Prévia do material em texto
CONCEITOS TERMODINÂMICOS LEI ZERO E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA: OS CONCEITOS 1 Contexto/Escala da termodinâmica ◼ Estrutura de átomos e moléculas -> Explica comportamento desde átomos/moléculas até corpos sólidos baseado nas leis do movimento e propriedades das partículas ➢ Mecânica estatística-> Liga propriedades das moléculas com propriedades macroscópicas ➢ Termodinâmica clássica -> Macroscópica e não se interessa diretamente com os mecanismos atômicos/moleculares (hipótese do contínuo) 2 O Que é a Termodinâmica? 3 Do grego, therme = calor, dynamis = potência ➢reflete os esforços para converter calor em trabalho mecânico Enrico Fermi definiu a Termodinâmica Clássica como: “Ramo da mecânica que descreve o estado de um sistema com um número elevado de partículas (átomos, moléculas) com base no comportamento médio das partículas”. Onde se Aplica? ◼ Sua generalidade lhe confere uma ampla gama de aplicações: ➢ máquinas térmicas, bombas de calor, propulsão (Eng. Mecânica/química, ...) ➢ radiação/eletromagnetismo/termoeletricidade (Física, ...) ➢ Reações químicas, transformação de fases e bioquímicas/evolução dos seres vivos (Engenharias, Materiais, Química, Biologia, ...) 4 Quando e como Nasceu? ◼ Origem na revolução industrial – mecanização do trabalho (sec. XIX) ◼ Formalizada como ciência ~1850 (Kelvin e Clausius) ◼ Ramo das ciências naturais ➢ junção da Mecânica com a Termologia 5 Problemas Típicos de Termodinâmica em Materiais: ◼ Equilíbrio químico: ➢ reações/transformações e seu rendimento (Função dos parâmetros de estado: T, P, composição ...) ◼ Ligações químicas (reatividade, compatibilidade, estrutura) ➢ Ex. Redução de óxidos, mudança de fase, tratamento térmicos e termoquímicos, etc ... 6 Leis da Termodinâmica : Base ◼ Termodinâmica é baseada em leis. ➢ Cada lei implica na definição de uma nova propriedade: ➢ lei zero temperatura ➢ 1ª lei energia interna ➢ 2ª lei entropia ➢ 3ª lei zero absoluto (termodinâmico) ◼ Elas são derivadas de generalizações de observações independem das hipóteses microscópicas! 7 8 Conceitos Fundamentais da Termodinâmica ▪ Universo ➢ Sistema ➢ Vizinhanças ▪ Sistema ➢ Aberto ➢ Fechado ➢ Isolado 9 10 ◼ Trabalho ◼ Há quando um corpo é deslocado contra uma força que se opõe ao deslocamento; ◼ É equivalente à alteração da altura de um peso nas vizinhanças do sistema (em um campo gravitacional). ◼ É energia em transformação; ◼ Energia ◼ É a capacidade de realizar trabalho; ◼ Quando se faz trabalho sobre um sistema (que não pode trocar energia de outra maneira), a capacidade de realizar trabalho aumenta; ◼ Ex: Compressão de uma mola 11 ◼ Pode haver modificações desta capacidade de realização de trabalho sem envolver trabalho: ◼ Mudança de Temperatura: energia transferida na forma de calor; ◼ Fronteiras: ◼ Diatérmicas ◼ Adiabáticas ◼ Processos ◼ Exotérmicos ◼ Endotérmicos ◼ Isotérmicos OBSERVAÇÃO ◼ Quando dois corpos, a temperaturas diferentes, são postos em contato entre si e isolados do meio. Suas temperaturas serão iguais após algum tempo. 