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FISIOLOGIA
1
Fisiologia dos Sistemas
Introdução
Um sistema é mais do que o que convencionamos chamar de “aparelho”:
Aparelho circulatório – circulação do sangue. Mas a circulação do sangue 
envolve muitas outras coisas. A função circulação não envolve só o aparelho 
circulatório, depende do coração para bombear o sangue, dos pulmões que 
oxigenam o sangue, do sistema endócrino que produz secreções que são 
transportadas pelo sangue, etc.
Sendo assim, um sistema é composto pelo aparelho mais os outros órgãos 
e elementos que atuam neste sistema.
Sistemas – funções: circulação; respiração; digestão; reprodução; excreção.
A fisiologia pode ser dividida em antes e depois de Claude Bernard. Antes 
era “estudada” por filósofos, com teorias até meio absurdas a respeito da 
fisiologia. Claude Bernard fez experimentos com o fígado e provou que era ele que 
produzia o glicogênio, através da glicose (polimerização). Essa foi uma grande 
descoberta para a época. Claude Bernard foi um grande pensador. Ele elaborou 
uma teoria fisiológica:
Analisando a vida dos animais marinhos observou-se que as células destes 
animais faziam trocas com o meio marinho. Sabendo-se que a vida começou nos 
mares por um processo evolutivo, através de experiências podemos reproduzir o 
aparecimento de organismos celulares. Colocando-se em meio líquido elementos 
essenciais para o surgimento dessas células (ex: aminoácidos) e induzindo com 
faíscas elétricas a interação desses elementos, as células surgem. Após anos e 
anos, esses organismos passaram para a terra. Observando isso, Claude analisou 
que esses organismos não mais eram capazes de fazer trocas com o ambiente 
líquido de onde vieram. Então eles só conquistaram a terra porque foram capazes 
de trazer consigo, internamente (dentro do organismo), este líquido, que é o 
líquido extra-celular. Verifica-se que no LEC possuímos (como no ambiente 
marinho), o cloreto de sódio e uma série de outros elementos que também 
encontramos no ambiente marinho. Estudando isso, Claude chamou esse líquido 
de extra-celular e o sangue de meio interno. Verificou-se que entre o LEC e o 
sangue existe um mecanismo de trocas. Se essas trocas não existissem, essas 
células consumiriam rapidamente o LEC e lançariam suas excreções metabólicas 
e o LEC seria alterado ao ponto de não mais produzir um meio adequado a vida 
dessas células. Por isso é que esse LEC é constantemente renovado através das 
trocas entre ele e o sangue. Com isso cria-se uma estabilidade, uma constância 
desse meio interno. O pH do LEC é mantido sempre em torno de 7.2, não 
podendo tender a ácido nem a básico. A osmolaridade (pOsm = 290 Osm/K) 
também precisa ser mantida. O LEC recebe O2, glicose, aminoácidos, etc. do 
sangue e enviam CO2, ácido lático, etc. para o sangue, de onde serão 
encaminhados para excreção ou transformados. Com essas descobertas, Claude 
desenvolveu a Teoria da Constância do Meio Interno. Na época isso foi uma teoria 
filosófica, pois não havia meios de se provar isso experimentalmente. No começo 
do século 20 (1900), Cannon, influenciado pela teoria de Claude Bernard, criou um 
termo novo, que usamos até hoje: em latin Homeostasis = Homeostase (ou 
homeostasia). Chamou de homeostase o equilíbrio funcional dos sistemas do 
organismo. Sendo assim, as funções dos sistemas devem estar funcionando 
relacionadas umas com as outras. Caso contrário, o organismo tende para a 
patologia.
O conjunto de mecanismos que regula a manutenção dos níveis de glicose 
no organismo é chamado de homeostase glicêmica, o conjunto de mecanismos 
que regula a manutenção dos níveis de cálcio é chamado de homeostase do 
cálcio, etc. Sendo assim, a fisiologia é uma ciência que estuda os mecanismos 
homeostáticos de um organismo sadio. Existe uma série de mecanismos que 
mantém esse equilíbrio no organismo. Através disso podemos medir essas 
dosagens (de cálcio, glicose, etc.) e verificar alterações na homeostase, por 
exemplo: quando a pressão sanguínea sobe, o organismo detecta a alteração e 
ativa mecanismos para corrigir essa pressão (dilatação dos vasos, diminuição dos 
batimentos cardíacos).
Sistema de integração
O primeiro sistema que promove a integração dos sistemas é o Sistema 
Nervoso (SN), o segundo é o Sistema Endócrino (SE). Há grandes diferenças 
entre eles. A primeira integração do SN é a integração neural, que é feita por meio 
do impulso nervoso. A integração feita pelo SE, que é a integração endócrina, é 
feita pelos hormônios e é completamente diferente. Tanto o hormônio quanto o 
impulso nervoso são mensageiros biológicos, ou seja, elementos que surgem ou 
são produzidos ou liberados e atingem outras estruturas do organismo (chamadas 
de alvos) e provocam uma resposta. O impulso nervoso é um potencial elétrico, 
que se propaga pelas células (axônio). O hormônio é uma substância química, que 
se propaga pelo sangue (diluído). A velocidade de propagação do impulso nervoso 
pode ser infinitamente mais rápida (120 m/s) do que a propagação endócrina, pois 
a velocidade de propagação do hormônio é muito lenta (40 cm/s). Cada tipo de 
integração é mais eficiente para casos específicos: respostas rápidas do 
organismo precisam ser estimuladas por impulso nervoso, ou seja, dependem de 
uma integração neural; glândulas e músculos lisos, que precisam de estímulos 
constantes, são estimulados por hormônios, que mantém sua concentração local, 
estimulando a estrutura com constância, fazendo com que ela mantenha sua 
atividade por um tempo mais longo, ou seja, dependem de um estímulo endócrino.
Com o passar do tempo, descobriu-se que o sistema de integração nervoso 
e o endócrino estão ligados e não separados como se acreditava anteriormente. 
Descobriu-se que o hipotálamo produz hormônios hipotalâmicos que influenciam a 
hipófise, que era tida como a regente de todos os hormônios. Ela então é 
subordinada ao hipotálamo, que sofre influência do frio, stress, luminosidade, etc., 
fazendo com que ele produza hormônios que irão estimular a hipófise a produzir 
outros hormônios (ACTN, TSH, FS, LH).
Outra descoberta foi feita através da observação de estímulos esternos: a 
sucção do filhote na teta provoca um estímulo nervoso que provoca a ejeção do 
leite; a insinuação do feto provoca a estimulação do útero (contração da parede 
uterina); a cópula provoca a estimulação da genitália (auxiliando os 
espermatozóides). O estímulo é encaminhado ao hipotálamo. Nos Núcleos 
Supraóticos e Paraventriculares, são liberadas a ocitocina e a vasopressina 
(HAD). A ocitocina é encaminhada até a hipófise posterior. No hipotálamo esse 
impulso chega até neurônios secretores que secretam a ocitocina e a HAD. Da 
hipófise posterior ela cai na corrente circulatória, aumentando as contrações da 
parede uterina, a ejeção do leite, a motilidade da genitália, etc.
Com exceção dos hormônios tireoideanos, que são inespecíficos, os 
hormônios possuem uma especificidade (atuam em determinadas estruturas). 
Esse mecanismo misto é chamado de Reflexo Neuro-Endócrino.
Fisiologia do SN
Sistema Nervoso:
• Central – Integração neural – centros nervosos;
• Periférico – somático – funções somáticas;
• Vegetativo – autônomo – funções viscerais.
As funções somáticas são as que possuem interação com o meio ambiente 
(exterior).
OBS: Vida de Relação é quando o animal interage com o meio ambiente 
recebendo estímulos e reagindo a eles.
Sistema Nervoso Periférico: (voluntários ou não) Nervos Periféricos – Cranianos 
e Raquidianos
Sistema Nervoso Vegetativo: (involuntários) Nervos Vegetativos ou Autônomos 
(simpáticos e parassimpáticos)
Parassimpáticos– craniais e sacrais.
Simpáticos – se originam na região tóraco lombar.
Nenhum neurônio periférico ou vegetativo é capaz de produzir uma 
integração neural. É preciso estar ligado a neurônios do SNC, dos centros 
nervosos (que processam as informações).
Neuro eixo: é o eixo nervoso, que está contido no SNC (encéfalo e medula 
espinhal).
Neurônio Aferente ou Sensitivo (receptor): recebe o estímulo.
Neurônio Eferente ou Motor (efetor): envia a resposta.
O caminho entre o estímulo e sua resposta cria um arco reflexo elementar. O arco 
reflexo elementar é composto por:
• Receptor: químico, de luz, de dor, etc. – onde atuam os estímulos;
• Via Aferente: que leva o estímulo;
• Centro Nervoso: encéfalo e medula – onde ocorre a integração, pois é onde 
estão as sinápses;
• Via Eferente: leva a resposta ao estímulo;
• Efetor: estrutura que executa a resposta – fibras musculares, células 
secretoras, etc.
Eccles – Estudioso das células nervosas, mediu o tempo de duração de uma 
sinápse (da passagem do estímulo) = 0,5 ms (milisegundo).
Tempo Reflexo – Como o tempo de transmissão do impulso pelo axônio é 
desprezível, o tempo importante para medição é o das sinápses. Tempo reflexo é 
o tempo que se leva entre a recepção do impulso e a resposta do organismo a ele. 
Com isso pode-se calcular o número de sinápses que existem nesta transmissão.
Se houver uma lesão na raiz dorsal do nervo, não haverá recepção do 
impulso, da sensibilidade ao estímulo. Se houver uma lesão na raiz ventral, não 
haverá resposta ao estímulo. Se houver uma lesão no nervo, não haverá nem 
recepção nem resposta. Se houver uma lesão na medula, mas mantiver as 
ligações, o organismo produzirá respostas mas sem consciência delas, pois 
esses estímulos não chegarão ao cérebro.
Reflexos – Tipos:
• Reflexo de Flexão – se caracteriza pela flexão do músculo. Ex.: 
espetar o pé – flexiona; assoprar o olho – piscar. É chamado também de 
Nociceptivo (de defesa) ou de retirada.
• Reflexo de distensão ou miotático – é o contrário, faz uma 
distensão do músculo. É um reflexo antigravitário, atua mantendo o 
tônus muscular.
