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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: DIREITO – 3o PERÍODO – MANHÃ 
CAMPUS PRESIDENTE VARGAS – TURMA 1006
DISCIPLINA: TEORIA DA PENA – ARA1228
PROFESSOR: EUGENIUSZ CRUZ
DISCENTE: SAMANTHA OLIVETI DE GOES
Orientações:
Responda fundamentadamente as questões discursivas, apontando as teorias e 
classificações que se aplicam a cada caso.
No que tange as questões objetivas, responda indicando a assertiva cabível com a 
respectiva letra A(1), B(2), C(3) ou D(4).
Questão 1. Alberto Silva, primário, foi condenado por tentativa de roubo qualificado à
pena de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena:
1. poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de
liberdade.
2. poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
3. poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de
direitos.
4. poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4
anos.
RESPOSTA: 1
Questão 2. As penas restritivas de direitos:
1. não é devida quando a pena in concreto privativa de liberdade for superior a 2
(dois) anos e a condenação penal se deu por crime culposo;
2. quando convertidas em privativas de liberdade, não é deduzido o tempo cumprido
da pena restritiva de direitos, observando-se o saldo mínimo de 60 dias de
detenção ou reclusão;
3. substituem as privativas de liberdade quando a pena corporal não for superior a 5
(cinco) anos e o crime não tiver sido praticado com violência ou grave ameaça a
pessoa;
4. convertem em pena privativa de liberdade quando a condenação não ultrapassa o
limite de 4 anos de pena privativa de liberdade e o crime for cometido sem violência
RESPOSTA: 4
Questão 3. Sobre a Medida de Segurança podemos afirmar que:
1. pode ser aplicada a internação em casos de tipificações penais punidas com
detenção
2. poderá ser determinado a internação em hospital psiquiátrico da rede privada
3. poderá ser cumprida através de tratamento ambulatorial
4. Não pode ser aplicada por tratamento ambulatorial
RESPOSTA: 3
Questão 4. Sobre a ação penal podemos afirmar que:
1. a regra é que seja pública condicionada a representação
2. a regra é que seja pública incondicionada
3. a regra é que seja de iniciativa privada
4. trata-se opção do Ministério Público ao ajuizar a ação
RESPOSTA: 2
Questão 5. João matou seu desafeto com 5 disparos de arma de fogo na região toráxica.
Nesse caso:
1. ocorreu concurso formal de crimes diante da pluralidade de condutas
2. ocorreu concurso material de crimes diante da pluralidade de condutas
3. responderá por um único crime de homicídio
4. deve ser reconhecido o crime continuado
RESPOSTA: 3
Questão 6. Tício, com vontade livre e consciente de matar Caio, contrata Zezinho para
executa-lo. Zezinho, menor de 18 anos, no dia e horário marcado – efetivamente -
executa Caio com 5 disparos de uma pistola Taurus calibre 40, sendo certo que este não
resiste às lesões e morre no próprio local.
Tício, agora, responde por delito doloso contra a vida tipificado no art. 121 do CP
(homicídio consumado). Nesse sentido, considerando-se que Zezinho é menor de idade,
pergunta-se: Dentre a modalidades de autoria estudadas, qual destas poderia
fundamentar a acusação formulada contra Tício?
1. Autoria de escritório por parte de Tício
2. Tício pode ser entendido como mandante
3. Houve hipótese de autoria mediata
4. Houve hipótese de autoria imediata
RESPOSTA: 3
Questão 7. O Condenado que ficou preso preventivamente, tem direito a um desconto na 
contagem do cumprimento de pena privativa de liberdade, que se denomina:
1. remissão
2. reversão
3. remição
4. detração
5. regressão
RESPOSTA: 4
Questão 8. Sobre os institutos do Concurso Material de Crimes, Concurso Formal de
Crimes e Continuidade Delitiva, assinale a alternativa INCORRETA:
X) No caso de crime continuado, o ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria da 
ficção jurídica, segundo a qual a unidade delitiva caracteriza-se como criação da 
lei.
b) No caso de incidência de concurso formal de crimes, se a pena cominada em 
decorrência do sistema de exasperação de penas for mais grave que a pena 
calculada pelo sistema do cúmulo material, será aplicada este. Tal situação
denomina-se concurso material benéfico.
c) Os desígnios autônomos, característicos do concurso formal imperfeito de 
crimes, aplicam-se a delitos dolosos e culposos.
d) No caso de conflito de leis penais no tempo não se aplica o princípio da 
irretroatividade da lei penal mais gravosa para as condutas praticadas em 
continuidade.
RESPOSTA: A
Questão 9. Foi determinado pela 14ª Vara Criminal da Comarca da Capital que Helena
Roitmann cumpra Medida de Segurança pelo cometimento de injusto penal tipificado no
art. 155 do CP. A acusada foi considerada inimputável por doença mental quando furtou
joias da casa de sua madrinha. O juiz em sua sentença afirmou que a internação será por
tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica
a cessação de periculosidade, na forma do art. 97, §1º do código Penal. Sobre o
cumprimento de Medidas de Segurança no Brasil é correto afirmar que uma pessoa pode
cumprir Medida de Segurança por tempo indeterminado, como afirma o art. 97, §1º do
Código Penal? Responda Justificadamente.