12 A LEI ZERO ◼ Enunciada por Fowler em 1931 ◼ “Se dois sistemas estão separadamente em equilíbrio térmico com um terceiro, então eles devem estar em equilíbrio térmico entre si” 13 EXISTÊNCIA DA TEMPERATURA ◼ Supor 3 sistemas em equilíbrio descritos por P, v e T ◼ Se 1 e 3 estão em equilíbrio, existe uma relação entre P1,P3, v1 e v3, para que T1=T3 ... 14 QUE RELAÇÃO É ESSA? TERMÔMETRO DE GÁS IDEAL 15 𝜈 = 𝑉 𝑛 𝑅 = ෨𝑅 ෩𝑀 𝑛 = 𝑚 ෩𝑀 16 ◼ Propriedade de um Sistema: ◼ É qualquer característica do sistema, possível de ser constatada. ◼ Estado de um Sistema: ◼ É descrito quando são dados os valores (únicos) de suas propriedades; ◼ Correlação entre as propriedades. ◼ Função de Estado: ◼ É uma propriedade do sistema cujo valor depende da condição atual do sistema e não da maneira como o sistema chegou a tal condição; ◼ Uma função de estado tem um único valor para determinado estado; ◼ A B = B -A 17 Funções de Estado X Variáveis de Processo ◼ Quando um sistema se encontra em um estado A, e é submetido a uma série de mudanças de estado, de tal modo a fazê-lo retornar ao mesmo estado A, dize-se que o sistema realizou um ciclo. ◼ As propriedades do sistema que são função de estado tem variação nula!!!! 18 Funções de Estado X Variáveis de Processo ◼ Outras variáveis dependem explicitamente da natureza do processo ao qual o sistema é submetido; elas somente têm significado para sistemas em processo de mudança. ◼ São chamadas de variáveis de processo!!! ◼ Ex: Calor e Trabalho (grandezas transientes) 19 A Primeira Lei ◼ A energia total de um sistema : ◼ Energia Interna: U ◼ Cinética ◼ Potencial ◼ U = Uf – Ui ◼ U é uma função de Estado; ◼ É uma propriedade extensiva; ◼ É medida em Joules (SI) e Umolar KJ/mol 20 Conservação de Energia ◼ Alteração de U pode ser feita: ➢ Trabalho (w) sobre o sistema ; ➢ Aquecimento (q) do sistema; ➢ w e q são formas equivalentes de se alterar U de um sistema; ◼ Enunciado matemático da 1ª Lei: U = q + w “A variação de energia interna de um sistema fechado é igual à energia que passa, como calor ou trabalho, através de suas fronteiras” 21 ◼ Convenção Aquisitiva: ◼ w>0 e q>0 → Sistema ganha energia; ◼ w<0 e q<0 → Sistema perde energia; “O trabalho necessário para levar um sistema de fronteiras adiabáticas de um estado até outro, tem o mesmo valor qualquer que seja o tipo de trabalho” ◼ Efetuando wad→ mudança de estado: i → f: wad = Uf – Ui = U ◼ Eliminando-se o isolamento térmico: q = wad – w → q = U - w 22 TRABALHO E CALOR ◼ TRABALHO DE EXPANSÃO: ◼ Expansão Livre: 𝑬𝒙𝒑𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐 𝑮𝒆𝒓𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝒘 = −𝑭𝒅𝒛 𝑭 = 𝒑𝒆𝒙𝑨 𝒘 = −𝒑𝒆𝒙𝑨𝒅𝒛 𝒘 = −𝒑𝒆𝒙𝒅𝑽 𝑰𝒏𝒕𝒆𝒈𝒓𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒏𝒐 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒓𝒗𝒂𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝑽𝟏𝒂𝑽𝟐 𝒘 = −න 𝑽𝟏 𝑽𝟐 𝒑𝒆𝒙𝒅𝑽 = −𝒑𝒆𝒙 𝑽𝟐 − 𝑽𝟏 e considerando p = cte 𝒘 = −𝒑𝒆𝒙∆𝑽 23 ◼ Expansão contra p = cte 24 Expansão Reversível ◼ Transformação Reversível: ◼ É uma transformação que pode ser invertida pela modificação infinitesimal de uma variável. ◼ Faz-se