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UNISUL - UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE MEDICINA UC: Necessidades e cuidados em saúde Facilitador: Ana Carolina Coordenador(a):Matheus Martins/Relator(a): Érica Damas Acadêmicos: Jayana Rosa, Manuela Abib, Nilto de Bona Junior, Yasmin Rambo, Elizângela Araújo, Manuela Comelli, Matheus Martins, Yane do Amaral, Érica Damas, Manuella Zabot, Pietro Salvatore, Vitoria Kley, Damaris Prass, Karolina Schuche Paulina Emanuella. SP 2.4 - Hospital, nunca mais! Maricélia, com 54 anos, aposentada, passou alguns dias com o novo namorado em uma praia, de férias. Alguns dias após retornar, começou a sentir vontade frequente de urinar, dando saída, sempre com dor, a pouco volume de urina escura. Na ocasião não tinha febre. A conselho de vizinhas, tomou suco de cramberry, com melhora relativa. Entretanto, após alguns dias, iniciou dor lombar à direta, de forte intensidade, referida na virilha direita, não dependente de movimentos, acompanhada de febre (até 39,5°C) com calafrios e grande mal-estar. Procurou PS, onde constatou-se punho percussão dolorosa à direita e sensibilidade à palpação profunda do abdome (quadrante inferior direito). Não havia outras alterações, exceto discreta dispneia, PA: 80x30mmHg e FC: 128 bpm. É diabética, nega HAS e tabagismo. Foram solicitados exames de sangue e urina, que revelaram: Hb: 11,8g/dL, Leuco: 23.000/mm, sendo 65% polimorfonuclereares e 6% bastões. A glicemia foi de 208mg/dL e a creatinina: 1,4mg/dL. A urina mostrou incontáveis piócitos. Foi então iniciada antibioticoterapia para bactérias gram negativo, após coleta de urocultura e 3 hemoculturas, que posteriormente revelaram E. coli e o antibiótico foi ajustado. Apresentou melhora inicial, mas em poucos dias, apresentou episódios de delirium, prostração e evoluiu para insuficiência respiratória, com cianose e dessaturação de Hb. Foi transferida para a UTI, onde permaneceu sob ventilação mecânica e hidratação/medicação parenteral guiada pela diurese horária e por parâmetros clínicos. Foram coletadas novas hemoculturas e modificado antibióticoterapia. Felizmente, os antibióticos e o tratamento de suporte foram bem-sucedidos e Maricélia retornou para casa, com programação de seguimento na UBS. CONCEITOS . ● Piócitos: Leucócitos (piócitos): glóbulos brancos identificados no exame de urina, quando aumentado sugere inflamação intersticial ou glomerular. O número de piócitos na urina é de até 5 por campo ou até 10.000/ml. Acima disso consideradera-se piúria (inflamação ou infecção); Fonte: SanarFlix PROBLEMAS . ● Marileia apresentou vontade frequente de urinar, dando saída, sempre com dor, a pouco volume de urina escura e sem febre; ● Iniciou dor lombar à direta, de forte intensidade, referida na virilha direita, não dependente de movimentos, acompanhada de febre (até 39,5°C) com calafrios e grande mal-estar; ● Punho percussão dolorosa à direita e sensibilidade à palpação profunda do abdome (quadrante inferior direito) e discreta dispnéia; ● É diabética, nega HAS e tabagismo; ● Hb: 11,8g/dL, Leuco: 23.000/mm, sendo 65% polimorfonucleares e 6% bastões. A glicemia foi de 208mg/dL e a creatinina: 1,4mg/dL. A urina mostrou incontáveis piócitos; A urina mostrou incontáveis piócitos, iniciada antibiotecoterapia para bactérias gram-negativas; E. coli; e o antibiótico foi ajustado; ● Apresentou episódios de delirium, prostração e evoluiu para insuficiência respiratória, com cianose e dessaturação de Hb. Foi transferida para a UTI, onde permaneceu sob ventilação mecânica e hidratação/medicação parenteral guiada pela diurese horária. HIPÓTESES . ● Insuficiência renal por complicação de diabetes; ● Pode ter evoluído para uma sepse; ● Marileia estava com insuficiência renal; ● inicial pielonefrite que evoluiu para sepse; ● Tratamento inadequado para o quadro, provavelmente a bactéria era resistente ao tratamento inicial; ● Sepse com uma síndrome respiratória aguda grave; ● Marileia pode ter tido cálculo renal que levou a uma pielonefrite. QUESTÕES DE APRENDIZAGEM . 1. Caracterize infecção urinária (fatores predisponentes, manifestações clínicas e classificação) . Classificação Damaris As infecções do trato urinário podem ser divididas em infecções do trato urinário superior, que abrangem os rins (pielonefrite), e infecções do trato urinário inferior, que afetam a bexiga (cistite), uretra (uretrite) e próstata (prostatite). Em razão da possibilidade de causarem lesão renal, as infecções urinárias altas são consideradas mais graves que as baixas. Fatores predisponentes Numerosos fatores favorecem infecções urinárias, sua recidiva ou reinfecção. - Sexo: Em mulheres, a uretra é mais curta e mais calibrosa e fica próxima de estruturas contaminadas, o que favorece a penetração de microrganismos. Além disso, aderência bacteriana é favorecida por hormônios. Traumatismos em relações sexuais são mais intensos na uretra feminina. Em homens, o líquido prostático possui atividade antibacteriana - Gravidez: A ITU na gravidez associa-se a bacteriúria assintomática, que resulta de estase urinária por dilatação fisiológica do ureter e da pelve e de redução do seu peristaltismo, a partir do segundo mês de gestação e até o puerpério imediato, por efeito hormonal. Progesterona reduz a contratilidade da musculatura vesical; - Obstrução urinária: Os microrganismos na bexiga são normalmente eliminados com o fluxo urinário. Quando há obstrução