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1 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
ENTOMOLOGIA 
Entomologia é o estudo dos insetos. Os insetos possuem grande importância na economia humana devido as perdas que 
ocasionam durante a produção de alimentos. Além disso, poucos insetos são parasitos do homem, porem muitas espécies 
estão envolvidas na transmissão patógenos. 
Filo athropoda 
O filo Arthropoda tem a maior variedade de animais, dentro do reino Animalia. 
− Simetria bilateral 
− Corpo segmentado matamericamente (metâmeros: divisão anatômica de alguns animais) 
− Possuem apêndices articuladas em pelo menos uma fase de seu ciclo de vida. O tipo de apêndice varia de espécie 
para espécie e podem possuir função de locomoção (como patas e asas), alimentação (peças bucais) e percepção 
(antenas e palpos). 
− Exoesqueleto composto de quitina, que confere sustentação física e proteção contra predação e traumas. Devido 
a existência do exoesqueleto os artrópodes têm o desenvolvimento corporal em mudas (ou ecdises). 
− Cabeça: presença dos órgãos sensoriais e apêndices bucais 
Classe Insecta 
− Divisão corpo em cabeça, tórax e abdômen, pelo menos na 
fase adulta. 
− Cabeça: par de antenas, olhos, peças bucais (mastigador, 
lambedor ou picador-sugador) 
− Tórax: subdividido em três partes (protoráx, mesotórax e 
metatórax)e, em cada uma delas, origina-se uum par de 
patas, totalizando, portanto, três pares de pernas. Possuem 
também dois pares de asas (asas podem estar modificadas 
ou ausentes) 
− Excreção por meio do tubo de Malpighi 
− Sexos separados 
ORDEM DÍPTERA 
− Insetos com cabeça, tórax e abdome bem definidos. 
− O mesonoto (ou mesotórax, segundo segmento do tórax) é desenvolvido e 
com um par de asas transparentes. 
o Possuem obrigatoriamente um par de asas funcionais e podem ter o 
segundo par de asas com função de balancins. A mosca tem o par de 
asas vestigiais, que não tem função de voo. Podem servir para ajudar 
no equilíbrio. 
− Aparelho bucal picador-sugador (dípteros hematófagos) ou lambedor 
− São holometábolos (fazem metamorfose completa), sendo que suas larvas 
não possuem pernas 
 
Classe insecta
Hemiptera
Diptera
Siphonaptera
Anoplura
Ordem 
Diptera
Subordem
Nematocera
Subordem
Brachycera
Subordem
Cyclorrhapha
 
2 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
MUSCOMORPHA 
As moscas são insetos dípteros, suas antenas apresentam três segmentos, sendo que o terceiro possui uma estrutura 
cerdiforme. A eclosão do inseto adulto do seu pupário se dá através de uma fenda circular em uma das extremidades do 
pupário. 
Moscas: tempo seco e frio tem poucas moscas, elas preferem ambientes secos e úmidos. 
Ciclo de vida/ Ciclo biológico: 
Holometabólico, ou seja, passa pela metamorfose 
completa, e ocorre todo no ambiente terrestre. Os 
criadouros podem variar de acordo com a espécie, mas 
será sempre em local que haja condições necessárias à 
sua sobrevivência (calor, umidade e matéria orgânica). 
O tempo necessário para o ciclo completo varia de 
acordo com a temperatura e umidade ambiental. No 
verão (30°c), por exemplo, o ciclo se completa em cerca 
de 11 dias, já em dias mais frios (16°c) pode chegar a 45 
dias. 
Em geral, as moscas adultas vivem cerca de 30 dias, possuem atividade diurna. Elas podem voar por até 10.000 metros em 
busca de alimentos. São atraídas por substâncias voláteis percebidas pelas antenas. Quando encontram um criadouro é 
feita a postura de uma massa de ovos de número variável (75 a 150 ovos). Passado um tempo, as larvas eclodem e logo 
passam a se alimentar. 
Existem três estádios larvais, uma vez que as larvas sofrem duas mudas de exoesqueleto. A larva possui formato vermiforme 
e coloração amarela esbranquiçada, na parte anterior está o aparelho bucal e na posterior as placas espiraculares, por onde 
as trocas gasosas ocorrem. 
A pupa necessita de menos umidade que a larva para que se enrijeça o seu casulo. Por isso, ao atingir L3 as larvas abandonam 
o local onde se alimentam e deslocam até um local mais seco. O pupário se forma a partir do tegumento de L3, que sofre 
retração e escurecimento progressivo. 
Após o término da metamorfose, eclode um inseto adulto alado de sexo definido. 
Durante todo ciclo de vida é tudo mosca, por exemplo. Ovo de mosca é mosca. Deve-se falar: mosca em fase adulta, mosca 
em fase larval e etc. 
Durante a fase larvária ela basicamente só se alimenta, faz o acúmulo de nutrientes. 
Filo Artrophoda Classe insecta Ordem Diptera
Subordem 
Cyclorrapha
Infraordem 
muscomurpha 
Familia 
calliphoridae
Familia 
Sarcophagidae
Familia 
Muscidae
Familia 
Oestridae
 
3 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
A mosca atua como vetor na fase adulta, mas é parasita na fase larval. Berne é a larva da mosca. Miíase é uma doença 
causada por moscas. Pupa é a “casquinha” formada a partir do enrijecimento e retração do tegumento da larva madura 
(terceiro estágio) 
Importância ecológica das moscas: 
− Vetor mecânico de patógenos: principalmente pelas espécies mais sinantrópicas (vivem junto ao ser humano). Por 
deambularem muito, exercem uma contaminação cruzada de microrganismos (ovos de vermes e cistos de 
protozoários intestinais, bactérias e vírus). Os protozoários ficam presos à superfície do corpo, ou são depositados 
com a regurgitação alimentar (espécies com aparelho bucal lambedor), ou pelas fezes dos insetos adultos. 
− Hematofagia: moscas com aparelho bucal picador-sugador são hematófagas na vida adulta. Podem atuar 
concomitantemente como vetores de patógenos (são inoculados com a picada). 
− Agentes etiológicos de miíase: algumas espécies na fase larval alimentam-se de tecidos vivos ou necrosados de 
hospedeiros. 
− São polinizadoras 
− Decompositoras de matéria orgânica (atuação da larva) 
− Servem alimento para outros animais, predadoras de larvas e de pupas e besouros (controle biológico). 
− Importunação de seres humanos e outros animais (deambulação) 
 
