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Fisioterapia na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) Profa. Tatiana Maíta Como o mundo passou a conhecer a ELA... Doença de Lou Gehri -1941 Stephen Hawking “...Comecei a sentir uma fraqueza em mãos e especialmente todo membro superior direito estava mais fraco, os músculos da mão tremiam sozinhos, dois meses depois destes primeiros sintomas começaram os engasgos e comecei a sentir repuxos na perna esquerda que depois fiquei sabendo ser uma ‘hipertonia espástica’, daí em diante, a fraqueza foi progredindo, progredindo e antes que eu entendesse do que se tratava já estava assim.. Esclerose Lateral Amiotrofica Doença Neurodegenerativa que atinge os neurônios da ponta anterior da medula (NMI) e os feixes piramidais (NMS). Epidemiologia Epidemiologia: 1 a 2 casos p/100.000 50 vezes maior na Ilha de Guam – associada a demência e parkinsonismo Homens 2 vezes mais que em mulheres Sem predileção étnica 95% casos ELA esporádica e apenas 5% casos ELA familiar ( padrão autossômico dominante) 20% dos casos cromossomo 21 mutável Patogênese Causa e Patogênese desconhecida: NMS & NMI Extensa perda neuronal com gliose astrócistica Suspeita de influência ambiental: intoxicação por chumbo, alumínio e mercúrio (??) Aminoácidos como glutamato extra celular (??) Induzida por radioterapia (??) Viral(??) ELA para neoplásica – sintomas minimizados com o controle do câncer Manifestações Clinicas “... Comecei a sentir uma fraqueza em mãos e especialmente todo membro superior direito estava mais fraco, os músculos da mão tremiam sozinhos...” Início em torno dos 50 anos (10% se inicia antes dos 40 anos e apenas 5% inicia antes dos 30 anos) Fraqueza 90% dos pacientes – pernas, mãos, proximalmente braços e orofaringe Fraqueza assimétrica Músculos proximais afetados primariamente Sinais evidentes de NMI: fraqueza, fasciculações ( língua), atrofia Manifestações Clinicas “... depois destes primeiros sintomas começaram os engasgos comecei a sentir repuxos na perna esquerda que depois fiquei sabendo ser uma ‘hipertonia espástica’, ...” Alteração no peso: atrofia e disfagia Alterações respiratórias: fraqueza muscular – pneumonias Sensibilidade preservada: dor em geral por hipomobilidade Lesão de nervos encefálicos: XII, IX, X Comprometimento da marcha: NMI ou NMS ( espasticidade) Sinais evidentes de NMS: Babinski, clonus, Hoffman, espasticidade Reflexos: aumentados ou diminuidos Sinais combinados Diagnóstico Clínico: em cerca de 95%- sinais de NMS e NMI Exame: nenhum exame é patognomônico para ELA, o LCR pode apresentar alterações nos níveis de proteínas. A EMG apresenta denervação em pelo menos 3 membros Evolução INEXORÁVEL, PROGRESSIVA, S/ REMISSÕES, RECIDIVA OU PERÍODO DE ESTABILIZAÇÃO Óbito: Insuficiência respiratória, pneumonia por aspiração Duração dos sintomas: em torno de 4 a 5 anos ( 50% dos pacientes) 15 a 20% vivem mais mais tempo ainda que totalmente paralisados, movendo apenas olhos Tratamento Tratamento: sintomático ! Apoio emocional. Especificamente para ELA nenhuma farmacoterapia realmente eficaz Imunoglobulina e Vit. E – empiracamente / Inibidor do glutamato ( Riluzol) única droga aprovada pela FDA Drogas anti espáticas Fisioterapia / Fonoaudiologia /Terapia Ocupacional Fisioterapia Avaliação Objetivos UMPHRED, 2010 Fisioterapia Prevenir atrofia de desuso Caminhadas, alongamentos, exercícios respiratórios Exercicio concêntrico diário (excêntico pode não ser indicado) Resistência leve , poucas repetições com períodos para descanso, evitar fadiga ( músculos com Fm > 3) Sinaki: 6 contrações isométricas , e isotônicos com theraband, ajudou a minimizar déficits como ADM, FM espasticidade, interferindo na habilidade funcional Músculos que não vencem gravidade melhoram pouco, focar outros músculos Fadiga matinal pós exercício: reavaliar condutas. Disfunções Respiratórias: FM /CV – 30% do normal ( Hipoxemia, hipercapneia e acidose). Clinicamente: dispneia (50%), uso de musculatura acessória, alteração nos padrões de sono, alteração na concentração. Oximetria THB TEP: exercicios ou suporte não invasivo VM /TQT: prolonga a vida – Home Care Cuidados com posicionamento, alinhamento, mudanças de postura. Quando e como podemos intervir? CUIDADOS Postintubation subglotic and tracheal stenosis. Thong T Le, Scott H Hardeman, Arch Otolaryngol Head Neck Surg, 2002 Assessment of Dysphagia with the use of pulse oximetry. Sherman B, MD, Jean M. Nisenboum, Dysphagia 14: 152-156. New York USA 1999. FISIOTERAPIA ALINHAMENTO BIOMECÂNICO The Effect of Head and Neck Position on Oropharyngeal Swallowing. Cumhur Ertrkin. Arch Phys Med Rehabil Vol 82: 1255-60 sept 2001 Relaciones biomecanicas y funcionales de musculos craneo cervico mandibulares em pacientes com patologia em degluticion. Maldonado M D Kinesiologia; 25(2): 14-21,jun 2006 “Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando... Porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive, já morreu...” Stephen Hawking Caso Clinico Paciente 64 anos diagnosticado com ELA há 08 anos apresentando sinais de falência respiratória, solicitada a avaliação fisioterapêutica. * Na avaliação desse paciente quais os aspectos serão determinantes para definir a terapêutica mais adequada para o doente? Por Onde Estudar? UMPHRED, Darcy A. Reabilitação Neurológica. São Paulo: Manole, 2010 ROWLAND, Lewis P. Tratado de Neurologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000 SHUMWAY-COOK, Anne. Controle Motor. Teoria e Aplicações Práticas. São Paulo: Manole, 2003. LENT, Roberto. Cem Bilhões de Neurônios. São Paulo: Atheneu, 2002. O’SULLIVAN, Susan. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. São Paulo:Manole, 1993. BEAR, Mark. Neurociências Desvendando o Sistema Nervoso. Porto Alegre: Artmed, 2001.