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Ciclo Menstrual e Hormônios

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Coordenadora: Luciana Coradini 
Relatora: Maria Paula Flor 
 
SP 2.2 – Calado estou errado... Se falo, dá briga! 
 
Patrícia, agora com 50 anos, é casada há trinta anos e tem três filhos, um com 
25, outra com 24 e o último com 17 anos. Nunca teve abortamentos. Desde o 
nascimento de seu caçula, trabalha apenas em casa, fazendo doces e salgados 
para festas. Anteriormente era auxiliar de produção em uma metalúrgica. 
Começou sua adolescência (telarca e pubarca) aos 12 anos, surgindo logo após a 
menarca (13 anos). Os primeiros ciclos menstruais eram irregulares, mas depois 
foram estabilizando-se em períodos de 28 dias, com 4 dias de menstruação, em 
média. Iniciou sua vida sexual com 17 anos e logo depois casou-se com Doca, 
metalúrgico, que a apresentou para seu gerente e conseguiu seu emprego na 
indústria. 
Doca gosta muito de Patrícia e é correspondido. Sempre tiveram uma vida 
amorosa e de parceria, e se considera um indivíduo conciliador. Durante anos a 
fio, todos os meses, nos dois dias que antecediam sua menstruação e nos três 
seguintes, Patrícia parecia transformar-se em outra pessoa, irritando-se à toa, 
chorando por qualquer motivo e discutindo muito com o marido, por qualquer 
motivo. Há alguns anos esta situação melhorou depois que Patrícia passou a ser 
medicada com anovulatórios. Há dois anos, entretanto, a relação dos dois parece 
ter piorado. Apesar de agora os períodos menstruais de Patrícia estarem mais 
distanciados, ela tem estado mais triste, as vezes chorosa e sente-se desanimada 
até de manter suas relações sexuais. Doca, por sua vez, pensa: o que fazer? Eu 
gosto tanto dela… 
 
EIXO: CICLO MENSTRUAL 
 
Palavras desconhecidas: 
• telarca 
A telarca (aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos) é o primeiro sinal da puberdade 
feminina, seguido do surgimento de pelos pubianos (pubarca) e axilares, e posteriormente da 
menarca. A telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início do desenvolvimento puberal. 
• pubarca 
Pubarca refere-se ao primeiro aparecimento de pelos pubianos em um adolescente. A puberdade 
é a fase de transição, entre a infância e a idade adulta, em que se completam o crescimento 
somático e o desenvolvimento sexual, com consequente aquisição da capacidade reprodutiva. 
Os limites de normalidade para o início do desenvolvimento puberal normal são diferentes entre 
os sexos: 8 – 13 anos no sexo feminino e 9 – 14 anos no sexo masculino. 
• anovulatório 
O ciclo anovulatório é um ciclo menstrual caracterizado pela ausência de ovulação. Uma mulher 
com um ciclo menstrual regular tem aproximadamente 13 menstruações por ano, sendo algumas 
anovulatórias. Isso é perfeitamente normal. Anovulação: sintomas, causas e significado dos 
ciclos anovulatórios 
 
Problemas: 
• Patrícia tem 50 anos, é casada há trinta anos e tem três filhos (G3A0); 
• Começou sua adolescência (telarca e pubarca) aos 12 anos, surgindo logo após 
a menarca (13 anos); 
• Seus primeiros ciclos menstruais eram irregulares, mas depois foram 
estabilizando-se em períodos de 28 dias, com 4 dias de menstruação, em média; 
• Durante anos a fio, todos os meses, nos dois dias que antecediam sua 
menstruação e nos três seguintes, Patrícia parecia transformar-se em outra 
pessoa, irritando-se à toa, chorando por qualquer motivo e discutindo muito com 
o marido, por qualquer motivo; 
• Patrícia passou a ser medicada com anovulatórios; 
• Apesar de agora os períodos menstruais de Patrícia estarem mais distanciados, 
ela tem estado mais triste, as vezes chorosa e sente-se desanimada até de 
manter suas relações sexuais. 
 
Hipóteses: 
• Patrícia está entrando na menopausa; 
• Patrícia está grávida; 
• Seus sintomas de TPM foram por conta de hormônios desregulados; 
• Os sintomas das alterações hormonais abalaram a relação do casal; 
• O uso de anovulatórios afetaram sua libido; 
• Patrícia está no climatério. 
 
