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Impostos Federais: Resumo

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DIREITO TRIBUTÁRIO
IMPOSTOS FEDERAIS
SUMÁRIO
1. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR)	4
1.1.	INTRODUÇÃO	4
1.2.	FATO GERADOR	5
1.3.	BASE DE CÁLCULO	6
1.4.	CONTRIBUINTES	8
1.5.	ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS	8
1.6.	LANÇAMENTO	8
2.	IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS (IGF)	9
3.	IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF)	9
3.1.	INTRODUÇÃO	9
3.2.	FATO GERADOR	10
3.3.	BASE DE CÁLCULO	11
3.4.	CONTRIBUINTES	11
3.5.	LANÇAMENTO	12
4.	IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO (II)	12
4.1.	INTRODUÇÃO	12
4.2.	FATO GERADOR	12
4.3.	BASE DE CÁLCULO	14
4.4.	CONTRIBUINTES, RESPONSÁVEIS TRIBUTÁRIOS E RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS	14
4.5.	LANÇAMENTO	15
4.6.	REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS E REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS	16
5.	IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO (IE)	17
5.1.	INTRODUÇÃO	17
5.2.	FATO GERADOR	18
5.3.	BASE DE CÁLCULO	18
5.4.	ALÍQUOTAS	18
5.5.	CONTRIBUINTES	19
5.6.	LANÇAMENTO	19
6.	IMPOSTO DE RENDA (IR)	20
6.1.	INTRODUÇÃO	20
6.2.	UNIVERSALIDADE, GENERALIDADE E PROGRESSIVIDADE	20
6.3.	FATO GERADOR	21
6.3 BASE DE CÁLCULO	24
6.4.	ALÍQUOTA	25
6.5.	CONTRIBUINTES	25
6.6.	LANÇAMENTO	26
7.	IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)	31
7.1.	INTRODUÇÃO	31
7.2.	SELETIVIDADE	32
7.3.	NÃO CUMULATIVIDADE	33
7.4.	CONCEITO DE PRODUTO INDUSTRIALIZADO	33
7.5.	FATO GERADOR	33
7.6.	BASE DE CÁLCULO	36
7.7.	CONTRIBUINTES	37
7.8.	PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS TRIBUTÁRIOS	38
7.9.	LANÇAMENTO	38
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	44
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	44
BIBLIOGRAFIA	64
ATUALIZADO EM 29/11/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
IMPOSTOS FEDERAIS[footnoteRef:2] [2: Por Tássia Neumann Hammes.] 
1. Imposto Territorial Rural (ITR)
1.1. Introdução
Nos termos do art. 153, VI, da CF, compete à União instituir o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Tal imposto é de competência federal, estando disciplinado em nível infraconstitucional principalmente pelas Leis n. 8.847/94, 9.393/96 e pelo Decreto n. 4.382/2002.
A função precípua do ITR é extrafiscal, já que constitui instrumento federal de intervenção na propriedade privada (poder de polícia) utilizado para inibir a manutenção de latifúndios improdutivos.
Em suma, a disciplina constitucional do ITR inclui as seguintes diretrizes:
a) será progressivo a fim de desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
b) não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (imunidade);
Art. 2º. Nos termos do art. 153, §4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a:
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.
Art. 3º. São isentos do imposto:
(...)
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os limites fixados no parágrafo único do artigo anterior, desde que, cumulativamente, o proprietário:
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros;
b) não possua imóvel urbano.
c) será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem (parafiscalidade), na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal (art. 153, § 4º, da CF);
d) 50% do montante de sua arrecadação cabe ao Município onde estiver situado o imóvel tributado, facultado ao Município, que celebrar convênio arrecadatório com a União, ficar com a totalidade do imposto (art. 158, II, da CF).
1.2. Fato gerador
O ITR tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil, ou a posse de imóvel por natureza localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano (arts. 29 do CTN e 1º da Lei n. 9.393/96), incidindo inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse.
O conceito de “zona rural” é residual, sendo considerada a área, independentemente da destinação, não definida como zona urbana (critério da localização), nos termos de lei municipal (art. 32 do CTN).
Vale destacar que, não obstante o CTN tenha adotado o critério topográfico, o STJ dá prevalência à destinação econômica do bem.
	#SELIGA: Por força do art. 15 do Decreto-lei n. 57/66, incide ITR sobre o imóvel localizado em zona urbana que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial (STJ, REsp 1.112.646-SP).
CTN, Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município.
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º. Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2.º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
Caso o imóvel pertença a mais de um município, o ITR será devido onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será no município onde se localize a maior parte do imóvel.
Ao contrário do IPTU que é “predial e territorial”, o ITR é um imposto somente territorial, razão pela qual incide sobre o terreno (propriedade territorial) ao passo que as construções (propriedade predial) não integram sua base de cálculo.
O CTN afirma que enquanto o IPTU incide sobre imóveis “por natureza ou acessão física” (art. 32), o ITR só incide sobre imóveis por natureza (art. 29). Imóveis por natureza equivalem à propriedade territorial; imóveis por acessão física são construções e benfeitorias, ou seja, o mesmo que propriedade predial.
	#DEOLHONAJURIS: Segundo entendimento firmado pelo STJ, se o imóvel se encontra invadido (por exemplo, pelo Movimento dos Sem Terra - MST), a propriedade deixa de ser plena, pois fica tolhida de praticamente todos os seus elementos: não há mais posse, possibilidade de uso ou fruição do bem. Para o Tribunal, cobrar ITR em situações como essa seria uma iniquidade, pois o Estado estaria tributando um direito que, em virtude de falha do próprio Poder Público na prestação do serviço de segurança pública, teve seu exercício impossibilitado (REsp 1.144.982/PR - Informativo411 do STJ).
1.3. Base de cálculo
Nos termos do art. 30 do CTN, a base do cálculo do ITR é o valor fundiário. Contudo, de acordo com a legislação específica, o valor fundiário é o valor da terra nua tributável, que é o valor do imóvel excluídos os valores relativos a (art. 10, § 1º, I, da Lei 9.393/1996):
a) construções, instalações e benfeitorias;
b) culturas permanentes e temporárias;
c) pastagens cultivadas e melhoradas;
d) florestas plantadas.
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
Se o imóvel estiver parcelado ou dividido por logradouros, há interessante regramento estabelecido pelo art. 9º do Decreto n. 4.382/2002:
Art. 9º. Para efeito de determinação da base de cálculo do ITR, considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município, ainda que, em relação a alguma parte do imóvel, o sujeito passivo detenha apenas a posse.
Parágrafo único. Considera-se área contínua a área total do prédio rústico, mesmo que fisicamente dividida por ruas, estradas, rodovias, ferrovias, ou por canais ou cursos de água.
Considera-se tributável a área total do imóvel, excluídas as áreas (art. 10 do Decreto n. 4.382/2002):
I – de preservação permanente:
II – de reserva legal;
III – de reserva particular do patrimônio natural;
IV – de servidão florestal;
V – de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso;
VI – comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual.
	#DEOLHONAJURIS: STJ: DIREITO TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DE ITR RELATIVA A ÁREA DE RESERVA LEGAL. A isenção de Imposto Territorial Rural (ITR) prevista no art. 10, § 1º, II, a, da Lei n. 9.393/1996, relativa a área de reserva legal, depende de prévia averbação desta no registro do imóvel. Corte Especial – AgRg no REsp
1.243.685-PR, rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 5-12-2013.
1.4. Contribuintes
Contribuinte do ITR é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título.
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
1.5. Alíquotas progressivas
As alíquotas do ITR têm previsão de progressividade extrafiscal para desestimular latifúndios improdutivos (art. 153, § 4º, I, da CF), variando de 0,03 a 20% (art. 34 do Decreto n. 4.382/2002) aplicáveis de forma inversamente proporcional ao grau de utilização de cada imóvel.
#DEOLHONAJURIS: É constitucional a progressividade das alíquotas do ITR previstas na Lei nº 9.393/96 e que leva em consideração, de maneira conjugada, o grau de utilização (GU) e a área do imóvel. Essa progressividade é compatível com o art. 153, § 4º, I, da CF/88, seja na sua redação atual, seja na redação originária, ou seja, antes da EC 42/2003. Mesmo no período anterior à EC 42/2003, era possível a instituição da progressividade em relação às alíquotas do ITR. STF. 1ª Turma.RE 1038357 AgR/ SP, Rel. Min Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).