urinária, as bactérias não são eliminadas, multiplicam-se e causam infecção. Deve-se suspeitar de obstrução urinária toda vez em que há infecção urinária persistente; - Instrumentação urológica:Mesmo com a mais cuidadosa técnica e rigorosa assepsia, instrumentação urológica (cateterismo, cistoscopia etc.) aumenta a frequência de infecção no trato urinário e é um dos seus principais fatores de risco; - Diabetes melito: Diabéticos têm maior risco de infecção urinária, provavelmente por neuropatia vesical, lesões vasculares e o próprio distúrbio metabólico. Necrose de papilas é mais comum em diabéticos com pielonefrite grave; - Isquemia renal: Redução do fluxo sanguíneo causa hipóxia e dificulta a chegada de leucócitos, o que favorece infecções; - Refluxo vesicoureteral (RVU); - Refluxo intra renal; - Diminuição da resposta imunitária. Manifestações clínicas Trato urinário superior - Pielonefrite É uma infecção do parênquima e da pelve renal Aguda A pielonefrite aguda tende a evidenciar-se com início súbito de: - calafrios; - febre alta; - dor ou hipersensibilidade no ângulo costovertebral unilateral ou bilateral. Também são comuns sinais e sintomas referidos ao sistema urinário inferior, inclusive disúria, polaciúria e urgência urinária. Náuseas e vômitos podem ocorrer com dor abdominal. Pode haver piúria, mas essa alteração não é diagnóstica porque também ocorre em pacientes com infecção urinária baixa. A progressão para papilite necrosante está associada a um prognóstico bem mais desfavorável. Crônica A pielonefrite crônica pode causar alguns dos mesmos sinais e sintomas da pielonefrite aguda, ou seu início pode ser insidioso. Em muitos casos, há história de episódios repetidos de infecção urinária ou de pielonefrite aguda. Trato urinário inferior - Cistite ● Disúria (ardência ou dor ao urinar); ● Aumento da frequência urinária; ● Urgência urinária (necessidade súbita e intensa de urinar); ● Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga; ● Urina turva ou com aspecto anormal; ● Hematúria (presença de sangue na urina) em alguns casos; ● Dor ou desconforto na região suprapúbica (abaixo do umbigo). Referências: Bogliolo - Patologia Geraldo Brasileiro Filho Porth - FisiopatologiaTommie L. Norris Fatores de risco Matheus A infecção do trato urinário (ITU) afeta mais de 10% das mulheres e aproximadamente 50% delas apresentam pelo menos um episódio durante a vida. A infecção urinária de repetição (ITUr) ocorre entre 10% e 15% das mulheres com mais de 60 anos de idade. Bacteriúria assintomática (BA) ocorre entre 2% e 10% das mulheres. Em mais de 75% das ITUs em mulheres,o agente etiológico é a Escherichia coli, seguido de outros patógenos como Klebsiella, Enterobacter, Proteus mirabilis, Sthaphylococcus saprophyticus e Streptococcus agalactiae. Em um estudo feito no Brasil, E. coli foi responsável por 75,5% das cistites agudas, seguido por Enterococcus (10%) e Klebsiella (6,4%). ITU recorrente Na pré-menopausa, os fatores comportamentais são os que predominam, como frequência das relações sexuais, número de parceiros, novos parceiros e uso de espermicida e diafragma. Para mulheres na pós-menopausa, os fatores de risco são diferentes e incluem deficiência de estrogênio, diminuição de lactobacilos vaginais, prolapso genital, cirurgia vaginal prévia, volume urinário residual elevado e ITU prévia. Há, também, evidências que indicam que o envolvimento genético, associado à alteração na resposta do hospedeiro, podem predispor algumas mulheres a desenvolver ITU de repetição. Interleucina (IL)-8, receptor de IL-8R ou CXCR1 foram relacionados com variabilidade genética e apresentam expressão reduzida em crianças com tendência à pielonefrite. Referência : “manual do residente de clínica médica” FISIOPATOLOGIA Paulina Na teoria clássica para o desenvolvimento de ITU, o uropatógeno, oriundo da flora fecal, coloniza a vagina e a uretra distal. Posteriormente, ascende para a bexiga e promove a infecção. Esse modelo é o mesmo para ITU esporádica e recorrente em mulheres. A ITU resulta da interação de fatores biológicos e comportamentais do hospedeiro e da virulência do micro-organismo. A E. coli uropatogênica apresenta-se como principal fator de virulência, o tipo de fímbrias, que promovem a ligação ao epitélio da uretra e da bexiga, acarretando cistite. Os modelos animais sugerem que E. coli pode permanecer latente em grandes reservatórios bacterianos no hospedeiro e ser reativada para causar infecção no futuro. Referência: HARRISON PROFESSORA . Bacteriúria assintomática exame de rotina (parcial de urina), principalmente as mulheres, sem sintomatologia: não faz tratamento! GESTANTE (mesmo sem sintomatologia): faz tratamento! exame de rotina (parcial de urina + urocultura*): TTO direto, porém gestante, juntamente com o parcial de urina (na hora) solicita a urocultura (demora +), para guiar o tratamento. - Porque? Risco de parto prematuro! Principalmente as infecções de urina de trato urinário alto (pielonefrite). Alterações de exame físico 11;56 - ITU alta (pielonefrite): G+, sintomas sistêmicos (febre alta, náuseas,..) - ITU baixo (cistite* —> fosfomicina, prostatite, uretrite): urgência miccional, oligúria, polaciúria (as vezes) e dor à palpação supra púbica* —> poucas alterações; OBS:. prostatite, dor na mobilização da próstata (não é tão comum o dia a dia), principalmente, um quadro de prostatite apósmanipulação cirúrgica, é algo importante! —> bactérias resistentes/multipolar. - E. Coli 70-95%, Ag mais comuns de ITU geral, bactérias gram - (Klebsiella sp; S.Saprophyticus (CG+); 10%, Proteus sp; Enterococcus sp (G+); idosos, Pseudomonas) Infecção por fungo - Cândida prurido, corrimento esbranquiçado, leite coalhado. - precisam ser tratadas! —> pode virar uma candidemia (cândida no sangue) —> hemocultura com sangue o tto é fluconazol EV, doses altíssimas, min. 20 dias de internação, tto até a última hemocultura negativa + 14 dias; Diagnóstico: clínico + TTO germes mais comuns + descarta (outro/complicações); - recorrente: cultura + parcial de urina; - pielonefrite: urocultura + laboratório + exames de imagens (descartar causas obstructivas) —> choque séptico! Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) hipertermia e hipotermia, taquicardia, taquipneia, leucopenia -> sepse. - Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), que é definida por 2 ou mai dos 4 critérios: ● Temperatura > 38oC ou < 36oC (temperatura central); ● FC > 90 bpm; ● FR > 20 ipm ou PaCO2 < 32 mmHg ou necessidade de ventilação mecânica; ● Leucócitos > 12.000/mm ou < 4.000/mm ou > 10% de formas imaturas - Sepse: SIRS e infecção documentada ou presumida; ● Sintomatologia: 2. Relacionar infecção urinária com nefrolitíase . Relação ITU com nefrolitíase Jayana Estase Urinária Tanto a presença de cálculos renais quanto a infecção urinária podem levar à estase urinária, favorecendo a multiplicação bacteriana e aumentando o risco de infecção. Obstrução do Trato Urinário Cálculos renais podem obstruir o fluxo urinário, predispondo à retenção de urina e facilitando a colonização bacteriana, o que pode resultar em infecção urinária. Mucosa Lesada A presença de cálculos renais pode causar lesões na mucosa do trato urinário, tornando-a mais suscetível à invasão bacteriana e contribuindo para o desenvolvimento de infecções. Referência: Tasian GE, Copelovitch L. Evaluation and medical management of kidney stones in children. In: Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc. https://www.uptodate.com (acessado em 10 de outubro de 2021). Cálculos coraliformes Manu Abib Ao favorecer a obstrução e a estase no trato urinário, a nefrolitíase representa causa importante de infecção do trato urinário no adulto. Entretanto, nem sempre a infecção do trato urinário é consequência da nefrolitíase. No caso dos cálculos coraliformes, presentes em cerca de 10% dos pacientes com nefrolitíase, repetidas infecções favorecem o crescimento do cálculo. Neste caso, a infecção do trato urinário apresenta-se como causa (e não como consequência) de nefrolitíase. Referência: nefrologia_resumo_litiase_renal_TSRS_20160323.pdf (ufrgs.br) PROFESSORA . Cálculos falciforme (cálculos de crescimento rápido) bactérias produtoras de urease, a enzima que é a urease, vai fazer com que aconteça hidrolização da uréia em amônia e dióxido de carbono. E essa hidrolização vai aumentar a precipitação de sal porque vai elevar o pH urinário e ai sim vai ter a precipitação do cristais estrupidas e aí acontece a formação dos cálculos falciforme (crescimento rápido). - Aumenta pH; - precipita cristal; - formação de cálculos falciforme. Litíase obstrutiva Cálculo no ureter direito —> obstruindo/causando dilatação no meu rim (hidronefrose) —> acontece estase da urina/refluxo de bactéria —> aumenta a chance de acontecer pielonefrite/aumenta a creatinina prejudicando a função do meu rim. Calculo Cálculo —> obstruído no ureter —> tudo que o meu rim está produzindo de urina que normalmente vai la —> até a bexiga —> no ureter vai impactar e voltar —> acontece a dilatação do ureter/hidronefrose —> creatinina alterada —-> tto: retirada do cálculo! —> cateter duplo j —-> ureterite obstrutiva —-> também pode ter uma pielonefrite associada com cálculo —> Tto retirada da pedra e antibiótico mais forte (manipulação cirúrgica). 3. Diferencie sepse de choque séptico, incluindo fisiopatologia da sepse (diagnóstico/tratamento) . Choque Jayana Choque Síndrome caracterizada por uma "redução" considerável da "perfusão tecidual sistêmica” devido a diferentes etiologias e fisiopatologias, levando a uma “'baixa oferta de oxigênio e nutrientes” aos tecidos, bem como de sua efetiva utilização. A "hipóxia” prolongada pode levar a "morte celular, lesão de órgãos-alvo, falência”múltipla de órgãos e morte. Classificação O choque pode ser classificado em 4 tipos principais, baseados tradicionalmente no seu perfil hemodinâmico: Hipovolêmico - Redução do volume sanguíneo: secundário a perda de sangue ou fluidos e eletrólitos = gera redução da pré-carga e consequentemente do débito cardíaco (DC); - Resistência vascular sistêmica (RVS): aumenta numa tentativa de manter a perfusão de órgãos vitais. - Pode ser: a) Hemorrágico (mais comum)*: como em traumas ou sangramento espontâneo por coagulopatia ou iatrogênico, hemoptise maciça e hemorragia digestiva; b) Não hemorrágico: perda de volume pelo trato gastrointestinal (diarreia, vômitos), rins (excesso de diurético, estado hiperosmolar hiperglicêmico), perda para o terceiro espaço (pancreatite aguda, obstrução intestinal), queimaduras, hipertermia. Cardiogênico - Consequência de uma falênciada bomba cardíaca: resultando na incapacidade do coração de manter uma adequada perfusão tecidual, mesmo na presença de volume intravascular adequado. Exemplo: infarto agudo do miocárdio (IAM). Obstrutivo Resulta de uma obstrução mecânica ao débito cardíaco, causando a hipoperfusão. - Derrame