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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - R9 LICENCIATURA EM PEDAGOGIA LINGUAGENS E COMUNICAÇÃO DOCENTE TRABALHO: LIVRO SENSORIAL RIO DE JANEIRO-RJ 2019 TEMA: LIVRO SENSORIAL 1) Resumo: Livro Sensorial ou Quiet Book é um livrinho criado para crianças, feito de feltro ou EVA, com atividades para desenvolver a coordenação motora fina, estimular os sentidos e a psicomotricidade. Ele é assim chamado porque através de diversas sensações, as crianças descobrem as cores, formas, letras, texturas e muito mais. Navegando pelos sentidos, o livro sensorial acelera o desenvolvimento do raciocínio lógico, orientação, tamanho, profundidade, na coordenação motora, na memória, na atenção e na concentração; ajuda também a noção de igualdade, inclusão e socialização. Além de educar brincando, ele atrai cada vez mais porque simula atividades do dia a dia das crianças de forma lúdica e divertida. 2) Público Alvo: Crianças do ensino infantil (0 a 5 anos); Crianças com alguma deficiência sensória (cegueira ou baixa visão); Crianças com multidefiências (...apresentam acentuadas limitações no domínio cognitivo, associadas a limitações no domínio motor e/ou no domínio sensorial (visão ou audição), e que podem ainda necessitar de cuidados de saúde específicos. Estas limitações impedem a interacção natural com o ambiente, colocando em grave risco o acesso ao desenvolvimento e à aprendizagem”). 3) Metodologia: E o que são os sentidos??? Os órgãos dos sentidos são grandes responsáveis pelas diferentes sensações que experimentamos. Graças a eles podemos: enxergar, ouvir, sentir o gosto e o cheiro das coisas, tocar e sentir objetos. Essas sensações se dão graças aos: olhos (visão), ouvidos (audição), boca e língua (paladar), nariz (olfato), mãos e pele (tato). Pelos sentidos podemos perceber se um ambiente está agradável ou não, se possui sons irritantes ou tranquilizantes, se o cheiro é gostoso ou não. Além disso, sentimos o gosto dos alimentos, podendo achá-los bons ou ruins; sentimos coisas quentes e frias; achamos os lugares bonitos ou feios. É por meio das sensações que percebemos o ambiente que nos cerca. Elas nos permitem formar ideias, imagens e compreender o mundo. Uma das formas de interação da criança com o conhecimento é o toque. Com as mãos, ela sente a textura, a forma e o tamanho do objeto. Montessori (1870-1952) afirmava que todo o conhecimento inicia pelas mãos e que, com o uso do sentido do tato, a criança interpreta o mundo no qual está inserida: “A criança ama tocar os objetos para depois poder reconhecê-los” (FERRARI, 2008). Os cinco sentidos (audição, tato, paladar, olfato e visão) servem como porta de entrada para o conhecimento e quando estes são estimulados, o processo de aprendizagem pode ser facilitado e há abertura para utilização de novos recursos para o ensino. O próprio corpo passa a ser uma ferramenta primordial para a aquisição conhecimento pela criança (GOLDSCHMIDT, MACHADO, STAEVIE, MACHADO, FLORES, 2008). Aliado às sensações, o uso de atividades lúdicas estimula o gosto das crianças pela aprendizagem. Os jogos e as atividades práticas podem ser encarados como simples brincadeiras pelas crianças; mas, no ensino, possuem uma proporção muito maior: levam a uma percepção cognitiva, transformando o concreto em abstrato. As crianças assimilam a cultura do meio em que vivem por meio de jogos e brincadeiras. Durante todo o tempo de desenvolvimento infantil, o lúdico está presente. A partir de uma atividade lúdica, além de sentir prazer e ter diversão, a criança desenvolve habilidades motoras e intelectuais. (GOLDSCHMIDT, MACHADO, STAEVIE, MACHADO, FLORES, 2008, p.02). Uma insuficiência de estimulações sensoriais na infância pode ocasionar nas crianças dificuldade em detectar, regular, interpretar e dar respostas adequadas às informações sensoriais recebidas do ambiente, fatores que poderão causar prejuízo no desempenho nas atividades de vida diárias da criança como brincar, aprender, cuidar-se, contribuindo para sua exclusão no contexto social (COELHO; IEMMA; LOPES-HERRERA, 2008). Como se vê, as brincadeiras e atividades sensoriais desenvolvidas na sala de aula tornam-se um importante instrumento para o aprendizado da criança. Portanto, salienta-se a importância de os professores da educação infantil terem conhecimento acerca da importância destas atividades na educação infantil, tendo em vista que a estimulação sensorial e a atividade motora durante a infância moldam as interconexões neuronais para formar processos sensoriais e motores que permaneçam relativamente estáveis ao longo da vida. Contudo, percebe-se na realidade a falta de conhecimento destas atividades, bem como sua importância para o desenvolvimento saudável da criança. Estímulos sensoriais na sala de aula