1.6. Lançamento
Assim como o imposto de renda, o fato de existir uma declaração de ITR levou alguns autores a afirmar que o tributo seria lançado por declaração.
Entretanto, ao preencher a declaração do ITR, o sujeito passivo, além de prestar informação à autoridade fiscal, também calcula o montante do tributo porventura incidente, devendo antecipar o respectivo pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, cabendo a esta verificar a correção do procedimento e, se for o caso, homologá-lo, podendo, ainda, lançar de ofício as diferenças porventura devidas.
Assim, trata-se de tributo lançado por homologação.
#DEOLHONAJURIS: É desnecessário apresentar o Ato Declaratório Ambiental - ADA para que se reconheça o direito à isenção do ITR, especialmente quando essa exigência estava prevista apenas em instrução normativa da Receita Federal (IN SRF 67/97). STJ. 2ª Turma. REsp 1668718/SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/08/2017.
2. Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF)
Nos termos do art. 153, VII, da CF/1988, é da União a competência para instituir imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Contudo, o tributo não foi efetivamente instituído. Como a competência tributária é imprescritível a União não tem prazo para criar o IGF e, mesmo que sua instituição demore décadas para efetivar-se, a competência não se deslocará a outra entidade federativa.
Lembrem-se que o IGF, ao ser estabelecido, deverá submeter-se tanto à anterioridade anual quanto à nonagesimal.
3. Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
3.1. Introdução
O art. 153, V, da Carta Magna atribui à União competência para instituir o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. A disciplina infraconstitucional do IOF está a cargo, especialmente, da Lei nº 8.894/94 e do Decreto nº 6.306/2007.
Não obstante os recursos provenientes de sua arrecadação tenham um significativo impacto sobre o orçamento federal, há no IOF um predomínio da função extrafiscal de regulação da política monetária, creditícia e fiscal.
Lembrem-se que o IOF constitui exceção à legalidade tributária, sendo facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, modificar suas alíquotas por meio de ato unilateral. Trata-se também de exceção às anterioridades anual e nonagesimal razão pela qual consiste em tributo de cobrança imediata, podendo ser exigido já no dia seguinte ao da publicação da lei ou ato normativo que o houver instituído ou majorado.
#ATENÇÃO: Nos termos do art. 153, § 5º, da CF, o IOF é o único tributo que incide sobre o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, devido na operação de origem, tributado à alíquota mínima de um por cento.
3.2. Fato gerador
Nos termos do art. 63 do CTN, o IOF tem como fato gerador:
I) quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado;
II) quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III) quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável;
IV) quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Disciplinando o fato gerador do IOF de forma mais detalhada, o art. 2º do Decreto n. 6.306/2007 prescreve que o imposto incide sobre:
I – operações de crédito realizadas:
a) por instituições financeiras;
b) por empresas que exercem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) e; 
c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física.
II – operações de câmbio;
III – operações de seguro realizadas por seguradoras;
IV – operações relativas a títulos ou valores mobiliários;
V – operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial.
	#ATENÇÃO: A noção de “operação financeira” envolve a disponibilidade de crédito como produto oferecido pelas instituições do setor, daí por que não incide IOF sobre caderneta de poupança, conta corrente e depósitos judiciais (Súmula 185 do STJ).
	#DEOLHONASÚMULA: 
Súmula 664, STF: É inconstitucional o inciso V do art. 1.0 da lei 8.033/1990, que instituiu a incidência do imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros - IOF sobre saquesefetuados em caderneta de poupança.
3.3. Base de cálculo
Nos termos do disposto no art. 64 do CTN, considera-se como base de cálculo do IOF:
I – quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros;
II – quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição;
III – quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
	#SELIGA: O art. 65 do CTN autoriza o Poder Executivo a alterar a base de cálculo do IOF por ato unilateral:
O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-lo aos objetivos da política monetária.
Todavia, a referida prerrogativa não encontra amparo no Texto Constitucional de 1988 sendo incompatível com o princípio da legalidade tributária (art. 150, I, da CF). Assim, somente por meio de lei pode ser alterada a base de cálculo do IOF, nunca por ato do Executivo.
3.4. Contribuintes
O contribuinte do IOF é qualquer das partes da operação tributada:
a) qualquer pessoa física ou jurídica tomadora de crédito;
b) compradores ou vendedores de moeda estrangeira;
c) pessoas físicas ou jurídicas seguradas;
d) adquirentes de títulos e valores mobiliários;
e) instituições financeiras;
f) instituições autorizadas pelo Banco Central a realizar operações com ouro.
3.5. Lançamento
O IOF é lançado por homologação, já que incumbe ao sujeito passivo antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, cabendo a esta verificar a correção do procedimento e, se for o caso, homologá-lo, podendo, ainda, lançar de ofício as diferenças porventura devidas.
#DEOLHONAJURIS: É constitucional o art. 1º, IV, da Lei nº 8.033/90, uma vez que a incidência de IOF sobre o negócio jurídico de transmissão de títulos e valores mobiliários, tais como ações de companhias abertas e respectivas bonificações, encontra respaldo no art. 153, V, da CF, sem ofender os princípios tributários da anterioridade e da irretroatividade, nem demandar a reserva de lei complementar. Art. 1º São instituídas as seguintes incidências do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários: IV — transmissão de ações de companhias abertas e das consequentes bonificações emitidas. STF. Plenário. RE 583712/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 4/2/2016 (repercussão geral) (Info 813).
4. Imposto sobre Importação (II)
4.1. Introdução
O Imposto sobre Importação encontra-se previsto no art. 153, I, da Constituição Federal, sendo de competência da União e estando disciplinado pelas Leis n. 7.810/89, 8.003/90, 8.032/90, 8.035/90 e 9.449/97 e, especialmente, pelo Decreto-lei n. 37/66.
Como exceção à legalidade e à anterioridade, pode ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder Executivo, atendidos os limites e condições fixados em lei, hipótese em que a cobrança será imediata.
A função do Imposto de Importação é predominantemente extrafiscal, isso porque ele está voltado à regulação da balança comercial e proteção da indústria nacional, muito mais do que utilizado para simples captação de recursos aos cofres públicos.
4.2. Fato gerador
O Imposto sobre Importação tem como fato gerador a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.
Quando se tratar de mercadoria despachada para consumo considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração apresentada à respectiva autoridade.
Ocorre o fato gerador do imposto também se a mercadoria constar como tendo sido importada, mas cuja falta venha a ser apurada pela autoridade aduaneira.
Considera-se, do mesmo modo, estrangeira a mercadoria, nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao País, tendo que recolher o imposto, exceto se:
a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;
d) por motivo de guerra ou calamidade pública;
e) por outros fatores alheios à vontade do exportador.
Em geral, as bagagens são isentas do recolhimento do Imposto de Importação, desde que atendidas as condições previstas no art. 13 do Decreto-lei n. 37/66, assim como alguns bens de interesse para o desenvolvimento econômico (art. 14).
	#SELIGA: Conforme dispõe o art. 17 do Decreto-lei n. 37/66, a isenção do Imposto sobre Importação somente beneficiará produto sem similar nacional, em condição de substituir o importado. Trata-se de uma importante regra protetiva da indústria nacional, que proíbe concessão de incentivos fiscais à mercadoria estrangeira quando o benefício resulte vantagem competitiva frente ao equivalente nacional.
	#ATENÇÃO: NÃO ocorre o fato gerador nas seguintes hipóteses:
a) mercadoria estrangeira destruída sob controle aduaneiro, sem ônus para a Fazenda Nacional, antes de desembaraçada;
b) mercadoria estrangeira em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída;
c) mercadoria estrangeira que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hipótese em que não tenha sido localizada, tenha sido consumida ou revendida;
d) mercadoria enviada ao exterior em consignação, a mercadoria não for vendida no prazo autorizado e retornar;
e) se a mercadoria for devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
f) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador;
g) por motivo de guerra externa ou calamidade pública;
h) por fatores alheios à vontade do exportador.
