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Coordenadora: Luciana Coradini Relatora: Maria Paula Flor SP 2.2 – Calado estou errado... Se falo, dá briga! Patrícia, agora com 50 anos, é casada há trinta anos e tem três filhos, um com 25, outra com 24 e o último com 17 anos. Nunca teve abortamentos. Desde o nascimento de seu caçula, trabalha apenas em casa, fazendo doces e salgados para festas. Anteriormente era auxiliar de produção em uma metalúrgica. Começou sua adolescência (telarca e pubarca) aos 12 anos, surgindo logo após a menarca (13 anos). Os primeiros ciclos menstruais eram irregulares, mas depois foram estabilizando-se em períodos de 28 dias, com 4 dias de menstruação, em média. Iniciou sua vida sexual com 17 anos e logo depois casou-se com Doca, metalúrgico, que a apresentou para seu gerente e conseguiu seu emprego na indústria. Doca gosta muito de Patrícia e é correspondido. Sempre tiveram uma vida amorosa e de parceria, e se considera um indivíduo conciliador. Durante anos a fio, todos os meses, nos dois dias que antecediam sua menstruação e nos três seguintes, Patrícia parecia transformar-se em outra pessoa, irritando-se à toa, chorando por qualquer motivo e discutindo muito com o marido, por qualquer motivo. Há alguns anos esta situação melhorou depois que Patrícia passou a ser medicada com anovulatórios. Há dois anos, entretanto, a relação dos dois parece ter piorado. Apesar de agora os períodos menstruais de Patrícia estarem mais distanciados, ela tem estado mais triste, as vezes chorosa e sente-se desanimada até de manter suas relações sexuais. Doca, por sua vez, pensa: o que fazer? Eu gosto tanto dela… EIXO: CICLO MENSTRUAL Palavras desconhecidas: • telarca A telarca (aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos) é o primeiro sinal da puberdade feminina, seguido do surgimento de pelos pubianos (pubarca) e axilares, e posteriormente da menarca. A telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início do desenvolvimento puberal. • pubarca Pubarca refere-se ao primeiro aparecimento de pelos pubianos em um adolescente. A puberdade é a fase de transição, entre a infância e a idade adulta, em que se completam o crescimento somático e o desenvolvimento sexual, com consequente aquisição da capacidade reprodutiva. Os limites de normalidade para o início do desenvolvimento puberal normal são diferentes entre os sexos: 8 – 13 anos no sexo feminino e 9 – 14 anos no sexo masculino. • anovulatório O ciclo anovulatório é um ciclo menstrual caracterizado pela ausência de ovulação. Uma mulher com um ciclo menstrual regular tem aproximadamente 13 menstruações por ano, sendo algumas anovulatórias. Isso é perfeitamente normal. Anovulação: sintomas, causas e significado dos ciclos anovulatórios Problemas: • Patrícia tem 50 anos, é casada há trinta anos e tem três filhos (G3A0); • Começou sua adolescência (telarca e pubarca) aos 12 anos, surgindo logo após a menarca (13 anos); • Seus primeiros ciclos menstruais eram irregulares, mas depois foram estabilizando-se em períodos de 28 dias, com 4 dias de menstruação, em média; • Durante anos a fio, todos os meses, nos dois dias que antecediam sua menstruação e nos três seguintes, Patrícia parecia transformar-se em outra pessoa, irritando-se à toa, chorando por qualquer motivo e discutindo muito com o marido, por qualquer motivo; • Patrícia passou a ser medicada com anovulatórios; • Apesar de agora os períodos menstruais de Patrícia estarem mais distanciados, ela tem estado mais triste, as vezes chorosa e sente-se desanimada até de manter suas relações sexuais. Hipóteses: • Patrícia está entrando na menopausa; • Patrícia está grávida; • Seus sintomas de TPM foram por conta de hormônios desregulados; • Os sintomas das alterações hormonais abalaram a relação do casal; • O uso de anovulatórios afetaram sua libido; • Patrícia está no climatério. Questões de aprendizagem: 1. Caracterize