Família Muscidae 
 
Compreende moscas não picadoras, como a Musca domestica, 
e as moscas picadoras, como as do gênero Stomoxys. 
Os representantes dessa família, são, no geral, de cores escuras 
e foscas, tamanho médio, com corpo glabro ou com cerdas, e 
possuem quatro faixas negras longitudinais no tórax 
 
 
Musca domestica 
Importância parasitológica: veiculação de patógenos (febre tifoide, 
diarreias infantis, carbúnculo, cólera, ascaridiose, coccidioses, 
poliomielite). 
É uma espécie cosmopolita (grande distribuição mundial), possui alta 
sinantropia (capacidade de algumas moscas frequentarem o ambiente 
rural, urbano e silvestre) e endofilia (possui o hábito de frequentar o 
interior de habitações). A densidade populacional depende das 
condições sanitárias do local. 
A M. domestica adulta geralmente varia entre 6 e 9 mm, tem coloração cinza escuro, mas com abdome amarelado e uma 
mancha dorsal longitudinal difusa, no tórax possui as quatro faixas negras longitudinais, característica da família. 
Família
Muscidae
Espécie
Musca domestica
Espécie
Stomoxys clcitrans
Espécie
Haematobia irritans 
Espécie 
Glossina morsitans
 
4 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Aparelho bucal: adaptado para ingerir materiais previamente 
amolecidos pela saliva lançada sobre o substrato, que será 
depois aspirada pela labela. 
− Labela ou Aparelho bucal lambedor ou probócida. 
− Alimentam-se de substancias animais vegetais 
(açúcares): amolecimento (por meio da saliva) e absorção. 
Ela encosta a labela, regurgita saliva (que vai amolecer o 
alimento), encosta a labela novamente e se alimenta daquilo 
que foi amolecido 
A amônia é um atrativo para fêmeas. 
Os ovos são postos em massas (75-100)sobre matéria orgânica fermentável (lixos, fezes e etc). Aproximadamente 800 ovos 
por mosca. Em uma lata de lixo são geradas cerca de 20 mil larvas em 7 dias. 
Adultos voam até 3km/dia. 
Formas de veiculação de patógenos aos humanos e outros animais: 
− mecânica, por meio das patas e cerdas. É a deambulação. Ela transmite patógenos quando para em alguns lugares. 
Pode ter pousado, antes de pousar no alimento em algum lugar como fezes de boi. 
− regurgitação alimentar 
− deposição das fezes. 
Alguns dos patógenos transmitidos são: 
− Helmintos intestinais (ex: Ascaris e Taenia) 
− Protozoários (Giardia e Entamoeba) 
− Vírus (Poliomielite) 
− bactérias (disenterias e cólera) 
Vetor biológico: parte do ciclo de vida do microrganismo acontece dentro do vetor biológico. 
Stomoxys calcitrans 
É uma mosca hematófaga. 
Aparelho bucal picador-sugador: probóscida longa e rígida adaptada 
para a hematofagia. 
A mosca adulta é menor e mais clara que a M. domestica. Tem o abdome 
acinzentado e com manchar arredondadas. 
Essa mosca costuma picar equinos e bovinos, sendo conhecida como 
“mosca dos estábulos”, mas pode picar homens e cães eventualmente. 
Atua como vetora de protozoários, vermes e bactérias em cães e 
equinos. 
Para o homem, a importância parasitológica é a hematofagia. Deve-se controlar a quantidade de moscas, porque se tiver 
mais mosca que animais, por exemplo, elas podem passar a picar o humano. 
Criadouros: colocam ovos em montes de esterco acumulados nos pastos, palha vegetal, restos de ração e grama cortada 
 
5 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Cada mosca suga sangue mais de 30 vezes por dia. Sua picadas é dolorosas e pode gerar grandes feridas, que serão porta 
de entrada para patógenos. 
Pode chegar a ter de 200 a 10 mil moscas por animal (quando se tem 500 moscas por animal tem-se uma perda de 60 mL 
sangue por dia, o que resulta em uma perda de 40kg por ano), gerando prejuízos econômicos de milhões de dólares por 
ano no Brasil. 
Glossina morsitans 
É uma importante espécie hematófaga e vetora na África. 
Causa incomodo pelas picadas e transmite Trypanossoma brucei; agente causador da 
tripanossomíase africana (“doença do sono”). 
Na primeira fase o protozoário atinge os linfonodos. Já na segunda fase, ou fase avançada, ele 
afeta o Sistema Nervoso central, causando meningocefalite, que pode ser fatal. 
Atinge de 30 a 150 mil pessoas anualmente e 20 milhões vivem em área de risco. 
 
Família Syrphidae 
Algumas são agentes causadoras de pseudomiíase em humanos, como Eristalis tenax e Ornidia obesa. 
Os sirfídeos atuam como polinizadores (adultos) e decompositores (larvas). As larvas se criam em materia orgânica em 
decomposição (frutos, lixo, ou lama em chiqueiro). Os adultos se alimentam do néctar e às vezes de suor. 
 
Família Tephrotidae 
São conhecidas como “bichos de goiaba”, uma vez que se alimentam de frutas como a goiaba. Quando ingeridas podem 
causar pseudomiíase. Deve ser feita uma inspeção e seleção dos frutos a serem consumidos. 
 
Família Piophilidae 
São moscas pequenas (<5mm), escuras, que vivem sobre matéria orgânica em decomposição. A espécie Piophila casei, 
conhecida como “mosca dos queijos e carnes”, pode causar pseudomiíase quando ingerida. 
 