4.3. Base de cálculo
A base de cálculo do Imposto sobre a Importação será:
a) A quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida constante na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), nos casos em que a alíquota for específica (Exemplo: R$ X,XX por tonelada ou por metro – art. 20, I, do CTN);
b) A expressão monetária do produto importado (valor previsto no inc. VII, 2, do GATT – Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras), no caso de alíquota ad valorem. Em geral, consta da fatura expedida no local onde a mercadoria foi exportada, acrescida do valor do frete e seguro;
c) O preço de arrematação do bem, quando adquirido em licitação.
	#OLHAOGANCHO: A alíquota ad valorem é aquela que incide sobre o valor, ou seja, é aquele percentual a ser multiplicado por uma grandeza especificada em moeda corrente (base de cálculo em reais) para a obtenção do montante do tributo a ser pago. A alíquota específica é aquela definida por uma quantia determinada de dinheiro por unidade de quantificação dos bens importados (reais por metro, tonelada, litro ou qualquer outra unidade de medida do produto).
*(Atualizado em 05/09/2020) #DEOLHONAJURIS Atenção! Concursos federais Mudança de entendimento! Os serviços de capatazia integram a base de cálculo do imposto de importação! Os serviços de capatazia estão incluídos na composição do valor aduaneiro e integram a base de cálculo do imposto de importação. Os serviços de capatazia integram o conceito de valor aduaneiro, tendo em vista que tais atividades são realizadas dentro do porto ou ponto de fronteira alfandegado na entrada do território aduaneiro. STJ. 1ª Seção. REsp 1.799.306-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, Rel. Acd. Min. Francisco Falcão, julgado em 11/03/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1014) (Info 671).
4.4. Contribuintes, responsáveis tributários e responsáveis solidários
São contribuintes do Imposto sobre Importação:
a) o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria estrangeira no território nacional;
b) o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente;
c) o adquirente de mercadoria entrepostada (art. 31 do Decreto-lei n. 37/66).Nos termos do art. 32 do Decreto-lei n. 37/66, são responsáveis tributários:
a) o transportador, quando transportar mercadoria procedente do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno;
b) o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da custódia de mercadoria sob controle aduaneiro.
São também definidos como responsáveis solidários pelo recolhimento do imposto (art. 32, parágrafo único, do Decreto-lei n. 37/66):
a) o adquirente ou cessionário de mercadoria beneficiada com isenção ou redução do imposto;
b) o representante, no País, do transportador estrangeiro;
c) o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora.
d) o encomendante predeterminado que adquire mercadoria de procedência estrangeira de pessoa jurídica importadora.
	#DEOLHONAJURIS: STJ: “IMPOSTO DE IMPORTACAO. MERCADORIAS DESTINADAS A LOJA FRANCA. REGIME DE SUSPENSÃO DE IMPOSTOS. EXTRAVIO E AVARIAS. RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR. NÃO OCORRÊNCIA. 1. O transportador não responde no âmbito tributário por extravio ou avaria de mercadorias ocorrida na importação efetivada sob o regime de suspensão de impostos. 2. A suspensão funciona como uma espécie de isenção temporária, que se converte em definitiva, por assim dizer, no momento em que ocorre a comercialização do produto em loja franca. 3. Caso a internação se realizasse normalmente, não haveria tributação em virtude da isenção de caráter objetivo incidente sobre os bens importados. Logo, como houve extravio, não se pode falar em responsabilidade subjetiva do transportador, em razão da ausência de prejuízo fiscal” – REsp 1.101.814/SP, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 22-5-2012, 1ª T.
4.5. Lançamento
O imposto de importação é, em regra, lançado por homologação, pois são de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado.
Após, caberá a um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil homologar o procedimento do contribuinte, praticando o ato denominado "desembaraço aduaneiro" da mercadoria importada.
Registre-se que, como todo tributo, o imposto de importação pode vir a ser lançado de ofício quando, por exemplo, a autoridade administrativa perceber que o sujeito passivo não antecipou o valor correto do tributo devido, sempre respeitado o prazo decadencial.
4.6. Regimes aduaneiros especiais e regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais
As regras nesta FUC analisadas se referem predominantemente ao denominado regime aduaneiro comum, definido como o conjunto de normas que estabelece o tratamento tributário e administrativo das mercadorias submetidas a importação em caráter definitivo (nacionalização) e consumo no território nacional.
Existem casos, contudo, em que a legislação, visando a permitir o ingresso temporário de mercadoria em território nacional ou a conceder benefícios fiscais que estimulem determinadas atividades, estabelece exceções ao regime aduaneiro comum, submetendo a mercadoria importada a um regramento suspensivo da tributação. Trata-se dos regimes "aduaneiros especiais" e dos "regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais", disciplinados na legislação específica dos impostos de importação e exportação.
*(Atualizado em 04/01/2021): É constitucional vincular o despacho aduaneiro ao recolhimento de diferença tributária apurada mediante arbitramento da autoridade fiscal. STF. Plenário. RE 1090591, Rel. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 1042) (Info 994 – clipping).
#DEOLHONAJURIS: Se a ANVISA classificou determinado produto importado como "cosmético", a autoridade aduaneira não poderá alterar essa classificação para defini-lo como "medicamento". Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº 9.782/99). Assim, é da Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que é cosmético. STJ. 1ª Turma. REsp 1555004-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
A Lei 8.032/90 prevê que as “instituições de educação” possuem isenção de II e de IPI caso importem bens do exterior. A redação literal da lei fala em “instituições de educação”. Apesar disso, é possível estender essa isenção também para “instituições culturais”? SIM. As entidades com finalidade eminentemente cultural também fazem jus às isenções de Imposto de Importação (II) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) previstas nos arts. 2º, I, “b”, e 3º, I, da Lei 8.032/90. Conquanto a Lei 8.032/90 preveja isenções de II e de IPI para as “instituições de educação” (art. 2º, I, “b”), as entidades com finalidade eminentemente cultural também estão inseridas nessa expressão legal, considerando que não se pode dissociar cultura de educação. STJ. 1ª Turma. REsp 1100912-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 28/4/2015 (Info 561).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 569-STJ: Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais quando da concessão do benefício relativo ao regime de drawback.
*(Atualizado em 20/06/2020) #DEOLHONAJURIS Em razão do seu caráter interpretativo, o conceito abrangente de licitação internacional revelado pelo art. 3º da Lei nº 11.732/2008 retroage às situações anteriores a sua entrada em vigor. O art. 5º da Lei nº 8.032/90 concede o regime de drawback do art. 78, II, do DL 37/66 para as empresas que forem participar de “licitação internacional”. A definição de licitação internacional para fins de concessão do regime aduaneiro do drawback é aquela prevista no art. 3º da Lei nº 11.732/2008 (não se utilizando a Lei nº 8.666/93). Veja o que diz o art. 3º da Lei nº 11.732/2008: Art. 3º Para efeito de interpretação do art. 5º da Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, licitação internacional é aquela promovida tanto por pessoas jurídicas de direito público como por pessoas jurídicas de direito privado do setor público e do setor privado. Esse conceito abrangente de licitação internacional previsto no art. 3º da Lei nº 11.732/2008 possui indiscutível caráter interpretativo e, por isso, retroage para alcançar situações ocorridas antes de sua entrada em vigor. Aplica-se o raciocínio contido no art. 106, I, do CTN: a lei aplica-se a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. STJ. 1ª Turma. REsp 1.715.820-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 10/03/2020 (Info 667).
*(Atualizado em 17/12/2021) No drawback-suspensão, o termo inicial para fins de multa e juros moratórios será o 31º dia do inadimplemento do compromisso de exportar, ou seja, quando escoado o prazo da suspensão. A multa moratória na hipótese de descumprimento, pelo contribuinte beneficiário, da obrigação de exportar no regime especial de drawback em sua modalidade suspensão, somente ocorrerá após o trigésimo dia do inadimplemento. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.580.304-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/09/2021 (Info 710).
5. Imposto sobre Exportação (IE)
5.1. Introdução
O Imposto de Exportação está previsto no art. 153, II, da Constituição Federal, cuja hipótese de incidência enuncia a “exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados”. Sua normatização infraconstitucional consta essencialmente do Decreto-lei n. 1.578/77.