No reflexo de flexão, os receptores se localizam a distância dos efetores. 
Geralmente o efetor é um músculo e o receptor está na pele e é polissináptico. No 
reflexo de distensão, os receptores e os efetores estão localizados numa estrutura 
do músculo, chamada de fuso muscular, que é uma estrutura especializada na 
estiração do músculo. Geralmente é monossináptico.
Experiência – Animal Espinhal
Pegou-se um gato e isolou seu encéfalo. Ao estimular a pata do animal, 
provocou-se o reflexo de flexão. Mas verificou-se que na outra pata ocorreu uma 
distensão. Com isso provou-se que estes efeitos tem uma continuidade, ou seja, 
há um propósito fisiológico nestes reflexos. Esses movimentos correspondiam ao 
andamento do animal. Outro experimento feito com gato com isolamento cerebral, 
foi feito passando uma corrente elétrica pelo dorso do animal, e ele respondia 
fazendo um movimento, como para se coçar.
Esses são reflexos chamados incondicionados (automáticos). Não precisam 
de conhecimento prévio para serem executados. Já nascem com o animal e 
ocorrem até mesmo na vida intra uterina.
Reflexos Condicionados
Pavlov
Pegou um cão e observou que (fazendo uma fístula na glândula salivar) ao 
dar o alimento ao cão, ele produzia uma quantidade de saliva. Ao dar o alimento, 
soava uma campainha, para que o animal associasse o som ao alimento. Com o 
tempo, ao soar a campainha (que era o estímulo condicionado) o animal salivava, 
mesmo sem o alimento ser dado.
Com essa experiência, ele concluiu que o animal criava novas vias de 
reflexos, que ele chamou de reflexos condicionados. Esses reflexos, se não 
continuarem sendo estimulados, eles deixam de aparecer, são extintos. Já os 
reflexos incondicionados não desaparecem nunca, a não ser por lesão. Os 
reflexos condicionados fazem parte do aprendizado do animal.
Sistema Nervoso Vegetativo
As vísceras funcionam sozinhas, mas a inervação influencia em sua 
atividade (aumentando ou diminuindo). O SNV é constituído por duas divisões das 
vias eferentes: Parassimpático e Simpático; e cada divisão tem uma saída do 
SNC:
O parassimpático tem uma emergência Crânio-sacral, ou seja, emerge da 
região cranial e da região sacral do SNC. As vias que saem dos nervos III (óculo 
motor), VII (facial), IX (glosso faríngeo) – formam o terceiro par craniano - e X 
(vago) compõem a região cranial. O nervo vago é o mais importante, pois, apesar 
de ser um nervo de origem craniana, ele avança por toda a cavidade torácica, 
fornecendo inervação as vísceras. Na região sacral quem fornece a inervação 
parassimpática é o nervo pélvico. Inerva a parte final do intestino grosso, órgão 
sexuais, etc.
O simpático tem uma emergência tóraco-lombar. Como o parassimpático, é 
constituído apenas por vias eferentes. Inerva inclusive algumas estruturas da 
cabeça e essa inervação também é oriunda dos nervos torácicos.
Gânglio é onde encontramos sinápses fora do SNC. A maior parte dos 
gânglios simpáticos se localiza próximo a medula espinhal. Encontramos 
conexões entre gânglios vizinhos. As fibras se dividem em pré ganglionares (antes 
do gânglio) e pós ganglionares (depois do gânglio). As fibras pós ganglionares são 
altamente ramificadas. Essa característica (conexões e ramificações) faz com que 
o sistema simpático tenha uma ação mais difusa, mais ampla.
No parassimpático as sinápses ganglionares (gânglios) se localizam 
próximo ao órgão efetor e as vezes até mesmo dentro dele (ex.: no intestino). 
Suas fibras pós ganglionares são curtas. Essa característica faz com que a 
resposta parassimpática seja mais localizada.
Os dois sistemas (simpático e parassimpático) normalmente atuam em 
oposição. O que um estimula o outro deprime. Ex.: coração – o simpático estimula 
e o parassimpático deprime.
Receptores
A liberação dos neurotransmissores, nas sinápses, se dá por exocitose. 
Quando o estímulo elétrico chega ao botão terminal, há penetração de íons cálcio, 
que provoca a liberação por exocitose dos neurotransmissores. O 
neurotransmissor se liga a proteína do canal, provocando uma mudança em sua 
conformação, que o abre. Cada neurotransmissor irá interagir com um tipo de 
receptor. No caso do parassimpático, os receptores da membrana pós ganglionar 
e da pré ganglionar, são colinérgicos, interagem com a acetilcolina. Os receptores 
simpáticos pré ganglionares também são colinérgicos, já os pós ganglionares são 
adrenérgicos, liberam, preferencialmente, noradrenalina (NHA – neuro hormônio 
adrenérgico), também chamada de noraepinefrina.
Um mesmo órgão pode ter receptores dos dois tipos. Uma mesma molécula 
pode interagir com tipos diferentes de receptores. A nicotina interage com 
receptores colinérgicos, imitando a acetilcolina. Um cogumelo venenoso possui 
uma substância chamada muscarina, que também age como a acetilcolina, se 
ligando a receptores colinérgicos. Isso ocorre porque a superfície de “encaixe” 
destas substâncias se encaixa com a dos receptores colinérgicos. Por esse 
motivo, nomeou-se os dois tipos de receptores colinérgicos de Receptores 
Nicotínicos e Receptores Muscarínicos. Existem dois tipos de receptores 
nicotínicos: nicotínico neural (Nn) – gânglios; e nicotínico muscular (Nm) – placa 
motora. Os muscarínicos são 3: M1, M2 e M3.
Os receptores adrenérgicos possuem dois tipos: α e β (com subtipos α 1 
e α 2, e β 1, β 2 e β 3). A adrenalina interage com todos os tipos de receptores 
adrenérgicos, mas a noradrenalina apenas com os tipos α e com um subtipoβ .
Colinérgicos
Ao ser liberada, a acetilcolina sofre a ação da enzima acetilcolinesterase 
(hidrólise) que desfaz a ligação éster da substância, liberando colina e ácido 
acético. A colina é reabsorvida pela célula nervosa, pelo transporte ativo (a 
colina não é lipossolúvel, é polarizada, não passa pela naturalmente pela 
membrana, sendo necessário um transporte ativo). Dentro da célula, a colina 
se fusiona com o radical acetil (com a ação catalisadora da enzima 
colinoacetiltransferase), formando novamente a acetilcolina:
CoA (coenzima A) → fornece acetil (radical acetila)
Colino + acetil → (colinoacetiltransferase - CAT) → acetilcolina (Ach)
Dentro da célula, a Ach precisa ser transportada para dentro da vesícula. O 
transporte da Ach para dentro da vesícula também se dá por transporte ativo.
Adrenérgicos
O aminoácido precursor da adrenalina é a Tirosina (hidroxifenilalanina). A 
tirosina pode entrar na célula nervosa por difusão ou por transporte ativo. Dentro 
da célula ela recebe uma segunda hidroxila, através da tirosina hidroxilase, e se 
transforma em dopa (dihidroxifenilalanina). Em seguida sofre a ação da 
dopadescarboxilase, perdendo a carboxila, e se transformando em dopamina. A 
dopamina penetra no grânulo por transporte ativo. Nos terminais adrenérgicos, a 
dopamina sofre a ação da dopaminaβ hidroxilase e se transforma em 
noradrenalina (dentro do grânulo) – o carbono β perde um hidrogênio e o substitui 
por uma hidroxila.
Na medula da glândula adrenal, a noradrenalina se transforma em 
adrenalina (processo de metilação), que possui ação muito mais ampla, e é 
liberada na corrente sangüínea.
A noradrenalina não é capaz de promover dilatação dos vasos sangüíneos 
no músculo, mas a adrenalina é. A adrenalina é capaz de aumentar a força do 
indivíduo, pois aumenta a irrigação sangüínea muscular e seu metabolismo.
OBS: Nas terminações colinérgicas, o que armazena o neurotransmissor é a 
vesícula. Nas terminações adrenérgicas, é o grânulo.
A noradrenalina é recaptada pela célula por transporte ativo. Como a 
produção de noradrenalina é lenta, se não houver a recaptação da mesma, os 
estoques dela podem acabar, nos grânulos.
OBS: A cocaína inibe o transporte de recaptação da noradrenalina. Com o 
acúmulo de noradrenalina, há o efeito de alucinação. Por isso que com o uso 
contínuo de cocaína, o estado de euforia que se consegue no início do uso passa 
com o tempo, fazendo com que o usuário use cada vez mais quantidade da droga 
e não consiga atingir o mesmo efeito. Ou seja, o estoque dela nos grânulos 
diminui ou acaba e sem seu acumulo não há o efeito alucinógeno.
Sistema Nervoso Vegetativo
Respostas dos efetores viscerais aos impulsos
Existem proteínas ligadas a membrana das células que, ao se ligarem a 
certas substâncias, mudam de conformação e as transportam para dentro da 
célula. São chamadas de proteínas biológicas ou proteínas carreadoras. As 
proteínas transmembranas abrem e fecham canais e as carreadoras 
transportam, ou não, substâncias para dentro da célula. Ambas mudam de 
conformação em contato com certas substâncias. Algumas enzimas também 
podem ser ativadas por estas substâncias. Estas proteínas e enzimas são os 
chamados Receptores.
Quando um receptor interage com uma substância e essa substância é 
capaz de provocar um efeito, uma resposta, essa substância é chamada de 
agonista. Quando a substância que se liga ao receptor não é capaz de provocar 
uma resposta, é chamada de antagonista. O antagonista funciona como um 
bloqueador, impedindo que o agonista se ligue ao receptor.
Ex.: agonista → acetilcolina, nicotina; antagonista → hexametônio, atropina.
Experiência:
Coloca-se uma parte de um intestino em um recipiente com líquido 
fisiológico e acrescenta nicotina. O intestino contrai. Coloca-se acetilcolina, o 
intestino contrai. Coloca-se hexametônio e, em seguida, nicotina e nada acontece. 
Coloca-se hexametônio e em seguida acetilcolina e ele contrai. Coloca-se 
muscarina e ele contrai. Coloca-se atropina e muscarina e não contrai. Coloca-se 
atropina e nicotina e não contrai.
