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Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane NARIZ FUNÇÕES PRINCIPAIS Condução – é a primeira câmara que vai entrar em contato com o ar inspirado, conduzindo em direção a estruturas mais posteriores ao longo do sistema respiratório. Aquecimento – ocorre através de uma série da vasos superficiais na mucosa do nariz, ao passar o ar há uma troca de calor entre esses vasos e o ar. Umidificação – pelas células ciliadas da mucosa. Filtração – pelo muco que irá captar partículas de impurezas que não possam entrar no sistema respiratório. Olfato – há receptores olfatórios que irão identificar o odor e enviar o estímulo para o cérebro. Produção de sons – no processo de fala também há o envolvimento do nariz. DIVISÕES NARIZ EXTERNO É a parte visível da pessoa. Apresenta algumas porções, dentre elas: - Raiz: região em que o nariz fica inserido na face; - Ápice do nariz. - Dorso. - Narinas: uma de cada lado. - Asas do nariz. A região que divide as duas narinas é chamada de columela. Entre a face e a asa do nariz há um sulco alar de cada lado. CONSTITUIÇÃO Possui uma constituição óssea e uma constituição cartilagínea. A parte cartilagínea é formada por: duas cartilagens nasais, cartilagem alar maior e menor (de 2 a 4 cartilagens de cada lado), e cartilagem do septo nasal. O nariz fica inserido na região da abertura piriforme. A cartilagem septal faz a separação da cavidade nasal em dois compartimentos para a entrada de ar. VISTA LATERAL Existem dois ângulos que o nariz forma com a face. O ângulo da parte mais inferior do nariz até o lado superior é chamado de ângulo nasolabial. O ângulo da raiz do nariz até a glabela é chamado de násio. Esses ângulos são extremamente utilizados na cirurgia plástica. Sistema Respiratório Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane MÚSCULOS M. prócero, m. nasal (parte transversa e alar, m. levantador da asa do nariz. CAVIDADE NASAL É tudo aquilo que está para dentro do nariz externo. Está entre a cavidade craniana e a cavidade oral. Se abre para fora pelas narinas e possui uma abertura posterior chamada de coanas – são duas assim como as narinas. A cavidade nasal é mais larga no assoalho e conforme se direciona para cima vai se afunilando. TETO Possui uma parte central (medial), uma anterior e uma posterior. A parte medial é a mais alta, mais elevada – composta pela placa cribriforme do osso etmoide. A parte anterior do teto tem contribuição do osso nasal, da espinha nasal do osso frontal. A parte posterior tem contribuição do seio esfenoidal e parte do osso vômer. Tanto a parte anterior como posterior da cavidade nasal tendem a descrever um trajeto descendente ao passo que a parte média é a mais elevada dessas partes do teto. As cartilagens também contribuem na constituição do teto. PAREDE LATERAL Observa-se uma conformação em formato de conchas – conchas nasais. Conchas nasais: tendem a ser prolongamentos (partes mais protuberantes do osso) que serão como ganchos, possuindo direção para baixo e para trás dentro da cavidade nasal. Existe uma concha nasal superior, uma concha nasal média, uma concha nasal inferior. Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane As conchas nasais superior e média são formadas pelo mesmo osso, o osso etmoide. A concha nasal inferior não é formada por nenhum osso definido do crânio. Pode existir a presença de um processo uncinado na concha nasal média que também deriva do osso etmoide. Meatos: ficam entre as conchas nasais e servem como vias de passagem para o ar dentro da cavidade nasal. Além de servir como uma via para a passagem do ar em direção a faringe, os meatos também vão permitir com que haja uma dispersão do ar ao passar por eles, ocorrendo maior contato com a mucosa da cavidade nasal. Com isso há o aquecimento do ar, que serve para impedir infecções. Meato superior: vai estar entre a concha nasal superior e a média. Meato nasal médio: entre a concha nasal média e a inferior. Meato nasal inferior: entre a concha nasal inferior e o assoalho da cavidade nasal. Recesso esfenoetmoidal: passagem sobre a concha nasal superior. Coanas: aberturas nasais posteriores que comunicam a cavidade nasal com a faringe. Os ossos são revestidos por túnica mucosa, o osso não fica exposto. Quando se quebra as conchas nasais, é possível observar algumas estruturas que permitem que a secreção formada pelos