Família Calliphoridae 
Possuem várias espécies que são importantes ectoparasitas (agentes causadores de miíases), além de serem 
disseminadores de patógenos. 
 
6 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
As moscas dessa família apresentam, no geral, corpo metálico, variando do verde ao azulado, e possuem aparelho bucal 
lambedor. 
 
Cochliomyia hominivorax 
Está espécie é a principal causadora de miíase obrigatória em seres humanos e animais domésticos no Brasil. É 
popularmente conhecida como “mosca varejeira”. 
Como possuem aparelho bucal lambedor, podem se alimentar de substâncias açucaradas de origem vegetal ou podem ser 
atraídos pelo odor do corpo de hospedeiros com baixo nível de higiene, por excreções, ou por ferimentos contendo tecido 
saudável. 
Como os ambientes supracitados são criadouros apropriados as fêmeas ovipõem ali cerca de 180 a 400 ovos por vez (massas 
de ovos). As larvas eclodem em menos de 24 horas e penetram em aberturas naturais do corpo ou pela ferida (nesse caso, 
sendo uma miíase traumática), onde se alimentam por quatro a oito dias, sofrem duas mudas e alcançam a fase L3, quando 
abandonam a ferida e caem no solo (começa o ciclo biológico em vida livre). 
As larvas dessa espécie são bastante vorazes, acarretando perdas significativas de tecidos, que algumas vezes precisam de 
enxertos. 
Chrysomya 
Espécies: Chrysomya putoria, Crysomya megacephala e Chrysomya albiceps. 
Estas espécies chegaram no brasil por volta de 1975, e são hoje amplamente dispersas e com hábitos sinantrópicos e 
endofílicos. 
A mosca adulta tem cerca de 8mm, cor metálica (variam em tons de verde, amarelo e azul). Possuem duas faixas negras 
transversais no tórax e três no abdome. Possuem labelas e buscam locais com material orgânico em decomposição 
(peixarias, abatedouros, lixões...), para se alimentarem e fazer a postura de ovos. 
Causam miíase facultativa em mamíferos. Alto grau de sinantropia. Alimentam-se principalmente de fezes animais e 
humanas: vetores mecânicas de patógenos intestinais. Aspecto traumático da lesão. 
A Chrysomya spp, apresenta grande importância de disseminação de microrganismos que podem ser patógenos ao ser 
humano, além de serem importantes causadoras de miíase, sendo bastante agressivas ao desbridar o tecido necrosado em 
feridas de difícil cura. 
 
 
7 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Família Sarcophagidae 
As moscas podem atingir grandes tamanhos (de 6 a 16mm). Possuem coloração 
acinzentada, possuem cinco listras negras no tórax (três delas bem evidentes), 
e manchas escuras no abdome, que confere a ela aspecto xadrez. 
No macho sua genitália é bem desenvolvida e pode ser vista a olho nu. Em alguns 
casos apresenta coloração avermelhada. 
A distinção entre as espécies da família, porém, é complexa. 
As fêmeas são larvíparas, ou seja, liberam as larvas diretamente no substrato (matéria orgânica em decomposição), uma a 
uma, totalizando cerca de 50 ao longo de sua vida. 
Quando as larvas são postas sobre o humano em uma ferida contendo tecido necrosado, alimentam-se, causando miíase 
facultativa. 
Atuam no ciclo da matéria uma vez que decompõem cadáveres e vegetais. Suas lavras são muito vorazes, pois necessitam, 
na sua breve fase larval, acumular muitos nutrientes. 
 
Familia Oestridae 
Dermatobia hominis 
É conhecida como “mosca berneira” – causadora de miíase 
obrigatoria. Causa a miíase furuncular, em que a larva penetra 
na pele sem a necessidade de lesão prévia. A miíase furuncular 
é sempre miíase obrigatória 
O inseto adulto é grande (12 a 15 mm). A cabeça possui aspecto 
triangulado, castanha, sendo a face dorsal mais escura que a 
ventral. Os olhos são castanho-avermelhados. Tórax cinza 
amarronzado, asas castanhas e pernas amarelas. O abdome é 
azul escuto metálico, que contrasta com a cor fosca de todo 
resto do corpo. 
Os adultos vivem em ambientes florestais, não sendo vistos em áreas urbanas (coincide com área rural. Quando acontece 
em área urbana é possivelmente devido a foresea – um animal de associa a outro para transporte, a Dermatobia agarra 
outro artrópode e deposita dezenas de ovos na parte traseira desse artrópode). 
Os adultos não se alimentam, são por isso efêmeros (aproximadamente 10 dias de vida adulta), (possuem aparelho bucal 
atrofiado). Este tempo é suficiente apenas para copular e dispersar seus ovos (300 a 400 ovos), para garantir a dispersão da 
prole a fêmea colocaaproximadamente 20 ovos em cada inseto. 
Após a incubação dos ovos, que pode chegar a seis dias, a larva emerge por estímulo do calor que emana do hospedeiro. A 
larva geralmente penetra por um folículo piloso do animal. A larva é a única que se alimenta, por isso ela cresce muito de 
tamanho. 
Há relatos de humanos com lesão cutânea (mais comum), ocular e no couro cabeludo. 
 
8 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
A larva (conhecida como berne) aprofunda na pele, ficando a parte anterior penetrada 
(dois ganchos orais) na derme, e a extremidade posterior voltada para a superfície, 
para realizar as trocas gasosas pelos espiráculos. Na fase L1 a larva tem cerca de 1,5 
mm, mas pode chegar a L3 com 18 a 24 mm (ao final de cerca 40 dias). Em L3 a larva 
abandona a lesão e busca solo para virar pupa. 
 
Patologicamente, a lesão furuncular caracteriza-se como um processo inflamatório 
causado pelas ações patogênicas mecânicas (ação dos ganchos orais e dos espinhos de 
fixação) e salivar exercidas pelas larvas (enzimas digestivas). A lesão possui bordas 
avermelhadas. Sinais e sintomas: prurido intenso, dor, vermelhidão e edema. 
 