Conclui-se que o hexametônio é um antagonista para receptores nicotínicos 
(pré ganglionares) e a atropina é um antagonista para receptores muscarínicos 
(pós ganglionares). A acetilcolina age nos dois receptores, portanto quando é 
colocada no líquido fisiológico da experiência, apenas com o hexametônio, ela 
consegue agir, pois atua direto no receptor pós ganglionar. Já com a atropina não, 
pois ela bloqueia os receptores muscarínicos. Ou seja, se bloquear o receptor 
nicotínico, não há passagem de informação para o receptor pós ganglionar, 
consequentemente não há contração, a não ser que a acetilcolina aja diretamente 
nele (no receptor muscarínico). Se bloquear o receptor muscarínico também não 
há contração.
Do terceiro par cranial saem vias para a influência colinérgica 
(parassimpática) nos olhos, provocando miose (fechamento da pupila), ajustando 
para enxergar melhor o que está próximo ou o que está na claridade. A influência 
adrenérgica (simpática) faz o contrário, dilata a pupila (midríase), melhorando a 
visão a distância ou no escuro. Regulam o foco do cristalino.
As glândulas lacrimais só recebem inervação colinérgica. Todas as 
glândulas exócrinas são estimuladas por influência colinérgica. A influência 
colinérgica nas glândulas salivares estimula a produção de secreção salivar e a 
influência adrenérgica estimula a liberação da secreção (contração das células 
dos ductos de secreção).
Nervo Vago: no coração a influência colinérgica é de natureza inibitória e a 
influência adrenérgica é de natureza excitatória. O receptor colinérgico do coração 
é do tipo M2 e o adrenérgico é do tipo β 1. Na traquéia existem glândulas 
mucosas que são estimuladas pelo parassimpático.
A medula adrenal é estimulada por uma fibra pré ganglionar colinérgica, 
que estimula a produzir NHA.
A adrenalina liberada pela adrenal é a responsável pela resposta rápida do 
organismo ao impulso de fugir ou lutar (stress), e não a liberação de 
noradrenalina. A liberação da adrenalina é na corrente sangüínea (ação geral) e a 
da noradrenalina é local (regula a pressão).
A adrenalina liberada pela adrenal provoca brônquio dilatação. Nos 
brônquios a influência parassimpática provoca brônquio constrição e secreção 
mucosa. O simpático provoca brônquio dilatação, mas dependente da descarga 
adrenal.
No trato gastrointestinal a influência colinérgica estimula a motilidade e 
relaxa os esfíncteres. A influência adrenérgica inibe, mas não é uma influência 
importante, neste caso.
Os vasos sangüíneos possuem uma musculatura lisa que pode contrair e 
relaxar. A influência simpática provoca vasoconstrição, atuando nos receptores 
α 1, e vasodilatação atuando nos receptores β 2. Nos vasos da musculatura 
esquelética ocorre a vasodilatação (possuem receptores β 2) e nos viscerais, pele 
e mucosas, a vasoconstrição (possuem receptores α 1). O parassimpático causa 
pouca influência nos vasos sangüíneos.
No trato urinário, o parassimpático provoca contração da musculatura 
(músculo detrussor) e relaxamento do esfíncter, provocando a micção. O 
simpático relaxa o músculo detrussor e contrai o esfíncter.
No útero, o parassimpático provoca contração e o simpático provoca 
relaxamento, quando atua nos receptores β 2, e contração α 1. Fora do período 
de gravidez, há um aumento do número de receptores β 2. Durante a gravidez há 
um aumento do número de receptores α 1.
O baço é responsável pelo armazenamento e destruição de hemácias 
velhas. Possuiuma cápsula, que se contrai com a ação do simpático. Ao contrair, 
libera hemácias na corrente sangüínea, aumentando a oxigenação do sangue. 
Essa contração é o que causa a dor que sente no baço ao se fazer excesso de 
exercícios.
Glicogenólise
O glicogênio é um polímero, uma reunião de moléculas de glicose. 
Glicogenólise é a separação de parte das moléculas do glicogênio.
Os carboidratos ingeridos na alimentação são transformados em glicose e 
armazenados em forma de glicogênio. Quando o organismo precisa de glicose, 
retransforma o glicogênio em glicose, através da glicogenólise. Esse processo é 
provocado pela ação da adrenalina. A glicogenólise muscular produz ácido lático e 
a hepática produz a glicose.
Em ocasiões de stress, há um aumento temporário de glicose no sangue. 
Por esse motivo não se deve coletar sangue de um animal que tenha acabado de 
passar por uma situação estressante, pois dará um falso diagnóstico. Pode acusar 
um falso resultado de diabetes em um animal sadio.
Sistema Nervoso Central e Periférico
Sensibilidade Somática (percepção consciente de um estímulo)
(No sistema autônomo não há essa percepção)
Os receptores estão em todas as regiões do corpo. Os ligados a 
sensibilidade somática estão na pele, tendões, articulações e músculos. Se 
dividem em:
• Receptores de Sensibilidade Cutânea: são específicos. Se 
localizam na pele – corpúsculos de Meissner, discos de Merkel, 
corpúsculos de Pacini, receptores dos folículos pilosos, discos táteis, 
terminações de Ruffini. 
• Receptores de Sensibilidade Proprioceptiva ou Profunda: são os 
localizados em músculos, tendões, articulações.
Os receptores são transdutores biológicos, quando são estimulados 
(influenciados por algum tipo de energia) produzem fenômenos elétricos (impulso 
nervoso). Fibras diferentes conduzem os dois tipos de sensibilidade:
Cordões Posteriores: Feixe Grácil e Feixe Cuneiforme – são os que 
conduzem a sensibilidade profunda. Estiramento de tendões, músculos, 
movimento (deformação) das articulações, geram os impulsos que caminham por 
estes feixes até o córtex cerebral, dando a sensibilidade proprioceptiva.
Feixes Espinotalâmicos: Cordões Antero Laterais Laterais e Ventrais (são 
pares e ocorrem dos dois lados) – conduzem a informação de sensibilidade 
superficial, da medula espinhal até os núcleos do tálamo. Os cordões antero 
laterais laterais levam informação de dor e temperatura. Os cordões antero laterais 
ventrais conduzem a informação de tato e pressão. Existem dois núcleos no 
tálamo: Núcleo de Projeção Inespecífica – seus impulsos seguem difusamente 
para todo o córtex, mantendo a atividade basal do córtex. É o que mantém o 
animal acordado. Quando estes impulsos diminuem, o animal entra em sono. 
Núcleo de Projeção Específica – seus impulsos seguem para a área de 
sensibilidade, que é uma região específica do córtex.
Lobo Parietal: É a área sensitiva ou sensorial. É dividido ao meio pelo 
sulco central. A porção rostral possui um giro (giro pré central) e a porção caudal 
possui outro giro (giro pós central). O giro pós central é onde se projetam os feixes 
de sensibilidade somática. O pré central é onde se projetam os feixes de 
sensibilidade motora.
OBS: Quanto maior o estímulo, maior a despolarização e maior o potencial 
receptor, gerando um número maior de impulsos nervosos.
O impulso é aplicado → o receptor produz o potencial receptor → gera os impulsos 
nervosos (potencial de ação) no neurônio aferente → os impulsos chegam ao 
SNC.
Esse conjunto de acontecimentos gera o código da informação sensitiva.. 
Código da Informação Sensitiva: É a diferença, o intervalo e a freqüência dos 
potenciais de ação. Graças a ele é que temos a capacidade de diferenciar o tipo e 
a intensidade dos impulsos sentidos.
Vias ascendentes ⇒ vão da substância branca da medula espinhal até o 
encéfalo.
Vias descendentes ⇒ vem do encéfalo para a medula.
Mapeamento Cortical Sensitivo
Para realizar esse mapeamento, os fisiologistas ligavam eletrodos no 
encéfalo do animal – ou humanos – e, ao estimular regiões da pele do animal, se 
verificava onde ocorria a chegada do impulso no encéfalo.
Com isso, verificou-se uma maior concentração de receptores no pés, mãos 
e dedos, bochechas e lábios. Esses receptores projetam as informações no córtex 
de forma invertida, ou seja, os receptores dos pés estão acima e os das mãos 
abaixo, o lado esquerdo no direito e o direito no esquerdo.
OBS: Homúnculo Sensitivo: é a figura histológica que se desenha no córtex 
sensitivo, a partir dos receptores de cada região que chegam ao córtex. Pés e 
mãos enormes (pela maior quantidade de receptores) e o tronco pequeno.
Receptores Polimodais (nocicepção – dor)
Podem ser sensibilizados pela pressão, calor, frio, estímulos químicos, 
traumatismos, etc. Os neurônios aferentes que saem destes receptores são 
diferentes: há os que transmitem a informação de forma rápida (neurônios Aδ - 
delta) e produzem uma resposta imediata, e há os que são mais lentos (neurônios 
C), que transmitem a informação de forma mais lenta e contínua. Por exemplo: ao 
queimar a mão, imediatamente você sente queimar e a tira do fogo (neurônio Aδ ), 
mas a queimadura continua doendo (neurônio C).
Ao chegar a medula, a transmissão dos impulsos da dor passam por uma 
sinápse, localizada numa substância gelatinosa (Substância Gelatinosa de 
Rolando) que fica no corno dorsal do H medular. Nesta substância gelatinosa, 
encontram-se neurônios inibitórios, que irão controlar a passagem destes 
impulsos. Por isso esse mecanismo da substância gelatinosa é chamado de Gate 
Control. Com esse controle, os impulsos de dor não chegam desordenadamente 
ao cérebro, ou seja, não “passam direto”.
OBS: Opioides: são substâncias que aliviam a dor. São produzidas pelo 
organismo e liberadas quando o animal sofre algum tipo de dor. Ex.: endorfinas, 
encefalinas. Atuam na substância gelatinosa.
Motricidade Somática
Os movimentos podem ser voluntários ou involuntários. O motor neurônio 
leva informação para os movimentos voluntários, equilibrados, associados, que 
mantêm o tônus muscular e a referência postural.
Há uma convergência de impulsos nervosos no motor neurônio α . Os 
movimentos voluntários estão relacionados com um sistema de feixes, chamados 
de Feixes Piramidais, ou Córtico Espinhais, ou Córtico Medulares, que são as Vias 
Piramidais.