A “exportação” significa a saída, do território nacional, de mercadorias nacionalizadas para adquirente situado no exterior. O “produto nacional” é aquele produzido dentro do país. A “mercadoria nacionalizada” é a mercadoria estrangeira, importada a título definitivo (212, § 1º, do Dec. nº 6.759/2009), ocorrida após a sequência dos atos que a transferem da economia estrangeira para a economia nacional.
O IE também constitui exceção à legalidade e à anterioridade, podendo ter alíquotas alteradas por ato do Poder Executivo, atendidos oslimites e condições fixados em lei, caso em que a cobrança será imediata.
A função do Imposto de Exportação é extrafiscal pois se trata de um imposto dirigido à política econômica e comércio internacional, e sua receita líquida destina-se à formação de reservas monetárias (art. 28 do CTN).
5.2. Fato gerador
Segundo o art. 23 do CTN, o imposto, de competência da União, sobre a exportação para o estrangeiro de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador a saída destes do território nacional.
5.3. Base de cálculo
Nos termos do art. 24 do CTN, a base de cálculo será:
Art. 24. A base de cálculo do imposto é:
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária;
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financiamento.
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos.
O Regulamento Aduaneiro trata da base de cálculo do IE em seu art. 214, nos seguintes termos:
Art. 214. A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Decreto-lei 1.578, de 1977, art. 2º, com a redação dada pela Medida Provisória 2.158-35, de 2001, art. 51).
§ 1º Quando o preço da mercadoria for de difícil apuração ou for suscetível de oscilações bruscas no mercado internacional, a Câmara de Comércio Exterior fixará critérios específicos ou estabelecerá pauta de valor mínimo, para apuração da base de cálculo (Decreto-lei 1.578, de 1977, art. 2º, § 2º, com a redação dada pela Medida Provisória 2.158-35, de 2001, art. 51).
§ 2º Para efeito de determinação da base de cálculo do imposto, o preço de venda das mercadorias exportadas não poderá ser inferior ao seu custo de aquisição ou de produção, acrescido dos impostos e das contribuições incidentes e da margem de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos, mais impostos e contribuições (Decreto-lei 1.578, de 1977, art. 2º, § 3º, com a redação dada pela Lei 9.716, de 1998, art. 1º).
5.4. Alíquotas
O IE é exceção ao princípio da legalidade, podendo ter alíquotas modificadas por ato do Poder Executivo. Porém, na ausência de fixação pelo Executivo a alíquota do IE é de 30% (art. 3º do Decreto-lei n. 1.578/77), sendo vedada em qualquer hipótese sua majoração para patamar superior a 150% (art. 3º, parágrafo único).
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
5.5. Contribuintes
O contribuinte do IE é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída do produto do território nacional, ou quem a lei a ele equiparar.
5.6. Lançamento
Nas raríssimas hipóteses em que há a incidência de imposto de exportação com alíquota diferente de zero, o tributo é lançado por homologação.
Assim, cabe ao exportador elaborar e registrar no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) a declaração de exportação, bem como fornecer à Alfândega os documentos necessários à instrução do despacho, entre eles, na hipótese de haver crédito de IE, o Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF comprovando o recolhimento antecipado do tributo.
Posteriormente, caberá a um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil verificar a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação às mercadorias, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a seu desembaraço e a sua saída para o exterior. O ato de desembaraço corresponde, portanto, à homologação expressa do procedimento do contribuinte, o que caracteriza a modalidade de lançamento do imposto de exportação.
Como ocorre em todo tributo, percebida a ilegal ausência de pagamento ou o pagamento a menor, os valores devidos devem ser objeto de lançamento de ofício, respeitado o prazo decadencial.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O crédito do REINTEGRA é um benefício fiscal, caracterizado por transferência financeira a entidade privada para o custeio de atividade econômica setorial, daí porque se trata de espécie de subvenção econômica. O art. 22, § 1º, da Lei nº 13.043/2014 determina que o Poder Executivo estabeleça o fator percentual de cálculo do valor do crédito, o qual pode variar entre 0,1% e 3%. O decreto regulamentar que fixa percentuais variáveis, por períodos, não extrapola os limites da delegação. O critério temporal, entre outros, é relevante para a dinâmica própria do mercado de exportação, e sua estipulação decorre da discricionariedade técnica que é exigida do regulamento. STJ. 1ª Turma. REsp 1732813/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/05/2019 (Info 650).
*#DEOLHONASÚMULA #SAINDODOFORNO #STJ 
Súmula 640: "O benefício fiscal que trata do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) alcança as operações de venda de mercadorias de origem nacional para a Zona Franca de Manaus, para consumo, industrialização ou reexportação para o estrangeiro".
6. Imposto de Renda (IR)
6.1. Introdução
Nos termos do art. 153, III, da CF que compete à União instituir Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.
Atualmente, o IR rege-se pelas Leis n. 8.034/90, 8.166/91, 8.848/94, 8.849/94, 8.981/95, 9.316/96, 9.430/96, 9.532/97 e especialmente pelo Decreto n. 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR).
A função do Imposto sobre a Renda é fiscal, isto é, meramente arrecadatória, na medida em que finalidade precípua que justifica sua cobrança consiste na pura obtenção de recursos para custeio dos gastos gerais do Estado. Constata-se, contudo, que a obrigatoriedade constitucional de aplicação do sistema de alíquotas progressivas aponta também para uma difusa função de redistribuição de renda associada à redução de desigualdades sociais.
O Imposto sobre a Renda sujeita-se ao regime geral da legalidade tributária, de modo que o tributo só pode ser criado, majorado, reduzido ou extinto mediante lei ordinária da União. No entanto, é uma das exceções à anterioridade nonagesimal. Assim, sendo criado ou majorado em um exercício os novos valores podem ser exigidos no ano seguinte, não havendo necessidade de aguardar o intervalo mínimo de noventa dias. Esse é o modo geral de compreender a relação entre o IR e a anterioridade tributária. 
6.2. Universalidade, generalidade e progressividade
O inciso I, do § 2º, do art. 153, da CF/1988 impõe que o IR obedeça aos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei.
A determinação constitucional decorre dos princípios da isonomia e da capacidade contributiva, pois é a necessidade de se tratar de maneira semelhante as pessoas que se encontrem em situação equivalente (sentido horizontal da isonomia), de forma a impor que todas as pessoas (generalidade) e todas as rendas e proventos (universalidade) estejam sujeitos à incidência do IR.
Da mesma forma, é a exigência de tratar de maneira diferenciada as pessoas que se encontrem em situações desiguais, na proporção das desigualdades entre elas havidas (sentido vertical da isonomia), impondo que as alíquotas do imposto sejam maiores para os rendimentos ou proventos mais elevados (progressividade).
	#SELIGA: As verbas de natureza indenizatória, por servirem apenas para recompor o patrimônio jurídico dos beneficiários, não o aumentando,não estão sujeitas ao imposto.
6.3. Fato gerador
O fato gerador do IR é “a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica”:
a) de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;
b) de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
O conceito de renda compreende o produto do capital (como os rendimentos obtidos com uma aplicação financeira), do trabalho (como o salário recebido pelo empregado) ou da combinação de ambos (como o lucro).
Já o conceito de proventos é definido por exclusão, compreendendo todos os acréscimos patrimoniais não enquadráveis no conceito, legal de renda. A título de exemplo, podem-se citar os acréscimos patrimoniais decorrentes de atividade criminosa.
Assim, pode-se dizer, em síntese, que o fato gerador do IR é qualquer acréscimo patrimonial observado em determinado período de tempo.
O imposto incide tanto no caso de aquisição da disponibilidade econômica quanto jurídica. Disponibilidade econômica consiste no recebimento efetivo do valor a ser acrescentado no patrimônio do contribuinte.
Já a disponibilidade jurídica, que também é fato gerador do IR, se dá quando ocorre o crédito do valor, ficando disponível ao contribuinte, embora não esteja ainda incorporado efetivamente ao seu patrimônio. Ex: remessa de dólar proveniente do exterior feita ao contribuinte (valor já creditado em conta), mas que ainda não foi convertido em moeda nacional pela instituição financeira para poder ser sacado (não se incorporou ao seu patrimônio).
	#DEOLHONASÚMULA
*(Atualizado em 17/10/2020) Súmula 584, STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.