Tratamento: retirada mecânica precoce das larvas (passar álcool, cobrir com esparadrapo durante cerca de 5h. espreme 
igual espinha. Como a larva morreu os espinhos dela vão se retrair. Depois da retirada deve passar um antisséptico e fazer 
um curativo). 
Complicações das miíase em geral: destruição de tecidos cutâneos e cavitários. Podem ocorrer intensas inflamações e 
infecções, uma vez que o orifício aberto serve de porta de entrada para larvas de outras moscas e/ou bactérias. 
 
MIÍASE 
“infestação de vertebrados vivos por larvas de moscas que, pelos menos por certo período do ciclo biológico, se alimentam 
de tecidos vivos ou mortos do hospedeiro vivo, de suas substâncias corporais líquidas ou do alimento por ele ingerido.” 
É uma exoparasitose causada por lavras de certas espécies de moscas que precisam se alimentar de tecido vivo (miíase 
obrigatória) ou necrosado (miíase facultativa) sobre hospedeiros vivos. 
 
Começa com moscas pousando no paciente, que se alimenta de secreções, restos alimentares e etc., esta mosca vai 
depositar seus ovos sobre o hospedeiro, que eclodem em cerca de 4h, liberando larvas. As larvas vão se alimentar de 
aberturas naturais do corpo (tecidos como mucosas) ou feridas. 
As miíases podem ser classificadas: 
− Quanto ao tipo de hábito alimentar da mosca: 
o biontófago (miíase obrigatória ou primaria, aquela mosca na fase de larva que 
só se alimentam por tecidos vivos), 
o necrobiontófago (miíase segundara ou facultativa, aquelas moscas que quando 
na fase adulta são atraídas por odores putrefaço). 
− Quando ao aspecto da lesão: 
o miíase traumática (lesão que a pessoa já tinha, a mosca pousa na lesão e põe 
seus ovos que eclodem liberando larvas. É a “bicheira”) 
o Miíase furunculoide (é sempre obrigatória. Vai sempre se instalar em um 
tecido vivo). 
− Quanto a localização das larvas 
o miíase cutânea ou subcutânea 
o cavitária (ex: boca ou nariz), ocular, anal, vaginal e etc. 
 
 
9 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Miíase obrigatória 
É a miíase primária 
As larvas se desenvolvem obrigatoriamente sobre ou dentro de tecidos vivos de vertebrados. 
Espécies causadoras: 
− Cochlioma hominivorax (Familia Calliphoridae) 
− Dermatobia hominis (Familia Oestridae) 
Miíase facultativa 
É a miíase secundária. 
As larvas se desenvolvem em matéria orgânica em decomposição (animais mortos, vegetais, fezes) e possuem vida livre. 
Porém, elas podem atingir tecidos necrosados de hospedeiros vivos (relação de parasitismo) 
Espécies causadoras: 
− Chrysomya spp. (Familia Calliphoridae) 
− Sarcophaga (família Sarcophagidae) 
 
 
Pseudomiíase 
Quando pessoas ingerem acidentalmente larvas (que estão em alimentos improprios para o consumo, como frutos muito 
maduros), podem desenvolver um quadro clinico conhecido como pseudomiíases, e queixam-se de colicas leves ou fortes 
dores abdominais, fezes pastosas não sanguinolentas, febre, nauseas, cefaléia, vômitos, etc. 
Normalmente as larvas causadoras da pseudomiiase não se desenvolvem dentro do TGI e saem nas fezes diarreias antes 
e/ou depois do tratamento medicamentoso. 
Tratamento: feito via oral como fármaco anti-helmintico, como o Mebendazol, que pode ser associados a outro 
medicamento com ação contra artropodes como a Invermectina. 
Os sinais clinicos desaparecem em cerca de dois dias após o tratamento. 
Os casos de pseudomiíase que tem sua etiologia diagnosticada se devem ao encontro das larvas nas fezes, uma vez que os 
sintomas são muito inespecificos sendo impossivel concluir um diagnóstico baseado apenas nas queixas do paciente. 
Famílias: 
− Syrphidae (mosca verde metálica) 
− Momento Tephritidae (“bicho de goiaba”) 
− Piophilidae (“mosca de queijo”) 
Tratamento das miíases traumáticas: 
São as miíases em lesões pré-existentes, porém, podem ser obrigatórias ou facultativas 
O tratamento é baseado na catação das larvas. Podem ser utilizadas substancias que causam 
irritação nas larvas (auxiliam na saída da larva em direção à superfície da lesão) favorecendo a 
coleta com uma pinça. Existem sprays que que matam as larvas e estimulam a cicatrização. Pode 
ser feito também o abafamento da larva (cobrir a lesão para que a larva fique sem oxigênio, o 
que faz com que ela tente ir para a superfície da lesão. Como ela não vai conseguir respirar ela 
morre). É importante sempre aplicar um bacteriostático local e fazer curativos até a completa 
cicatrização para evitar infecções secundarias. 
 
 
 
10 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
ORDEM HEMÍPTERA 
São os popularmente conhecidos por percevejos. 
Família Cimicidae 
Cimex spp. 
Conhecidos popularmente como “percevejos de cama” 
Na fase adulta tem cerca de 5 a 6,5 mm, possuem cor marrom 
avermelhada, pernas curtas e não possuem asas. 
Seu ciclo biológico é paurometábolo, são hematófagos em todas as 
fases evolutivas e se alimentam principalmente à noite (quando as 
pessoas estão dormindo. Se escondem nas frestas das mobílias e dos 
colchões durante o dia. 
Infestações tem acontecido com mais frequência devido ao aumento da 
população e à resistência aos inseticidas. 
Os locais de aglomerados são os mais predisponentes à uma infestação por percevejos de cama, devido às más condições 
de higiene. 
Em laboratório transmitem Trypanosoma cruzi, Borrelia recurrentis e 
Yersinia pestis porém sua capacidade vetorial nunca foi comprovada 
em condições naturais. Portanto a importância médica destes 
percevejos está na espoliação sanguínea, no incomodo das picadas 
e nas infecções secundárias que podem ocorrer. 
As reações às picadas, além do prurido, que é a queixa mais comum 
dos parasitados, a resposta aos antígenos salivares pode ser 
preocupante em algumas pessoas que apresentam 
hipersensibilidade alérgica. 
O controle pode ser feito com: 
− Superaquecimento dos móveis e ambientes por cerca de 2h 
− Uso de aspirador de pó nos moveis e frestas 
− Lavagem das roupas de cama com água muito quente 
− Catação dos percevejos 
− Uso de inseticidas 
 