Questões de aprendizagem: 
1. Caracterize o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano 
O estímulo inicial é feito pelo HIPOTÁLAMO, que possui um mecanismo gerador de PULSOS DE 
GnRH… O GnRH (ou Hormônio Liberador de Gonadotrofina) é um decapeptídeo codificado pelo 
gene GNRH1, sendo que sua ação é mediada por receptores associados a proteína G. 
Os neurônios presentes no hipotálamo que secretam GnRH possuem um receptor denominado 
GPR54, e nele se liga o secretagogo de GnRH kisspeptina. 
Os neutransmissores que atuam como agentes EXCITATÓRIOS da liberação de GnRH são: 
1)Noradrenalina 
2)Kisspeptina 
3)Acetilcolina 
4) GABA 
Os neurotransmissores que atuam como agentes INIBIDORES da liberação de GnRH são: 
1)Dopamina 
2)Serotonina 
3)Endorfinas 
4) Melatonina 
A liberação pulsátil de GnRH faz com que a HIPÓFISE libere, também de forma pulsátil, as 
gonadotrofinas (FSH e LH) que, por sua vez, estimulam a função ovariana, ou seja, agem no 
ovário. 
Nas mulheres, o FSH (Hormônio Folículo Estimulante) tem como funções: 
1) Regular o crescimento dos folículos; 
2) Regular a produção crescente de estradiol pelas células da granulosa. 
Nas mulheres, o LH (Hormônio Luteinizante) tem como funções: 
1)Aumentar a captação de colesterol pelas células da teca; 
2) Estimular as células intersticiais da teca dos folículos ovarianos a secretar androgênios 
(androstenediona e testosterona). 
Tanto o FSH quanto o LH se ligam a receptores acoplados à proteína G, causando a ativação da 
subunidade Ga estimuladora (Gas). 
Ocorrendo esta ativação, passa a haver a indução de eventos esteroidogênicos, que é mediada 
pelo monofosfato de 3′,5′-adenosina cíclico. 
Como produto final desta cascata, temos os esteróides sexuais que, por sua vez, atuam na 
regulação da função ovariana e no controle do ciclo reprodutivo. 
 
– HIPOTÁLAMO -> GnRH em pulsos -> HIPÓFISE -> FSH e LH também em pulsos 
– LH -> age nas células da TECA -> aumenta captação de colesterol e produz androgênios (a 
partir do colesterol) 
– FSH -> age nas células da granulosa -> induzindo a conversão de androgênios em estrogênios 
(Estrona e Estradiol) através da aromatização 
Os estrogênios possuem ação variável sobre o hipotálamo. O mais comum é terem ação 
INIBITÓRIA, porém podem exercer efeito estimulatório se suas concentrações permanecerem 
altas por longos períodos de tempo. 
A progesterona, por sua vez, tem SEMPRE EFEITO NEGATIVO sobre o GnRH. 
A inibina A e a inibina B são outros produtos de secreção ovariana que interferem nas 
gonadotrofinas: a inibina A inibe a secreção hipofisária de LH e a inibina B inibe a secreção 
hipofisária de FSH. 
 
 
 
 
 
 
2. Fisiologia do ciclo menstrual e hormônios envolvidos 
 
 
 
 
 
Fase Folicular -> pulsos de GnRH de baixa amplitude e alta frequência -> síntese e liberação 
de FSH pela hipófise -> FSH vai pro ovário e estimula a formação do folículo e a secreção de 
estradiol -> assim que o folículo dominante é selecionado, o ovário passa a responder também 
ao LH… 
A primeira fase do ciclo é marcada por altas concentrações de FSH e ESTRADIOL… 
Fase Lútea -> pulsos de GnRH de baixa frequência e alta amplitude -> síntese e liberação de 
LH pela hipófise -> LH vai pro ovário e estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo -> corpo 
lúteo produz progesterona -> progesterona age no endométrio e útero para garantir condições 
para gestação. 
 