ATENÇÃO! Superada a Súmula 584 STF!
Esse enunciado é incompatível com os princípios da irretroatividade e da anterioridade. Por essa razão, o STF decidiu pelo cancelamento do verbete. STF. Plenário. RE 159180, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping).
O princípio de irretroatividade tributária assegura ao contribuinte o direito de não ser cobrado com novas hipóteses de incidência ou majorações ocorridas após o início do período-base. Assim, de acordo com esse raciocínio, o fato gerador do imposto de renda completa-se somente no dia 31 de dezembro do ano-base. A lei que tenha sido publicada até essa data poderá ser aplicada no cálculo do imposto correspondente, nos termos do art. 105 do CTN:
 Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Súmula 590-STJ: Constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do Imposto de Renda, em caso de liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualizadas e corrigidas.
Súmula 598-STJ: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova.
Súmula 627-STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018.
*(Atualizado em 14/08/2022) #DEOLHONAJURIS Portador de HIV, mesmo sem sintomas de Aids, goza da isenção do imposto de renda prevista no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 (tem relação com a Súmula 627-STJ) Independentemente de a pessoa diagnosticada como soropositiva para HIV ostentar sintomas da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - SIDA/AIDS, deve o contribuinte ser abrangido pela isenção do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física - IRPF. A isenção de imposto de renda sobre proventos de aposentadoria/reforma em razão de moléstia grave tem por objetivo desonerar quem se encontra em desvantagem face ao aumento de despesas com o tratamento da doença. No que diz respeito à contaminação pelo HIV, a literatura médica evidencia que o tempo de tratamento é vitalício (até surgimento de cura futura e incerta), com uso contínuo de antirretrovirais e/ou medicações profiláticas de acordo com a situação virológica (carga viral do HIV) e imunológica do paciente. Logo, não deve haver diferença de tratamento jurídico entre a pessoas que possuem a SIDA/AIDS e aquelas soropositivas para HIV que não manifestam os sintomas da SIDA/AIDS. STJ. 2ª Turma. REsp 1.808.546-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 17/05/2022 (Info 737).
*(Atualizado em 23/10/2022): Não incide imposto de renda (IR) sobre o preço recebido em virtude de cessão com deságio de precatório. Esta Corte possui entendimento consolidado no sentido de que a alienação de precatório com deságio não implica ganho de capital no preço recebido, motivo pelo qual não há que se falar em incidência da tributação pelo Imposto de Renda por ocasião do recebimento do preço pela cessão do referido crédito. REsp 1.785.762-RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 27/08/2022, DJe 29/09/2022.
Nos termos do art. 43, § 1º, do CTN: “A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção”.
Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo (art. 43, § 2º, do CTN).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Não tendo participado do fato gerador do tributo, a declaração conjunta de imposto de renda não torna o cônjuge corresponsável pela dívida tributária dos rendimentos percebidos pelo outro. Exemplo hipotético: João e Carla são casados. Eles fizeram uma declaração conjunta do imposto de renda. Ocorre que não se declarou que Carla recebeu R$ 10 mil por serviços prestados para uma determinada empresa. Houve, portanto, omissão de rendimentos recebidos. Ao detectar a omissão, a Receita Federal fez lançamento de auto de infração contra Carla e João. Não poderia ter feito contra João. O fato gerador (renda auferida com os serviços prestados) foi praticado apenas pela mulher. Logo, o marido não pode ser considerado como solidariamente obrigado. STJ. 1ª Turma. REsp 1.273.396-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662).
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O imposto de renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza. Renda, para fins de incidência tributária, pressupõe acréscimo patrimonial ao longo de determinado período, ou seja, riqueza nova agregada ao patrimônio do contribuinte. A quota condominial é a obrigação mensal imposta a todos os condôminos para cobrir gastos necessários à manutenção de um condomínio. Trata-se, portanto, de uma despesa, um encargo que é suportado pelos condôminos. Assim, a dispensa do pagamento das taxas condominiais concedida ao síndico pelo trabalho por ele exercido não pode ser considerada como pró-labore, rendimento nem tampouco como acréscimo patrimonial. Logo, não está sujeita à incidência do imposto de renda, sob pena, inclusive, de violar o princípio da capacidade contributiva. Quando o síndico deixa de pagar a quota condominial não há uma alteração entre o patrimônio preexistente e o novo. Não há o ingresso de riqueza nova em seu patrimônio que justifique a inclusão do valor correspondente à sua quota condominial como ganho patrimonial na apuração anual de rendimentos tributáveis. STJ. 1ª Turma. REsp 1.606.234-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 05/12/2019 (Info 662).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 586, STF: Incide Imposto de Rendasobre os juros remetidos para o exterior, com base em contrato de mútuo.
Súmula 587, STF: Incide Imposto de Renda sobre o pagamento de serviços técnicos contratados no exterior e prestados no Brasil.
Súmula 125, STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à incidência do imposto de renda.
Súmula 136, STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço não está sujeito ao imposto de renda.
Súmula 262, STJ: Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas.
Súmula 394, STJ: É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual.
Súmula 447, STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores.
Súmula 463, STJ: Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo.
Súmula 498, STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.
*(Atualizado em 10/05/2020) #SELIGANAJURIS É ilegal o art. 4º, I, da IN SRF nº 139/1989, que, ao suprimir a comunicação entre exercícios diferentes, traz inovação limitadora não prevista no Decreto-lei nº 1.790/1980. O Decreto-lei nº 1.790/1980, que foi recepcionado com força de lei ordinária, não estabeleceu restrição à compensação entre períodos diversos, isto é, não impôs nenhuma limitação temporal ao exercício de tal direito. Assim, era perfeitamente possível a compensação do imposto de renda retido na fonte mesmo que em calendários (exercícios) diferentes. STJ. 1ª Turma. REsp 1.628.374-SP, Re
*(Atualizado em 28/08/2022) #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO - É inconstitucional norma que prevê a incidência do imposto de renda sobre valores percebidos pelo alimentado a título de alimentos ou pensão alimentícia Importante!!! ODS 10 E 17 A materialidade do imposto de renda está necessariamente ligada à existência de acréscimo patrimonial. Nesse contexto, os alimentos ou pensão alimentícia oriundos do direito de família representam, para os alimentados, apenas entrada de valores, pois se revelam como montantes retirados dos acréscimos patrimoniais auferidos pelo alimentante. Assim, o recebimento de renda ou provento de qualquer natureza pelo alimentante ─ de onde ele retira a parcela a ser paga ao credor dos alimentos ─ já configura, por si só, fato gerador do IR. Por isso, submeter também os valores recebidos pelo alimentado representa nova incidência do mesmo tributo sobre a mesma realidade, configurando bis in idem camuflado e sem justificação legítima, em evidente violação ao texto constitucional. STF. Plenário. ADI 5422/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/6/2022 (Info 1057).
6.3 Base de cálculo
Há três formatos diferentes para composição da base de cálculo do IR: a) lucro real; b) lucro presumido; c) lucro arbitrado.
A apuração pelo lucro real, sistema utilizado como regra geral pelas pessoas jurídicas, leva em consideração o acréscimo patrimonial efetivo.
Segundo a legislação, considera-se lucro real: “o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária” (art. 6º do Decreto-lei n. 1.598/77).
No lucro presumido, o montante tributável é determinado pela utilização de coeficientes legais, de acordo com o tipo de atividade, aplicados sobre a receita bruta. É um sistema opcional para pessoas jurídicas cuja receita bruta, no ano calendário anterior, foi igual ou inferior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais).
Quanto ao lucro arbitrado, consiste na forma de apuração aplicada em relação a contribuintes sujeitos em princípio aos sistemas do lucro real ou do lucro presumido, mas que, não estando com as escriturações comercial e fiscal regularizadas, obrigam o Fisco a determinar unilateralmente, por meio de estimativa, a base de cálculo a ser utilizada para pagamento do imposto.
6.4. Alíquota
A CF/88, em seu art. 153, § 2º, I, determina que o Imposto sobre a Renda será informado pelo critério da progressividade. Assim, o IR obrigatoriamente deve ser cobrado mediante utilização do sistema de alíquotas progressivas em função da capacidade econômica do contribuinte.