o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano O estímulo inicial é feito pelo HIPOTÁLAMO, que possui um mecanismo gerador de PULSOS DE GnRH… O GnRH (ou Hormônio Liberador de Gonadotrofina) é um decapeptídeo codificado pelo gene GNRH1, sendo que sua ação é mediada por receptores associados a proteína G. Os neurônios presentes no hipotálamo que secretam GnRH possuem um receptor denominado GPR54, e nele se liga o secretagogo de GnRH kisspeptina. Os neutransmissores que atuam como agentes EXCITATÓRIOS da liberação de GnRH são: 1)Noradrenalina 2)Kisspeptina 3)Acetilcolina 4) GABA Os neurotransmissores que atuam como agentes INIBIDORES da liberação de GnRH são: 1)Dopamina 2)Serotonina 3)Endorfinas 4) Melatonina A liberação pulsátil de GnRH faz com que a HIPÓFISE libere, também de forma pulsátil, as gonadotrofinas (FSH e LH) que, por sua vez, estimulam a função ovariana, ou seja, agem no ovário. Nas mulheres, o FSH (Hormônio Folículo Estimulante) tem como funções: 1) Regular o crescimento dos folículos; 2) Regular a produção crescente de estradiol pelas células da granulosa. Nas mulheres, o LH (Hormônio Luteinizante) tem como funções: 1)Aumentar a captação de colesterol pelas células da teca; 2) Estimular as células intersticiais da teca dos folículos ovarianos a secretar androgênios (androstenediona e testosterona). Tanto o FSH quanto o LH se ligam a receptores acoplados à proteína G, causando a ativação da subunidade Ga estimuladora (Gas). Ocorrendo esta ativação, passa a haver a indução de eventos esteroidogênicos, que é mediada pelo monofosfato de 3′,5′-adenosina cíclico. Como produto final desta cascata, temos os esteróides sexuais que, por sua vez, atuam na regulação da função ovariana e no controle do ciclo reprodutivo. – HIPOTÁLAMO -> GnRH em pulsos -> HIPÓFISE -> FSH e LH também em pulsos – LH -> age nas células da TECA -> aumenta captação de colesterol e produz androgênios (a partir do colesterol) – FSH -> age nas células da granulosa -> induzindo a conversão de androgênios em estrogênios (Estrona e Estradiol) através da aromatização Os estrogênios possuem ação variável sobre o hipotálamo. O mais comum é terem ação INIBITÓRIA, porém podem exercer efeito estimulatório se suas concentrações permanecerem altas por longos períodos de tempo. A progesterona, por sua vez, tem SEMPRE EFEITO NEGATIVO sobre o GnRH. A inibina A e a inibina B são outros produtos de secreção ovariana que interferem nas gonadotrofinas: a inibina A inibe a secreção hipofisária de LH e a inibina B inibe a secreção hipofisária de FSH. 2. Fisiologia do ciclo menstrual e hormônios envolvidos Fase Folicular -> pulsos de GnRH de baixa amplitude e alta frequência -> síntese e liberação de FSH pela hipófise -> FSH vai pro ovário e estimula a formação do folículo e a secreção de estradiol -> assim que o folículo dominante é selecionado, o ovário passa a responder também ao LH… A primeira fase do ciclo é marcada por altas concentrações de FSH e ESTRADIOL… Fase Lútea -> pulsos de GnRH de baixa frequência e alta amplitude -> síntese e liberação de LH pela hipófise -> LH vai pro ovário e estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo -> corpo lúteo produz progesterona -> progesterona age no endométrio e útero para garantir condições para gestação. 3. Descreva as fases biológicas da mulher (menarca, climatério e menopausa) Menarca Primeira menstruação. A menarca ocorre de dois a cinco anos após a telarca, e os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares, frequentemente anovulatórios e mais prolongados. Climatério O climatério é definido segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma fase natural da vida, não compreende um processo patológico e se caracteriza pela passagem da fase reprodutiva para a fase não reprodutiva da vida da mulher. O período do climatério é dividido em duas fases distintas, a perimenopausa, que antecede a menopausa e a pós-menopausa, que é considerada após mais de 12 meses sem ocorrência do fluxo menstrual. Consiste no períodode transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva e tem o seu início por volta dos 40 anos, sendo frequentemente acompanhado por sintomas característicos e dificuldades na esfera emocional e social. Fonte: https://www.fisiosale.com.br/tcc/2017/amanda_fabiana.pdf Menopausa A menopausa corresponde ao último ciclo menstrual, ou seja, a última menstruação. