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Metodologia Triangular Marcia Polacchini O Ensino de arte no Brasil possui três grandes tendências conceituais, que, didaticamente, classificamos em: (1) Ensino de Arte Pré-Modernista- Tradicional; (2)Ensino de Arte Modernista- Livre expressão; (3) Ensino de Arte Pós- Modernista ou Pós- Moderno- Sociointeracionista. Na Tendência Pré-Modernista - Arte como Técnica; Na Tendência Modernista –Expressão Na Tendência Pós- Modernista - Arte como Conhecimento. PRÉ MODERNISTA - TRADICIONAL Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década de 1950. Ainda está presente em muitas escolas. Foco Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o preparo de um produto final. Estratégia de ensino Repetição de atividades, cópia de modelos e memorização. O professor adota a postura de transmissor do conhecimento. Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço para a contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados. MODERNISTA - LIVRE EXPRESSÃO Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da Escola Nova. Foco O que importa não é o resultado, mas o processo e, principalmente, a experiência. Há a valorização do desenvolvimento criador e da iniciaQva do aluno durante as aQvidades em classe. Estratégia de ensino Desenho livre e uso variado de materiais. Não há certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor, não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo uQlizar outras produções arTsQcas para influenciar a turma. A ideia é que o estudante exponha suas inspirações internas. PÓS MODERNISTA - SOCIOINTERACIONISTA É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções artísticas surgiu na década de 1980. Foco Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro. Estratégia de ensino A experiência do aluno e o saber trazido de fora da escola são considerados importantes e o professor deve fazer a intermediação entre eles. O ensino é baseado em três eixos interligados: produção, apreciação e reflexão sobre a arte. Na década de 1980 podemos constatar no ensino em geral uma busca por ações que valorizem as vivências dos alunos, que se relacionem com as questões sociais e principalmente que favoreçam o desenvolvimento de uma consciência críQca. Nessa perspecQva o Ensino de Arte busca resgatar os conteúdos da área com o intuito de marcar a disciplina como área de conhecimento no currículo escolar. A Arte-Educadora Ana Mae Barbosa foi de vital importância para a forma de ensinar arte no Brasil nesta época. Comprometida com a democratização do saber em arte, com a possibilidade de tornar acessível a todos os alunos - da rede pública e particular - os conteúdos artísticos, passou a estudar formas de conduzir um trabalho conectado com as realidades pessoais e sociais dos alunos. Inseriu, também, no universo do ensino da arte a "Metodologia Triangular”, proposta metodológica que enfoca de forma integrada: FAZER/CRIAR FRUIR/APRECIAR CONTEXTUALIZAR/REFLETIR http://pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo3/artesvisuais/bloco_I/tematica_1/popup_05.html Essa modalidade de ação pedagógica vem sendo estudada desde a década de 1990. Iniciou em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da USP, teve continuidade no Rio Grande do Sul pela Fundação Iochpe e Universidade Federal do RGS, disseminando-se nas instituições de ensino por todo o país. Assim sendo, os arte-educadores hoje mais compromeQdos, entendem que precisam trabalhar uma arte na escola que possibilite às crianças o vivenciar e compreender as linguagens da arte a parQr da experiência de fazer formas arTsQcas e tudo que entra em jogo no percurso criador; valorizando os recursos pessoais, a pesquisa de materiais e técnicas, possibilitando um trabalho centrado na percepção, na imaginação e na reflexão. Enfim, como nos diz Mirian Celeste Martins (1998), o que se pretende nas aulas de arte, nessa perspectiva, é a interação da criança com o campo da arte, o seu contato direto com ela, tal como é previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais. http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=407&Itemid=393 Em 1996 foi aprovada no Brasil a LDB 9394/96, na qual a arte configura-se como componente curricular obrigatório, tal como previsto nos PCNs de Arte, a partir de quatro linguagens: Artes visuais, Teatro, Dança, Música. Os arte-educadores (artes visuais), considerando as mudanças estabelecidas, implementaram em suas classes um ensino que passou a contemplar a apreciação, a reflexão e o fazer. Também, a partir dos PCN, preocuparam-se em encaminhar propostas de ensino da arte comprometidas com os temas transversais: pluralidade cultural, ecologia ou meio ambiente, orientação sexual, ética, trabalho, consumo e saúde. Nessa perspectiva pedagógica, os questionamentos a respeito dos vários temas suscitam uma abordagem que inclui a resolução de problemas. Os estudos são encaminhados a partir dos conhecimentos prévios do aluno com vistas à construção de novas aprendizagens. O papel do professor é muito importante, na medida em que ele é o planejador/executor/observador das estratégias utilizadas. Produção em Arte: o fazer arLsMco • É o próprio ato de criar, construir, produzir. São os momentos em que a criança desenha, pinta, esculpe, modela, recorta, cola, canta, toca um instrumento, compõe, atua, dança, representa, constrói personagens, simboliza... Fruição: apreciação significaMva da Arte e do universo a ela relacionado • Arte é linguagem. A apreciação estéQca é o próprio ato de perceber, ler, analisar, interpretar, criQcar, refleQr sobre um texto sonoro, pictórico, visual, corporal. Supõe a decodificação dos signos das linguagens da arte, o estudo de seus elementos, sua composição, técnica, organização formal, qualidades, etc. É uma “conversa” entre o apreciador e a obra, em que estão presentes também a intuição, a imaginação, a percepção. Reflexão: a Arte é produto da história e da mulMplicidade das culturas humanas • Além do fazer e do apreciar arte, é de fundamental importância a contextualização da obra de arte; todo o panorama social, políQco, histórico cultural em que foi produzida; como ela se insere no momento de sua produção e como esse momento se reflete nela. ARTE E CRIANÇA • Toda criança, antes de entrar na escola, “faz arte”. O PROFESSOR DE ARTE • Arte se ensina e Arte se aprende. Para tanto, o papel do professor enquanto mediador entre Arte e criança é de funda- mental importância.