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Alterações Fisiológicas da Gestação Modificações Locais Conceito: -As alterações fisiológicas observadas na gestação decorrem de fatores hormonais e mecânicos. -A gestação determina modificações locais ou genitais no organismo materno que podem ser observadas, principalmente, no lado do útero onde o ovo se nida e desenvolve. Alterações nas Mamas: ➔ Túrgidas e dolorosas a partir do 2º mês. ➔ Aumentam de volume a partir da 5ª semana. ➔ Hiperplasia dos elementos glandulares. ➔ Surgimento de delicadas veias visíveis abaixo da pele - Rede Haller; ➔ Aumento da pigmentação dos mamilos. ➔ Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola secundária. ➔ Tubérculos de Montgomery: hipertrofia das glândulas sebáceas periareolares. Alterações Trimestrais da Mama: Primeiro trimestre (1ª a 14ª semana): ➔ Crescimento e proliferação das células. Segundo trimestre (14 a 28ª semana): ➔ Diferenciação final em célula madura, que produz e secreta o colostro - depende da prolactina. Após o parto (28ª a 41ª semana e 6 dias): ➔ Queda do estrogênio e progesterona (produção de caseína com estímulo de prolactina - inibida na gestação pela progesterona atuando em receptores prolactínicos. Alterações na Vagina e na Vulva: -Por ação do estrogênio há espessamento do epitélio vaginal durante a gestação e consequentemente há maior descamação, o que gera maior secreção vaginal. ➔ Tumefação e consistência amolecida. ➔ Apresentam coloração vinho-róseo ao invés de rosa-claro. ➔ Sinal de Jacquemier ou Chadwick: coloração arroxeada da mucosa vulvar, na região do vestíbulo, já no final do 1º mês (retenção sanguínea). ➔ Sinal de Kluge: propagação da coloração arroxeada na vagina. ➔ Sinal de Osiander: pulsação da artéria vaginal, que é decorrente da vascularização aumentada (aumento do diâmetro da artéria vaginal). ➔ Hipertrofia da mucosa vaginal, o tecido conjuntivo se torna frouxo e o músculo liso se hipertrofia, a fim de suportar a distensão ocorrida no parto. ➔ Proliferação de lactobacilos - pH vaginal mais ácido (3,5 a 6,0) - o que pode culminar em aumento das infecções fúngicas. Alterações no Útero: Camadas do útero: ❖ Peritônio ou perimétrio; ❖ Miométrio (músculo liso); ❖ Endométrio; Alterações no Útero: ➔ Volume ➔ Forma ➔ Situação ➔ Consistência ➔ Coloração Volume Uterino: Fora da gravidez: ➔ Peso: 50 a 70g ➔ Capacidade: 6 a 10 mL Final da gestação: ➔ Peso: 800 a 1200g ➔ Capacidade 4 a 5 L Primeiras 6 semanas: ➔ Hiperplasia e formação de novas células pelo aumento de síntese de poliaminas. Após: ➔ Hipertrofia das fibras uterinas - participação de colágeno do miométrio. ➔ Representam 40 a 50% do constituinte do corpo uterino. ➔ Aumento da fração solúvel de colágeno - moléculas do colágeno tipo I. ➔ Favorecimento da distensibilidade da parede uterina. Períodos de Acomodação: 1) Preparação: antes da nidação e período em que há hiperplasia do miométrio. 2) Hipertrofia: até a 4º ou 5º mês. 3) Alongamento: dependente do estiramento do miométrio com adelgaçamento de sua parede, pelo estímulo estrogênico. Forma: -Fenômeno da conversão uterina: diminuição da hipertrofia, modificação na forma de crescimento uterino e aceleração do crescimento fetal. -A partir da 20ª semana há transformação da forma esferóide em cilíndrica, como diminuição da tensão e melhora da circulação. -No 7º mês predomina a forma ovóide. ➔ Sinal de Piskacek: forma assimétrica uterina com crescimento maior na zona de implantação. Situação: Primeiro Trimestre: -Acentua atitude fisiológica de anteversoflexão, pela compressão vesical e pélvica. ➔ Sinal de Nobile-Budin: presença do corpo uterino grávido nos fundos-de-saco laterais, que revela-se ao toque, tal qual tumor globoso de consistência amolecida. ➔ Dextrorrotação uterina: atribuída classicamente à presença do colo sigmóide à esquerda. A borda esquerda se anterioriza e a direita fica para trás. No final da gestação: -Desaparecimento do fundo-de-saco anterior e apagamento do canal cervical ou esvaecimento da porção anterior intravaginal do colo → somente nas primigestas. Consistência Uterina: -Embebição gravídica: útero amolecido e pastoso. -Fígado maduro - Bonnaire -Elástico - pastosa Cística Coloração Uterina: -Aumento de fluxo de sangue - útero de cor violácea / avinhada. Alterações no Istmo: ➔ Alonga-se entre 8 e 12 semanas. ➔ Redução do tônus: sinal de Hegar. ➔ Incorpora-se ao corpo uterina até a 16ª semana. Alterações no Cérvice: Nos primeiros meses: ➔ Orienta-se para baixo e para trás. Após: ➔ Medianiza-se à medida que o útero aumenta de volume. ➔ Amolecimento cervical - 16ª semana. ➔ Amadurecimento cervical - cérvice frouxo e com maior capacidade de distensão. ➔ Esvaecimento do colo: retração do comprimento cervical - expresso em porcentagem. ➔ Dilatação do colo: ampliação em centímetros do diâmetro do OI - completa tem 10cm. ➔ Epitélio endocervical: reflete intenso estímulo. ➔ Hormonal inerente à gestação: exposto ao contato íntimo com o meio vaginal. ◆ Ectrópio ou Eversão: epitélio cilíndrico estendido para fora do OE → primigestas. ◆ Abertura do OE→ multíparas. Alterações nas Tubas Uterinas: ➔ Dispõem-se quase perpendicularmente ao útero. ➔ Ficam mais longas e volumosas pelo aumento da vascularização; Alterações no Ovário: ➔ Início da gestação: persistência do corpo-lúteo. ➔ 12ª semana: declínio da secreção de gonadotrofina coriônica e consequente regressão do corpo-lúteo gravídico. Modificações Sistêmicas Postura e Deambulação: -Postura mais curvada. -Marcha passa a ser anserina. Alterações no Metabolismo: ➔ Há alteração no metabolismo da glicose, pois o feto está constantemente “sugando” a energia materna. ➔ Alterações no metabolismo lipídico são essenciais para o bom crescimento fetal, diante disso há hiperlipidemia gestacional e acúmulo de lipídeos nos tecidos maternos. ➔ Alterações no metabolismo hidroeletrolítico é o mais notado, em razão da alta retenção de líquido pelas gestantes, o que auxilia na elevação do débito cardíaco e no fluxo plasmático renal. Alterações no Sistema Cardiovascular: ➔ Aumento do débito cardíaco. ➔ Redução da RVP. ➔ Diminuição da PA. Alterações no Sistema Sanguíneo: ➔ Com o aumento do volume plasmático, os componentes do sangue ficam mais diluídos, logo no hemograma, a contagem de hemácias, hematócrito e concentração de hemoglobina tende a decrescer. Alterações no Sistema Urinário: -Sofre modificações anatômicas e fisiológicas. Modificações Anatômicas: ➔ Deslocamento para cima, em razão do aumento do volume uterino. ➔ Aumento de tamanho estimado em 1 cm, em razão do aumento do volume vascular renal. ➔ Deslocamento anterior da bexiga. Modificações Fisiológicas: ➔ Aumento da TFG e consequentemente de creatinina, que pode estar com valores séricos diminuídos. ➔ Hipercalciúria, em razão do aumento de absorção intestinal de cálcio. Alterações no Sistema Respiratório: ➔ A expansão do volume sanguíneo e a vasodilatação da gravidez promove espessamento da mucosa do sistema respiratório e consequente congestão nasal, epistaxe e alteração da voz. Alterações no Sistema Endócrino: -A grande alteração está na glândula tireoide: ➔ Aumento de 30% da glândula no 3º trimestre, em razão da hiperplasia e do aumento da vascularização;