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AULA 1 - Sistemas processuais

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SISTEMAS PROCESSUAIS
Prof. Felipe h. mallmann
Professor da Graduação da UNIRITTER
Mestre em Direito (Unilasalle)
Especialista em Direito e Processo Penal (FMP)
Advogado (www.fayet.adv.br)
Sistema processual inquisitório,
Características:
Gestão/iniciativa probatória nas mãos do juiz (ativismos judicial)
Ausência de separação das funções de acusar e julgar (aglutinação da funções)
Atuação do Juiz de ofício. 
Juiz parcial
Inexistência de contraditório pleno
Desigualdade de armas e oportunidades
Sistema processual acusatório,
características:
Distinção entre as atividades de acusar e julgar
Iniciativa probatória das partes
Juiz é 3º imparcial (passivo na realização da prova)
Igualdade de tratamento
Sistema Acusatório
Características
Publicidade do procedimento
Contraditório e defesa
Livre convencimento motivado
Duplo grau de jurisdição
Instituição da coisa julgada 
Sistema misto
Criado em 1808 no Código Napoleônico
Divide-se em fase pré-processual (inquisitorial) e fase processual (acusatório)
Basta a separação para essa distinção?
Onde está a gestão da prova no processo penal brasileiro? Nas partes ou com o Juiz?
A simples separação das funções de acusar e julgar nos transforma em sistema acusatório?
Temos Juízes imparciais? O ativismo judicial seria ponto de quebra do sistema acusatório?
É o nosso sistema?
Sistema processual penal brasileiro
Dito como misto.
Para o Prof. Aury seria Inquisitório e Neoinquisitório. (Gestão)
 Prova do ativismo judicial: art. 242, do CPP – busca e apreensão; art. 127, do CPP – sequestro, art. 209, do CPP – oitiva de testemunhas, art. 156, inc. I e II, do CPP, art. 383 e 385, ambos do CPP. 
 
Como era o nosso cpp
O Código de Processo Penal originário tinha as seguintes e mais relevantes características:
a)o acusado é tratado como potencial e virtual culpado, sobretudo quando existir prisão em flagrante, para a qual, antes da década de 1970, somente era cabível liberdade provisória para crimes afiançáveis, ou quando presente presunção de inocência, consubstanciada na possível e antevista existência de causas de justificação (estado de necessidade, legítima defesa etc.) na conduta do agente (antiga redação do art. 310, caput, CPP – atual parágrafo único do mesmo dispositivo);
b)em uma suposta balança entre a tutela da segurança pública e a tutela da liberdade individual, prevalece a preocupação quase exclusiva com a primeira, com o estabelecimento de uma fase investigatória agressivamente inquisitorial, cujo resultado foi uma consequente exacerbação dos poderes dos agentes policiais;
c)a busca da verdade, sinalizada como a da verdade real, legitimou diversas práticas autoritárias e abusivas por parte dos poderes públicos. A ampliação ilimitada da liberdade de iniciativa probatória do juiz, justificada como necessária e indispensável à busca da verdade real, descaracterizou o perfil acusatório que se quis conferir à atividade jurisdicional.;
d)o interrogatório do réu era realizado, efetivamente, em ritmo inquisitivo, sem a intervenção das partes, e exclusivamente como meio de prova, e não de defesa, estando o juiz autorizado a valorar, contra o acusado, o seu comportamento no aludido ato, seja em forma de silêncio (antiga redação do art. 186 e o ainda atual art. 198, já revogado implicitamente), seja pelo não comparecimento em juízo. É autorizada, então, a sua condução coercitiva (art. 260, CPP).
O que pensar do artigo 212? E se o juiz começar a fazer as perguntas antes do promotor ou defesa?
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Objeto do processo penal
Pretensão Acusatória
Ao Acusador compete promover a punição através da acusação.
Poder de Punir é do Juiz. 
Juiz de garantias: Lei n.º 13.964/2019, antigo PL 10.372/2018 — Pacote Anticrime —, sancionada pelo Presidente da República após aprovação no Senado Federal no dia 11 de dezembro de 2019.
Art. 3-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do art. 5° da Constituição da República Federativa do Brasil; 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no artigo 310 deste Código; 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; 
IV- ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no §1º; 
VI- prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; 
 VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
VIII -prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no §2º deste artigo; 
 IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; 
 X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; 
 XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
 XII -julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
 XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 
 XV- assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; 
 XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; 
 XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; 
 XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. 
“Não cabe ao juiz tutelar a qualidade da investigação, sobretudo porque sobre ela, ressalvadas determinadas provas urgentes, não se exercerá jurisdição. O conhecimento judicial acerca do material probatório deve ser reservado à fase de prolação da sentença, quando se estará no exercício de função tipicamente jurisdicional. Antes, a coleta de material probatório, ou de convencimento, deve interessar àquele responsável pelo ajuizamento ou não da ação penal, jamais àquele que a julgará. Violação patente do sistema acusatório.” (Pacelli, Curso de Processo Penal, 2019.) 
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