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ICTERÍCIA 
NEONATAL 
Timóteo Graf, Luiz Felipe 
Introdução
Metabolismo da Bilirrubina
Fisiopatologia 
Hiperbilirrubinemia direta
Fatores de risco para hiperbilirrubinemia indireta 
Avaliação diagnótica 
Tratamento da hiperbilirrubinemia indireta
Complicações da hiperbilirrubinemia indireta
Referências 
INTRODUÇÃO
• A icterícia neonatal é um dos distúrbios neonatal mais frequente. 
Acomete cerca de 60% dos RN a termo e 80% dos RN prematuros 
na primeira semana de vida. 
• A icterícia é visível quando os níveis séricos de bilirrubina são 
superiores a 5 mg/dl, ocasionando uma coloração amarelada da pele 
e das mucosas. 
• Na maior parte do tempo ocorre elevação da fração indireta da 
bilirrubina, lipossolúvel e com capacidade de impregnar o sistema 
nervoso central, principalmente os gânglios da base. 
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METABOLISMO
 DA 
BILIRRUBINA 
FISIOPATOLOGIA 
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Icterícia Fisiológica 
• Quadro comum, autolimitado 
• Aparece após 24 h de vida 
• Aparece com 2 a 3 dias de vida, atinge até quarto dia (12mg/dl)
• RN prematuros Bilirrubina tende a ser igual (máxima 15 mg/dl), com duração mais longa (até 10 
dias). 
Icterícia Patológica 
• Quando o momento do aparecimento, a duração ou o padrão variam do 
que seria o esperado. 
 Doenças hemolíticas Causas adquiridas Deficiência da conjugação 
 dá Bilirrubina 
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• Incompatibilidade Rh
• Incompatibilidade ABO
• Deficiência de G6PD
• Esferocitose, eliptocitose
• Hemoglobinopatias 
(alfatalassemia)
• Infecções, especialmente 
sepse 
• Coleções sanguíneas 
extravasculares (céfalo-
hematomas e outras 
hemorragias)
• Policitemia
• Anomalias 
gastrointestinais/com 
obstrução de trânsito
• Icterícia por leite materno
• Hipotireoidismo 
congênito
• Síndrome de Gilbert
• Síndrome de Crigler-
Najjar tipos I e II
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO 
ALEITAMENTO MATERNO 7
Icterícia pelo aleitamento materno
 
• Ocorre pelo aleitamento 
inadequado ou dificuldade de 
sucção ou pouca oferta láctea. 
Sinais e sintomas: 
• Perda de peso 
• Icterícia 
• Desidratação
 