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos. Quando ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce 4. Quais são os sinais e sintomas do climatério? O quadro clínico geralmente inicia com a irregularidade menstrual e, posteriormente, podem surgir outros sintomas, como: ressecamento da vagina, aumento da sensibilidade mamária, alterações do peso corporal, fogachos (“ondas de calor”), distúrbios do sono, perda urinária involuntária, queda do cabelo, ressecamento e perda da elasticidade da pele, fadiga, alterações do humor (principalmente depressão e irritabilidade), déficit de memória, dificuldade de concentração e diminuição da libido. O diagnóstico é essencialmente clínico, já que os sintomas podem preceder os achados laboratoriais. Embora os marcadores de hipogonadismo hipergonadotrófico sejam as dosagens séricas de FSH > 30 IU/L e estradiol < 20 pg/mL, eles só se alteram nos estágios mais tardios da perimenopausa (após a menopausa). 5. Como realizar o diagnóstico do climatério? Na maioria das vezes o diagnóstico do climatério pode ser feito pelo quadro clínico que é sugestivo e que se inicia ao redor dos 45-50 anos em nosso meio. A confirmação do diagnóstico pode ser feita pelas dosagens de FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante) que estão aumentados e de estradiol que se encontra diminuído. Nesse período etário, é necessário que seja realizada monitorização adequada dessas mulheres, pois ocorrem alterações metabólicas, endócrinas e elevada incidência de neoplasias, que necessitam ser diagnosticadas precoce e adequadamente. 6. Quais os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos do climatério? Farmacológicos incluem reposição hormonal com estrogenoterapia tópica ou sistêmica, lubrificantes vaginais, antidepressivos e fitoterápicos também podem ser adjuvantes para alívio dos sintomas do climatério. Orientar alimentação rica em fibras e cálcio, pobre em gorduras; Estimular a prática de atividade física; Indicar exposição ao sol em horário adequado; avaliar suplementação de vitamina D; Orientar cessação do tabagismo; Estimular o uso de roupas leves e simples de serem retiradas, em caso de ondas de calor; Atenção aos níveis de colesterol; Abordar aspectos típicos do momento de vida e suas implicações nos sintomas e na saúde: aposentadoria, saída dos filhos de casa, morte na família, etc. Abordar saúde sexual: Diminuição de libido, atrofia urogenital causando dispareunia; Atenção à rotina de rastreio de câncer de mama e de colo de útero. Deve-se analisar vários fatores a fim de assistir adequadamente cada mulher. Dentre eles: medidas gerais, tratamentos individualizados para situações específicas e, quando necessário, terapia de reposição hormonal convencional, que deve levar em consideração a necessidade, riscos, benefícios e contra - indicações. Outras possibilidades seriam os tratamentos alternativos, como por exemplo, com fitormônios, drogas não hormonais, acupuntura e outros. Não farmacológico Orientações dietéticas Alterações hormonais levam à perda de massa muscular e óssea. Com tudo isso, há aumento do risco de obesidade e doenças associadas, como dislipidemia, diabetes e doenças cardiovasculares. A suplementação de cálcio e vitamina D são recomendadas quando não há aporte dietético e exposição solar. Hábitos de vida Diminuir o consumo e evitar o abuso de bebidas alcoólicas pois é fator de risco para osteoporose; Diminuir ou cessar o tabagismo por ser fator de risco de infarto