 
11 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
ORDEM SIPHONAPTERA 
Nesta ordem estão os insetos conhecidos popularmente como pulgas e bichos-de-pé. Estes podem atuar como parasitos 
propriamente ditos, devido à hematofagia, e como vetores e/ou hospedeiros intermediários de patógenos. 
Morfologia dos sifonápteros 
As pulgas são insetos pequenos (1 a 3 mm 
quando adultos) 
Ápteros (sem asas). 
Achatamento lateral do corpo, o que facilita a 
locomoção na pelagem do hospedeiro. 
Aparelho bucal picador-sugador.Terceiro par de pernas adaptadas para o salto. 
Antenas curtas. 
Exoesqueleto que recobre o corpo é bem quitinizado e confere aos insetos a cor castanho escuro. 
Machos: menores que fêmeas, possuem órgão copulador e a extremidade posterior do corpo voltada para cima. 
Fêmeas: possuem espermatéca (reservatório de espermatozoides) e extremidade posterior arredondada. 
 
Ciclo biológico 
Desenvolvimento holometábolo: ovo, larva (L1-L3), pupa e adulto, que dura 
cerca de 30 dias. 
Criadouros: ninhos, trilhas e abrigos dos hospedeiros (onde tenha sombra, 
umidade e matéria orgânica) 
São hematófagas na fase adulta e casa espécie tem seus hospedeiros 
preferenciais (mas não possuem exclusividade parasitária, ou seja, podem 
sugar sangue de outros hospedeiros) 
A fase larval é de vida livre, aparelho bucal mastigador, alimenta-se de detritos orgânicos, fecais ou de restos de fezes secas 
de pulgas adultas. 
A sobrevida das pulgas na fase adulta é muito variável (entre 30 e 500 dias), podendo chegar a mais de um ano, dependendo 
do clima, da espécie, disponibilidade de alimento, ausência de predadores. Dentre as principais espécies: 
− Xenopsylla: aproximadamente 100 dias* 
− Ctenocephalides: aproximadamente 200 dias 
− Pulex: aproximadamente 500 dias. 
 
*X. cheopis vive cerca de 100 dias, mas quando infectada pela bactéria causadorada peste bubônica este período cai para 
cerca de 10 dias. 
 
 
12 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Importância parasitológica das pulgas 
− Como ectoparasitas (agentes infestantes) 
o Ação espoliadora: hematofagia (machos e fêmeas adultas). 
▪ Sugam entre 2 a 3 vezes por dia durante aproximadamente 15 minutos. 
▪ Devido às ações patogênicas que exercem para obter sangue, desencadeiam irritações de pele 
(dermatites) e reações alergias aos antígenos salivares. 
▪ Em animais de pequeno porte com altas infestações em animais pequenos. 
o Tunga: a fêmea penetra o seu corpo na pele, levando ao quadro de tungiase. Podem ser múltiplas e haver 
complicações (como veiculação de bactérias e fungos; gangrenas gasosas ; perda de anexos, como a unha; 
dificuldade na marcha e postura corporal; deformidade dos dedos e necrose tecidual importante) 
 
− Como hospedeiros invertebrados de: 
o Protozoários (Trypanosoma lewisi) 
o Cestódes (Dipyilidium caninum) 
o Nematódes (Dipetalonema reconditum) 
 
− Como vetores (transmissores de patógenos) 
o Yersinia pestis (biológico) – É a bactéria causadora da peste bubônica 
o Clostridium tetani, Clostridium perfrigens (mecânico) 
o Leishmania – pesquisadores levantaram a hipótese de existir outro vetor além do flebótomo, pensaram na 
pulga como vetor. Ainda não esta comprovado. Já fizeram a detecção de DNA de Leishmania em TA NO 
LIVRINHO. 
Controle da população de pulgas 
Coleiras impregnadas com inseticidas. Xampu e sabão inseticida para animais domésticos. Borrifação de inseticida no 
domicílio e Peri domicílio. Catação manual dos insetos. 
Família Pulicidae 
Pulex irritans 
A pulga “do homem ou das casas” 
− Cosmopolita 
− Altamente adaptada às habitações humanas onde pode ser abundante. 
− Fases imaturas (vida livre): junto à poeira do chão. Só se associa ao hospedeiro 
para se alimentar. 
− Antropofílica: prefere o sangue humano, raramente se alimenta em cães ou 
em outros animais 
− As ações das peças bucais e da saliva causam dermatite local 
− Risco eventual: 
Pulicose: ectoparasitose causada pela pulga que é um parasito infestante na fase evolutiva adulta que é hematófaga. As 
ações exercidas pela pulga, como a picada (perfuração da pele) e a inoculação da saliva na pele humana, desencadeiam uma 
dermatite (resposta inflamatória da pele) 
Ctenocephalides sp. 
 