pericárdico: derrame na cavidade→ Volume→ Aperta coração (tamponamento cardíaco - coração é comprimido pelo líquido pericárdico em excesso). Distributivo A má perfusão tecidual é resultado de vasodilatação periférica global que leva a redução acentuada da pressão de enchimento capilar, comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos capilares. - Inadequação do volume intravascular causada por vasodilatação arterial ou venosa. - Problema direto na circulação: fluxo, pressão, quantidade e volume. Tipos: ● Choque Anafilático; ● Choque Neurogênico; ● Choque Séptico. Referência: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico -precoce-e-manejo-inicial.pdf https://sanarmed.com/choque/ Diferença sepse vs choque séptico Mau Abib https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e-manejo-inicial.pdf https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882566/choque-principios-gerais-de-diagnostico-precoce-e-manejo-inicial.pdf https://sanarmed.com/choque/ Referência: Harrison Sepse vs choque séptico Matheus Martins Sepse É um conjunto de manifestações graves geradas por uma infecção. Configura diferentes estágios clínicos de um mesmo processo fisiopatológico. - Disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção. Choque séptico Presença de sepse que mesmo com reposição volêmica adequada necessita de vasopressores para manter PAM ≥ 65 mmHg e mantêm um nível sérico de lactato > 2 mmol/L. Referência: "Harrison medicina interna" SEPSE É uma resposta desregulada a infecção levando a disfunção orgânica Fisiopatologia da sepse Jayana 1. Agressão do agente patogênico ao organismo. 2. Ativa sistema imunológico→ inato ativado primeiro. 3. Resposta sistêmica pró-inflamatória (corpo libera substâncias que provocam inflamação para tentar combater a infecção em grande quantidade). - Citocinas inflamatórias, exemplo: TNF e IL-1/6. - Prostaciclinas, tromboxanos, leucotrienos, óxido nítrico e fator de ativação plaquetária (PAF). - PAF (fator agregante plaquetário): cascata de coagulação→ organismo consome muitas plaquetas, forma muito coágulos = êmbolos circulantes = trombolisa vasos do coração, fígado, pulmão⇒ CIVD (coagulação intravascular disseminada). - Lesão rins, hepática (não consegue fazer excreção da bilirrubina), coração… - Exames: gasometria, dosagem de lactato (>18). 4. Possuem ação sistêmica = desencadeiam, por todo o organismo: - Ativação leucocitária (com liberação de proteases e espécies reativas de oxigênio); - Ativação do sistema complemento; - Liberação de proteases de coagulação. 5. Morte tecidual: provoca liberação de moléculas de dano celular = perpetuação da resposta inflamatória sistêmica. 6. Resultado = morte celular e a disfunção orgânica, mesmo que à distância em relação à agressão local no foco infeccioso inicial. 7. Nível endotelial (células que revestem os vasos sanguíneos): aumento da expressão das moléculas de adesão, tanto nos neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) quanto nas próprias células endoteliais = Isso inclui um aumento na expressão do fator tecidual, que desempenha um papel na coagulação do sangue. - Mudanças favorecem a formação de pequenos coágulos sanguíneos, conhecidos como microtrombos, na circulação periférica. - Redução da atividade endógena anticoagulante (via proteína-C e antitrombina), acompanhada de redução de trombomodulina. - Agressão desse processo nas células endoteliais acarreta dano à microcirculação que, associada à formação de microtromboses, acarreta prejuízo da perfusão tecidual (nutrientes e oxigênio). - Casos graves = coagulação intravascular disseminada (ativação generalizada e descontrolada do sistema de coagulação, levando à formação de coágulos em todo o corpo, o que pode resultar em falência de múltiplos órgãos e, potencialmente, à morte). - Prejuízo funcional mitocondrial→ diminuição da oxigenação tecidual→ falência orgânica. - O produto desse processo é uma marcada imunossupressão simultaneamente ao estado de hiperativação pró-inflamatória, o que favorece a ocorrência de novos estados infecciosos e sépticos. Fisiopatologia a mesma o que diferencia é os sinais clínicos! Diagnóstico da sepse Manuella Zabot Protocolo Manuella Zabot O score SOFA Pontuação de 0 a 24 (considera-se sepse quando o paciente já tem suspeita de infecção com pelo menos 2 desses pontos ou mais. Avalia: Respiração (PaO2/FiO2), Coagulação (Plaquetas), Fígado (Bilirrubina), Cardiovascular, SNC (escala de Glasgow), Renal (creatinina). O score qSOFA - Apenas 3 critérios: Cardiovascular, neurológico e respiratório; - Não determina sepse mas ajuda na suspeita para iniciar conduta; - Sepse: >/= 2 pontos Hipotensão - PAS <100mmHg Alteração de estado mental - Glasgow <15 Taquipneia > 22ipm/min Tratamento Manuella Zabot Pacote de 1h - Medir lactato ( reavaliar a cada 2-4h) marcador de hipoperfusão tecidual; - Colher cultura (mas não atrasar antibioticoterapia); Começar antibiótico de amplo espectro guiada pelo foco infeccioso. - Administrar cristaloides - 30ml/kg; - Vasopressores para PAM> 65mmHg; Referência: Infectologia: Bases Clínicas e Tratamento PROFESSORA . CHOQUE Distributivo*: por um choque séptico —> tto paciente (foco da sepse) —> fazer organismo do meu paciente voltar 100% —-> se é por sepse —> antibiótico + hidratação + vassopressor + estímulo de diurese; Hemorrágico/hipovolêmico (não tem volume) : quadro de paciente com melena/hematogênese —> vomitando sangue —> perdendo sangue —> perda abrupta de sangue —> hipovolemia —> hipotensão —> preenchimento capilar aumentado. - Hidratar (faltando volume) —-> transfusão (às vezes 02 acessos em cada braço) —> evitar usar vassopressor (noradrenalina) —> constrição periférica. Pensou em sepse/choque: qual critérios o paciente se enquadra —> qual tto —> tto vai depender da causa do choque! SCORE 1. qSOFA* NEWS*/PEWS (escalas principais, que não utilizam exames de laboratório) - News: se preocupa quando? 