e para osteoporose; Atividade física reduz o risco de doenças crônicas, câncer de cólon e osteoporose. Tratamentos não hormonais Fitoestrogênios São estrogênios derivados de plantas. Dada a sua potência farmacológica inferior a compostos com estrogênios de TH clássica, as doses necessárias para o controle dos sintomas da síndrome do climatério com os fitoestrogênios são elevadas, o que torna difícil seu emprego quando a sintomatologia é muito intensa. Tratamento dos sintomas vasomotores e psíquicos Para mulheres com contraindicação ou intolerância a TH, pode-se prescrever uma séria de drogas, como dopaminérgicos, antidepressivos, sedativos, vasomotores ou substâncias com ação no eixo hipotálamo-hipofisário, a fim de aliviar esses sintomas. 7. O que é a reposição hormonal? (indicações e contraindicações) São consideradas contraindicações absolutas para TH:4,5 - Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual (levar em conta a via de administração). - Doença hepática descompensada. - Câncer de mama aguardando tratamento. - Sangramento vaginal de causa desconhecida. São contraindicações relativas à TH os antecedentes pessoais de: - Câncer de mama (primeiro grau). - Câncer de endométrio. - Adenocarcinoma cervicouterino. - Sarcoma do estroma endometrial. - Lesão precursora para o câncer de mama. - Meningeoma – apenas para progestagênio. - Doença cardiovascular instalada. - Doença trombótica ou tromboembólica venosa ou presença de fatores de risco elevado. - Calculose biliar. - Lúpus eritematoso sistêmico. - Porfiria. A terapia de reposição hormonal (TRH) continua sendo uma possibilidade terapêutica importante para mulheres no climatério, devendo-se sempre lembrar que quando bem indicada, ela deve fazer parte de uma estratégia multifatorial levando em conta outros pontos como: atividade física, alimentação saudável, combate ao tabagismo e ao excesso de peso, entre outros. A orientação é tratar as sintomáticas com menopausa menor que 10 anos ou abaixo dos 60 anos, sendo contraindicada nos casos de câncer de mama, doença hepática ativa, Ca de mama e endométrio, porfiria, sangramento vaginal de causa desconhecida, doenças coronarianas ou cerebrovascular, LES, meningioma, histórico de trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral. O principal hormônio utilizado na terapêutica é o estrogênio, que é o melhor para minimizar os fogachos. A reposição hormonal pode ser por esquema puro estrogênico ou combinado a progesterona. ● Terapia hormonal: A TH é a mais eficaz para o alivio dos sintomas do climatério, principalmente os sintomas vasomotores. Porém seu uso em longo prazo para a prevenção de doenças não é mais recomendado. - o uso apenas de estrogênio é recomendado para mulheres histerectomizadas, ao passo que para as que tem utero integro, deve ser feita a terapia combinada - estrógeno e progesterona - uma vez que o uso isolado do estrógeno pode levar a hiperplasia e ao cancer endometrial; - A combinação de progesterona, pode aumentar o risco de eventos coronarianos, embolia pulmonar, ca de mama e demência; - Pacientes que cursam apenas com atrofia vaginal e sem nenhum outro mais sintomas podem fazer uso de estrógeno tópico (vaginal), que gera mínima absorção sistêmica; - O uso de TH é proscrito para tratamento de doenças crônicas e prevenção de demência ou melhora de sintomas cognitivos. Há estudos comprovando que os estrógenos são fatores protetores apenas de fraturas, e não de eventos coronarianos e demência como se teorizava antigamente. Mesmo sendo fator protetor para fraturas, o seu uso não se justifica, uma vez que o uso de bisfosfonados é mais adequado, devido à efetividade e à maior segurança; - Não é recomendado para mulheres na pós-menopausa ou maiores de 60 anos. O início da TH deve ser feito entre o final da quarta década e o final da quinta. De forma que, com a redução dos sintomas vasomotores, deve-se fazer redução gradual da TH até