13 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
São pulgas de carnívoros domésticos e silvestres. É a pulga dos cães e gatos: encontradas indistintamente nestes 
hospedeiros. Picam humanos e gambas 
C. canis: mais encontrada onde a temperatura e a umidade são mais elevadas (nordeste). Transmissor de helmintos, pela 
ingestão ou esmagamento da pulga. 
C. felis: predomina em climas subtropicais (sudeste). É a espécie mais prevalente. Prolifera dentro das casas e tambem sobre 
os animais. 
Xenopsylla cheopis 
Parasita de ratos domésticos. 
Possui importância primaria na transmissão da peste bubônica (a 
principal transmissora da Yersinia pestis, bacilo causador da 
peste bubônica) entre roedores domésticos e pode atingir os 
seres humanos. A infecção pela Yersinia pestis reduz a 
longevidade da pulga de aproximadamente 100 para 3 a 11 dias, 
mas aumenta sua capacidade vetorial. A bactéria se multiplica e 
bloqueia o proventrículo, impedindo que todo sangue sugado vá 
para o intestino da pulga. Com isso, a pulga fica desnutrida e pica 
vários hospedeiros em um curto intervalo de tempo, a fim de se 
saciar. Ao pica-los, ela regurgita sangue contaminado com a 
bactéria diretamente no vaso sanguíneo. É, então, levada pelos 
vasos linfáticos aos linfonodos reacionais (principalmente 
inguinais e axilares) que inflamam e formal os bubões. 
É a pulga mais encontrada em ratos domésticos no Brasil, está presente em regiões tropicais e em algumas regiões 
temperadas . 
Família Tungidae 
Tunga penetrans 
 “Pulga da areia”, “pulga do porco”, ou “Bicho de pé” 
É a menor das pulgas, com aproximadamente 1 mm de comprimento. Possui mandíbulas 
longas, largas e serrilhadas. A Tunga precisa dessa adaptação para se alojar dentro da 
pele e nunca ficar sem sangue. 
Machos e fêmeas são hematófagos, porém apenas as fêmeas penetram na pele, depois 
de fecundadas, onde alimentam-se de líquido tissular e sangue até encherem-se de 
ovos. 
Ciclo de vida da tunga: a pulga fêmea penetra quase completamente (2/3 anteriores) na epiderme, deixando apenas a 
extremidade abdominal exposta ao ar, esta parte fica fora da pele para defecar e respirar. Após aproximadamente 7 dias o 
abdome fica repleto de ovos. Entre 100 e 200 ovos são expelidos por vez, chegando a 3000 em aproximadamente 15 dias. 
A fêmea murcha e é expulsa pela reação inflamatória em torno dela. 
Tungiase 
Localização mais frequente: planta dos pés, sob as unhas, nos dedos e entre eles. 
 
14 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Sinais e sintomas: prurido, edema e eritema. 
Complicações da tungiase: dificuldade ou impedimento da locomoção, infecções secundárias (ex: clostridium tetani ou 
clostridium perfringens), perda de anexos da pele ou partes dos dedos 
Tratamento: fazer a antissepsia local, esterilizar a agulha, fazer dilaceracoes e retirar o neosoma intacto. Realizar nova 
antissepsia local e curativo. Antibiótico se necessário. 
 
 
 
 
 
15 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
ORDEM PHTHITAPTERA 
SUBORDEM ANOPLURA 
São os piolhos sugadores de sangue em mamíferos. 
Possuem aparelho bucal picador-sugador. 
Na fase adulta possuem entre 1,5 e 3,5 mm 
Possuem corpo achatado dorsoventralmente. 
São ápteros. 
Suas pernas são fortes com garras tarsal recurvada (pinças), para se agarrar aos pelos do humano. 
Possui cabeça mais estreita que o tórax. 
Possuem alta especificidade quanto ao hospedeiro (em partes restritas do corpo), ou seja, piolho de ser humano parasita 
apenas humanos. 
Ciclo biológico: 
Paurometábolo (metamorfose incompleta). 
Desenvolvimento incompleto: ovo, ninfas (N1-N3) e adulto. 
A fêmea, ao ovipor, cola cada ovo no pelo do hospedeiro. As lêndeas 
possuem cor branco-amarelada e tem cerca de 1mm. 
O ciclo leva cerca de 25 dias para se completar. Longevidade do adulto 
é de aproximadamente um mês. 
Todo desenvolvimento do piolho ocorre sobre o corpo do hospedeiro. 
São hematófagos obrigatórios, tanto os machos quandoas fêmeas. 
Desde ninfa até adulto. E fazem, geralmente, 2 repastos 
(alimentações) por dia. 
Família Pediculidae 
Pediculus capitis 
É popularmente conhecido como “Piolho da cabeça”. 
Possui o corpo mais longo do que largo, e os três pares de pata com o mesmo comprimento e 
largura. 
Tem cerca de 3 mm (a fêmea é maior que o macho) 
Habita o couro cabeludo do humano, preso aos fios de cabelo. 
A lêndea é colada bem próxima ao couro cabeludo para que receba o 
calor corporal, essencial para a formação da ninfa e sua eclosão. 
 
16 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Lêndeas a distância superior a 0,7cm da raiz do cabelo estão mortas ou eclodidas. 
É um inseto cosmopolita. Tem uma grande distribuição mundial, uma vez que o habitat dele é o mesmo no mundo inteiro. 
Pediculose do corpo cabeludo: 
− A faixa etária mais infestada é na infância: de 1 a 5 anos, e aos 8 anos. 
− Período com maiores índice de infestação: agosto (durante as férias as crianças interagem com os vizinhos, com os 
amigos, que podem estudar em outra escola que, por exemplo, poderia estar com uma infestação de piolho. 
Portanto, na volta as aulas, as crianças podem ter pegado piolho do amido e passar para os colegas da escola, 
gerando nova infestação) 
− Maiores infestações no sexo feminino, com a cor da pele clara e com comprimento do cabelo variado (não foi 
encontrada preferência por comprimento do fio). 
− A transmissão é por contato direto (O piolho literalmente precisa andar de um cabelo ao outro, ele não voa) e por 
compartilhamento de objetos pessoais. 
− Em BH a prevalência é de 5 a 10% 
− A preferência é por fios mais espessos e implantação mais densa (aqueles cabelos que são mais cheios. Pessoas 
que tem mais cabelo) 
“É mais comum de surgir em crianças, sobretudo as do sexo feminino e de cabelos longos. O principal sintoma é a coceira, 
que de tão intensa, pode provocar pequenos ferimentos na cabeça, atrás das orelhas e nuca. Ainda é possível visualizar o 
parasita e seus ovos (lêndeas) no couro cabeludo do paciente acometido. Na pediculose do couro cabeludo é comum o 
aparecimento de ínguas atrás das orelhas e nuca” (SBD). 
 