5 --> sinal de alarme! p. ex.: início (abriu a ficha): SAMU trouxe —> estado geral + sinais vitais qSOFA (alteração/qualquer que seja já acende o alerta!) - NEWS: adulto (maior ou igual 5) —> protocolo de sepse! - PEWS: crianças Prática clínica: NEWS 5 —> abre o protocolo de sepse —> medidas da primeira hora: antibiótico* (baseado no que vc ache que é o foco séptico) + coletar hemocultura + fazer hidratação/reposição/expansão volêmica (se tolerar) + controle de diurese + coletar lactato* —> indicativo de sepse e alterado em caso de desidratação importante (maior 18/20 alterado, porém, 14/15 já pode se preocupar) + gasometria (acidose, alcalose,…) IDEAL: cultura 1o + antibiótico depois —> nao deu tempo, ou seja, vai atrasar a 1a hora que paciente chegou ao hospital —> COLETA A CULTURA DEPOIS, INICIA O ANTIBIÓTICO PRIMEIRO! (NEWS > 5/qSOFA alterado) APÓS FAZER O PROTOCOLO DA 01 HORA + RESULTADO DOS EXAMES POSSO CALCULAR O SOFA DO PACIENTE 2. SOFA (0 até 5 para cada um dos critérios) - APÓS EXAMES - EXAMES DE LAB. USADOS PARA CALCULAR O SOFA: creatinina (valor lab.), bilirrubina (valor lab. tabela), hemograma completo (plaquetas) e gasometria* (distúrbio de coagulação) —> disfunção múltipla de órgãos Cálculo da gasometria (relação/ventilação/perfusão) P/F: quanto que é a pressão de O2 do paciente (PO2) —> pressão de O2 aquele paciente. Além disso, na gasometria em baixo, vai constar, em área ambiente —> em ventilação com uma FO2: 80% OU em cateter nasal a 3 litros por min. - suplementação de O do paciente e o valor da PO2 p. ex.: paciente -> PO2 —> 75% (gasometria) —> coletado em área ambiente (paciente sem oxigênio complementar) —> concentração de oxigêniodo ar é 21% (padrão). Relação ventilação/perfusão 75/0,21 = 357% —> pontuaria 1 no SOFA (tem alteração) acima de 400: não pontua p. ex.: PO2 75% + cateter nasal 32% (3 litros por min.) 75/32 = - respirador FO2: 80/90/100 - entubei meu paciente (ventilação mecânica) FO2 —> 100* —> 1o coleta a gasometria —> depois reduz os parâmetros respiratórios —> diminuindo a fração de O2. p. ex.: Gasometria 75% + FO2 80% 75/89 = Critério clínico - glasglow - hipotensão (vasopressor/não/dose) - tempo de enchimento capilar (bem/não perfundido em 3seg.) - melena/hematenese - mucosa/estado gera l 4. Caracterizar sepse primária, secundária e a importância da diferenciação do tratamento . Sepse primária ou secundária Jayana É primária se consequente à própria injúria (p. ex., insuficiência respiratória secundária à pneumonia comunitária grave) e secundária, se oriunda não da injúria, mas da resposta orgânica do hospedeiro à condição mórbida (p. ex., síndrome do desconforto respiratório agudo em enfermo com pancreatite aguda necrótica). Referência: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/11724/1/21496131.pdf [https://www.scielo.br/j/rbti/a/gdrF6hVjgcxfYc3LWNxxCQS/?format=pdf&lang=pt#:~:text=É primária se conseqüente à,enfermo com pancreatite aguda necrótica](https://www.scielo.br/j/rbti/a/gdrF6hVjgcxfYc3LWNxxCQS/?format=pdf&lang=pt #:~:text=%C3%89%20prim%C3%A1ria%20se%20conseq%C3%BCente%20%C3%A0,enfermo% 20com%20pancreatite%20aguda%20necr%C3%B3tica)). https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/204/204.pdf Importância da diferenciação do tratamento Paulina Os tratamentos para a sepse primária e secundária são semelhantes e se concentram em tratar a infecção subjacente e controlar a resposta inflamatória do corpo. Isso pode envolver o uso de antibióticos, suporte hemodinâmico, terapia com líquidos intravenosos, administração de oxigênio e controle da glicemia. No entanto, em alguns casos graves de sepse, pode ser necessário recorrer à terapia intensiva, incluindo ventilação mecânica e terapia de substituição renal. Referência: Shankar-Hari M, Phillips GS, Levy ML, et al. Developing a new definition and assessing new clinical criteria for septic shock: For the Third International Consensus Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3). JAMA. 2016;315(8):775–787. doi:10.1001/jama.2016.0289 - Dellinger RP, Levy MM, Rhodes A, et al. Surviving sepsis campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock: 2012. Crit Care Med. 2013;41(2):580–637. doi:10.1097/CCM.0b013e31827e83af https://www.hcrp.usp.br/revistaqualidade/uploads/Artigos/204/204.pdf Referencia: Harrison PROFESSORA . diferenciar a primária vs secundária é pela etiologia! Primária (resposta da própria patologia do paciente): pneumonia adquirida na comunidade, ou seja, paciente evoluiu para uma sepse de foco pulmonar. Secundária (alterações do organismo do nosso paciente): já está internado com uma pancreatite/melena/disfunção renal, ou seja, evoluiu pela resposta inflamatória acentuada dela + insuficiência respiratória aguda + secundário ao estado inicial do paciente (não de acordo com a doença do paciente). Tto: causa do choque/sepse —> tto causa! cristalóide + vassopresor (se precisar) + monitorização + oxigênio (se precisar) + controle de diurese + estímulo de diurese + tto específico (causa). 