 
3. Descreva as fases biológicas da mulher (menarca, climatério e menopausa) 
Menarca 
Primeira menstruação. 
A menarca ocorre de dois a cinco anos após a telarca, e os primeiros ciclos menstruais costumam 
ser irregulares, frequentemente anovulatórios e mais prolongados. 
Climatério 
O climatério é definido segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma fase natural 
da vida, não compreende um processo patológico e se caracteriza pela passagem da fase 
reprodutiva para a fase não reprodutiva da vida da mulher. 
O período do climatério é dividido em duas fases distintas, a perimenopausa, que antecede a 
menopausa e a pós-menopausa, que é considerada após mais de 12 meses sem ocorrência do 
fluxo menstrual. 
Consiste no períodode transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva e tem o seu início 
por volta dos 40 anos, sendo frequentemente acompanhado por sintomas característicos e 
dificuldades na esfera emocional e social. 
Fonte: https://www.fisiosale.com.br/tcc/2017/amanda_fabiana.pdf 
Menopausa 
A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ocorre, em 
geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa 
prematura ou precoce 
 
 
4. Quais são os sinais e sintomas do climatério? 
 
O quadro clínico geralmente inicia com a irregularidade menstrual e, posteriormente, podem 
surgir outros sintomas, como: ressecamento da vagina, aumento da sensibilidade mamária, 
alterações do peso corporal, fogachos (“ondas de calor”), distúrbios do sono, perda urinária 
involuntária, queda do cabelo, ressecamento e perda da elasticidade da pele, fadiga, alterações 
do humor (principalmente depressão e irritabilidade), déficit de memória, dificuldade de 
concentração e diminuição da libido. 
 
O diagnóstico é essencialmente clínico, já que os sintomas podem preceder os achados 
laboratoriais. Embora os marcadores de hipogonadismo hipergonadotrófico sejam as dosagens 
séricas de FSH > 30 IU/L e estradiol < 20 pg/mL, eles só se alteram nos estágios mais tardios 
da perimenopausa (após a menopausa). 
 
 
 
5. Como realizar o diagnóstico do climatério? 
 
Na maioria das vezes o diagnóstico do climatério pode ser feito pelo quadro clínico que é 
sugestivo e que se inicia ao redor dos 45-50 anos em nosso meio. A confirmação do diagnóstico 
pode ser feita pelas dosagens de FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante) 
que estão aumentados e de estradiol que se encontra diminuído. 
Nesse período etário, é necessário que seja realizada monitorização adequada dessas mulheres, 
pois ocorrem alterações metabólicas, endócrinas e elevada incidência de neoplasias, que 
necessitam ser diagnosticadas precoce e adequadamente. 
 
 
6. Quais os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos do climatério? 
 
Farmacológicos 
 incluem reposição hormonal com estrogenoterapia tópica ou sistêmica, lubrificantes vaginais, 
antidepressivos e fitoterápicos também podem ser adjuvantes para alívio dos sintomas do 
climatério. 
 
Orientar alimentação rica em fibras e cálcio, pobre em gorduras; 
Estimular a prática de atividade física; 
Indicar exposição ao sol em horário adequado; avaliar suplementação de vitamina D; 
Orientar cessação do tabagismo; 
Estimular o uso de roupas leves e simples de serem retiradas, em caso de ondas de calor; 
Atenção aos níveis de colesterol; 
Abordar aspectos típicos do momento de vida e suas implicações nos sintomas e na saúde: 
aposentadoria, saída dos filhos de casa, morte na família, etc. 
Abordar saúde sexual: Diminuição de libido, atrofia urogenital causando dispareunia; 
Atenção à rotina de rastreio de câncer de mama e de colo de útero. 
 
Deve-se analisar vários fatores a fim de assistir adequadamente cada mulher. Dentre eles: 
medidas gerais, tratamentos individualizados para situações específicas e, quando necessário, 
terapia de reposição hormonal convencional, que deve levar em consideração a necessidade, 
riscos, benefícios e contra - indicações. Outras possibilidades seriam os tratamentos alternativos, 
como por exemplo, com fitormônios, drogas não hormonais, acupuntura e outros. 
 
Não farmacológico 
 
Orientações dietéticas 
 
Alterações hormonais levam à perda de massa muscular e óssea. Com tudo isso, há aumento 
do risco de obesidade e doenças associadas, como dislipidemia, diabetes e doenças 
cardiovasculares. A suplementação de cálcio e vitamina D são recomendadas quando não há 
aporte dietético e exposição solar. 
 