Pediculus humanus 
“Piolho do corpo” ou“Muquirana” 
É bastante semelhante ao P. capitis, porém pode atingir 3,5 mm. 
Este inseto suga o sangue da pele do corpo humano, se abriga nas vestes, 
mantendo-se preso às fibras das roupas por meio de suas pinças. Pode 
também ser visto infestando roupas de cama. 
Quando vai realizar hematofagia se aproxima da pele para picar e retorna 
às roupas para colar os ovos as fibras. 
Infestam principalmente adultos e idosos com baixa higiene (corporal e do vestuário). 
Há maior prevalência em regiões de clima frio e temperado (menos trocas de roupas), e na população adulta, na faixa 
marginalizada da sociedade (prostitutas e mendigos), refugiados e prisioneiros. A principal forma de transmissão deste 
piolho é o compartilhamento de roupas. 
Causa a pediculose do corpo. 
“Na pediculose do corpo são encontradas escoriações, pápulas (“bolinhas”), pequenas manchas hemorrágicas e 
pigmentação, principalmente no tronco, na região glútea e abdome” (SBD). 
Sinais flogísticos: tumor (edema), rubor (hiperemia), dor, calor. 
 
 
 
17 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
 
Família Pthiridae 
Phthirus pubis 
São popularmente conhecidos como “Piolho do púbis” ou “Chato”. É uma 
espécie cosmopolita 
É a menor espécie que parasitam o ser humano. Cerda de 1,5 mm. 
Seu corpo é um pouco mais longo que largo e o primeiro par de patas é 
menor e mais delgado que os outros. Os primeiros segmentos abdominais 
apresentam-se fundidos, aproximando os espiráculos respiratórios. Tórax e 
abdome fundidos em peça única, mais larga ao nível do tórax. 
A principal forma de transmissão é o contato sexual, desta forma, a faixa 
etária mais infestada é a adulta. Pode afetar crianças, causando infestações 
em cílios e sobrancelhas. 
Mais frequente na região do púbis e períneo, mas pode ocorrer nos pelos 
axilares, barba, cílios e sobrancelhas. 
Ftiríase ou pediculose do púbis: Na pediculose pubiana há prurido e são 
encontradas manchas violáceas, escoriações e crostas hemorrágicas na 
região. Pode ocorrer também infecção secundária em qualquer região. 
Blefarite, conjuntivite, crostas, descamação palpebral 
 
IMPORTÂNCIA PARASITOLÓGICA DOS PIOLHOS 
1 – Ectoparasitos hematófagos: 
São agentes de pediculoses e ftiríase 
− Os sinais e sintomas das pediculoses se devem à injeção de saliva durante a hematofagia. Produzem muito 
incomodo por ação das moléculas salivares que, juntamente com a ação perfurante da probóscida, causam uma 
resposta inflamatória na pele, ou seja, uma dermatite, caracterizada pelo halo eritematoso e um prurido 
considerável, tanto maior quanto por a carga parasitária. Dermatite: a saliva induz pequenas lesões com pápulas e 
intenso prurido 
− Pediculose do corpo: os aspectos patogênicos da pediculose do corpo são semelhantes aos relatados para a 
pediculose do couro cabeludo, porém os sinais da patologia diferem, pois é relatado o desenvolvimento de um 
Tratamento pediculoses: 
Sociedade Brasileira de Dermatologia 
1. Roupas e utensílios pessoais de pano usados nas últimas 48 horas devem ser lavados com água em 
temperatura acima de 50° e/ou secados em máquinas de secar roupas nas mais altas configurações 
de calor 
2. Pediculicidas tópicos constituem o método mais efetivo, sendo a permetrina a mais usada 
3. Pentear o cabelo molhado com pente fino 
4. Medicação oral (ivermectina) 
 
 
 
18 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
quadro de melanodermia. Este sinal é caracterizado uma área de pigmentação azul acinzentada na pele, 
provavelmente devido a uma reação entre componentes da saliva do inseto e o sangue do hospedeiro, ou à 
conversão da bilirrubina em biliverdina. 
Complicações a partir da pediculose: 
− O ato de coçar (prurido) provoca escoriações que pode se infectar (infecções estafilococicas secundárias, impetigo) 
− Alopecia, que é a perda de pelos em indivíduos com alta carga parasitaria 
− Normalmente a perda de sangue não é capaz de provocar anemia, mas em um quadro de alta carga parasitária 
(centenas de insetos) pode contribuir para o agravo de quadros de subnutrição pré-existentes. Pode provocar 
anemia, caso a infestação esteja associada a dieta deficiente, na infância e más condições sociais. 
2 – Veiculação de patógenos 
P. Humanus 
− Tifo exantemático (Rickettsia prowazeki): a bactéria está viável nas fezes do inseto por aproximadamente 60 dias. 
Ocorre principalmente em regiões de altas altitudes da África, América Central e Sul, e nas regiões frias e altas da 
Ásia. 
o Febre com calafrios, cefaleia, dores pelo corpo e prostração; grangrena das extremidades; edema; 
insuficiência renal. A doença dura de 2 a 3 semanas, com letalidade entre 10 a 40% dos casos. Existem 
casos assintomáticos. 
− Febre recorrente (Borrelia recurrentis): acontece na Étiopia, Sudão, com focos na América Central e do Sul. 
TRATAMENTO DAS INFESTAÇÕES E CONTROLE 
Pediculose do corpo: alvo são as vestes e as roupas de cama 
− Mergulhar as roupas infestadas da família em água fria com formol ou Lysoform por 3 horas. Repetir a cada 3 dias 
por 2 semanas. 
− Aquecer roupas infestadas por 1h a 70° para matar os P. humanus. Pode passar a ferro também. 
− Inseticidas: Malathion, Lindane, BHC, DDT. 
− Sabonete a base de benzila. 
Pediculose do couro cabeludo: 
Métodos naturais de controle 
− Catação manual 
− Pentear frequentemente com pente-fino (injúria às lêndeas) 
− Raspagem da cabeça 
− Solução salina (exosmose das lêndeas) 
− Secador de cabelos (dessecação das lêndeas) 
Controle químico: consideraçõesquanto ao uso de medicamentos inseticidas para o tratamento (formulação, dose, idade, 
lesões). Loções ou xampus a base de inseticidas. 
− Monossulfiram (sabonete); compostos sulforados (Tetmosol); piretroides sintéticos (loção). Mais utilizados 
atualmente (deltametrina – deltacid), bioaletrina (vapio). 
− Repetir o tratamento contra ninfas recém eclodidas por 2x com intervalo de aproximadamente 7 dias 
− Invermectina tópico 0,5% ou sistêmico 
− Alcool benzílico 5% 
− Ácido acético e água 1:1 – remoção da cementante das lêndeas + pente fino. 
 