5. Quais são os critérios de internação na UTI . No Brasil, a prioridade de admissão na UTI é definida pelo Sistema de Classificação de Pacientes (SCP), que é utilizado pelos hospitais para avaliar o grau de urgência do paciente e determinar a sua prioridade de atendimento. O SCP considera diversos fatores, como: ● Gravidade da doença; ● Necessidade de intervenções médicas imediatas; ● Risco de mortalidade; ● Disponibilidade de leitos na UTI. Pacientes com quadros clínicos mais graves e que necessitam de tratamento imediato têm prioridade de admissão na UTI em relação a pacientes com quadros menos graves. No entanto, é importante ressaltar que a prioridade de admissão na UTI pode variar de acordo com a região e a disponibilidade de leitos. Em casos de escassez de leitos, pode ser necessário adotar critérios mais rígidos para a seleção dos pacientes que serão admitidos na UTI. Referência: https://sanarmed.com/qual-a-prioridade-na-admissao-na-uti/ SPICT-BR: cuidados paliativos sim/não https://sanarmed.com/qual-a-prioridade-na-admissao-na-uti/ 02 critérios (indicadores gerais de piora da saúde) + qualquer 01 de indicadores de critério de doença avançada —> SPICT + ou seja, tem indicação de cuidados paliativos. ECOG*: status/performance do paciente ECOG 0: atividade normal; ECOG 1: paciente tem sintomas/caixa/dia a dia normal p. ex: paciente de 70 anos com DPOC; ECOG 2: fora do leito + 50% do tempo/dia (muito tempo setado/deitado); ECOG 3: no leito + 50% do tempo + precisa e cuidado familiar; ECOG 4: paciente “acamado”/restrito ao leito; COMPARAÇÃO ECOG vs KARNOFISKY (uma tabela que cada ECOG divide para 2) p. ex: ECOG 0 —> 90/100 KARNOFSKY DE 60% —> tem que ser um PS2 PROFESSORA . Ranking (1-5) prioridade para subir para a UTI CFM 1: ECOG > 2 (status funcional bom/esta com medidas de suporte à vida (noradrenalina/intubação/) —> com invasivas (p. ex.: acidente + intubado paciente prioridade 01 para subir para a UTI); CFM 2: ECOG 0/1 (sem medidas de suporte a vida) —> sem invasivos (p. ex.: acidente + dispneia + fraturou ⅘ costelas seguidas + contusão pulmonar + sem intubação OU drogas vasoativas); CFM 3: ECOG > 2 (classe funcional pior/ sem dia-a-dia 100%) + esta com medidas de suporte à vida (noradrenalina/intubação) —> com invasivos; CFM 4: ECOG > 2 (classe funcional pior) + sem medidas de suporte a vida —> sem invasivos; CFM 5*: < SPICT + (indicação de cuidados paliativos) - Diferencia a classe; - Diferencia o paciente da mesma classe pelo SOFA SOFA —> UTI —> prognóstico de mortalidade, ou seja, quanto maior o SOFA mais grave o meu paciente e mais chances do meu paciente ir a óbito! - SOFA é usado como critério de desempate (p. ex.: 02 acidentes + 02 pacientes + ambos na sala vermelha + 01 leito + ambas em CFM 2 + paciente 01 teve o SOFA 10/ paciente 02 SOFA 5 + paciente 01 que irá subir para a UTI (mais chances de morrer). CFM 1 e 2: + SOFA + grave = sobe antes (UTI) Passou do CFM 2 CFM 3, 4 e 5: restrito/comorbidades/estado ruim (-SOFA + chances de cura/melhora) p. ex.: 02 vovozinhos + 01 vovo com SOFA de 6 OU 01 vovo com SOFA de 7 + sobe/prioridade o vovô SOFA MENOR (quanto menor o SOFA menos risco de óbito, ou seja, mais chances do meu paciente se recuperar se ele for para o centro de UTI) Elizangela Yasmin Art. 1º As admissões em unidade de tratamento intensivo (UTI) devem ser baseadas em: I) diagnóstico e necessidade do paciente; II) serviços médicos disponíveis na instituição; III) priorização de acordo com a condição do paciente; IV) disponibilidade de leitos; V) potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico. SISTEMATIZAÇÃO Perguntas a serem feitas : 1. É grave? ( ) SIM ( ) NÃO 2. Necessita de intervenções de suporte de vida? ( )SIM ( )NÃO 3. Necessita de Monitorização Intensiva? ( ) SIM ( )NÃO 4. A probabilidade de recuperação é alta? ( )SIM ( ) NÃO 5. Existe limitação terapêutica por parte do paciente? ( )SIM ( )NÃO 6. Existe limitação terapêutica por parte do hospital? ( )SIM ( ) NÃO 7. O estado da doença é avançado e irreversível, com prognóstico de morte iminente e inevitável? ( )SIM ( )NÃO Referência: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6706811/mod_resource/content/1/ADMISSAO-E-AL TA-EM-UTI-2012%20%281%29.pdf https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2016/2156 Matheus https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2016/2156 PROFESSORA . Critérios de admissão/solicitação (quando pedir leito UTI): necessidade específica de UTI/algum procedimento/exame que o é feito especificamente na UTI (ventilação/ prona (mudança de movimento)/circulação extracorpórea/hemodiálisede urgência,…) - perguntas? grave (sim/não); necessidade de intervenções de suporte à vida (intubação/noradrenalina/acesso central); monitorização intensiva (PA/FC/FR/PIC/punção radial); probabilidade alta de recuperação (?); limitação terapêutica/hospital/paciente (p. ex.: choque cardiogênico mas nessa UTI não tem hemodinâmica); estado da doença (avançado/grave/óbito). - Indicações de intubação (saturação/FR/escala de glasgow). 