seios paranasais seja enviada para a cavidade nasal. - Atrás da concha nasal média há uma estrutura em formato de bolha, chamada de bolha etmoidal. - Inferiormente À bolha etmoidal há uma depressão chamada de hiato semilunar. ASSOALHO Composto por partes do osso maxilar e do osso palatino. O processo palatino da maxila vai formar o assoalho e a lâmina horizontal do osso palatino. PAREDE MEDIAL A parede medial da cavidade nasal é chamada de septo nasal. O septo nasal é cartilagíneo e ósseo, há a cartilagem septal, osso nasal, placa perpendicular do osso etmoide, osso vômer, região da crista incisiva da maxila e do osso palatino. Desvio do Septo Nasal: Geralmente ocorre por um excesso no crescimento da cartilagem. Pode influenciar na sinusite. Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane ABERTURA POSTERIOR Coanas: são compostas pela contribuição do osso esfenoide, pelo vômer e pela lâmina horizontal do osso palatino. SUBDIVISÕES DA CAVIDADE NASAL Vestíbulo É a região após as narinas, é mais inferior e mais anterior. É por essa região que irá ocorrer a entrada do ar no sistema. Marcada pela presença de pelos e células ciliadas produtoras de muco que atuam no processo de filtração do ar e agem como umidificantes do ar. Limen Nasi: antes da região respiratória. Região Respiratória Onde ocorre a condução do ar pelos meatos. Composta majoritariamente pela concha nasal inferior e média. Tem essa denominação pois a partir dela que quando o ar entra vai transitar ao longo dos meatos sendo a porção respiratória. Observa-se alguns vasos superficiais na mucosa dessa região, desempenhando o papel de aquecer o ar que entra no sistema. Região olfatória Não está restrita somente à parte da concha nasal superior, também se encontra na região do septo nasal. É a parte relacionada à percepção de odores. Na túnica mucosa vê-se uma série de receptores olfatórios que são neurônios bipolares. Os neurônios receptores vão detectar o odor e enviar através do nervo olfatório a informação até o bulbo olfatório. Os nervos olfatórios penetram a lâmina cribriforme e formam o bulbo olfatório para continuar ao longo do trato olfatório e transmitir a informação. VIAS DE PASSAGEM DA CAVIDADE NASAL A narina é uma das principais vias de passagem que vai permitir a entrada do ar. A lâmina cribriforme: onde passa o nervo olfatório. O forame cego (veias nasais). Essas vias permitem a entrada de estruturas na cavidade nasal. Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane SEIOS PARANASAIS Os ossos pneumáticos apresentam seios paranasais. Os seios paranasais são espaços preenchidos por ar que vão permitir com que o crânio fique mais leve. O osso etmoide vai apresentar células etmoidais ao invés de seios. Acima do esfenoide há a fossa hipofisária em que aloja a hipófise. Há aberturas na cavidade nasal por onde os seios paranasais vão drenar o muco para dentro da cavidade nasal. Abertura do seio frontal: chamada de infundíbulo, fica localizada abaixo daconcha nasal média. O infundíbulo vai levar a secreção do seio frontal em direção a cavidade nasal. Abertura das células etmoidais: são divididas em células etmoidais anteriores, médias e posteriores. - As células etmoidais posteriores vão se abrir em um ósteo imediatamente inferior a concha nasal superior. - Na bolha etmoidal existem aberturas para as células etmoidais médias. - As células etmoidais anteriores vão drenar também para o infundíbulo, assim como o seio frontal. Abertura do seio maxilar: se abre imediatamente inferior a bolha etmoidal. Abertura do seio esfenoidal: drena pela abertura que joga o muco no recesso etmoidal, acima da concha nasal superior. Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane Todos esses seios vão drenar o muco produzido em excesso para dentro da cavidade nasal para que a gente possa expulsar ou deglutir. SINUSITE É uma inflamação no epitélio de revestimento dos seios paranasais, com isso há um excesso de muco sendo produzido gerando mais inflamação. Causa dor e pressão nessa região dos seios paranasais. Rinite X Sinusite A rinite é a inflamação da mucosa do nariz enquanto a sinusite é a inflamação da mucosa dos seios paranasais. SANGRAMENTOS NASAIS (EPISTAXE) Pode ser tanto espontâneo quanto por um trauma. Normalmente ocorrem em uma região chamada de área de Kiesselbach, que é onde uma série de artérias da cavidade nasal fazem anastomose e ficam mais suscetíveis. FARINGE