em cada etapa: pex = p; ◼ Expansão Isotérmica Reversível: ◼ É possível graças ao contato térmico entre o sistema e suas vizinhanças; 25 O Trabalho efetuado por um gás perfeito numa expansão iso- térmica e reversível é dado pela área suben- tendida pela isoterma p=nRT/V. O trabalho feito na expansão reversível é maior que na expansão irreversível 𝒘 = −𝒑𝒆𝒙𝒅𝑽 𝒑𝒆𝒙 = 𝒑 𝒘 = −𝒑𝒅𝑽 𝒘 = − 𝒏𝑹𝑻 𝑽 𝒅𝑽 𝒘 = −න 𝑽𝒊 𝑽𝒇 𝒏𝑹𝑻 𝑽 𝒅𝑽 𝒘 = −𝒏𝑹𝑻න 𝑽𝒊 𝑽𝒇 𝒅𝑽 𝑽 𝒘 = −𝒏𝑹𝑻𝒍𝒏 𝑽𝒇 𝑽𝒊 𝒘 = 𝒏𝑹𝑻𝒍𝒏 𝑽𝒊 𝑽𝒇 26 TROCAS TÉRMICAS ◼ Em geral: U = dq + dw + dwe ◼ Se V = cte → dw = 0; ◼ Se não há trabalho extra (dwe = 0) dU = dqv com: q > 0 → calor fornecido a um sistema; q < 0 → calor cedido de um sistema; “U de um sistema é o q cedido ou recebido a volume constante” 27 CALORIMETRIA ◼ Bomba Calorimétrica: 𝒒 = 𝑪∆𝑻 ou q = mcT 28 CAPACIDADE CALORÍFICA ◼ A energia interna de uma substância aumenta quando a temperatura se eleva; ◼ O aumento depende de como é feito o aquecimento; ◼ Vamos supor um aquecimento a volume constante: 29 Este gráfico mostra a variação de U quando o sistema é aquecido a volume constante. O coeficiente angular da tangente à curva em qualquer T é a capacidade calorífica a volume constante. Observe que, neste sistema, a capacidade calorífica em B > A. 𝒄𝑽 = 𝝏𝑼 𝝏𝑻 𝑽 𝒅𝑼 = 𝒄𝑽𝒅𝑻 𝑳𝒐𝒈𝒐, 30 ENTALPIA ◼ Se V não é constante: U ≠ q (há wexp) ◼ Definição de entalpia: H = U + PV ◼ Em termos de calor H é igual a que? 𝑯 = 𝑼+ 𝒑𝑽 𝑯 = 𝒒 +𝒘+ 𝒑𝑽 𝒅𝑯 = 𝒅𝒒 + 𝒅𝒘 + 𝒅 𝒑𝑽 𝒅𝑯 = 𝒅𝒒 − 𝒑𝒅𝑽 + 𝒑𝒅𝑽 + 𝑽𝒅𝒑 𝒅𝑯 = 𝒅𝒒 + 𝑽𝒅𝒑 𝒔𝒆 𝒑 = 𝒄𝒕𝒆 ⟶ 𝒅𝒑 = 𝟎 𝒅𝑯 = 𝒅𝒒 H = qp Calor trocado à pressão constante 31 Variação de H com T 𝒄𝑽 = 𝝏𝑼 𝝏𝑻 𝑽 𝒄𝒑 = 𝝏𝑯 𝝏𝑻 𝒑𝒅𝑯 = 𝒄𝒑𝒅𝑻 32 ◼ Para intervalos pequenos de temperatura, cp é constante. ◼ Para intervalos maiores de temperatura e considerando gases ideais monoatômicos é comum o uso da equação empírica: Cp,m = a + bT + c/T2 ◼ Em temperaturas muito baixas, o cp de um sólido é proporcional a T3: Cp = aT3 33 Transformações Adiabáticas ◼ O Trabalho numa Transformação Adiabática: 𝑑𝑈 = 𝑤 𝐶𝑉𝑑𝑇 = −𝑝𝑑𝑉 𝐶𝑉𝑑𝑇 = − 𝑛𝑅𝑇 𝑉 𝑑𝑉 𝐶𝑉 𝑑𝑇 𝑇 = −𝑛𝑅 𝑑𝑉 𝑉 𝐼𝑁𝑇𝐸𝐺𝑅𝐴𝑁𝐷𝑂 𝑪𝑽න 𝑻𝒊 𝑻𝒇𝒅𝑻 𝑻 = −𝒏𝑹න 𝑽𝒊 𝑽𝒇 𝒅𝑽 𝑽 𝑪𝑽𝒍𝒏 𝑻𝒇 𝑻𝒊 = −𝒏𝑹𝒍𝒏 𝑽𝒇 𝑽𝒊 𝑭𝒂𝒛𝒆𝒏𝒅𝒐 𝒄 = 𝑪𝑽 𝒏𝑹 𝒄𝒍𝒏 𝑻𝒇 𝑻𝒊 = −𝒍𝒏 𝑽𝒇 𝑽𝒊 = 𝒍𝒏 𝑽𝒊 𝑽𝒇 𝒍𝒏 𝑻𝒇 𝑻𝒊 𝒄 = 𝒍𝒏 𝑽𝒊 𝑽𝒇 𝑽𝒊𝑻𝒊 𝒄 = 𝑽𝒇𝑻𝒇 𝒄 34 c Slide 1: CONCEITOS TERMODINÂMICOS Slide 2: Contexto/Escala da termodinâmica Slide 3: O Que é a Termodinâmica? Slide 4: Onde se Aplica? Slide 5: Quando e como Nasceu? Slide 6: Problemas Típicos de Termodinâmica em Materiais: Slide 7: Leis da Termodinâmica : Base Slide 8: Conceitos Fundamentais da Termodinâmica Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12: OBSERVAÇÃO Slide 13: A LEI ZERO Slide 14: EXISTÊNCIA DA TEMPERATURA Slide 15: TERMÔMETRO DE GÁS IDEAL Slide 16 Slide 17: Funções de Estado X Variáveis de Processo Slide 18: Funções de Estado X Variáveis de Processo Slide 19: A Primeira Lei Slide 20: Conservação de Energia Slide 21 Slide 22: TRABALHO E CALOR Slide 23 Slide 24: Expansão Reversível Slide 25 Slide 26: TROCAS TÉRMICAS Slide 27: CALORIMETRIA Slide 28: CAPACIDADE CALORÍFICA Slide 29 Slide 30: ENTALPIA Slide 31: Variação de H com T Slide 32 Slide 33: Transformações Adiabáticas Slide 34