6. Identificar os cuidados imediatos essenciais no tratamento de choque séptico . SUPORTES HEMODINÂMICO, RESPIRATÓRIO E METABÓLICO Os objetivos primários são restaurar tão rapidamente quanto possível a oferta de oxigênio e substratos aos tecidos, bem como melhorar a utilização tecidual de oxigênio e o metabolismo celular. Por isso, a adequada perfusão dos órgãos é essencial. A adequação circulatória é avaliada pela mensuração da pressão arterial e pelo monitoramento de parâmetros como atividade mental, débito urinário e perfusão cutânea. Os índices indiretos da oferta e do consumo de oxigênio, como saturação de oxigênio venoso central, também podem ser úteis. O tratamento inicial da hipotensão deve incluir a administração de líquidos intravenosos, começando com 1 a 2 L de solução salina durante 1 a 2 horas. Para prevenir o edema pulmonar, a pressão venosa central deve ser mantida em 8 a 12 cmH2O. O débito urinário deve ser mantido > 0,5 mL/kg/h mediante a administração contínua de líquidos; se necessário, pode-se empregar um diurético, como a furosemida. Em cerca de um terço dos pacientes, a hipotensão e hipoperfusão dos órgãos respondem à reposição volêmica; um objetivo razoável é manter uma pressão arterial média > 65 mmHg (pressão sistólica > 90 mmHg). Se esses requisitos não puderem ser satisfeitos por infusão de volume, indicase o tratamento vasopressor. Doses tituladas de norepinefrina ou dopamina devem ser administradas por meio de um cateter central. Se a disfunção miocárdica produzir pressões de enchimento cardíaco elevadas e baixo débito cardíaco, a terapia inotrópica com dobutamina é recomendada. Raramente é utilizada dopamina. Referência: Harrison 7. Relacione um quadro de infecção de urina grave com sintomas respiratórios Paulina Uma infecção urinária grave pode estar relacionada a sintomas respiratórios, especialmente em casos de disseminação da infecção para os pulmões ou quando a infecção urinária ocorre em indivíduos com doença pulmonar preexistente. A infecção urinária é causada pela colonização bacteriana no trato urinário e pode ser de origem ascendente ou descendente. A infecção ascendente ocorre quando a bactéria se origina no trato gastrointestinal e alcança a uretra, subindo até a bexiga e os rins. Já a infecção descendente ocorre quando a bactéria atinge o trato urinário por meio da corrente sanguínea. Quando ocorre disseminação da infecção para os pulmões, pode haver a ocorrência de uma infecção respiratória, como pneumonia. Isso pode ocorrer quando uma bactéria que causou a infecção urinária entra na corrente sanguínea e se instala nos pulmões. A pneumonia pode causar sintomas como tosse, dor no peito, dificuldade para respirar e febre. Além disso, uma infecção urinária grave pode levar a uma resposta inflamatória sistêmica, conhecida como síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS), que pode afetar todo o corpo, incluindo os pulmões. A SIRS pode levar a uma diminuição na função pulmonar e à diminuição da capacidade do corpo de obter oxigênio, resultando em sintomas respiratórios, como falta de ar e taquipneia. A síndrome da angústia respiratória aguda é um tipo de insuficiência respiratória (pulmonar) resultante de diversas doenças que causam acúmulo de líquidos nos pulmões e redução do oxigênio no sangue a níveis excessivamente baixos. - O indivíduo sente falta de ar, normalmente com a respiração rápida e superficial, a pele pode ficar manchada ou azulada (cianose), e outros órgãos, como o coração e o cérebro, podem apresentar mau funcionamento. - Utiliza-se um sensor, colocado na ponta do dedo (oximetria de pulso), ou uma amostra de sangue de uma artéria para determinar os níveis de oxigênio no sangue, e também se faz uma radiografia torácica. - Os indivíduos são tratados em uma unidade de tratamento intensivo, pois podem precisar de ventilação mecânica. - O oxigênio é fornecido e a causa da insuficiência respiratória é tratada. A síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) é uma emergência médica. Ela pode acontecer em pessoas que já tiveram doença pulmonar ou em pessoas com pulmões anteriormente saudáveis. Esta doença era denominada síndrome da angústia respiratória do adulto, mas também pode manifestar-se em crianças. A SARA é dividida em três categorias: leve, moderada e grave. A categoria é determinada comparando-se o nível de oxigênio no sangue com a quantidade de oxigênio que precisa ser administrada nesse nível. Causas de SARA Qualquer doença ou quadro clínico que lesione os pulmões pode causar SARA. Mais da metade dos indivíduos com SARA a desenvolve como consequência de uma infecção grave, generalizada (sepse) ou pneumonia. Algumas outras causas incluem - Aspiração (inalação) de conteúdo estomacal ácido para o interior dos pulmões - Queimaduras - Certas complicações gestacionais (como embolia do líquido amniótico, pré-eclâmpsia, infecção de tecidos no útero antes, durante ou após um aborto [ abortamento séptico] e outros) - Lesão do tórax (contusão pulmonar) - Cirurgia de derivação das artérias coronárias - Afogamento - Inflamação do pâncreas (pancreatite) - Inalação de grandes quantidades de fumaça - Inalação de outros gases tóxicos - Lesão pulmonar devido à inalação de altas concentrações de oxigênio - Lesões graves ou potencialmente fatais - Superdosagem de certas drogas ou medicamentos, como heroína, metadona, propoxifeno ou aspirina - Pneumonia (incluindo pela COVID-19) - Pressão arterial baixa prolongada ou grave (choque) - Embolia pulmonar - Infecção grave e generalizada (sepse) - Acidente vascular cerebral ou convulsão - Transfusões de mais de 15 unidades de sangue em um curto período de tempo Quando os pequenos sacos de ar (alvéolos) e os pequenos vasos de sangue (capilares) do pulmão são afetados, o sangue e os líquidos infiltram-se nos espaços entre os alvéolos