Resposta: Conforme o art. 97, §1o do CP, “A internação, ou tratamento ambulatorial, será
por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia
médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo devera ser de 1 (um) a 3 (três)
anos” (grifo nosso).
Ao falar de tempo indeterminado interpreta-se como algo sem limite, perpétuo.
Portanto, incompatível com a CF/88 que, em seu art. 5o, XLVII, traz que “não haverá
penas: (…) b) de caráter perpétuo”.
Isso posto, trata-se de determinação inconstitucional, que fere cláusula pétrea. Em
se tratando de inimputável a decisão só se torna inadequada, quando entende-se o
inimputável como aquele incapaz de discernir seus atos, que cometem infração penal e
não compreendem o caráter ilícito do fato, seja de forma absoluta ou relativa. A pena,
portanto, deve ter a duração imposta ao réu, ou seja, máximo de 40 anos conforme a Lei
13.964/2019 (Pacote Anticrime).
Para o STF (informativo 369/2004):
Medida de Seguranca e Limitacao Temporal
A Turma iniciou julgamento de habeas corpus em que se pretende a extinção de
medida de segurança aplicada a paciente, diagnosticada como doente mental pela
pratica do delito de homicídio, cujo cumprimento, em hospital de custódia e
tratamento, ja ultrapassara trinta anos. A impetração e contra decisão do STJ que
indeferira a mesma medida, sob o fundamento de que a lei penal não prevê limite
temporal máximo para o cumprimento da medida de segurança, somente
condicionada a cessação da periculosidade do agente. Sustenta-se, na espécie,
com base no disposto nos artigos 75 do CP e 183 da LEP, estar a medida de
segurança limitada à duração da pena imposta ao réu, e que, mesmo
persistindo a doença mental e havendo necessidade de tratamento, apos a
declaração da extinção da punibilidade, este deve ocorrer em hospital psiquiátrico,
cessada a custodia. O Min. Marco Aurelio, relator, deferiu o writ para que se
implemente a remoção da paciente para hospital psiquiátrico da rede publica, no
que foi acompanhado pelos Ministros Cezar Peluso, Carlos Britto e Eros Grau.
Considerou que a garantia constitucional que afasta a possibilidade de ter-se
prisão perpétua se aplica a custódia implementada sob o ângulo de medida de
segurança, tendo em conta, ainda, o limite máximo do tempo de cumprimento das
penas privativas de liberdade a que alude o art. 75 do CP, e o que estabelece o
art. 183 da LEP, que delimita o período da medida de segurança ao prever que
esta ocorre em substituição da pena, não podendo, dessa forma, ser mais
gravosa do que a própria pena.Com base nisso, concluiu que, embora o §1º
do art. 97 do CP disponha ser indeterminado o prazo da imposição de
medida de segurança, a interpretação a ser dada a esse preceito deve ser
teleológica, sistemática, de modo a não conflitar com as mencionadas
previsões legal e constitucional que vedam a possibilidade de prisão
perpétua. Apos, pediu vista dos autos o Ministro Sepulveda Pertence. (CP: "Art.
75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser
superior a trinta anos. ... Art. 97. ... §1º A internação, ou tratamento
ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for
averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo
mínimo deverá ser de um a três anos."; LEP: "Art. 183. Quando, no curso da
execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
perturbação da saúde mental, o juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da
pena por medida de segurança.").
HC 84219/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 9.11.2004. (HC-84219)
Questão 10. Wilson Chatobrian, empresário conhecido na alta sociedade carioca, foi
condenado pela Justiça Federal pelos crimes de corrupção ativa (art. 333, CP), fraude
tributária (art. 1º da lei 8.137/90), corrupção ativa em transação comercial internacional
(art. 337-B, CP), e homicídio qualificado (art. 121, §2º, I e V, CP). A soma das penas
chega a 45 anos de reclusão em regime fechado. A condenação transitou em julgado no
18 de novembro de 2019.
O acusado foi descoberto após investigação da Polícia Federal, na qual ficou comprovada
por meio de interceptação telefônica que o empresário estava envolvido em um esquema
de fraudes nos pagamentos de tributos a União e corrupção de funcionários do alto
escalão do governo em transações internacionais que envolviam alto vulto econômico.
Além disso, também ficou comprovado que foi ele o autor intelectual do homicídio de
Agenor Teles Iguaçu, que testemunharia em seu desfavor no processo.
A esposa de Wilson Chatobrian lhe procura em seu escritório de advocacia criminal e
pergunta qual é o limite máximo de cumprimento da pena privativa de liberdade no caso
de Wilson Chatobrian. Responda JUSTIFICADAMENTE:
Resposta: Wilson Chatobrian foi condenado em 18/11/2019, dias antes da promulgação
da Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime), que modificou o art. 75 do CP, aumentando de 30
para 40 anos o tempo máximo de pena privativa de liberdade. 
Entretanto, conforme o Art. V, inciso XL da CF, “a lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu”. Portanto, utiliza-se o Princípio da irretroatividade, e Wilson
Chatobrian cumprirá 30 anos de reclusão, conforme descrito anteriormente no CP, art. 75.
Ainda, se o mesmo trabalhar e/ou estudar durante o período de regime fechado, garante-
se a remissão da pena (Remissão por trabalho –> 3 dias trabalhados = menos 1 dia
preso; Remissão por estudo → a cada 12 horas de frequência escolar = menos 1 dia
preso).

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