A faringe é uma via em comum do sistema digestório e respiratório – há passagem de alimento e de ar. Está posicionada posteriormente à cavidade nasal, à cavidade oral, também à laringe – ela se comunica com essas outras cavidades. A comunicação da cavidade nasal com a faringe é através das coanas. A comunicação da cavidade oral com a faringe se dá através do istimo das fauces. A comunicação da laringe com a faringe é através do ádito da laringe. Nasofaringe: parte da faringe que se comunica com a cavidade nasal. Orofaringe: parte da faringe que se comunica com a cavidade oral. Laringofaringe: parte da faringe que se comunica com a laringe. Transição de faringe para esôfago: mais ou menos ao nível de C6. A faringe possui início superiormente na base do crânio (tubérculo faríngeo). PONTOS DE INSERÇÃO DE MÚSCULOS 1. Região que está inferiormente à rafe pterigomandibular (origem do músculo bucinador) subindo em direção ao tubérculo faríngeo. 2. Imediatamente inferior ao ligamento estilo- hióideo, passando pelo corno menor do osso hióide e indo em direção ao corno maior. 3. Na cartilagem tireóidea da laringe existe uma linha lateral chamada de linha oblíqua. Nessa linha oblíqua, continuando para baixo até chegar na cartilagem cricóidea é um outro ponto de inserção. M. CONSTRITORES Músculos mais relacionados com o sistema digestório por causa da função de constrição. Constritor superior, médio e inferior. M. Constritor superior: vai ter o primeiro ponto de inserção, passando pela rafe pterigomandibular e se direcionando para trás onde ele vai se fechar com o outro lado do constritor formando uma rafe chamada de rafe da faringe. M. Constritor médio: se insere no segundo ponto de inserção, inferiormente ao ligamento estilo- hióideo, passando pelo corno menor e maior do osso hióide, também se direcionando para trás Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane para se encontrar com o outro m. constritor médio na rafe da faringe. M. Constritor inferior: tem origem na linha obliqua da cartilagem tireóidea descendo pela cartilagem cricóidea, também fundindo na rafe da faringe. RAFE DA FARINGE Nesse local de inserção os músculos constritores são dispostos em várias camadas. O m. constritor superior está mais acima e mais profundo. O m. constritor superior é mais superficial. De todos esses músculos partem feixes para formar a rafe e ela irá se fixar no tubérculo faríngeo. M. LONGITUDINAIS São músculos que estão dispostos na posição longitudinal. Todos eles se inserem na faringe, mas possuem origem em outro local. M. ESTILOFARÍNGEO Tem origem no processo estiloide, desce verticalizado e se insere nos músculos constritores da faringe. M. SALPINGOFARÍNGEO Possui origem na tuba auditiva, desce e se insere também na faringe. M. PALATOFARÍNGEO Tem origem no palato mole (na úvula palatina), desce e se insere na faringe. Lara Fernandes – Enf. e Obst. UFRJ – Anatomia – Sist. Respiratório AULA 1 – Prof. Viviane PARTES DA FARINGE (HEMIFACE) Porção rosa: nasofaringe. Porção laranja: orofaringe. Porção azul: laringofaringe. Ósteo faríngeo da tuba auditiva: a tuba auditiva se abre na faringe na região de nasofaringe. Toro tubário: prega que forma uma elevação. Prega salpingofaríngea: vai da tuba auditiva para a faringe. Prega palatofaríngea: vai da úvula palatina em direção à faringe. Na região mais posterior da nasofaringe existe um recesso chamado de recesso faríngeo. No teto há uma região chamada de tonsila faríngea. Quando se observa a parte oral da faringe, que faz comunicação com a cavidade oral a partir do ístimo das fauces, há a tonsila palatina e a formação de um arco chamado de arco palatofaríngeo, formado pela prega palatofaríngea. A parte mais posterior da língua é a tonsila lingual. Associada à laringofaringe há a comunicação da faringe com a laringe pelo ádito da laringe. Nessa região há um recesso entre a tonsila lingual e a epiglote que é a valécula epiglótica. A epiglote, no processo de deglutição, desce e fecha a laringe fazendo com que o alimento siga em direção ao esôfago. Na porção posterior da faringe observa-se algumas relações com outras estruturas como: coanas, palato mole e úvula palatina, recesso faríngeo, epiglote. A epiglote possui algumas depressões chamadas de valéculas epiglóticas e ela irá se unir com a língua através do arco faríngeo por pregas: prega glossoepiglótica lateral e prega glossoepiglótica medial.