e, por fim, passam para o interior destes. O colapso de muitos alvéolos (um quadro clínico denominado atelectasia) também pode ocorrer devido a uma redução de surfactante, um líquido que cobre a superfície interna dos alvéolos e ajuda a mantê-los abertos. O líquido nos alvéolos e o colapso de muitos alvéolos interferem no movimento do oxigênio do ar inspirado para o sangue. Portanto, o nível de oxigênio no sangue pode cair bruscamente. A saída do dióxido de carbono do sangue para o ar que é expirado fica menos afetada, e o nível de dióxido de carbono no sangue muda muito pouco. Como a insuficiência respiratória na SARA resulta principalmente de níveis baixos de oxigênio, ela é considerada uma insuficiência respiratória hipoxêmica. A diminuição do nível de oxigênio no sangue causada pela SARA e o vazamento para a corrente sanguínea de certas proteínas (citocinas) produzidas pelas células pulmonares lesionadas e por células brancas do sangue podem causar inflamação e complicações em outros órgãos. A falência de vários órgãos (um quadro clínico denominado falência de múltiplos órgãos) também pode ocorrer. A falência de órgãos pode começar logo depois de instalada a SARA ou dias ou semanas depois. Além disso, os indivíduos afetados pela SARA são menos resistentes a infecções pulmonares e costumam desenvolver pneumonias bacterianas. Sintomas de SARA A SARA normalmente se desenvolve de 24 a 48 horas após lesão ou doença original, mas pode demorar 4 a 5 dias para ocorrer. A pessoa começa sentindo falta de ar, geralmente com uma respiração rápida e superficial. Utilizando um estetoscópio, o médico pode ouvir sons crepitantes ou chiados nos pulmões. A pele pode ficar manchada ou azulada (cianose), em pessoas de pele clara,e pode apresentar coloração cinza ou esbranquiçada na boca, ao redor dos olhos e sob as unhas, em pessoas de pele escura, devido aos baixos níveis de oxigênio no sangue. Outros órgãos, como o coração e o cérebro, podem funcionar mal, resultando em uma frequência cardíaca elevada, ritmos cardíacos anormais (arritmias), confusão e sonolência. Diagnóstico de SARA - Medição dos níveis de oxigênio no sangue - Radiografia do tórax O nível de oxigênio no sangue pode ser monitorado, sem coletar uma amostra de sangue, por meio de um sensor colocado em um dedo ou no lobo de uma orelha. Este procedimento é chamado oximetria de pulso. O nível de oxigênio (juntamente com o dióxido de carbono) no sangue também pode ser medido através da análise de uma amostra de sangue colhida de uma artéria. Radiografias torácicas mostram líquido nos espaços que deveriam estar preenchidos com ar. Outros exames podem ser necessários para confirmar que a insuficiência cardíaca não é a causa do problema. Prognóstico de SARA Sem o pronto tratamento, muitas pessoas com a SARA não sobrevivem. No entanto, a depender da doença subjacente, com um tratamento adequado, cerca de 60% a 75% das pessoas com SARA sobrevivem. Em geral, os indivíduos que respondem com rapidez ao tratamento restabelecem-se por completo, quase sem alterações pulmonares de longo prazo. Os indivíduos cujo tratamento envolve longos períodos no ventilador (uma máquina que ajuda o ar a entrar e sair dos pulmões) têm mais probabilidades de formar tecido cicatricial (fibrose) nos pulmões. Essa fibrose pode diminuir em poucos meses após a pessoa ser retirada da ventilação. A fibrose pulmonar, se extensa, pode afetar a função pulmonar permanentemente de forma evidente durante certas atividades diárias. A fibrose menos extensa pode prejudicar a função pulmonar somente em momentos de estresse pulmonar, como durante exercícios ou em doenças. Muitos indivíduos perdem grandes quantidades de peso e de músculo durante a doença. A reabilitação no hospital pode ajudá-los a recuperar sua força e sua independência. Tratamento de SARA - Tratamento da causa - Oxigenoterapia - Frequentemente, ventilação mecânica Referencia: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/inf ec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-do -trato-urin%C3%A1rio PROFESSORA . Caso do nosso paciente da SP 2.4: porque chegou com uma sepse urinária e evoluiu para uma insuficiência respiratória aguda grave e foi entubado? SARA Estado pró inflamatório —> +permeabilidade vascular sistêmica: efeitos principais no pulmão (SARA) —> lesão endotelial —> recrutamento de leucócitos —> mediadores inflamatórios —> lesão intersticial —> lesões pulmonares (SARA/LPA) —> LPA evolui p/ uma SARA —> lesão dos pneumócitos (células da respiração) —> insuficiência respiratória aguda —> intubação/ventilação mecânica (lesão no pneumócitos*). Disseminação hematogênica: qualquer quadro infeccioso pode levar a uma infecção generalizada, ou seja, um quadro de sepse por via hematogênica (cistite/pielonefrite) https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-do-trato-urin%C3%A1rio https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-do-trato-urin%C3%A1rio https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/infec%C3%A7%C3%B5es-do-trato-urin%C3%A1rio/infec%C3%A7%C3%B5es-bacterianas-do-trato-urin%C3%A1rio - Cistite: 1. Via ascendente: bactéria subir pelo trato urinário e 2. Via hematogênica: disseminação da bactéria por via hematogênica, por causa do aumento da permeabilidade vascular, por causa das lesões epiteliais, pode ter um quadro de infecção generalizada/infecção de corrente sanguínea (hemocultura + —> principal complicação da sepse é a SARA!).