 
19 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Classe Arachnida 
 
 
 
 
ORDEM ACARI 
De forma geral os pertencentes a esta ordem têm importância como agentes infestantes e/ou por atuarem como vetores 
de patógenos. Seus representantes são conhecidos popularmente como carrapatos. 
Morfologia geral dos ácaros 
Possuem corpo achatado dorsoventralmente e todo fundido. 
É feita uma divisão traçando-se linhas imaginárias pelo corpo dos ácaros, formando-se: 
− Gnatossoma (ou capítulo ou falsa cabeça): parte anterior do corpo onde estão as estruturas de fixação e 
alimentação. 
− Idiossoma: parte posterior. São os pares de patas e as aberturas anal e genital. 
Subordem Sarcoptiformes 
Sarcoptes scabiei 
É o agente etiológico da sarna ou escabiose. Doença inflamatória da pele, contagiosa, que 
afeta os seres humanos e outros animais. 
Tem o corpo globoso e medem aproximadamente 0,4 x 0,3 mm. 
As pata estão dispostas aos pares: dois anteriores (mais desenvolvidos) e posteriores 
(menores). 
No ciclo biológico os adultos perfuram túneis na epiderme, sob a camada córnea, onde 
vivem e fazem exsudar linfa, seu principal alimento. Após a cópula as femeas põem os ovos 
dos quais eclodem larvas, ninfas hexápodas, que evoluem para ninfas octópodes e depois 
para a fase adulta. 
A transmissão é por contato direto, mas pode ser feita por fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz de 
absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos, de germes a parasitas, de um indivíduo a outro). 
A doença e seu diagnóstico: 
A perfuração da epiderme e a liberação de metabólitos pelo ácaro desencadeiam resposta 
inflamatória que podem acometer várias áreas do corpo. 
Áreas principalmente afetadas: mãos, axilas, região escapular, epigastro, flancos 
posteriores, cotovelos, região pubiana e nadegas, joelhos e planta dos pés. 
Sinais e sintomas: descamação eritematosa, crostas, prurido que leva a escoriações. 
Classe 
Archnida
Ordem
Acari
Ordem
Scorpiones
Ordem 
Araneida
 
20 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
Escoriações são sempre porta de entrada para infecções secundárias. 
Diagnóstico: início na anamnese, complementado pelo exame clínico 
(aspecto das lesões). Confirmação por exame laboratorial do raspado da 
pele ou da fita gomada aplicada sobre as lesões (observa-se a morfologia 
do ácaro) 
 
 
Subordem Ixodides 
Família Ixodidae 
Ectoparasitos hematófagos 
Transmitem vários patógenos (protozoários, bactérias (espiroquetas e riquétsias) vírus e filarias. 
A morfologia se assemelha à descrita para os ácaros em geral. Porém, nos ixodides, os quatro pares de patas se originam 
da parte anterior do gnatossoma. 
Ciclo biológico 
Os carrapatos se mantem fixado à pele do hospedeiro por meio de uma substancia cementante. 
As fêmeas: quando alimentadas e cheias de ovos saem da pele do hospedeiro e procuram abrigo próximo ao solo, onde 
realizam a ovoposição de milhares de ovos. Morrem logo após a ovoposição. 
Possuem as fazes de ovo, ninfa hexápoda (larva), ninfa octópode e adultos. 
Transmissão de patógenos 
Depois de fixados a pele secretam substancias bioativas com ações anti-hemostáticas, anti-nflamatórias e 
imunossupressoras, que garantem a fluidez do sangue e a inibição de prurido e dor (provocam a reação de defesa do 
hospedeiro). 
A resposta às ações patogênicas podem ser imediatas ou demorar horas. 
O quadro clinico resultante é caracterizado pelo eritema, vesículas e prurido. 
Controle de carrapatos 
Manejo da vegetação e aplicação de acaricidas. Utilização de repelentes. Manejo do animal com aplicação de carrapaticidas. 
 
Amblyomma cajannense 
É o carrapato mais comum no Brasil. É o 
carrapato dos cavalos, porém tem pouca 
especificidade parasitária. 
São relativamente grandes. Placa quitinizada 
em cima do corpo (dorsalmente), para 
 
21 PARASITOLOGIA – JÚLIA GALUPPO 
proteção do carrapato. Nos machos é um escudo longo (cobre quase todo corpo), nas 
fêmeas é um escudo curto (foto abaixo). 
Possuem grande resistência ao jejum (longos tempos sem se alimentar) 
Importante na transmissão de Rickettsia rickettsii (febre maculosa) e de Borrelia sp 
(doença de Lyme). A transmissão da Rickettsia rickettsii se da no momento da 
liberação da saliva contaminada. Febre maculosa: pode ser assintomática e até fatal. 
Doença febril que pode ser tratada com antibiótico. 
Ciclo biológico: 
O ciclo do Amblyomma é trioxeno, ou seja, exige três hospedeiros para se completar. 
As mudas acontecem no solo.

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