Os feixes piramidais se originam no córtex cerebral.
No giro pré central, ocorre o mesmo que no giro pós central, os impulsos 
chegam “de cabeça para baixo”, ou seja, pés acima do tronco, mãos e depois a 
face. Nesta região se encontram as células piramidais. São neurônios que 
possuem seu corpo em forma de pirâmide. Possuem longos dendritos que fazem 
sinápse com outros neurônios (interneurônios excitatórios) que receberam 
impulsos de neurônios sensitivos. Esses interneurônios estão ligados a feixes 
ascendentes e descendentes. Fazem a excitação das células piramidais. Esses 
feixes se dividem em:
• Feixe Piramidal Cruzado – Córtico medular lateral. 90% das fibras.
• Feixe Piramidal Direto – Córtico medular medial. 10% das fibras.
O cruzamento do feixe piramidal cruzado ocorre na decussação das 
pirâmides (no Bulbo), formando as pirâmides bulbares.
Os movimentos involuntários estão relacionados com as Vias Extra 
Piramidais. As vias extrapiramidais possuem 4 feixes:
• Feixe Rubro Espinhal – se origina no núcleo vermelho;
• Feixe Vestíbulo Espinhal – origem no labirinto (núcleo vestibular);
• Feixe Retículo Espinhal – origem na substância reticular do tronco 
cerebral;
• Feixe Teto Espinhal– se origina nos colículos do mesencéfalo.
O feixe rubro espinhal está ligado aos movimentos associados (no humano 
– mímica que se relaciona com o que está sendo falado).
Dentro do ouvido temos o labirinto. No labirinto temos os canais 
semicirculares, com o utrículo e o sáculo. Através do sáculo, o labirinto se liga ao 
núcleo vestibular pelo nervo acústico (auditivo – VIII), que se divide em ramo 
coclear (traz os impulsos da audição) e ramo vestibular (traz os impulsos 
relacionados a função de equilíbrio do animal). Os canais semicirculares são 
sensíveis a aceleração angular (circular). No utrículo e no sáculo temos receptores 
sensíveis a aceleração linear (reta). Ambos recebem impulsos equilibratórios. 
Através do feixe vestíbulo espinhal, esses impulsos chegam até o motor neurônio.
O feixe retículo espinhal é o que faz o controle do Tônus Muscular. 
Pesquisadores, em uma experiência com gatos, seccionavam o SNC entre os 
colículos. O que ocorria é que os membros ficavam rijos, a cabeça ficava jogada 
para traz e a cauda para cima. Isso foi chamado de Rigidez de Descerebração.
Reflexo Miotático: no próprio músculo temos uma estrutura chamada fuso 
muscular, que produz o reflexo miotático (que ajusta o tônus muscular). Quando o 
músculo sofre uma distensão. O fuso é regulado por um motor neurônio gama. Ao 
remover a área inibitória, com a secção entre os colículos, predomina a área 
excitatória e os fusos miomusculares provocam o reflexo miotático, causando a 
rigidez de descerebração.
O feixe teto espinhal é o responsável pela integração visual com o 
movimento.
OBS: Circuitos Inibidores Córtico Estriados: compostos por núcleo caudado, 
putamem, tálamo, hipotálamo, globus pallidus, núcleo subtalâmico, etc. Controlam 
os movimentos.
Cerebelo
Coordena, ajusta e uniformiza os movimentos. É fundamental para a 
coordenação dos movimentos.
Ataxia Locomotora: é uma perturbação da marcha produzida por uma lesão do 
cerebelo. O homem anda como se estivesse bêbado.
Há um mecanismo de Feedback entre o córtex cerebral e o cerebelo.
Fisiologia do Sistema Nervoso II
Animal Espinhal (descerebrado)
A medula também funciona como centro de integração neural. Existem 
reflexos que ocorrem no animal a nível de medula espinhal, sem intervenção 
encefálica. Ex.: reflexo de coçar (pulga elétrica), defecação, micção e ereção (que 
são estimulados pelo parassimpático).
Os animais menos evoluídos possuem uma maior dependência da medula 
espinhal. A medida que vão evoluindo, essas funções, que eram reflexos 
medulares, vão sendo transferidas para o encéfalo, até que a medula passe a ser 
apenas um centro de integração neural.
O encéfalo se subdivide em:
• Bulbo Raquidiano – Centros: Respiratório (neurônios inspiratórios e 
expiratórios); Regulador Cardiovascular; Emético ou Do Vômer 
(digestivo); etc.
• Ponte – É uma protuberância. Há uma grande relação entre a ponte 
e o bulbo, pois a ponte também possui centros reguladores iguais ao do 
bulbo.
• Mesencéfalo – Cerebelo. Coordena (ajusta, uniformiza) os 
movimentos. Existem feixes que ligam o cerebelo a medula.
O bulbo, a ponte e o mesencéfalo formam o Tronco Encefálico, ou Tronco 
Cerebral. As vias de passagem dos feixes ascendentes e descendentes formam 
os Pedúnculos Cerebelares.
A substância reticular do tronco cerebral é formada por muitos neurônios, 
que fazem sinápses nesta região. É responsável por controlar o reflexo miotático e 
manter o tônus muscular.
Os impulsos que saem da substância reticular se dirigem para o córtex 
cerebral (se projetam nele), sendo responsáveis por sua ativação. Por esse 
motivo, essa projeção é chamada de Substância Reticular Ativadora. Dependendo 
da atividade dessa ativação, temos os períodos de vigília e sono.
Quando a entrada de impulsos aferentes na substância reticular do tronco 
cerebral começa a ser bloqueada no tronco cerebral (pela serotonina, por 
exemplo), esses impulsos não são retransmitidos ao córtex, diminuindo a ativação 
do mesmo, induzindo ao sono. Ou seja, a vigília e o sono são regulados por 
neurotransmissores excitatórios e inibitórios.
Hemisférios
No hipotálamo é integrada a função da termorregulação. Temos centros 
relacionados a fome, ingestão de alimentos e água. Temos o controle da secreção 
da adeno-hipófise. Centros reguladores dos hormônios supra óticos (ocitocina e 
vasopressina).
Os centros termorreguladores se localizam no hipotálamo. O hipotálamo se 
desenvolve filogenéticamente – se torna mais evoluído de filo a filo. Possui uma 
porção anterior e outra posterior.
A anterior é a responsável pela defesa contra o calor. Os mecanismos que 
utiliza para aumentar a perda de calor são a vasodilatação cutânea e a sudorese. 
No cão ocorre a polipnéia térmica (transpiração pela boca), pois não possuem 
uma sudorese desenvolvida. Para diminuir a produção de calor, os mecanismos 
são a anorexia (perda do apetite) e a diminuição da atividade motora.
A porção posterior é a que faz a defesa contra o frio. Os mecanismo usados 
para diminuir a perda de calor são a vasoconstrição da pele e a piloereção. Para 
aumentar a produção de calor, os mecanismos são a hiperfagia (aumento da 
ingestão de alimentos) e tremores musculares.
OBS: Existem substâncias, chamadas pirogênios, que são capazes de influenciar 
o hipotálamo, causando elevação da temperatura – febre, hipertermia.
O sistema límbico está relacionado ao hipotálamo. É responsável pela 
conduta instintiva. São os instintos básicos, como alimentação, defesa, 
reprodução, etc. É um comportamento que pouco tem a ver com a racionalização 
e com a vontade do animal. Se isolar o córtex cerebral, o animal passa a agir só 
com a conduta instintiva. O animal tem midríase, fica em estado pseudoafetivo, 
agressivo (falsa ira) sem motivo.
Lesões no sistema límbico (núcleos amigdalóides – região chamada de 
amígdala) causa alterações, perturbações alimentares e reprodutivas (animais de 
mesmo sexo tentam copular). Não há uma influência maior do córtex cerebral no 
sistema límbico. Ele funciona praticamente de forma independente.
O Hipocampo é muito importante no mecanismo de aprendizado e 
memória. O stress aumenta a liberação de cortizol (vem da glândula adrenal), que 
induz a diminuição da memória no hipocampo. Lesões no hipocampo e no córtex 
bloqueiam o reflexo condicionado, que está relacionado ao aprendizado do animal. 
Os reflexos condicionados são conquistados durante a vida do animal, inclusive a 
intra uterina. Diferente dos reflexos incondicionados, que são hereditários, passam 
de pai para filho. Alterações nos núcleos basais do hipocampo causam 
perturbações na motricidade (Ex.: mal de Parkinson). São controladores do 
movimento. O vírus da raiva se localiza no hipocampo.
O Córtex Cerebral se divide em regiões, os lobos. Existem áreas no córtex 
que não fazem parte dos lobos, são as chamadas áreas de associação, entre os 
lobos. Ex.: Ao ver um objeto, os impulsos chegam ao lobo occipital. Ao ver esse 
objeto, realizo um movimento, que parte do lobo parietal. Então existe 
comunicação entre os lobos. Essa comunicação ocorre nessas áreas de 
associação.
O lobo frontal é um lobo associativo, onde ocorrem associações funcionais. 
É ligado a inteligência e a agressividade do animal. Através de uma cirurgia 
chamada de lobectomia frontal, isolando o lobo frontal, se deixa a pessoa 
abobalhada e sem agressividade.
O lobo temporal está ligado a audição e a fonação (vocalização).
O rinencéfalo é onde são projetados os impulsos olfativos.
Lesão Lado da Lesão Efeito Lado do Efeito
Nervo Periférico E A e P E
Raiz DorsalD A (anestesia) D
Raiz Ventral E P (paralisia) E
Cordões A.L.L. D A (temperatura e 
dor)
E
Cordões A.L.V. E A (pressão e tato) D
Cordões Posteriores E A (propriocepção) E
Núcleos Grácil e 
Cuneiforme
D A (propriocepção) D
Tálamo D A (sensibilidade e 
propriocepção)
E
Córtex Cerebral
(lobo parietal – giro 
pós central)
D A (sensibilidade e 
propriocepção)
E
Córtex Cerebral E P D
(lobo parietal – giro 
pré central)
Sistema Cardiovascular
Circulação do sangue
Coração e vasos sangüíneos: artérias, capilares e veias.
Existem dois tipos de circulação: a circulação pulmonar ou pequena 
circulação – entre coração e pulmão; e a circulação sistêmica ou grande 
circulação – entre coração e organismo.