interrompê-lacompletamente. - O guideline da Sociedade de Endocrinologia recomenda calcular o risco cardiovascular e de câncer de mama antes do início da TH. Uma vez optada pela TH, deve-se considerar o tipo de estrogênio, a via de administração e a necessidade do progestínico. Para mulheres com moderado risco cardiovascular e risco de tromboembolismo venoso, é indicado uso de estrogênio transdérmico; já para as demais, a preparação oral de 17-beta estradiol é muito utilizada. A eficácia de todas as vias é semelhante. Quanto a dose, é indicado iniciar com doses menores de estrogênio (estradiol 17-beta oral 0,5 mg / dia ou 0,025 mg de estradiol transdérmico), a menos que o paciente tenha sintomas graves. Já para a progesterona, 200 mg/dia por 12 dias no mês ou 100 mg/dia ininterruptos. O uso de anticoncepcionais orais de 20mg de etinilestradiol pode ser feito para mulheres que buscam alívio dos sintomas da menopausa e que também desejam ter certeza de contracepção e controle do sangramento. Estudos comprovam que já no primeiro ano mais de 50% das mulheres já apresentam melhoras dos sintomas e já estão prontas para finalizar o tratamento, que é indicado ser feito de forma gradual. A duração da terapia deve ser de mais ou menos até cinco anos. Se após a cessação do uso de hormônios, os sintomas continuarem, deve-se optar por terapias não hormonais antes do reinicio da TH. RESUMO: Reposição Hormonal (H) Indicações: Sintomas do climatério e menopausa (ondas de calor, secura vaginal, alterações de humor). ● Prevenção da perda óssea (osteoporose). ● Alívio da atrofia vaginal. Contraindicações: ● História de câncer de mama. ● Trombose venosa profunda (TVP) ou risco elevado de trombose. ● Doença hepática grave. ● Sangramento uterino anormal não diagnosticado. ● Doenças cardiovasculares graves. ● Gravidez 8. Descreva o índice de Kupperman O Índice Menopausal de Kupperman (IMK) é um dos instrumentos mais utilizados na avaliação clínica da sintomatologia, que envolve onze sintomas ou queixas (sintomas vasomotores, insônia, parestesia, nervosismo, melancolia, vertigem, fraqueza, artralgia/mialgia, cefaleia, palpitação e zumbidos). A cada um deles são atribuídas diferentes pontuações segundo a sua intensidade e prevalência. Os escores totais são classificados em leves (valores até 19), moderados (entre 20 e 35) ou intensos (maior que 35). Assim, quanto maior a pontuação obtida, mais intensa é a sintomatologia climatérica. O Índice Menopausal de Kupperman avalia a intensidade dos sintomas climatéricos e é usado como referência pelos médicos ginecologistas. A classificação vai de leve e moderado a intenso e ajuda a identificar a aproximação da menopausa em mulheres bastante sintomáticas. LEVES - ATÉ 19 / MODERADOS - DE 20 A 35 / INTENSOS - MAIS DE 35 Calculadora e fonte: ⬇️ https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/kupperman/index.cfm 9. Descreva a fisiopatologia da endometriose (revisar anatomia) A endometriose, segundo da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), é “a presença de tecido do endométrio fora do útero, o que induz uma reação inflamatória crônica, esta condição é predominantemente encontrada em mulheres em idade reprodutiva” A esta patologia, o tecido endotelial é proliferado para o exterior cavidade uterina, sendo este um tecido glandular que reveste inteiramente o útero. É uma doença estrógeno dependente, ou seja, só está presente em mulheres em idades reprodutivas, o que faz esta doença estar diretamente correlacionada com a fertilidade feminina, de caráter benigno, crônico e multifatorial. No entanto, a forma que a endometriose causa a infertilidade é incerta. Definição: “presença de tecido que se assemelha à glândula e/ou estroma endometrial fora da cavidade uterina, com predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina.” -> em suma: a endometriose é quando um tecido que se assemelha ao endométrio (tecido anormal) cresce para fora