Prévia do material em texto
VISCOSIDADE E UMIDADE EM AMOSTRAS DE MÉIS DE Apis mellifera L. PROVENIENTES DE CINCO ESTADOS BRASILEIROS A.C. de C.C. Moreti*, G. da S. Sodré**, L.C. Marchini** & I.P. Otsuk* * Instituto de Zootecnia/ APTA/SAA, caixa postal 60, 13460-000 - Nova Odessa, SP. acmoreti@izsp.br. ** Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola/ESALQ/USP, caixa postal 09, 13418-900, Piracicaba, SP. lcmarchi@carpa.ciagri.usp.br. Estudos sobre a caracterização de méis produzidos em diferentes regiões são importantes porque na sua elaboração ocorrem interferências de condições não controladas pelo homem como as variações edáfico-climáticas e a diversidade de flora apícola local. O objetivo do presente trabalho, conduzido no laboratório de Apicultura do Departamento de Entomologia Fitopatologia e Zoologia Agrícola da Escola Superior de Agricultura ”Luiz de Queiroz”/USP, foi o de determinar a umidade e a viscosidade de amostras de méis de Apis mellifera L. (Hymenoptera; Apidae) provenientes de cinco estados brasileiros (São Paulo, Ceará, Tocantins, Bahia e Minas Gerais), verificando a correlação existente entre estes dois parâmetros. Foram coletadas 163 amostras de méis diretamente dos produtores (SP=50 amostras, CE=41, TO=21, BA=30, MG=21) e determinadas a umidade (ATAGO Co, 1988) e a viscosidade (A.S.T.M., s.d.p.). Os valores encontrados foram: umidade (%) (médias SP:17,8; CE:17,2; TO:18,9; BA:17,7; MG:18,5) e viscosidade (mPa.s) (médias SP:1461,2; CE:2526,0; TO:1096,0; BA:2231,9; MG:1524,2). Os dados de viscosidade foram transformados em log (x) para análise, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso com número diferentes de repetições. A média da umidade das amostras de méis do Tocantins foi significativamente maior do que as de São Paulo, Ceará e Bahia (CV%=7,32; P<0,001), o que pode indicar que o mel deste estado foi colhido quando ainda não estava totalmente operculado, embora a média (18,9%) esteja dentro das especificações estabelecidas pela legislação brasileira que é de no máximo 20% (Brasil, 2000). A média da viscosidade das amostras do Ceará foi significativamente maior que as de São Paulo, Tocantins e Minas Gerais (CV%=8,95; P<0,001). A média da viscosidade das 113 amostras de méis silvestres (média de 2049,6 mPa.s) foi significativamente maior que a das 50 amostras de méis de flores de laranjeira (média de 1461,2 mPa.s) (CV%= 9,43; P=0,073). Houve correlação negativa entre umidade e viscosidade (r= -0,752), o que concorda com os dados obtidos na literatura. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (A.S.T.M.). Standard Test Methods for Rheological Properties of Non-Newtonian Materials by Rotation (Brookfield type) Viscometer. Barr Harbor: ASTM Standards, s.d.p. p.1-4. ATAGO Co. Refratômetro para mel. Abelhas, v. 31, n. 362/363, p.9, 11-12, 41,44, 1988. BRASIL. Ministério de Agricultura. Instrução normativa número 11, de 20 de outubro de 2000. Regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. http:// www.agricultura.gov.br/das/dipoa/anexo (30 de janeiro de 2001). mailto:acmoreti@izsp.br mailto:lcmarchi@carpa.ciagri.usp.br http://www.agricultura.gov.br/das/dipoa/anexo