Na circulação pulmonar ocorre a troca gasosa. O sangue (que veio do 
corpo) chega aos pulmões, vindo do ventrículo direito, carregado de CO2. 
Chegando aos alvéolos, os capilares estão com alta pressão de CO2 e baixa de 
O2, o contrário do que ocorre nos alvéolos. Desta forma ocorre a troca gasosa: o 
CO2 passa dos capilares para alvéolos e o O2 passa dos alvéolos para os 
capilares. O sangue, agora rico em O2, segue para o átrio esquerdo, com alta 
pressão de O2 e baixa de CO2. Do átrio esquerdo passa para o ventrículo 
esquerdo e daí para o corpo, realizando a circulação sistêmica. O sangue, rico em 
O2, faz a troca gasosa com os tecidos, doando oxigênio e recebendo gás 
carbônico. É a chamada Respiração dos Tecidos.
A circulação tem grande importância na termorregulação do organismo (na 
distribuição do calor pelo corpo), na nutrição dos tecidos, na absorção dos 
nutrientes no tubo digestivo, importância imunológica (transporta anticorpos).
O gradiente de pressão precisa ser muito maior do lado esquerdo 
(ventrículo esquerdo – VE), pois ele precisa realizar um trabalho 6 vezes maior 
que o VD, para bombear o sangue por toda a circulação sistêmica. A pressão no 
VE é de 120 mmHg (milímetros de mercúrio) e no AD é de 5 mmHg. A diferença 
de potencial entre o VE e o AD é de 115 mmHg. Já no VD, a pressão é de 20 
mmHg e no AE é de 5 mmHg. A diferença de potencial entre eles é de apenas 15 
mmHg. Existe uma expressão em latin que é usada para designar a pressão no 
VE: Vis a Tergo, que significa – força da pressão que vem de trás.
Automatismo Cardíaco
É a capacidade de se auto estimular, gerar seus próprios estímulos. Se 
colocarmos um músculo estriado esquelético qualquer e o coração de uma rã 
numa solução fisiológica, o músculo ficará parado, mas o coração continuará 
batendo. O miocárdio (músculo estriado cardíaco) possui dois tipos de células:
• De excitação e condução: produção e condução de impulsos no 
coração. Produz os fenômenos elétricos da atividade cardíaca. É o 
miocárdio de excitação e condução.
• De contração: faz a contração da parede do coração. São células 
efetoras. Produzem os fenômenos mecânicos, é o miocárdio contrátil.
O miocárdio de excitação e condução é que ativa o miocárdio contrátil. Se 
divide em:
• Nódulos: Sinusal ou Sinoatrial e Atrioventricular.
• Feixes: Internodais (nos átrios), de His – ramos direito e esquerdo – 
e Rede de Purkinje (ambos nos ventrículos).
Os impulsos seguem uma ordem, não são aleatórios. O nódulo sinuzal 
produz o impulso. É quem ordena a freqüência dos batimentos (ritmo). Os átrios 
devem contrair primeiro que os ventrículos. Isso porque os ventrículos possuem 
uma musculatura muito maior que os átrios e se contraíssem juntos, o sangue não 
entraria nos ventrículos.
O impulso que vem do nódulo sino atrial é distribuído para os átrios através 
dos feixes internodais e deles para o nódulo átrio ventricular. Neste nódulo ele 
sofre um atraso antes de ser encaminhado para os feixes de His. Esse atraso é 
que faz com que haja a diferença entre a contração dos átrios e a dos ventrículos, 
fazendo com que enquanto um relaxe o outro contraia.
Se cortarmos o coração em fatias, todas as fatias vão ficar batendo. Os 
batimentos irão cessando de baixo para cima, ou seja, os pedaços da parte de 
baixo do coração vão parando de bater primeiro. O último a parar é onde está o 
nódulo sino atrial.
Resposta Rápida
Nos tecidos de condução (feixes internodais, de His, na rede de Purkinje e 
nos músculos atriais e ventriculares) ocorre a condução de impulso que se chama 
de resposta rápida.
O sódio despolariza e o potássio repolariza. Quando ele começa a 
repolarizar, os canais de cálcio abrem e mantém a despolarização, impedindo a 
repolarização pelo potássio. Quando os canais de cálcio fecham, ocorre nova 
saída de potássio. Em seguida entra em ação a bomba de sódio e potássio e a de 
cálcio, para restaurar a polarização dos íons na membrana, cessando o impulso. 
As fases são:
• Despolarização (entrada de sódio);
• Repolarização precoce (saída de potássio);
• Platô (entrada de cálcio);
• Repolarização tardia (nova saída de potássio);
• Potencial de repouso (equilíbrio).
Resposta Lenta
A resposta lenta ocorre no tecido nodal (nódulos sinuzal e átrio ventricular). 
O tecido nodal possui uma despolarização expontânea e lenta (despolarização 
diastólica), provocada pela pequena entrada e saída de sódio e potássio. Em 
seguida sofre uma grande entrada de cálcio, que provoca uma grande 
despolarização. Quando essa despolarização termina, logo em seguida se inicia 
uma nova despolarização expontânea, que faz com que não tenha um potencial 
de repouso. Essa característica é chamada de Potencial de Marcapasso.
As arritmias nodais são controladas com medicamentos bloqueadores dos 
canais de cálcio.
No coração não há como ocorrer Tétano Fisiológico, pois o tempo de 
duração do potencial de ação da célula muscular cardíaca é muito longo. Se ela 
receber impulsos seguidamente, não irá alterar em nada seu potencial de ação.
Eletrocardiograma
Durante o impulso cardíaco se produzem potenciais seqüenciais, de acordo 
com a área do coração que está sendo ativada. Esses potenciais se transferem 
para a superfície do corpo, gerando um campo elétrico que pode ser medido por 
um eletrocardiógrafo:
• A despolarização atrial (sístole atrial) provoca uma onda P;
• A despolarização ventricular provoca uma onda QRS;
• A repolarização ventricular (diástole ventricular) provoca uma onda T;
• A repolarização dos músculos papilares provoca uma onda U – mas 
é raro, quase não acontece.
Nas interpretações de eletrocardiogramas, observam-se a freqüência, o 
ritmo e o intervalo entre essas ondas. Quando existe um problema no nódulo 
sinusal, pode-se ocorrer a taquicardia sinusal (aumento da freqüência), a 
bradicardia sinusal (diminuição da freqüência) e a arritmia sinusal (alteração no 
ritmo da freqüência). Quando problema é mais sério e o nódulo sinusal não 
funciona direito, o nódulo atrioventricular passa a comandar os impulsos 
cardíacos. Isso faz com que a onda P desapareça e o animal fique com uma 
freqüência cardíaca mais lenta. É o que se chama de Ritmo Nodal.
Quando há um bloqueio no nódulo atrioventricular, ocorre uma passagem 
mais lenta de impulsos para os ventrículos. Isso faz com que haja duas ondas P 
(contrações atriais) antes da onda QRS (contração ventricular). Já no caso de uma 
sístole atrial prematura, a onda P aparece antes que a onda T termine.
No caso de surgir um foco anormal de automatismo, como se fosse um 
nódulo, dentro do ventrículo, esse foco fica enviando impulsos para a contração do 
ventrículo, o que provoca a Taquicardia Ventricular, que se vê no 
eletrocardiograma como apenas ondas QRS.
Ciclo Cardíaco
O ciclo cardíaco possui fases e subfases:
Fases:
• Sístole Atrial;
• Sístole Ventricular – subfases:
1. Isovolumétricasistólica;
2. Ejeção – mínima; máxima; reduzida;
• Diástole Ventricular – subfases:
1. Protodiástole;
2. Isovolumétrica diastólica;
3. Enchimento ventricular - rápido; lento.
Na sístole, o volume diminui e a pressão aumenta. Na diástole, o volume 
aumenta e a pressão diminui.
Quando os ventrículos completam o enchimento de sangue, as valvas 
tricúspide e mitral se fecham. As pulmonar e aórtica já estavam fechadas. É o 
momento na subfase onde todas estão fechadas e o sangue fica “preso” no 
ventrículo. É quando se inicia a contração da parede doas ventrículos, mas o 
sangue ainda não é expulso para as veias, pois as valvas estão fechadas. É 
necessário que essa pressão aumente para forçar a abertura dessas valvas. É a 
subfase isovolumétrica sistólica. Vencida essa resistência, o sangue começa a sair 
para as artérias pulmonar e aórtica. É a subfase ejeção. Ela se subdivide em 
mínima, quando começa a forçar a passagem (pois há sangue nessas artérias), 
máxima (quando a pressão aumenta e o sangue começa a passar sem 
resistência) e reduzida (quando a pressão diminui, pois o ventrículo para de 
contrair e o sangue já não tem tanta força para subir). Em seguida a válvula fecha.
Na fase diastólica, há o relaxamento do músculo da parede do ventrículo.
A diferença entre a fase isovolumétrica sistólica e a isovolumétrica 
diastólica é que a pressão na sistólica aumenta e na diastólica a pressão diminui. 
Isso ocorre, pois na sistólica há contração do músculo e na diastólica ele relaxa.
Com a queda da pressão, as valvas tricúspide e mitral se abrem, enchendo 
novamente o ventrículo de sangue. É a fase de enchimento ventricular. Se divide 
em rápido e lento (também chamado de diástasis).
A entrada do sangue nos ventrículos causa um movimento chamado de 
Turbilhão Centrípeto (ou Redemoinho). Esse movimento é causado pelo sangue 
pressionando para voltar. É isso que causa o fechamento das valvas 
atrioventriculares, pois o sangue as empurra. Quando se fecham, começa a 
pressão do sangue exercida em baixo do folheto (válvulas). Essa pressão é tão 
grande que os folhetos podem ficar abaulados para dentro da cavidade atrial. As 
cordas tendíneas seguram as válvulas, prendendo-as aos músculos papilares, 
impedindo sua reabertura. Os músculos papilares contraem junto com a 
musculatura da parede, tracionando e impedindo essa reabertura. Dessa forma, 
não há refluxo do sangue para o átrio.