Hábitos de vida 
 
Diminuir o consumo e evitar o abuso de bebidas alcoólicas pois é fator de risco para osteoporose; 
 
Diminuir ou cessar o tabagismo por ser fator de risco de infarto e para osteoporose; 
 
Atividade física reduz o risco de doenças crônicas, câncer de cólon e osteoporose. 
 
Tratamentos não hormonais 
 
Fitoestrogênios 
São estrogênios derivados de plantas. 
 
Dada a sua potência farmacológica inferior a compostos com estrogênios de TH clássica, as 
doses necessárias para o controle dos sintomas da síndrome do climatério com os 
fitoestrogênios são elevadas, o que torna difícil seu emprego quando a sintomatologia é muito 
intensa. 
 
Tratamento dos sintomas vasomotores e psíquicos 
 
Para mulheres com contraindicação ou intolerância a TH, pode-se prescrever uma séria de 
drogas, como dopaminérgicos, antidepressivos, sedativos, vasomotores ou substâncias com 
ação no eixo hipotálamo-hipofisário, a fim de aliviar esses sintomas. 
 
 
7. O que é a reposição hormonal? (indicações e contraindicações) 
São consideradas contraindicações absolutas para TH:4,5 
- Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual (levar em conta a via de administração). 
- Doença hepática descompensada. 
- Câncer de mama aguardando tratamento. 
- Sangramento vaginal de causa desconhecida. 
 
São contraindicações relativas à TH os antecedentes pessoais de: 
- Câncer de mama (primeiro grau). 
- Câncer de endométrio. 
- Adenocarcinoma cervicouterino. 
- Sarcoma do estroma endometrial. 
- Lesão precursora para o câncer de mama. 
- Meningeoma – apenas para progestagênio. 
- Doença cardiovascular instalada. 
- Doença trombótica ou tromboembólica venosa ou presença de fatores de risco elevado. 
- Calculose biliar. 
- Lúpus eritematoso sistêmico. 
- Porfiria. 
 
 
A terapia de reposição hormonal (TRH) continua sendo uma possibilidade terapêutica importante 
para mulheres no climatério, devendo-se sempre lembrar que quando bem indicada, ela deve 
fazer parte de uma estratégia multifatorial levando em conta outros pontos como: atividade física, 
alimentação saudável, combate ao tabagismo e ao excesso de peso, entre outros. 
A orientação é tratar as sintomáticas com menopausa menor que 10 anos ou abaixo dos 60 anos, 
sendo contraindicada nos casos de câncer de mama, doença hepática ativa, Ca de mama e 
endométrio, porfiria, sangramento vaginal de causa desconhecida, doenças coronarianas ou 
cerebrovascular, LES, meningioma, histórico de trombose venosa profunda, tromboembolismo 
pulmonar, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral. 
O principal hormônio utilizado na terapêutica é o estrogênio, que é o melhor para minimizar os 
fogachos. A reposição hormonal pode ser por esquema puro estrogênico ou combinado a 
progesterona. 
 