A cobrança progressiva é válida para pessoas físicas. No caso de pessoas jurídicas a alíquota não é progressiva, mas proporcional, variando conforme o modo de apuração aplicável: lucro real, presumido ou arbitrado.
	#DEOLHONAJURIS: STF: “O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 388.312/MG, relatora para o acórdão a Min. Cármen Lúcia, fixou orientação no sentido de que não cabe ao Poder Judiciário autorizar a correção monetária da tabela progressiva do imposto de renda prevista na Lei n. 9.250/1995 ante a ausência de previsão legal que o autorize” – RE 470860-DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 15-5-2012, 2ª T.
6.5. Contribuintes
São contribuintes do Imposto de Renda todas as pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a acréscimo patrimonial. A legislação pode conferir a condição de responsável tributário a quem possui obrigação de reter o imposto na fonte.
	#DEOLHONAJURIS: STJ: “DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE PELO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA CUJA DECLARAÇÃO FOI TRANSMITIDA COM DADO EQUIVOCADO PELA FONTE PAGADORA. Mesmo que a fonte pagadora (substituta tributária) equivocadamente tenha deixado de efetuar a retenção de determinada quantia, a título de imposto de renda, sobre importância paga a empregado, tendo, ainda, expedido comprovante de rendimentos informando que a respectiva renda classifica-se como rendimento isento e não tributável, o sujeito passivo da relação jurídico-tributária (substituído tributário) deverá arcar com o imposto de renda devido e não recolhido” – 1ª T. REsp 1.218.222-RS, rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 4-9-2014.
(*) Atualizado em 17/08/2021 #DEOLHONAJURIS: Pessoa com deficiência pode ser enquadrada como dependente, mesmo que seja apta a trabalhar, mas desde que não receba remuneração que exceda as deduções legalmente autorizadas. Na apuração do imposto sobre a renda de pessoa física, a pessoa com deficiência que supere o limite etário e seja capacitada para o trabalho pode ser considerada como dependente quando a sua remuneração não exceder as deduções autorizadas por lei. STF. Plenário. ADI 5583/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
* (Atualizado em 09/08/2020) #DEOLHONAJURIS Não é possível estender, pela via judicial, a isenção prevista no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 aos trabalhadores em atividade. O art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88 prevê que as pessoas portadoras de neoplasia maligna ou outras doenças graves e que estejam na inatividade não pagarão imposto de renda sobre os rendimentos recebidos a título de aposentadoria, pensão ou reforma. Essa isenção é devida apenas às pessoas que recebem aposentadoria, pensão ou reforma e não é possível que o Poder Judiciário estenda o benefício aos trabalhadores que estão em atividade. Os juízes e Tribunais não podem, mesmo a pretexto de estabelecer tratamento isonômico, conceder isenção tributária em favor daqueles não contemplados pelo favor legal, porque isso equivaleria, em última análise, a converter o Poder Judiciário em inadmissível legislador positivo. A legislação optou por critérios cumulativos absolutamente razoáveis à concessão do benefício tributário, quais sejam, inatividade e enfermidade grave, ainda que contraída após a aposentadoria ou reforma. STF. Plenário. ADI 6025, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Info 983 – clipping). 
6.6. Lançamento
A formulação de declaração pelo sujeito passivo é mera obrigação acessória que auxilia no cálculo, pelo próprio sujeito passivo, do tributo porventura devido. Caso haja imposto a pagar, o próprio declarante deve antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,conforme o art. 150 do CTN.
Assim, a regra, no imposto de renda é o lançamento por homologação.
Constatada a ausência ou insuficiência de pagamento de acordo com o fato gerador ocorrido, o crédito correspondente deve ser constituído de ofício, respeitado o prazo decadencial.
*(Atualizado em 17/12/2021) Não incidem IRPJ e CSLL sobre os juros decorrentes da mora na devolução de valores determinada em ação de repetição do indébito tributário.
Os valores relativos à taxa Selic recebidos pelo contribuinte na repetição de indébito tributário não compõem a base de incidência do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Tese fixada pelo STF: “É inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL sobre os valores atinentes à taxa Selic recebidos em razão de repetição de indébito tributário”. STF. Plenário. RE 1063187/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/9/2021 (Repercussão Geral – Tema 962) (Info 1031).
(*) Atualizados em 17/08/2021 #DEOLHONAJURIS: Estados são titulares do IR sobre rendimentos pagos diretamente por suas autarquias e fundações. É dos Estados e Distrito Federal a titularidade do que arrecadado, considerado Imposto de Renda, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por si, autarquias e fundações que instituírem e mantiverem. STF. Plenário. RE 607886/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2021 (Repercussão Geral – Tema 364) (Info 1017).
(*) Atualizados em 17/08/2021 #DEOLHONAJURIS: Incide Imposto de Renda sobre verba paga como contraprestação de plantões médicos. Tais pagamentos são habituais, comutativos e de caráter eminentemente retributivo, de modo que não podem ser considerados de natureza indenizatória.
Vale ressaltar que o pagamento do IR é devido mesmo que a lei estadual preveja esse plantão médico como sendo verba de caráter indenizatório.
STJ. 2ª Turma. RMS 52.051-AP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 11/05/2021 (Info 696).
*(Atualizado em 14/03/2021) #DEOLHONAJURIS: O art. 476-A da CLT prevê que o contrato de trabalho pode ser suspenso, após celebração de acordo ou de convenção coletiva com o sindicato da categoria, e anuência formal do empregado, pelo período de duração do curso de requalificação de no mínimo 2 (dois) e no máximo, 5 (cinco) meses. Com a suspensão do contrato de trabalho, nessa modalidade, o empregado recebe bolsa de qualificação profissional, custeada pelo FAT - Fundo de Amparo ao Trabalhador, nos termos do art. 2º-A da Lei 7.998/90, durante o curso de aprimoramento profissional, desde que a suspensão tenha duração máxima de cinco meses, após o que o encargo passa a ser de responsabilidade do empregador, conforme o art. 476-A, § 7º, da CLT. Como há suspensão do contrato de trabalho, tal ajuda compensatória evidentemente não se enquadra no inciso I do art. 43 do CTN. Além disso, ela não configura proventos, entendidos como acréscimos patrimoniais descritos no inciso II do mesmo dispositivo. O montante pago a título de ajuda compensatória, portanto, tem natureza jurídica de indenização, destinando-se a reconstituir a perda patrimonial do trabalhador e os próprios prejuízos advindos da suspensão do contrato de trabalho, como não influir no 13º salário proporcional, no depósito na conta vinculada do FGTS. O valor recebido pelos trabalhadores a título de ajuda compensatória representa uma indenização do patrimônio desfalcado do trabalhador, e não um acréscimo patrimonial tido como fato gerador do imposto, motivo pelo qual não se sujeita à tributação pelo imposto de renda. STJ. 2ª Turma. REsp 1.854.404-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 02/06/2020 (Info 678).
*(Atualizado em 14/03/2021) #DEOLHONAJURIS: O momento do fato gerador do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF a ser recolhido pela sociedade empresária brasileira, em razão de pagamento feito a pessoa jurídica domiciliada no exterior, se dá no vencimento ou pagamento da dívida, o que ocorrer primeiro. STJ. 1ª Turma. REsp 1.864.227-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/08/2020 (Info 678).
*(Atualizado em 28/02/2021) #DEOLHONAJURIS: O art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88 prevê que as pessoas portadoras de neoplasia maligna ou outras doenças graves e que estejam na inatividade não pagarão imposto de renda sobre os rendimentos recebidos a título de aposentadoria, pensão ou reforma. Essa isenção é devida apenas às pessoas que recebem aposentadoria, pensão ou reforma e não é possível que o Poder Judiciário estenda o benefício aos trabalhadores que estão em atividade. Os juízes e Tribunais não podem, mesmo a pretexto de estabelecer tratamento isonômico, conceder isenção tributária em favor daqueles não contemplados pelo favor legal, porque isso equivaleria, em última análise, a converter o Poder Judiciário em inadmissível legislador positivo. A legislação optou por critérios cumulativos absolutamente razoáveis à concessão do benefício tributário, quais sejam, inatividade e enfermidade grave, ainda que contraída após a aposentadoria ou reforma. STF. Plenário. ADI 6025, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020 (Info 983 – clipping). Não se aplica a isenção do imposto de renda prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/88 (seja na redação da Lei nº 11.052/2004 ou nas versões anteriores) aos rendimentos de portador de moléstia grave que se encontre no exercício de atividade laboral. STJ. 1ª Seção. REsp 1.814.919-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 24/06/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1037) (Info 676).