Com o fechamento das valvas, ocorrem os ruídos. São chamados de 
Ruídos Fisiológicos do Coração, ou Bulhas Cardíacas. São dois ruídos principais, 
que são auscultados com facilidade e dois que são quase imperceptíveis:
1. Ruído Sistólico: produzido pelo fechamento das valvas 
atrioventriculares (tricúspide e mitral). As duas se fecham praticamente 
juntas. Quando há uma defasagem entre esse fechamento, chamamos 
de desdobramento do ruído.
2. Ruído Diastólico: fechamento das valvas semilunares pulmonar e 
aórtica.
3. Entrada brusca de sangue na subfase de enchimento rápido.
4. Contração das paredes do átrio na sístole atrial.
Lei do Coração (Starling e Frank)
Há uma relação entre a pressão do líquido e a diástole. A contração é mais 
forte quando há maior quantidade de líquido. Ou seja, quanto maior o tamanho 
diastólico (tamanho do coração na diástole, sua quantidade de líquido) maior a 
energia de contração na sístole. Essa característica se deve a propriedade de 
auto-regulação do coração (e não a inervação).
O ventrículo nunca esvazia completamente. Sempre permanece cerca de 
40% do volume total. O volume de líquido que sai na contração é chamado de 
Volume Sistólico (VS). É calculado pela diferença entre o volume diastólico final 
(VDF – quantidade total de sangue no ventrículo cheio) e o volume sistólico final 
(VSF – quantidade de sangue que fica após a contração): VDF – VSF = VS. O 
Débito Cardíaco (DC – ml/min) é medido pela multiplicação do VS (ml) pela 
Freqüência Cardíaca (FC – batimentos por minutos): VS x FC = DC.
Os vasos sangüíneos criam uma resistência à passagem do sangue. Essa 
resistência é chamada de Resistência Periférica Vascular (RPV). A RPV se opõe 
ao débito cardíaco. Sendo assim, a pressão sangüínea é igual ao débito cardíaco 
x a RPV.
A entrada e saída de sangue do coração criam a Pré Carga (é o efeito com 
que o sangue entra no coração) e a Pós Carga (é o efeito do sangue na saída do 
coração), que estão relacionadas com a pressão e com o volume do sangue.
O coração produz um hormônio (peptídeo), o ANP (fator natriurético atrial). 
Com o aumento de volume sangüíneo (aumento da pré-carga) há distensão do 
miocárdio, o que estimula os cardiomiócitos (células do músculo cardíaco) a 
secretarem e liberarem ANP. Ao chegar ao rim, o ANP aumenta a excreção de 
sódio, o que diminui o acúmulo de água no organismo, consequentemente 
diminuindo o volume sangüíneo e causando queda da pressão, ocasionando a 
diminuição das pré e pós-cargas.
Circulação nos vasos sangüíneos
• Artérias:
1. Elásticas – regulação da pressão e fluxo sangüíneo;
2. Musculares – distribuição do sangue;
3. Arteríolas – regulação da pressão e fluxo sangüíneo.
OBS: Entre as arteríolas e os capilares há as Metarteríolas.
• Capilares:
1. Canais Preferenciais
2. Canais Verdadeiros
OBS: Fazem as trocas entre sangue e tecidos.
• Veias:
1. Vênulas
2. Veias de Pequeno Calibre
3. Veias de Médio Calibre
4. Veias de Grosso Calibre
OBS: Fazem o retorno sangüíneo e a regulação do volume (distribuição 
do volume).
A pressão do sangue vai diminuindo conforme vai passando pelas artérias, 
de tal forma que começa (nas artérias elásticas) com 120ml/Hg, chega nos 
capilares com 40, nas vênulas com 20 e retorna ao coração, pelas veias de grosso 
calibre, com 5ml/Hg. Sendo assim, a passagem do sangue entre as artérias até as 
arteríolas é chamado de Circuito de Alta Pressão e essas artérias de Vasos de 
Resistência. Os capilares são os Vasos de Troca (onde ocorre a microcirculação). 
Neles e nas veias ocorre o Circuito de Baixa Pressão. As veias são chamadas de 
Vasos de Capacitância ou Capacidade, pois 70% do sangue da circulação está 
contido nelas, 25% nas artérias e 5% nos capilares. Quando há uma transfusão de 
sangue, esse volume se desloca para as veias, graças a sua capacidade de 
armazenar maior quantidade de sangue.
As artérias elásticas se dilatam com o aumento de volume, ou seja, quando 
o coração bombeia sangue para dentro delas, elas expandem suas paredes. Com 
o fechamento das valvas destas artérias, suas paredes comprimem o sangue e ele 
continua sua passagem. Isso ocorre porque, com o fechamento das valvas, a 
pressão do sangue diminui. As artérias neste caso funcionam como câmaras de 
compressão. Graças a este efeito, o fluxo sangüíneo é contínuo. Sem esse efeito, 
o fluxo seria intermitente, ficando parado dentro dos vasos por um período maior 
do que estaria circulando. Isso acarretaria uma série de problemas, principalmente 
na troca de nutrientes entre os tecidos e o sangue.
Nas artérias musculares temos a influência do sistema nervoso autônomo 
(simpático), que provoca a vaso dilatação e a vaso constrição – de acordo com o 
receptor – atuando nos músculos lisos de sua parede.
Um mecanismo muito importante na regulação da pressão sangüínea são 
as arteríolas. Elas regulam a pressão e o fluxo de uma maneira completamente 
diferente das artérias elásticas. Também possuem músculos lisos em suas 
paredes. Uma arteríola se ramifica muito. Essas ramificações somadas 
representam um vaso de grande calibre. Uma vasoconstrição de todas essas 
ramificações somadas representa uma grande resistência ao fluxo. São 
responsáveis, portanto, pelas Variaçõesna Resistência Periférica Vascular 
(resistência oposta ao fluxo, para manter a pressão). São reguladas pelo sistema 
nervoso. No bulbo raquidiano (medula oblonga) temos o centro vasomotor, que 
está ligado (através do simpático) com a parede da arteríola. Emite impulsos, que 
são responsáveis pelo tônus vascular, mantendo o calibre das arteríolas (mantém 
o estado de contração dos músculos lisos de sua parede).
Problemas neste centro vasomotor (ex.: pancada na cabeça) pode provocar 
diminuição do envio destes impulsos, provocando vasodilatação nas arteríolas 
(pois pararia de manter seu tônus vascular). Isso provocaria um aumento da 
pressão do fluxo sangüíneo, que pode levar o animal à morte. Sendo assim, as 
arteríolas regulam a pressão e o fluxo sangüíneo através de um mecanismo mais 
sofisticado (pois depende do centro vasomotor), bem diferente das artérias 
elásticas, onde o mecanismo é mais grosseiro.
OBS: Na inspiração, o fechamento da valva pulmonar sofre um retardo, fechando 
pouco após a aórtica. Na expiração esse fechamento é quase simultâneo. Esse 
retardo provoca uma defasagem no ruído que é chamado de Desdobramento do 
Ruído (ou bulha).
Sopro é quando há uma defeito nas valvas que provoca refluxo sangüíneo. 
O sopro pode ser por defeito no diâmetro das valvas (sopro por estenose) ou por 
insuficiência das válvulas (sopro por incompetência). O sopro por estenose 
provoca o sopro diastólico nas valvas tricúspide e mitral, e o sopro sistólico nas 
valvas semilunares pulmonar e aórtica. O sopro por incompetência faz o contrário, 
provoca o sopro sistólico nas valvas tricúspide e mitral, e o sopro diastólico nas 
semilunares pulmonar e aórtica.
Há um outro defeito que pode ocorrer devido a um vestígio fetal, o Defeito 
do Septo Ventricular, que é uma comunicação que ocorre no feto, entre os 
ventrículos, através de um canal no septo interventricular. Após o nascimento ele 
se fecha. Caso não se feche, provoca a passagem de sangue entre o ventrículo 
esquerdo e o direito, causando um ruído.
Foram descobertas células mioepiteliais, que são capazes de contrair, 
funcionando como esfincteres pré-capilares (entre o canal preferencial – que é um 
canal que faz a ligação entre a arteríola e os capilares verdadeiros – e os capilares 
verdadeiros) regulando a passagem de sangue para os capilares.
Quando a atividade metabólica dos tecidos está alta os esfíncteres se 
abrem, quando está baixa eles se fecham, regulando o fluxo sangüíneo. Essa 
sinalização para os esfíncteres se abrirem é dada pela atividade metabólica, que 
aumenta a concentração de CO2, ácido lático, ácido adenílico, H2CO3, 
estimulando a abertura dos esfincteres.
Fatores que influenciam as trocas entre sangue e tecidos ao nível dos 
capilares
Segundo Starling, existem dois fatores que influenciam estas trocas: a 
Pressão Hidrostática e a Pressão Coloidosmótica (pressão oncótica).
A pressão coloidosmótica é desenvolvida pela presença ou não de 
proteínas no sangue ou nos tecidos – no líquido extra celular (LEC).
A pressão hidrostática se divide em pressão hidrostática do sangue e 
pressão hidrostática do LEC. A pressão coloidosmótica se divide em pressão 
coloidosmótica do sangue e pressão coloidosmótica do LEC.
Para calcular a pressão final, Starling desenvolveu uma fórmula:
(PF = Pressão de Filtração; PH = Pressão Hidrostática; PC = Pressão 
Coloidosmótica)
PF = (PHsangue - PHLEC) - (PCsangue - PCLEC) ou PF = (PHs - PCs) - (PHLEC 
- PCLEC)
A PHs age de dentro do capilar para fora (para o LEC), a PHLEC age de 
fora para dentro do capilar. A PCs age de fora para dentro do capilar e a PCLEC 
age de dentro do capilar para fora. Ou seja, possuem ação inversa.
Ex.: (ca = capilar arterial; cv = capilar venoso)
PFca = (PHs - PHlec) - (PCs - PClec) = (40 - 5) - (26 - 1) = 35 - 25 = 10mm/Hg
PFcv = (20 - 5) - (26 - 3) = 15 - 23 = - 8mm/Hg
O sinal negativo significa que a pressão está sendo exercida do LEC para o 
capilar (de fora para dentro) e o sinal positivo significa que a pressão está sendo 
exercida de dentro para fora.
Quando há um desequilíbrio nesta pressão, pode causar edema (ascite – 
acúmulo de líquido na cavidade abdominal).