Icterícia do leite materno 
O leite materno atua como um 
modificador que reduz a atividade 
UGT1A1 ou tem um excesso de beta 
glucoronidases. 
Rn persiste com icteria além da primeira 
semana, tem bom ganho de peso, na 
dúvida pode fazer teste terapêutico com a 
suspensão do leite por 24 a 48horas, que 
evidencia redução brusca da icterícia. 
Não tem necessidade de interromper o 
aleitamento, os níveis de bilirrubina 
diminui gradualmente. 
Incompatibilidade RH 
• Acomete 1:1000 dos nascidos 
vivos, quando uma mãe 
antígeno D (RH negativo) 
tem u m RN antígeno 
positivo (RH positivo). 
• Na primeira exposição ocorre 
produção de anticorpos igm 
(não passa na barreira 
placentária. 
• Na segunda exposição ocorre 
produção de anticorpos Igg 
que atravessa a barreira 
placentária. 
• A doença hemolítica por 
incompatibilidade RH ocorre 
apenas se a mãe foi 
previamente sensibilizada. 
8Incompatibilidade ABO 
• É a causa mais comum de doença 
hemolítica do recém-nascidos, ocorre 
em 20 a 25% das gestações. 
• A mãe deve ser do grupo sanguíneo 
O e o RN do grupo sanguíneo A ou 
B. 
• A doença se desenvolve em cerca de 
10% dos casos, individuo do grupo O 
já produzem anticorpos do tipo Igg, 
portanto a doença já pode ocorrer na 
primeira gestação. 
Hiperbilirrubinemia direta
• A elevação do nível de BD resulta de distúrbios hepáticos ou doenças sistêmicas 
potencialmente graves.
• A icterícia causada pela BD elevada confere à pele um tom esverdeado ou amarelo-acastanhado 
opaco
• As causas a serem consideradas envolvem obstrução, sepse, doença do trato biliar, toxinas, 
in- flamação e doenças metabólicas ou genéticas
• A colestase é causada por uma obstrução extra ou intra-he- pática ao fluxo biliar e resulta em 
retenção no soro de substân- cias que normalmente são excretadas na bile.
• Apesar de não ser neurotóxica, seu acúmulo é sempre patológico, A icterícia pode ser o 
primeiro sinal de disfunção hepática. Outras manifestações clínicas podem estar presentes, 
como uri- na de cor escura, fezes acólicas (descorada) e hepatomegalia.
• A atresia biliar é definida como ausência ou obliteração dos ductos biliares extra-hepáticos, 
sendo a principal indicação de transplante hepático em crianças.
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FATORES DE RISCO PARA 
HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA
• Mãe de tipagem O, e/ou Rh negativo
• Irmão prévio que necessitou de tratamento para icterícia neonatal
• Mãe diabética
• Peso de nascimento entre 2.000 e 2.500 g e/ou idade gestacional entre 35 e 38 semanas (maior risco entre 
35 e 36 semanas
• Baixo aporte de leite materno na primeira semana de vida, com perda exagerada de peso pelo RN
• Alta precoce da maternidade (antes de completar 48 horas de vida)
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AVALIAÇÃO 
DIAGNÓSTICA 
Exame físico completo do recém nascido 
Avaliar pele e mucosas 
Definir zona de Kramer 
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• A dosagem de bilirrubina transcutânea é 
uma forma não invasiva de avaliação da 
bilirrubina total, que pode ser aferida 
por um aparelho (Bilicheck), 
posicionado no esterno. 
• Tem elevado coeficiente de correlação 
da bilirrubina sérica até valores de 13-15 
mg/dl em RN com ig > 35 semanas, 
valores maiores de 13 mg/dl deve ser 
confirmados com mensuração sérica. 
Dosagem Transcutânea 
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Exames laboratoriais frequentes 
Icterícia antes de 24 h de vida é dita precoce e frequentemente está 
associada a ocorrência de doença hemolítica (deve ser ter 
investigação laboratorial). 
Icterícia fisiológica com zona de kramer <2 observação clínica, zona 
Kramer > 2 deve ter investigação laboratorial. 
• Hemograma completo, contagem de plaquetas
• Bilirrubina total e direta, ALT, AST, fosfatase alcalina, glicose
• Teste de coombs direto (realizado no RN)
• Teste de coombs indireto (realizado na mãe)
• Teste do Eluato 
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Nomograma de Bhutani.
Esse nomograma classifica os riscos do valor de BT, com predomínio de BI, em RN com 35 semanas ou mais de 
idade gestacional, conforme a idade pós-natal
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Tratamento da hiperbilirrubinemia indireta
As formas de terapia mais utilizadas no tratamento da hiperbi- lirrubinemia indireta compreendem a 
fototerapia e a EST, e, em alguns casos, a imunoglobulina standard endovenosa.
A fototerapia com proteção ocular é o método mais utiliza- do nas últimas décadas. Visa a reduzir os níveis de 
bilirrubinas que poderiam indicar EST. A eficácia desse tratamento depen- de do comprimento de onda da luz, 
da irradiância espectral e da superfície corpórea exposta à luz.
Quando a bilirrubinemia é superior ao percentil 95 no no- mograma de Bhutani et al., é preferível indicar 
fototerapia de alta intensidade, de preferência com lâmpadas azuis especiais.
Na hemólise por incompatibilidade Rh, a EST pode ser indicada logo após o nascimento, quando BI > 4 mg/dL 
e/ou hemoglobina < 12 g/ dL no sangue de cordão. 
Na doença hemolítica por incompatibilidade Rh, a BT deve ser determinada a cada 6 a 8 horas, e a 
EST, indicada se hou- ver elevação igual ou superior a 0,5 a 1 mg/dL/hora nas pri- meiras 36 horas de 
vida
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Complicações da hiperbilirrubinemia indireta
• A mais temida é a encefalopatia bilirrubínica. A fase aguda da doença ocorre nos primeiros 
dias e perdura por semanas, com letargia, hipotonia e sucção débil.
• Se a hiperbilirrubinemia não é tratada, aparece hipertonia com hipertermia e choro agudo de 
alta intensidade.
• As crianças sobreviventes apresentam a forma crônica da doença, com a tétrade paralisia 
cerebral atetoide grave, neuropatia auditiva, paresia vertical do olhar, displasia dentária e, 
ocasionalmente, deficiência mental.
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Referências 
• DODE, TRATA; DE, TRATADO. Tratado de Pediatria SBP 4ª Ed.-2017.
	Slide 1: Icterícia NEONATAL 
	Slide 2
	Slide 3: Introdução
	Slide 4: Metabolismo da bilirrubina 
	Slide 5: Fisiopatologia 
	Slide 6
	Slide 7: Icterícia associada ao aleitamento materno 
	Slide 8
	Slide 9
	Slide 10: Fatores de risco para hiperbilirrubinemiaindireta
	Slide 11: Avaliação diagnóstica 
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17
	Slide 18
	Slide 19
	Slide 20

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