● Terapia hormonal: 
A TH é a mais eficaz para o alivio dos sintomas do climatério, principalmente os sintomas 
vasomotores. Porém seu uso em longo prazo para a prevenção de doenças não é mais 
recomendado. 
- o uso apenas de estrogênio é recomendado para mulheres histerectomizadas, ao passo que 
para as que tem utero integro, deve ser feita a terapia combinada - estrógeno e progesterona - 
uma vez que o uso isolado do estrógeno pode levar a hiperplasia e ao cancer endometrial; 
- A combinação de progesterona, pode aumentar o risco de eventos coronarianos, embolia 
pulmonar, ca de mama e demência; 
- Pacientes que cursam apenas com atrofia vaginal e sem nenhum outro mais sintomas podem 
fazer uso de estrógeno tópico (vaginal), que gera mínima absorção sistêmica; 
- O uso de TH é proscrito para tratamento de doenças crônicas e prevenção de demência ou 
melhora de sintomas cognitivos. Há estudos comprovando que os estrógenos são fatores 
protetores apenas de fraturas, e não de eventos coronarianos e demência como se teorizava 
antigamente. Mesmo sendo fator protetor para fraturas, o seu uso não se justifica, uma vez que 
o uso de bisfosfonados é mais adequado, devido à efetividade e à maior segurança; 
- Não é recomendado para mulheres na pós-menopausa ou maiores de 60 anos. O início da TH 
deve ser feito entre o final da quarta década e o final da quinta. De forma que, com a redução 
dos sintomas vasomotores, deve-se fazer redução gradual da TH até interrompê-lacompletamente. - O guideline da Sociedade de Endocrinologia recomenda calcular o risco 
cardiovascular e de câncer de mama antes do início da TH. Uma vez optada pela TH, deve-se 
considerar o tipo de estrogênio, a via de administração e 
a necessidade do progestínico. 
Para mulheres com moderado risco cardiovascular e risco de tromboembolismo venoso, é 
indicado uso de estrogênio transdérmico; já para as demais, a preparação oral de 17-beta 
estradiol é muito utilizada. A eficácia de todas as vias é semelhante. 
Quanto a dose, é indicado iniciar com doses menores de estrogênio (estradiol 17-beta oral 0,5 
mg / dia ou 0,025 mg de estradiol transdérmico), a menos que o paciente tenha sintomas graves. 
Já para a progesterona, 200 mg/dia por 12 dias no mês ou 100 mg/dia ininterruptos. 
O uso de anticoncepcionais orais de 20mg de etinilestradiol pode ser feito para mulheres que 
buscam alívio dos sintomas da menopausa e que também desejam ter certeza de contracepção 
e controle do sangramento. 
Estudos comprovam que já no primeiro ano mais de 50% das mulheres já apresentam melhoras 
dos sintomas e já estão prontas para finalizar o tratamento, que é indicado ser feito de forma 
gradual. A duração da terapia deve ser de mais ou menos até cinco anos. Se após a cessação 
do uso de hormônios, os sintomas continuarem, deve-se optar por terapias não hormonais antes 
do reinicio da TH. 
RESUMO: Reposição Hormonal (H) Indicações: Sintomas do climatério e menopausa (ondas de 
calor, secura vaginal, alterações de humor). 
● Prevenção da perda óssea (osteoporose). ● Alívio da atrofia vaginal. 
Contraindicações: 
● História de câncer de mama. 
● Trombose venosa profunda (TVP) ou risco elevado de trombose. ● Doença hepática grave. 
● Sangramento uterino anormal não diagnosticado. 
● Doenças cardiovasculares graves. 
● Gravidez 
 
 
 
8. Descreva o índice de Kupperman 
O Índice Menopausal de Kupperman (IMK) é um dos instrumentos mais utilizados na avaliação 
clínica da sintomatologia, que envolve onze sintomas ou queixas (sintomas vasomotores, 
insônia, parestesia, nervosismo, melancolia, vertigem, fraqueza, artralgia/mialgia, cefaleia, 
palpitação e zumbidos). A cada um deles são atribuídas diferentes pontuações segundo a sua 
intensidade e prevalência. Os escores 
totais são classificados em leves (valores até 19), moderados (entre 20 e 35) ou intensos 
(maior que 35). Assim, quanto maior a pontuação obtida, mais intensa é a sintomatologia 
climatérica. 
 
O Índice Menopausal de Kupperman avalia a intensidade dos sintomas climatéricos e é usado 
como referência pelos médicos ginecologistas. A classificação vai de leve e moderado a intenso 
e ajuda a identificar a aproximação da menopausa em mulheres bastante sintomáticas. 
 
LEVES - ATÉ 19 / MODERADOS - DE 20 A 35 / INTENSOS - MAIS DE 35 
 
Calculadora e fonte: ⬇️ 
https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/kupperman/index.cfm 
 
 
9. Descreva a fisiopatologia da endometriose (revisar anatomia) 
A endometriose, segundo da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia 
(ESHRE), é “a presença de tecido do endométrio fora do útero, o que induz uma reação 
inflamatória crônica, esta condição é predominantemente encontrada em mulheres em idade 
reprodutiva” 
A esta patologia, o tecido endotelial é proliferado para o exterior cavidade uterina, sendo este um 
tecido glandular que reveste inteiramente o útero. 
É uma doença estrógeno dependente, ou seja, só está presente em mulheres em idades 
reprodutivas, o que faz esta doença estar diretamente correlacionada com a fertilidade feminina, 
de caráter benigno, crônico e multifatorial. No entanto, a forma que a endometriose causa a 
infertilidade é incerta. 
Definição: “presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou estroma endometrial fora da 
cavidade uterina, com predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina.” 
-> em suma: a endometriose é quando um tecido que se assemelha ao endométrio (tecido 
anormal) cresce para fora do útero. 
Doença benigna, crônica; 
estrogênio-dependente; 
multifatorial; 
acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva, mas também pode acometer pré-
menarca ou pós-menopausa. 
 