*(Atualizado em 28/02/2021) #DEOLHONAJURIS: Não é direito subjetivo do contribuinte compensar seus prejuízos fiscais do IRPJ e da base de cálculo negativa da CSLL sem observância do limite de 30% a que se referem os arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95 quando ocorre o desaparecimento da empresa por incorporação. STJ. 1ª Turma. REsp 1.805.925-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 23/06/2020 (Info 676). STJ. 2 Turma. AgInt-EDcl-REsp 1.725.911/SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 12/02/2019.
#DEOLHONAJURIS: A remuneração percebida pelos atletas profissionais a título de direito de arena sujeita-se à incidência do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF. STJ. 1ª Turma. REsp 1.679.649-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 17/05/2018 (Info 626).
A isenção prevista no art. 39, § 2º, da Lei nº 11.196/2005, alcança as hipóteses nas quais o produto da venda de imóvel por pessoa física seja destinado, total ou parcialmente, à quitação ou amortização de financiamento de outro imóvel residencial que o alienante já possui. STJ. 1ª Turma. REsp 1668268-SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 13/03/2018 (Info 622). STJ. 2ª Turma. REsp 1469478/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel. p/ Acórdão Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 25/10/2016 (Info 594).
Crédito presumido de ICMS não integra a base de cálculo do IRPJ e da CSLL. STJ. 1ª Seção.EREsp 1517492-PR, Rel. Min. Og Fernandes, Rel. Acd. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/11/2017 (Info 618).
A cessão de crédito de precatório não tem o condão de alterar a base de cálculo e a alíquota do Imposto de Renda, que deve considerar a origem do crédito e o próprio sujeito passivo originariamente favorecido pelo precatório. STJ. 1ª Turma.REsp 1405296-AL, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 19/09/2017 (Info 612). STJ. 2ª Turma. RMS 42409/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 06/10/2015.
É constitucional a concessão regular de incentivos, benefícios e isenções fiscais relativos ao Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados por parte da União em relação ao Fundo de Participação de Municípios e respectivas quotas devidas às Municipalidades. STF. Plenário. RE 705423/SE, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/11/2016 (repercussão geral) (Info 847).
Em 2010, o STJ decidiu que incide Imposto de Renda sobre os rendimentos recebidos a título de abono de permanência (1ª Seção. REsp 1192556/PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/08/2010.Recurso repetitivo). Ocorre que, antes deste julgamento, a posição do STJ era no sentido oposto. Diante disso, como houve radical mudança da jurisprudência, o STJ decidiu que o entendimento adotado no REsp 1.192.556-PE não alcança fatos geradores pretéritos ao referido julgado. Em outras palavras, incide o IRPF sobre o valor do abono de permanência, mas somente a partir de 2010, data do julgamento do REsp. 1.192.556/PE, não valendo este entendimento para fatos geradores anteriores a este acórdão. STJ. 1ª Turma. REsp 1596978-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 7/6/2016 (Info 589).
*(Atualizado em 29/11/2022) #DEOLHONAJURIS – TESE FIXADA “É constitucional a cobrança, em face das entidades fechadas de previdência complementar não imunes, do imposto de renda retido na fonte (IRRF) e da contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).” RESUMO: A cobrança do IRRF e da CSLL de entidades fechadas de previdência complementar, não abrangidas por imunidades tributárias, é compatível com a Constituição Federal. Ausente imunidade tributária aplicável, mesmo as entidades sem fins lucrativos podem ser reconhecidas como contribuintes do imposto de renda ou da contribuição social sobre o lucro líquido, caso realizem o fato gerador. Com efeito, a CF/1988 não exige que o contribuinte tenha, necessariamente, fins lucrativos para haver a incidência dos mencionados tributos. A ausência de finalidade lucrativa não impossibilita que tais entidades aufiram resultados positivos ou outros acréscimos patrimoniais. No caso, as rendas oriundas de aplicações financeiras e os resultados positivos das entidades fechadas de previdência privada se enquadram no que se entende por renda, lucro ou acréscimo patrimonial, que são fatos geradores daqueles tributos. No mais, as contribuições para a seguridade social se assentam na solidariedade geral. Dessa forma, a pessoa jurídica equiparada à empresa na forma da lei, mesmo que não tenha fins lucrativos, pode ser chamada a contribuir para a seguridade social, inclusive mediante contribuição incidente sobre o lucro. Por fim, apesar de não ser possível falar, contabilmente, em apuração de lucro ou de prejuízo pelas entidades fechadas de previdência privada — e sim apuração de superávits ou de déficits —, a contabilidade, ainda que possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. Com base nesse entendimento, ao apreciar o Tema 699 da repercussão geral, o Plenário, por unanimidade, negou provimento ao recurso extraordinário. (1) Precedentes citados: RE 585181 AgR e RE 606107. RE 612686/SC, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em 28.10.2022 (Info. 1074). 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O entendimento firmado no Recurso Especial repetitivo 1.192.556/PE, no sentido de que incide Imposto de Renda sobre o Abono de Permanência, deve ser aplicado sem modulação temporal de seus efeitos. STJ. 1ª Seção. EREsp 1.596.978-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/08/2019 (Info 658).
Os proventos de aposentadoria ou reforma percebidos por portador de cegueira monocular também são isentos de imposto sobre a renda. STJ. 1ª Turma. REsp 1553931-PR, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 15/12/2015 (Info 575).
É inconstitucional a aplicação retroativa de lei que majora a alíquota incidente sobre o lucro proveniente de operações incentivadas ocorridas no passado, ainda que no mesmo ano-base, tendo em vista que o fato gerador se consolida no momento em que ocorre cada operação de exportação, à luz da extrafiscalidade da tributação na espécie. 
Se pessoa jurídica adquire, por meio de cessão de direito, precatório cujo beneficiário seja pessoa física, o cálculo do imposto de renda (IR) retido na fonte (art. 46 da Lei 8.541/92) na ocasião do pagamento da carta precatória deverá ser realizado com base na alíquota que seria aplicável à pessoa física cedente, ainda que a alíquota aplicável a pessoa física seja maior do que a imposta a pessoa jurídica. STJ. 2ª Turma. RMS 42409-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/10/2015 (Info 571).
Segundo o art. 950 do CC, se uma pessoa for vítima de dano físico que cause a diminuição de sua capacidade de trabalho, ela deverá receber do causador do dano pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ela sofreu. Tais valores estão sujeitos ao pagamento de Imposto de Renda (IR). Assim, decidiu o STJ que os valores percebidos a título de pensionamento por redução da capacidade laborativa decorrente de dano físico causado por terceiro, em cumprimento de decisão judicial, são tributáveis pelo imposto de renda e sujeitam a fonte pagadora à retenção do imposto por ocasião do pagamento. Danos morais e danos emergentes: NÃO incide IR. Lucros cessantes: INCIDE IR. STJ. 2ª Turma. REsp 1464786-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 25/8/2015 (Info 568).
Incide imposto de renda sobre o adicional de 1/3 (um terço) de férias gozadas. Essa verba tem natureza remuneratória (e não indenizatória) e configura acréscimo patrimonial. STJ. 1ª Seção. REsp 1459779-MA, Rel. para acórdão Min. Benedito Gonçalves, julgado em 22/04/2015 (recurso repetitivo) (Info 573).
São isentos do imposto de renda os proventos percebidos de fundo de previdência privada a título de complementação da aposentadoria por pessoa física acometida de uma das doenças arroladas no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/1988. STJ. 2ª Turma. REsp 1507320-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 10/2/2015 (Info 556).