Normalmente há uma maior saída de líquido do que uma entrada. Mas não 
ocorre edema pois existe uma circulação paralela (colateral) que é a circulação 
linfática, que drena esse “acúmulo” de líquido. O volume sangüíneo não diminui 
porque os vasos linfáticos deságuam novamente na corrente sangüínea, nas 
veias.
Vasos de Capacidade – Veias
Fazem um amortecimento do efeito do volume aumentado de sangue, pois 
são elas que contêm 70% do volume sangüíneo. Em casos de transfusão de 
sangue, o sangue recebido é todo drenado pelas veias. Elas evitam que ocorra 
uma grande variação na pressão. Isso ocorre, pois possuem uma grande 
distensibilidade (capacidade de distender), se adaptando a variações de volume, 
impedindo o aumento da pressão. Já as artérias não, conforme aumenta o volume 
aumenta a pressão, linearmente.
A gravidade age contrariamente ao sentido do fluxo, nas veias. Como as 
veias possuem válvulas venosas, impedem o retorno do sangue. Além disso, a 
atividade muscular em torno das veias auxilia o fluxo do sangue nelas.
A pressão intra torácica (PIT) é negativa. Na inspiração a pressão (PIT) fica 
mais negativa, -6, e na expiração fica menos negativa, -2. Isso faz com que na 
expiração o fluxo seja maior (das veias para o coração) e na inspiração seja 
menor. Essa influência é chamada de Bomba Torácica.
Circulação Linfática
Se inicia a nível tecidual. Como há um excesso de saída de líquido dos 
capilares para o LEC, os vasos linfáticos fazem a drenagem deste líquido para 
evitar a formação de um edema. Os vasos linfáticos deságuam nas grandes veias.
Partículas inertes (sílica, carvão), microrganismos e células (que podem ser 
de neoplasias malignas) podem penetrar nestes vasos linfáticos. Por esse motivo 
estes vasos possuem estruturas, que são os gânglios linfáticos ou linfonodos, que 
retêm estas substâncias e ativam os linfócitos. Fazem uma espécie de filtração. As 
partículas inertes acabam se acumulando nos linfonodos, podendo causar silicose 
(no caso da sílica) ou antracose (no caso do carvão).
Os microrganismos, quando em grande quantidade, causam uma 
inflamação no próprio linfonodo, podendo causar infarto ganglionar (íngua) e até 
mesmo o rompimento do linfonodo. As ínguas são sinais de um processo 
inflamatório daquela região. Quando se descobre um tumor principal, se faz uma 
biópsia no linfonodo daquela região para verificar se há células cancerosas nele, 
pois isso significa que podem haver metástases.
Nos intestinos existem muitos vasos linfáticos, é a região onde há maior 
quantidade de drenagem dos tecidos e há absorção de substâncias da parede 
intestinal (lipídios, quilomicrons e anticorpos). Quilomicrons são partículas que se 
formam na digestão, mas que são grandes para serem drenadas para os 
capilares, então penetram pelos vasos linfáticos, que por sua vez retornam ao 
sangue.
A circulação linfática tem as seguintes funções:
1. Drenagem do LEC formando a linfa, que retorna a circulação sangüínea 
recompondo o volume sangüíneo.
2. Filtração da linfa nos linfonodos.
3. Participação na absorção de substâncias da parede intestinal.
Grandes troncos da drenagem linfática
• Ducto Torácico – drena linfa da cabeça do lado esquerdo, tronco do lado 
esquerdo e os dois membros inferiores (pernas) e o membro superior do lado 
esquerdo.
• Veia Linfática Direita – drena linfa da cabeça do lado direito, tronco do lado 
direito e o membro superior direito.
Líquido Cérebro Espinhal (Liquor)
No CompartimentoEpendimoventricular (III e IV ventrículos, ventrículos 
laterais e canal ependimário) há a formação do liquor, que passa para o 
Compartimento Subaracnóide (entre a aracnóide e a pia mater), onde há a 
reabsorção do liquor pelo sangue.
As cavidades se comunicam por forames e por um aqueduto. Dos 
ventrículos laterais para o III ventrículo há os forames de Monro, do III ventrículo 
para o IV há o Aqueduto de Silvios, e do IV para o espaço subaracnóide há os 
forames de Magendie e de Luschka.
Próximo aos ventrículos há uma invaginação da pia mater formando os 
plexos coróides, que contém muitos capilares. Ao passar pelos capilares, o 
sangue sofre uma filtração onde partículas e líquido são encaminhadas para 
dentro dos ventrículos, originando o liquor.
A aracnóide possui vilosidades (em direção a dura mater), que ficam em 
contato com vasos sangüíneos (seios venosos) da dura mater. O liquor passa 
para estes seios venosos, sendo reabsorvido para a corrente sangüínea.
Papéis fisiológicos do liquor:
1. Forma um envoltório líquido que serve como proteção amortecedora, 
mecânica, impedindo que o tecido nervoso entre em contato com os ossos.
2. Redução do peso do encéfalo, por estar dentro do líquido.
3. Participação na regulação da respiração, pois no IV ventrículo, o liquor entra 
em contato com a zona quimiorreceptora do centro respiratório (que fica 
próxima ao IV ventrículo), influenciando-o através de partículas vindas do 
sangue (CO2, pH, O2).
Sistema Respiratório
_ Anatomia Fisiológica
Orifícios nasais – cavidades nasais – faringe – epiglote – cordas vocais – 
laringe – traquéia – brônquios – alvéolos.
Só nos alvéolos ocorrem as trocas gasosas, o restante funciona apenas 
como condutores de ar.
Possui dois tipos de mucosa: Mucosa Olfatória e Mucosa Respiratória. A 
mucosa olfatória é responsável pela olfação e a respiratória pela termorregulação, 
pela umidificação e pela purificação do ar. A mucosa respiratória é ricamente 
vascularizada, para que haja troca de calor entre o ar e o sangue. Possui tecido 
erétil, que aumenta de volume com o aumento do fluxo sangüíneo, diminuindo a 
luz das cavidades nasais – podendo até ser prejudicial caso esse aumento seja 
muito grande, por exemplo, num processo alérgico. Neste caso, trata-se com 
substâncias vasoconstritoras.
As cavidades nasais possuem pregas que tem a função de aumentar a 
superfície de contato da mucosa com o ar.
Possui cartilagens alares que regulam o fluxo de ar.
Pode ocorrer de o alimento penetrar na laringe, em vez de no esôfago. 
Chama-se Falsa Via. Existem mecanismos para impedir que isso ocorra.
No bulbo raquidiano existem os Centros da Deglutição e Respiratório. A 
deglutição se divide em três fases: a bucal, a faringeana e a esofageana. A bucal 
é voluntária, é onde o animal começa a deglutir o alimento. Voluntariamente ele 
pode iniciar ou deter a deglutição do alimento. Quando passa para a faringe, a 
deglutição deixa de ser voluntária e passa a ser um Reflexo da Deglutição (ocorre 
na faringe e no esôfago). Ao chegar na faringe, o alimento estimula a mucosa 
faringeana, de onde partem impulsos que irão ativar o centro da deglutição, que 
por sua vez estimula a faringe e o esôfago (deglutição reflexa) inibindo a 
respiração, o que impede a falsa via. A essa parada da respiração chamamos 
Apnéia da Deglutição. Esse mecanismo pode ser perturbado (por distração) e o 
alimento penetrar na faringe, provocando o engasgo.
Outro mecanismo que impede a falsa via é o fechamento da glote pela 
epiglote, com o auxílio dos músculos desta região. Assim o ar passa pela faringe 
sem se misturar com o alimento, sem causar a falsa via.
Então os dois mecanismos que impedem a Falsa Via: Apnéia da Deglutição 
e Fechamento da Glote.
Na luz da laringe encontramos as cordas vocais. Ao passa por elas, o ar 
provoca vibrações que originam sons. Elas possuem uma musculatura que as 
mantêm numa tensão adequada, impedindo que haja um amolecimento das 
mesmas. Há uma ramificação do nervo vago, o nervo laríngeo, que por impulsos 
mantêm essa tensão adequada nas cordas vocais, impedindo que se projetem 
para a luz da laringe, fechando a passagem de ar. Se houver algum problema com 
o nervo laríngeo, as cordas vocais podem se insinuar para a luz, provocando sons 
estranhos ao inspirar o ar, sendo esse ruído chamado de Estridulência, como um 
ronco. Eqüinos com esse problema são chamados de roncadores. Esse problema 
pode ser solucionado com cirurgia, inserindo-se um instrumento com uma bolinha 
na ponta que “lixa” as cordas vocais, diminuindo-as de tamanho.
Passando pela laringe, o ar penetra na traquéia. A traquéia possui anéis de 
cartilagem que são ligados por músculos e tecido elástico, a dotando de 
flexibilidade. O principal músculo inspiratório é o Diafragma. Os pulmões 
acompanham o movimento diafragmático graças a flexibilidade e elasticidade da 
traquéia.
Na traquéia e nos brônquios mais calibrosos, encontramos na mucosa 
glândulas mucosas que enviam muco para a luz da traquéia. Os cílios se 
movimentam de baixo para cima, empurrando essa película de muco para fora. 
Esse mecanismo é comparado a um tapete rolante. As partículas de sujeira que 
penetram com o ar se fixam neste muco e são expulsas junto com a película. É 
um mecanismo de defesa.
Então esses são os dois mecanismos importantes da traquéia: sua 
flexibilidade que permite aos pulmões acompanharem o movimento diafragmático 
e seu sistema de defesa, criando a película de muco que adere as partículas de 
sujeira e as expulsam para fora do organismo.
Os brônquios possuem musculatura (músculos bronquiais), glândulas 
secretoras de muco e peças de cartilagem. Esses músculos são estimulados pelo 
parassimpático, assim como as glândulas. O simpático não tem muita influência 
nestas estruturas. Apesar disso, elas possuem receptores adrenérgicos do tipo 
β 2. Algumas substâncias (ex: Salbutanol) provocam vasodilatação, 
bronquiodilatação. As bombinhas de asmáticos usam substâncias deste tipo. Os 
nebulizadores também. Atuam nos receptores β 2.
