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Remendo inovador pode regenerar o cabelo perdido para a doença auto-imune

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Remendo inovador pode regenerar o cabelo perdido para a
doença auto-imune
Crédito da imagem: Unsplash+.
Pesquisadores do MIT, Brigham and Women’s Hospital e da Harvard Medical School desenvolveram um
tratamento inovador para a alopecia areata, uma doença autoimune que causa perda de cabelo.
Este novo tratamento usa um adesivo de microagulha que é aplicado sem dor no couro cabeludo,
potencialmente oferecendo uma melhoria significativa em relação aos tratamentos dolorosos e muitas vezes
ineficazes.
A alopecia areata afeta milhões, levando a uma perda significativa de cabelo quando as células imunes do
corpo atacam erroneamente os folículos pilosos.
Atualmente, os tratamentos primários envolvem injeções dolorosas no couro cabeludo ou medicamentos
orais que suprimem o sistema imunológico em todo o corpo, o que pode levar a efeitos colaterais graves e
recaídas frequentes da doença.
A nova abordagem, detalhada em um estudo publicado na revista Advanced Materials, envolve um adesivo
de microagulhas que fornece drogas diretamente no couro cabeludo.
Isso tem como alvo a resposta imune exatamente onde é necessário, sem amortecer o sistema imunológico
geral do corpo.
https://doi.org/10.1002/adma.202312088
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Este método pode revolucionar o tratamento não só para a perda de cabelo, mas também para outras
condições de pele, como vitiligo, psoríase e dermatite atópica.
As manchas de microagulha são feitas a partir de substâncias comumente usadas em tratamentos médicos,
ácido hialurônico e polietilenoglicol, garantindo que sejam seguras e eficazes para penetrar na pele para
fornecer medicação.
Para este estudo, os adesivos foram carregados com moléculas imunes específicas que ajudam a recalibrar
o sistema imunológico para parar de atacar os folículos pilosos.
Em experimentos com camundongos, a aplicação do adesivo a cada dois dias durante três semanas
resultou em um aumento notável nas células T reguladoras no local do tratamento e uma redução
significativa na inflamação. Notavelmente, o cabelo começou a crescer onde os adesivos foram aplicados, e
este novo crescimento do cabelo persistiu por várias semanas, mesmo após o tratamento parar.
É importante ressaltar que esses efeitos foram localizados na área de tratamento, sem afetar o sistema
imunológico em outras partes do corpo.
A equipe de pesquisa também realizou testes em camundongos com enxertos de pele humanos para
simular como o tratamento pode funcionar em humanos. Esses experimentos também mostraram resultados
promissores, com aumento das células T reguladoras e diminuição da inflamação observada.
Um aspecto inovador desses adesivos de microagulhas é que, uma vez que liberam sua carga útil de
drogas, eles também podem coletar amostras da pele.
Essas amostras podem ser analisadas para monitorar o progresso do tratamento, oferecendo uma maneira
de ajustar a terapia para pacientes individuais.
Os principais pesquisadores, Natalie Artzi e Jamil R. A Azzi e suas equipes agora planejam iniciar uma
empresa para desenvolver ainda mais essa tecnologia, com o apoio de uma bolsa Blavatnik da Harvard
Business School.
Seu objetivo é trazer este tratamento para pacientes que sofrem de alopecia areata e potencialmente outras
doenças auto-imunes que afetam a pele.
Esta pesquisa não só abre uma nova fronteira no tratamento da perda de cabelo, mas também exemplifica
uma mudança na forma como os tratamentos médicos podem ser abordados: visando locais específicos de
doenças sem comprometer a saúde geral do corpo.
Isso pode levar a tratamentos mais seguros e eficazes para uma variedade de doenças no futuro. O estudo
foi apoiado por prêmios do Fundo Ignite e do Shark Tank Fund no Brigham and Women’s Hospital.

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