A endometriose pode ser dividida em 3 doenças distintas (subtipos de endometriose): 
peritoneal: crescimento de implantes superficiais de tecido endometrial fora do útero e dentro do 
peritônio. 
ovariana: implantes superficiais ou cistos (endometriomas) no ovário; 
profunda: lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos com 
profundidade de 5 mm ou mais 
 
Fisiopatologia: 
-> existem várias teorias, mas a mais aceita é: 
Teoria da menstruação retrógrada 
A teoria fala que durante a menstruação, uma parte do sangue menstrual, que tem células 
endometriais, não sai do útero, ele vai para as tubas uterinas e cai na cavidade pélvica, em vez 
de saírem do corpo pelo colo do útero. 
Essas células que caem na cavidade pélvica podem se implantar e crescerem em locais fora do 
útero, formando a endometriose - implantes de tecido endometrial fora do útero. 
Como as células que caíram na cavidade pélvica não deveriam estar lá, pois o tecido é do 
endométrio e não daquele local, isso gera uma inflamação intensa no local, criando um ambiente 
com citocinas pró-inflamatórias e provocando dores (algias). 
Sintomas: 
dismenorreia - principal sintoma 
dor pélvica crônica ou acíclica - pode acontecer ao longo do período menstrual 
dispareunia (dor na relação sexual) 
alterações urinárias - Disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional - durante o fluxo 
menstrual 
alterações intestinais - distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, disquezia e 
dor anal, normalmente de forma cíclica em época menstrual. 
 
 
 
 
Anatomia do útero: Quando visto de frente, tem o formato de uma pêra invertida, achatada no 
sentido ântero-posterior. Sua porção superior, volumosa, arredondada, é o corpo, e a sua porção 
inferior, cilíndrica, é a cérvix ou o colo uterino. Na cérvix, é possível distinguir uma porção situada 
acima da inserção vaginal no útero, segmento supravaginal do colo do útero, e uma porção 
abaixo, dentro do canal vaginal, segmento vaginal do colo do útero. A cavidade uterina é de 
formato triangular, ao nível do corpo, enquanto no colo se apresenta como um canal, o canal 
cervical ou endocérvice. limitado por dois orifícios. Um, superior, contínuo com a cavidade do 
corpo, o óstio interno do colo do útero; o outro, inferior, abre-se no canal vaginal, é o óstio externo 
do colo do útero. A porção do colo situada para fora do orifício externo, na cavidade vaginal, 
denomina-se ectocérvice. O ístmo, porção inferior do corpo do útero, é a área onde o útero 
apresenta as menores dimensões, enquanto o fundo corresponde à porção do corpo situada 
acima de um plano que passe ao nível das implantações das tubas uterinas. 
Estrutura do Útero 
Na arquitetura do útero identificam-se três camadas que, da cavidade pélvica para a sua, são: 
túnica serosa (perimétrio), túnica muscular (miométrio) e túnica mucosa 
(endométrio). 
Túnica Mucosa (Endométrio) 
É a camada que reveste internamente a cavidade do útero, em íntimo contato com o miométrio, 
por não apresentar submucosa. Seu aspecto morfológico varia com o 
estímulo hormonal. Na pré-puberdade e na pós-menopausa encontra-se fino e atrofiado e no 
menacme apresenta-se desenvolvido, sofrendo modificações cíclicas que caracterizam o ciclo 
menstrual, condicionadas pela ação dos hormônios 
ovarianos. Durante o ciclo menstrual, o endométrio apresenta três fases distintas: proliferativa, 
secretora e menstrual. 
 
 
*TPM tipo A: a ansiedade é o principal sintoma; 
TPM tipo C: é comum sentir compulsão por doces, alimentos calóricos e gordurosos; 
TPM tipo D: depressão é um sinal frequente desse tipo de TPM; 
TPM tipo H: retenção de líquidos e inchaço são os principais sintomas; 
TPM tipo O: agrupa todas as outras manifestações pré-menstruais e sintomas atípicos (cólicas 
e enjoos).