do útero. Doença benigna, crônica; estrogênio-dependente; multifatorial; acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva, mas também pode acometer pré- menarca ou pós-menopausa. A endometriose pode ser dividida em 3 doenças distintas (subtipos de endometriose): peritoneal: crescimento de implantes superficiais de tecido endometrial fora do útero e dentro do peritônio. ovariana: implantes superficiais ou cistos (endometriomas) no ovário; profunda: lesão que penetra no espaço retroperitoneal ou na parede dos órgãos pélvicos com profundidade de 5 mm ou mais Fisiopatologia: -> existem várias teorias, mas a mais aceita é: Teoria da menstruação retrógrada A teoria fala que durante a menstruação, uma parte do sangue menstrual, que tem células endometriais, não sai do útero, ele vai para as tubas uterinas e cai na cavidade pélvica, em vez de saírem do corpo pelo colo do útero. Essas células que caem na cavidade pélvica podem se implantar e crescerem em locais fora do útero, formando a endometriose - implantes de tecido endometrial fora do útero. Como as células que caíram na cavidade pélvica não deveriam estar lá, pois o tecido é do endométrio e não daquele local, isso gera uma inflamação intensa no local, criando um ambiente com citocinas pró-inflamatórias e provocando dores (algias). Sintomas: dismenorreia - principal sintoma dor pélvica crônica ou acíclica - pode acontecer ao longo do período menstrual dispareunia (dor na relação sexual) alterações urinárias - Disúria, hematúria, polaciúria e urgência miccional - durante o fluxo menstrual alterações intestinais - distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, disquezia e dor anal, normalmente de forma cíclica em época menstrual. Anatomia do útero: Quando visto de frente, tem o formato de uma pêra invertida, achatada no sentido ântero-posterior. Sua porção superior, volumosa, arredondada, é o corpo, e a sua porção inferior, cilíndrica, é a cérvix ou o colo uterino. Na cérvix, é possível distinguir uma porção situada acima da inserção vaginal no útero, segmento supravaginal do colo do útero, e uma porção abaixo, dentro do canal vaginal, segmento vaginal do colo do útero. A cavidade uterina é de formato triangular, ao nível do corpo, enquanto no colo se apresenta como um canal, o canal cervical ou endocérvice. limitado por dois orifícios. Um, superior, contínuo com a cavidade do corpo, o óstio interno do colo do útero; o outro, inferior, abre-se no canal vaginal, é o óstio externo do colo do útero. A porção do colo situada para fora do orifício externo, na cavidade vaginal, denomina-se ectocérvice. O ístmo, porção inferior do corpo do útero, é a área onde o útero apresenta as menores dimensões, enquanto o fundo corresponde à porção do corpo situada acima de um plano que passe ao nível das implantações das tubas uterinas. Estrutura do Útero Na arquitetura do útero identificam-se três camadas que, da cavidade pélvica para a sua, são: túnica serosa (perimétrio), túnica muscular (miométrio) e túnica mucosa (endométrio). Túnica Mucosa (Endométrio) É a camada que reveste internamente a cavidade do útero, em íntimo contato com o miométrio, por não apresentar submucosa. Seu aspecto morfológico varia com o estímulo hormonal. Na pré-puberdade e na pós-menopausa encontra-se fino e atrofiado e no menacme apresenta-se desenvolvido, sofrendo modificações cíclicas que caracterizam o ciclo menstrual, condicionadas pela ação dos hormônios ovarianos. Durante o ciclo menstrual, o endométrio apresenta três fases distintas: proliferativa, secretora e menstrual. *TPM tipo A: a ansiedade é o principal sintoma; TPM tipo C: é comum sentir compulsão por doces, alimentos calóricos e gordurosos; TPM tipo D: depressão é um sinal frequente desse tipo de TPM; TPM tipo H: retenção de líquidos e inchaço são os principais sintomas; TPM tipo O: agrupa todas as outras manifestações pré-menstruais e sintomas atípicos (cólicas e enjoos).