Até a data da retenção na fonte, a correção do IR apurado e em valores originais deve ser feita sobre a totalidade da verba acumulada e pelo mesmo fator de atualização monetária dos valores recebidos acumuladamente, sendo que, em ação trabalhista, o critério utilizado para tanto é o Fator de Atualização e Conversão dos Débitos Trabalhistas (FACDT). Essa sistemática não implica violação do art. 13 da Lei 9.065/1995, do art. 61, § 3º, da Lei 9.430/1996, dos arts. 8º, I, e 39, § 4º, da Lei 9.250/1995, uma vez que se refere à equalização das bases de cálculo do imposto de renda apuradas pelo regime de competência e pelo regime de caixa e não à mora, seja do contribuinte, seja do Fisco. Ressalte-se que a taxa SELIC, como índice único de correção monetária do indébito, incidirá somente após a data da retenção indevida. STJ. 1ª Seção. REsp 1470720-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 10/12/2014 (Info 553).
O art. 12 da Lei nº 7.713/1988 afirma que se a pessoa receber rendimentos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos. Assim, se o indivíduo recebe, em um só mês, uma indenização trabalhista ou algum benefício previdenciário que estava atrasado, acaba sendo punido duas vezes. Isso porque ele deveria ter recebido as parcelas na época própria, mas não aconteceu. Quando finalmente consegue auferi-las, é tributado com uma alíquota superior de imposto de renda em virtude do valor recebido considerado globalmente. Por essa razão, para ao STF, o art. 12 é INCONSTITUCIONAL. A alíquota do IR deve ser a correspondente ao rendimento recebido pela pessoa mês a mês (regime de competência), e não aquela que incidiria sobre valor total pago de uma única vez (regime de caixa), e, portanto, mais alta. STF. Plenário. RE 614406/RS, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 23/10/2014 (repercussão geral) (Info 764).
Neste interessante julgado foram expostas três conclusões: I — Incide imposto de renda sobre a quantia recebida pelo empregado em razão de acordo coletivo de trabalho firmado com o empregador, no qual fora ajustado a constituição de fundo de aposentadoria e pensão e, alternativamente, o pagamento de determinado valor em dinheiro correspondente ao que seria vertido para o aludido fundo. II — Mesmo que a fonte pagadora (substituta tributária) equivocadamente tenha deixado de efetuar a retenção de determinada quantia,a título de imposto de renda, sobre importância paga a empregado, tendo, ainda, expedido comprovante de rendimentos informando que a respectiva renda classifica-se como rendimento isento e não tributável, o sujeito passivo da relação jurídico-tributária (substituído tributário) deverá arcar com o imposto de renda devido e não recolhido. III — Na hipótese em que a fonte pagadora deixa de efetuar a retenção do imposto de renda, expedindo comprovante de rendimentos o qual os classifica como isentos e não tributáveis, de modo a induzir o empregado/contribuinte a preencher equivocadamente sua declaração de imposto de renda, não é este — mas sim o empregador — o responsável pelo pagamento da multa prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/1996. STJ. 2ª Turma. REsp 1218222-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/9/2014 (Info 548).
Não incide imposto de renda sobre o valor da indenização paga ao empregado demitido sem justa causa no período de estabilidade provisória. STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1215211-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 6/8/2013 (Info 528).
Na declaração anual de imposto de renda, é possível a dedução de despesas feitas pelo contribuinte com profissional de saúde, mesmo que este não seja regularmente inscrito no respectivo conselho profissional. Ex: dentista que não esteja registrado no CRO. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1375793-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 4/6/2013 (Info 525).
O valor devido a título de CSLL não pode ser considerado como despesa operacional ou necessária para fins de apuração do IRPJ, não sendo, portanto, dedutível. O art. 1º da Lei nº 9.316/96 é constitucional. STF. Plenário. RE 582525/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 9/5/2013 (Info 705).
O STF, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para conferir interpretação conforme, no sentido de que o art. 74 da MP nº 2.158-35/2001 não se aplica às empresas "coligadas" localizadas em países sem tributação favorecida (não "paraísos fiscais"), e que o referido dispositivo se aplica às empresas "controladas" localizadas em países de tributação favorecida ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ("paraísos fiscais", assim definidos em lei). Também, por maioria, o STF declarou inconstitucional a retroatividade prevista no parágrafo único do art. 74 da MP 2.158-35, de 2001. O dispositivo prevê que “os lucros apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor”. Nesse ponto, os Ministros destacaram que a retroatividade fica afastada tanto para controladas e coligadas situadas em paraísos fiscais quanto para aquelas instaladas em países de tributação não favorecida. STF. Plenário. ADI 2588/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 10/4/2013 (Info 701).
No caso de benefício previdenciário pago em atraso e acumuladamente, não é legítima a cobrança de imposto de renda com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Isso porque a incidência do imposto de renda deve observar as tabelas e alíquotas vigentes na época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, devendo ser observada a renda auferida mês a mês pelo segurado. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 300240-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 9/4/2013 (Info 519).
O art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 (Lei do IR) prevê que as pessoas portadoras de determinadas doenças ali elencadas não pagarão imposto de renda sobre os rendimentos que receberem a título de aposentadoria, pensão ou reforma. Para que haja a isenção é indispensável que o portador da doença grave esteja na inatividade, recebendo rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma. Assim, não haverá isenção se o contribuinte é portador de uma das moléstias elencadas, mas ainda não se aposentou, optando por continuar trabalhando. STJ. 2ª Turma. RMS 31637-CE, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 5/2/2013 (Info 516).
Incide imposto de renda da pessoa física (IRPF) sobre os juros moratórios decorrentes de benefícios previdenciários pagos em atraso. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 248264-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/11/2012 (Info 514).
Súmula 556-STJ: É indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei nº 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei nº 9.250/1995.
*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: É constitucional a limitação do direito de compensação de prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). São constitucionais os arts. 42 e 58 da Lei nº 8.981/95 e os arts. 15 e 16 da Lei nº 9.065/95. STF. Plenário. RE 591340/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/6/2019 (repercussão geral) (Info 945).
*(Atualizado Em 31/01/2021) #DEOLHONAJURIS Os valores auferidos a título de “reembolso de materiais” adquiridos para a atividade de construção civil não devem ser deduzidos da base de cálculo do IRPJ e da CSLL pelo lucro presumido Caso concreto: a empresa é optante da tributação do IRPJ e da CSLL pelo lucro presumido e pretendia deduzir da receita bruta, base de cálculo dos tributos nesse regime, os valores que aufere a título de “reembolso de materiais” adquiridos para a atividade de construção civil. Não é possível. O acolhimento de pedido tendente a excluir da receita bruta determinada despesa ou custo, no regime de apuração pelo lucro presumido, conduziria a uma indevida dupla dedução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Isso porque ao definir os percentuais aplicáveis ao regime do lucro presumido, a lei já considera, em tese, todas as reduções possíveis, de acordo com cada ramo de atividade. Se o contribuinte pretende que sejam considerados determinados custos ou despesas, deve optar pelo regime de apuração pelo lucro real, que contempla essa possibilidade, não se podendo permitir que promova uma combinação dos dois regimes, a fim de reduzir indevidamente a base de cálculo dos tributos. STJ. 1ª Turma. REsp 1.421.590-RN, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 17/11/2020 (Info 683).
#DEOLHONAJURIS #STF
* (Atualizado em 09/04/2021) Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por exercício de emprego, cargo ou função. 
STF. Plenário. RE 855091/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 808) (Info 1009). 
7. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
7.1. Introdução
O Imposto sobre Produtos Industrializados encontra previsão no art. 153, inciso IV, da Constituição Federal. Sua disciplina infraconstitucional é realizada especialmente pelas Leis n. 4.502/64, 9.363/96, 9.493/97, 10.865/2004 e 11.452/2007 e pelos Decretos n. 7.212/2010 e 7.705/2012.
O IPI é tributo de função predominante fiscal (arrecadatória), mas também utilizado como ferramenta extrafiscal na medida em que suas alíquotas são seletivas em razão da essencialidade do produto, ou seja, trata-se de um instrumento utilizado pelo governo federal para baratear ou encarecer produtos de acordo com sua importância social.
	#SELIGA: Como forma de favorecer a indústria nacional, e do mesmo modo como ocorre com diversos outros tributos, o IPI não incide sobre produtos destinados ao exterior (art. 153, § 3º, III, da CF).
Sua utilização extrafiscal justifica o fato de o IPI constituir exceção à legalidade e à anterioridade anual. Dessa forma, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode o Poder Executivo modificar as alíquotas do imposto por meio de ato unilateral (art. 153, § 1º, da CF) e, além disso,

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