Após os brônquios terminais chegamos ao alvéolos. Cada saco alveolar 
possui vários alvéolos. Dentro dos alvéolos temos o ar alveolar, que possui uma 
composição diferente do ar atmosférico. Cada alvéolo possui vários capilares 
alveolares. O sangue chega ao capilar vindo ventrículo direito, atravessa o capilar 
e vai para o átrio esquerdo. A pressão de gás carbônico é alta e a de oxigênio é 
baixa ao chegar ao alvéolo, onde a pressão de gás carbônico é baixa e a de 
oxigênio é alta. Com isso, há passagem de CO2 do sangue para o alvéolo e de O2 
do alvéolo para o sangue (capilar), por uma diferença de pressão. A essa troca 
gasosa chamamos Hematose (oxigenação do sangue).
Mecânica Respiratória
Modelo respiratório de Donders: Uma campânula (eqüivale ao tórax) sem 
fundo, onde coloca-se uma rolha na tampa e uma membrana de borracha no 
fundo (diafragma). Na rolha coloca-se um Y de vidro (traquéia e brônquios) com 
balões de borracha nas extremidades (pulmões). Mede-se a pressão interna 
(intratorácica) com um manômetro.
A pressão intratorácica (PIT) é sempre menor que a pressão atmosférica. 
Ao nível da mar, a pressão atmosférica é 760mmHg. Durante a inspiração a PIT é 
de 754mmHg (-6mmHg) e na expiração é de 758mmHg (-2mmHg). A diferença 
entre a PIT (na inspiração ou na expiração) e a PAtm é chamada de Pressão 
Negativa.
Os pulmões enchem e esvaziam passivamente. Se aumentarmos o volume 
da cavidade torácica, diminui a pressão. Com a queda de pressão, há uma 
dilatação dos pulmões. Com o aumento da pressão, os pulmões murcham, mas 
não esvaziam completamente(não há colabamento).
O esqueleto torácico é composto pelas vértebras torácicas, costelas e 
esterno. Formam três diâmetros torácicos:
♦ Diâmetro Transversal do Tórax – vai de um arco costal até o outro.
♦ Diâmetro Vertical – vai das vértebras ao esterno.
♦ Diâmetro Ântero-Posterior – vai do manúbio (entrada do tórax) até 
o diafragma.
Na inspiração aumentam os diâmetros torácicos. Na expiração diminuem.
O esqueleto torácico é dotado de grande flexibilidade. Os ligamentos que 
fazem a fixação deste esqueleto são flexíveis, permitindo o aumento dos 
diâmetros. Aumentando os diâmetros torácicos, aumenta o volume torácico e 
diminui a PIT. Diminuindo os diâmetros torácicos, diminui o volume e aumenta a 
PIT.
Os músculos trabalham menos na expiração e muito na inspiração. Os 
músculos respiratórios se dividem em inspiratórios e expiratórios. Podem ser 
habituais (participam sempre) ou acessórios (participam em caso de necessidade 
maior de ar – aumentar a ventilação). Os músculos respiratórios mais importantes 
são:
♦ Músculos Intercostais Externos – afastam os arcos costais, 
aumentando os diâmetros transversal e vertical, aumentando o volume.
♦ Músculos Intercostais Internos – aproximam os arcos costais, 
diminuindo os diâmetros transversal e vertical, diminuindo o volume.
♦ Músculo Diafragma – aumenta o diâmetro ântero-posterior, 
aumentando o volume.
A entrada de ar na cavidade torácica é chamada de Pneumotórax. 
Ocorrendo uma perfuração no parênquima pulmonar (cavidade pleural), ocorre 
entrada de ar, provocando colabamento (pneumotórax). Essa perfuração pode ser 
cirúrgica, para diminuir o movimento pulmonar (em caso de lesão).
A pressão intrapulmonar varia de acordo com a intrapleural (dentro da 
cavidade pleural), dependendo do aumento ou diminuição do volume.
O movimento respiratório pode ser medido por espirômetros (espirometria). 
A medição é feita pela quantidade de ar colocado para fora.
♦ Volume Corrente (VC) – é o volume de ar que entra e sai dos 
pulmões durante a atividade respiratória.
♦ Volume de Reserva – pode ser Inspiratório (VRI) e Expiratório 
(VRE). Ocorrem quando o animal se exercita (inspira maior quantidade).
♦ Volume Residual (VR) – é o volume que sempre permanece nos 
pulmões.
Para saber se um animal nasceu morto ou se morreu após nascer, observa-
se o pulmão. Coloca-se um pedaço do pulmão dentro d’água, se boiar é porque o 
animal respirou, há ar (há um volume residual), então nasceu vivo. Se não boiar é 
porque não há ar, então o animal nasceu morto, não respirou.
A capacidade vital (CV) dá uma idéia da capacidade máxima de ventilação 
do animal Se mede através da seguinte equação: CV = VC + VRI + VRE.
VRE + VR = capacidade funcional residual.
VC + VRI + VRE = capacidade pulmonar total (CV).
Transporte de gases pelo sangue
Para o O2 sair do alvéolo e atingir o sangue, ele passa pela membrana 
alveolar, pelo líquido intersticial, pela membrana capilar, chega ao plasma e se liga 
a hemoglobina das hemácias. A hemoglobina é formada pela globina, que é 
protéica, e pela Heme, que é núcleo prostético (porfirina – Fe++). O O2 se liga ao 
ferro da hemoglobina, que não se oxida, só se oxigena. Isso ocorre graças a seu 
arranjo, que faz com que o O2 e o ferro não tenham contato com a água (o ferro 
só se oxida em contato simultâneo com o oxigênio e a água).
A mioglobina é monomérica, só possui um componente, uma unidade (uma 
proteína). A hemoglobina é tetramérica, possui quatro componentes. A 
hemoglobina pega o O2, independente da pressão ser grande ou pequena, com 
facilidade graças a sua estrutura tetramérica. É chamado de Efeito Cooperativo: 
quando as primeiras moléculas (monômeros) de hemoglobina se ligam ao O2, 
facilita a ligação das demais. Da mesma forma, quando os primeiros monômeros 
liberam O2, facilita a liberação das outras.
A mioglobina tem alta afinidade pelo O2, não o liberando facilmente. Só o 
libera quando há baixas taxas de O2 no organismo. Funciona como armazenadora 
de oxigênio. Existe em maior quantidade nos músculos.
Pode ocorrer a transformação de hemoglobina em Metahemoglobina 
(MHb), que é quando a molécula de ferro é Fe+++. Ela não serve para transportar 
oxigênio. Essa transformação ocorre através de algum agente oxidante. Quando 
acontece de muitas hemoglobinas se transformarem em MHb, o animal pode 
morrer por asfixia, pois fica incapacitado de transportar O2.
Fatores que influenciam na saturação da hemoglobina (Hb)
♦ Quanto mais alta a pressão parcial de CO2, mais fácil a Hb libera O2. 
A influência do CO2 sobre a saturação da Hb é chamada de Efeito de 
Böhr. A Hb chega no tecido saturada, toda ligada a O2. E nos tecidos 
ocorre o contrário, estão saturados de CO2.
♦ Quanto mais baixo o pH, menor a saturação da Hb, mais fácil ela 
libera o O2. Ou seja, quanto maior a acidez, menor a saturação.
♦ Na presença do 2,3 difosfoglicerato (que se forma nos tecidos por 
atividade metabólica), a saturação da Hb diminui, liberando O2 com 
mais facilidade.
Hb – hemoglobina normal, ou desoxihemoglobina.
HHb – hemoglobina reduzida (protonada – com mais um próton).
HbO2 – hemoglobina oxigenada, ou oxihemoglobina.
MHb – metahemoglobina (oxidada - Fe+++).
COHb – caboxihemoglobina.
Carbaminohemoglobina – é o CO2 ligado a Hb, mas não ao ferro.
O monóxido de carbono tem 300 vezes mais afinidade a Hb (ao ferro) que o 
O2, competindo com vantagem a se ligar ao ferro.
Tampão
O CO2 tende a baixar o pH sangüíneo. Pode se produzir uma alcalose 
(aumento do pH) aumentando a concentração de bicarbonato de sódio (NaHCO3) 
– alcalose metabólica – ou diminuindo a concentração de CO2 (pCO2) – alcalose 
respiratória.
Pode-se produzir uma acidose diminuindo a concentração de NaHCO3 – 
acidose metabólica – ou aumentando o pCO2 – acidose respiratória.
Transporte de CO2
Pela Hb ou pelo plasma. Pelas hemácias pode ser na forma de CO2 
dissolvido, íons bicarbonato ou na forma de carbaminohemoglobina. Pelo plasma 
pode ser na forma de CO2 dissolvido (pequena) ou íons bicarbonato.
Dentro dos eritrócitos (hemácias) ocorre a seguinte reação química 
(catalisada pela anidrase carbônica):
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ HCO3(-) + H(+)
O íon bicarbonato formado (HCO3(-)) passa da hemácia para o sangue 
(plasma) e é trocado por um cloreto (Cl(-)) que penetra na hemácia. Esse 
fenômeno ocorre ao nível dos capilares teciduais, onde há maior concentração de 
CO2. Consequentemente, no sangue venoso há maior concentração de Cl(-) 
dentro das hemácias e menor no plasma. Ao nível alveolar ocorre o contrário, 
fazendo com que a concentração no sangue arterial seja oposta a do sangue 
venoso.
A maior parte do CO2 é transportada na forma de íons bicarbonato no 
plasma.
OBS: A força de um ácido está na sua capacidade de liberar íons H(+). O ácido 
forte libera H(+) e o ácido fraco fixa H(+).
A Hb ligada ao O2 se torna um ácido forte, liberando H(+) com facilidade. 
Ao perder o O2, se torna um ácido fraco, captando o H(+) se tornando HHb. É por 
este mecanismo que a Hb capta o íon H(+) nos tecidos e libera nos pulmões. É o 
que chamamos de Transporte Isohídrico.
Regulação Neural e Humoral da Respiração
O sistema respiratório precisa de uma regulação pelo sistema nervoso 
(neural) e por substâncias (humoral) que sinalizam aos sistemas reguladores para 
ajustem a respiração de acordo com aquele momento.
Um cientista, numa experiência, provocou uma lesão no bulbo raquidiano 
de um animal e, com esta lesão, houve uma parada respiratória no animal. 
Chamou o local desta lesão de Nó Vital. Depois descobriu-se que nesta região 
haviam neurônios respiratórios. Com novas experiências descobriu-se

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