poderiam evitar e/ou minimizar diversos distúrbios, dentre eles o de aprendizagem. A partir do descrito acima, surgiu a idéia não só da utilização como da confecção de um livro sensorial como estratégia para aula, também como forma de adaptação para crianças com deficiências. Seguem alguns trechos de autores que falam a respeito do tema. O livro sensorial funciona como mediador capaz de estimular o letramento e desenvolvimento da narrativa infantil, além de através do seu suporte contribuir com a apreensão de conceitos e o estímulo das relações sociais (MARQUES; GONÇALVES, 2006). Esse tipo de livro trabalha com a verbalidade e as sensações, a partir de diferentes códigos, com destaque para o imagético. Nele, tanto as imagens, textura e escrita, em tinta, permitem que a criança tenha maior autonomia e torne-se sujeito na hora de recriar a narrativa. Além disso, os diferentes tipos de materiais ajudam não só a atribuição de novos sentidos e assimilação de conceitos, mas também permitem o desenvolvimento de habilidades psicomotoras, ampliando a percepção de mundo da criança (MARQUES; GONÇALVES, 2006). Há basicamente dois públicos-alvo desse tipo de material: as crianças na fase de letramento e pessoas com baixa visão ou cegueira. No primeiro caso consideram-se as crianças de faixa etária de 0 a 5 anos, sendo que nos primeiros meses são mais comuns os livros feitos de tecidos e plásticos, voltados à fase oral, e depois vão se incorporando recursos táteis de diferentes texturas, sons e até cheiros (COELHO, 2005). No caso de crianças, que ainda estão sendo alfabetizadas, tanto videntes como com problemas visuais, sugere-se a confecção de livros conceito, ou seja, com materiais em alto relevo que trabalhem noções da realidade da criança, tais como noções de direção, tamanho, preenchimento e texturas. Para confeccionar um livro conceito, sugere-se a utilização dos seguintes materiais: folhas em papel cartão (por serem mais resistente que a sulfite A4); objetos concretos em miniatura (peças de jogos, material de sucata, plástico, etc.); papéis de diversas texturas (polionda, lixa, camurça, cortiça, etc.); materiais de diferentes texturas (fitas, barbantes, cordões, emborrachado, espuma, EVA, madeira, sintético, veludo, plástico, couro, feltro). A escrita do livro pode ser feita em tinta, tendo a fonte ampliada para crianças de baixa visão e em braile para crianças cegas (SIDNEY, 2010). Segundo Nuernbeerg (2010) a principal função das ilustrações nos livros infantis é de auxiliar a compreensão e envolvimento infantil com a narrativa. As adaptações táteis inseridas no livro têm o papel de representar personagens e elementos da realidade externa à criança, corroborando a construção de histórias. Contudo, a representação simbólica é também um desafio. Enquanto uma criança vidente tem a facilidadede apreensão por conta de grande parte de nossas representações culturais serem visuais e bidimensionais, uma criança cega ou com baixa visão precisa abstrair tal experiência, tendo que trabalhar outros sentidos para poder explorar o mundo de forma tridimensional. Dessa forma, ao se pensar nos livros sensoriais é importante antes de tudo se ter claro o tipo de público, considerando questões como a faixa etária, e correspondente nível de desenvolvimento e aprendizagem; se é uma criança vidente ou se tem algum tipo de deficiência visual, etc. Além disso, por mais recursos e elementos que o livro possa oferecer, deve-se ter em mente que como qualquer livro tem a limitação de seu suporte. É claro que juntamente com as sensações táteis podem ser acrescentados elementos sonoros e até olfativos, que estimulem outros níveis de percepção. Porém, mesmo com a inserção de tais estímulos, principalmente no caso de crianças com baixa visão, há a limitação do livro, que acaba trazendo elementos mais bidimensionais, enquanto grande parte da experiência concreta da criança é tridimensional (NUERNBERG, 2010). 4) Material Utilizado: O livro foi confeccionado em EVA vermelho, azul, branco, verde escuro, verde claro, amarelo. Foi usado também cola quente, feltro, velcro, fitas coloridas, mini pregador, barbante, tesouras, moldes, canetinha, régua. 5) Referências Bibliográficas: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/orgaos-dos-sentidos.htm http://revistas.udesc.br/index.php/colbeduca/article/download/10575/7353 https://pt.slideshare.net/jlsluciano/19557-livro-sensorial https://editorarealize.com.br/revistas/cintedi/trabalhos/TRABALHO_EV060_MD1_SA 5_ID56_21102016203050.pdf 6) Identificação do Grupo: Cristiane de Vasconcellos Regufe dos Santos - Matrícula: 201908404884 Maria Clara Victor - Matrícula: 201908362367 Thamiris Quissak Lopes - Matrícula: 201908362431 Thamiriz Souza de Azevedo Cruz - Matrícula: 201902496311 Vyvian Cardozo da Silva - Matrícula: 2019908362413