
coração ou nos pulmões. 
 
 Sistema imunológico 
enfraquecido ou ainda não 
totalmente desenvolvido; 
 
 Prematuridade; 
 
 
 
 Inflamação dos brônquios 
causando estreitamento ou obstrução 
das vias aéreas, caracterizada por 
hipersecreção de muco. 
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 A doença pode tornar a árvore 
brônquica mais sensível ao ar frio e a 
poluentes como a fumaça do cigarro, 
fazendo com que o indivíduo tenha 
tosse intensa quando se defronta com 
tais situações. 
 
 ETIOLOGIA: 
+ COMUNS: Agentes virais  
Influenza A e B, Parainfluenza, Vírus 
sincicial respiratório. 
- COMUNS: As bactérias, 
principalmente os “germes atípicos”: 
Bordetella pertussis. 
TRANSMISSÃO : 
- Normalmente ocorre por via direta. 
-Gotículas de secreção nasal ou oral 
(tosse ou espirros). 
- Contaminação através das mãos ou 
objetos (menos frequente). 
 
QUADRO CLÍNICO/ SINTOMAS: 
 
- Tosse; expectoração, dispneia, 
sibilância, cianose, febre, cansaço, 
falta de apetite, catarro mucoide. 
 
COMPLICAÇÕES: 
-Infecções secundárias que conduzem 
à pneumonia. 
- Enfisema (destruição dos tecidos 
pulmonares); 
- Insuficiência cardíaca no lado direito. 
- Hipertensão pulmonar (pressão 
arterial alta nas artérias dos pulmões). 
 
 
DEFINIÇÃO: 
- A bronquiolite ocorre quase sempre 
quando um vírus infecta os 
bronquíolos, que são as menores das 
vias aéreas, ramificadas a partir dos 
brônquios – os principais tubos de 
respiração dos pulmões. 
- Bronquiolite pode, eventualmente, 
também ser causada por infecção 
bacteriana, mas é raro. A infecção viral 
faz com que os bronquíolos inchem e 
fiquem inflamados. O muco fica 
acumulado nos bronquíolos, o que 
dificulta o fluxo do ar para dentro e 
para fora dos pulmões. 
ETIOLOGIA Existem várias causas 
para a bronquiolite. Dentre elas, estão: 
 Danos pela inalação de poeiras, 
fogo, gases tóxicos, cocaína, 
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tabagismo, reações induzidas por 
medicações e infecções respiratórias 
que normalmente, afeta crianças de 
até dois anos de idade, sendo que a 
maioria dos casos ocorre entre 3 e 6 
meses de idade; 
 
vírus sincicial respiratório (VSR) é 
o principal microrganismo envolvido 
nesta doença. Dentre outros vírus que 
podem causar bronquiolite estão o 
parainfluenza, o influenza e o 
adenovírus. 
 
TRANSMISSÃO: 
 
 A bronquiolite é uma doença 
contagiosa. Uma criança contrai o 
vírus causador da mesma forma que 
contrairia o vírus do resfriado e da 
gripe 
 no ar, geralmente após uma pessoa 
doente tossir, espirrar ou falar. 
Também é possível contrair 
bronquiolite por meio de objetos 
compartilhados, tais como utensílios 
de cozinha, toalhas ou brinquedos. 
 
QUADRO CLÍNICO : 
 
 Cianose; dispneia, sibilos (chiados/ 
roncos), tosse, fadiga, febre, retrações 
intercostais (em que os músculos ao 
redor das costelas afundam à medida 
em que a criança tenta respirar, em 
função da estrutura da caixa torácica 
ser pouco rígida). 
PNEUMONIA: 
 
 Inflamação do parênquima 
pulmonar, causada por agentes 
infecciosos. 
 
 Pode ser classificada em: 
1) Pneumonia adquirida na 
comunidade (PAC) – dignosticada 
até as primeiras 48 horas de 
hospitalização; 
 
2) Pneumonia adquirida no hospital 
(PAH) – diagnosticada 48 horas após 
48 h da admissão e sem evidência de 
infecção no momento da internação 
(corticosteróides, quimioterapia, 
depressão nutricional, 
antimicrobianos e ventilação 
mecânica prolongada); 
 
3) Pneumonia por aspiração 
 – conteúdo gástrico, conteúdo 
químico exógeno ou gases irritantes. 
 
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3 Apontar as causas de contágio 
das IVAS e IVAI na infância: 
 
 Muitas vezes, as infecções virais 
das vias aéreas se propagam quando 
as mãos das crianças entram em 
contato com secreções nasais de 
uma pessoa infectada. Essas 
secreções contêm vírus. Quando a 
criança toca no nariz ou nos olhos, 
os vírus entram e causam nova 
infecção. Com menor frequência, a 
proliferação das infecções ocorre 
quando a criança respira ar contendo 
gotículas expelidas pela tosse ou 
pelo espirro de uma pessoa 
infectada. 
 Por várias razões, as secreções 
nasais ou respiratórias de crianças 
com infecções virais das vias aéreas 
contêm mais vírus que as de adultos 
infectados. Esse aumento na 
produção de vírus, juntamente com 
uma típica menor atenção à higiene, 
faz com que as crianças sejam mais 
propensas a transmitir a infecção a 
terceiros. A possibilidade de 
transmissão aumenta ainda mais 
quando muitas crianças estão 
reunidas, como em creches e 
escolas. Ao contrário do que se 
poderia pensar, outros fatores, tais 
como ficar exposto ao frio, se molhar 
ou se cansar não causam resfriados 
nem aumentam a suscetibilidade à 
infecção 
 
4 Relacionar as medidas 
preventivas: 
 
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